Processo produtivo do saber. OS PRÉ-SOCRÁTICOS - SÉC. VII e VI a.C Filosofia Prof. Marcelo Processo produtivo do saber.

Antes de Sócrates há uma longa trajetória de investigação e ciência que as obras de Platão e Aristóteles se encarregam de nos indicar. Esses autores foram inicialmente designados pelo nome de Sábios. Pitágoras, um deles, num gesto de modéstia frente aos seus contemporâneos, ao invés de sábio, preferiu autodenominar-se Filósofo (amigo da Sabedoria).

As explicações predominantemente religiosas são substituídas pelo uso da razão autônoma, da inteligência crítica e pela atuação da personalidade livre, capaz de estabelecer uma lei humana e não mais divina. Os pré-socráticos são chamados filósofos da natureza, porém isso não quer dizer que haja uniformidade ou que a filosofia desse período seja homogênea.

Os Jônios Os Efésios Os Eleatas Os Pitagóricos  Os Atomistas Tales de Mileto Anaximandro  Anaxímenes Parmênides de Eléia Xenófanes    Zenão de Eléia  Filolau de Crotona Alcmeão de Crotona Demócrito de Abdera Leucipo  Anaxágoras  Empédocles Pitágoras de Samos Heráclito de Éfeso O denominador comum nas posturas filosóficas, desses pensadores consiste em admitir que não há um princípio único que explique todo o universo. Existem vários princípios que, misturando-se, formam a multiplicidade das coisas existentes, daí a denominação "pluralista". Empédocles água, ar, terra, fogo, como princípio; Anaxágoras: partículas minúsculas; Leucipo: elaborou teoria dos átomos ou atomismo; Demócrito: átomos.

Com destaque para duas vertentes ou modos de investigação que orientam o desenvolvimento da história da filosofia e da ciência: • uma preocupada com a explanação do Cosmos mediante o instrumental geométrico (observação empírica, conceitos, números e figuras) herdado da cultura egípcia; • outra, voltada para a tradição construída por Homero e Hesíodo, e que fez da língua grega instrumento do filosofar e do pensamento metafísico.

640 a.C. - 556 a.C. 570 a.C. - 497 a.C Tales e Pitágoras foram considerados os novos mestres da Paidéia. Eles são depositários da síntese do conhecimento disponível em outras civilizações, em especial a egípcia. E tomaram emprestado da Geometria e da Aritmética o modo de observação e de explicação racional de tais fenômenos. 540 a.C. - 480 a.C 530 a.C. - 460 a.C. Heráclito e Parmênides entretidos com Homero e Hesíodo, afinaram com eles uma profunda relação e reconhecimento do Logos da epopéia grega não só no princípio da linguagem e de comunicação como principalmente na formula de discurso e verbalização teórica.

Comportamento intelectual especulativo. Tales se aplicava preferencialmente ao estudo da astronomia ou à pesquisa dos astros. Estudou “filosofia” no Egito, onde recebeu a educação dos Sacerdotes e retornou a Mileto bem idoso. Tales foi, segundo alguns, o primeiro a praticar a astronomia, como testemunham Heráclito e Demócrito. “Estando ele a observar os astros, caiu dentro de um poço porque tinha os olhos postos no céu.” Triângulo isósceles 640 a.C. - 556 a.C. Tales institui a busca do saber como uma forma de trabalho, concentrando nisso, toda a sua energia intelectual e sua percepção.

Tales aconselhou Pitágoras a ir ao Egito e a se deter o maior tempo possível com os sacerdotes de Mênfis e de Diópolis. papiros da matemática egípcia 1850 a.C Não havia bibliotecas e, portanto, o saber estava disponível em indivíduos.

Pitágoras acreditava que os números tinham uma função fundamental na criação e surgimento de tudo, e determinante na constituição do universo.  Teorema a² + b² = c² 570 a.C. - 497 a.C Temistocleia 600 a.C. foi uma filósofa, matemática e alta profetisa de Delfos. De acordo com as fontes sobreviventes, ela é considerada a mestre de Pitágoras. Depois de Pitágoras ter cunhado o termo filosofia, que lhe valeu o título de “pai da filosofia”, ela tornou-se a primeira mulher na história à qual o termo "filósofa" foi aplicado. Outras filosofas: Aspasia, Lastenia, Axiothea e Hiparquia

Homero  Homero foi um poeta da Grécia Antiga que nasceu e viveu no século VIII a.C. É autor de duas das principais obras da antiguidade: os poemas épicos Ilíada e Odisséia. O historiador grego Heródoto (século V. a.C.), fixou a data do nascimento do poeta quatrocentos anos antes da sua, entre os séculos IX e VIII a.C.  Ὅμηρος (850 a.C) Hesíodo  A Teogonia costuma ser considerada a primeira obra de Hesíodo. Também conhecida por Genealogia dos Deuses, é um poema mitológico em 1022 versos escrito por Hesíodo no séc. VIII a.C., no qual o narrador é o próprio poeta.  750 e 650 a.C Ἡσίοδος

HERÁCLITO, O JÔNIO (540 – 480 a.C)

Heráclito transforma em solução o que aos outros era problema Heráclito transforma em solução o que aos outros era problema. Para ele, o mundo explica-se não apesar das mudanças de seus aspectos, muitas vezes contraditórios, mas exatamente por causa dele. “O ser é um devir.” Vir-a-Ser

Todas as coisas opõem-se umas as outras, e dessa tensão resulta uma terceira unidade de coisas. A divergência e a contradição não só produzem a unidade do mundo mas também a sua transformação. O mundo é um eterno fluir, como as águas de um rio; e é impossível banhar-se duas vezes na mesma água.

Só se compreende isso quando, ao deixar de lado a “falsa sabedoria” ditada pelos sentidos e pelas opiniões, chega-se ao logos, isto é, ao pensamento sensato. É o raciocínio adequado que abre as portas para o entendimento do princípio de todas as coisas.

Parmênides de Eleia O Ser é onipresente, já que qualquer descontinuidade em sua presença seria equivalente à existência de seu oposto – o Não-Ser. 530 a.C. - 460 a.C. Parmênides inaugura algo na filosofia ao considerar não os elementos mas o abstrato, em seu pensamento há uma recusa da sensação como meio de chegar à verdade, para ele, a sensação é um caminho errado para a investigação porque engendra contradições e confunde o que existe com o que não existe, o ser com o não ser.

O vir-a-ser é apenas uma ilusão sensível. Parmênides chega à conclusão de que toda mudança é ilusória. Só o que existe realmente é o ser e o não-ser. Isto quer dizer que todas as percepções de nossos sentidos apenas criam ilusões, nas quais temos a tendência de pensar que o não-ser é, e que o vir-a-ser tem um ser. O vir-a-ser é apenas uma ilusão sensível.

Péricles cria a DEMOCRACIA No século V a. C. surge a necessidade de elaborar teoricamente o ideal da formação, não do herói, submetido ao destino, mas do cidadão. Péricles cria a DEMOCRACIA O cidadão = não será mais o depositário do saber da comunidade, mas aquele que elabora a cultura da cidade. Não está preso ao passado, mas é capaz de projetar o futuro.