O MAL ESTAR NA CIVILIZAÇÃO Sigmund Freud

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Auguste Comte (1798 – 1857) Visava resolver os problemas da sociedade de sua época. Como organizar a nova sociedade que estava em ebulição depois da.
Advertisements

“O Mal-estar na Civilização” de Sigmund Freud
A FELICIDADE HUMANA ARISTÓTELES
PSICANÁLISE Disciplina: Psicologia Organizacional
Dinâmica e Gênese dos Grupos
Segunda Tópica Freudiana
O Mal-Estar na Civilização
A teoria pulsional freudiana
ÉTICA, MORAL E ENGENHARIA
A Formação Histórica das Esferas Pública e Privada
O pensador da ética: Nietzsche e a Moral
FORMAS E DIMENSÕES DA VIOLÊNCIA 26 E 31/10/2011
Freud e a Psicanálise.
Origem e nascimento da Filosofia: histórico grego
O MÉTODO PSICANALÍTICO
Os progressos da psicanálise
ESTAR SOZINHO....
Sawabona Shikoba.
A análise do capitalismo por Karl Marx
ÉTICA, MORAL E ENGENHARIA
Escola Superior de Guerra
Renovando Atitudes Francisco do Espírito Santo Neto ditado por HAMMED
Psicologia de grupo e análise do Ego
SAWABONA - Sobre estar sozinho -
ÉMILE DURKHEIM ( ): TEORIA DOS FATOS SOCIAIS
Para Refletir... “Os analfabetos do próximo século não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar.
ÉTICA NA ANTIGUIDADE Profª Gilvaci.
Maria Luiza C. E. Programa de Formação de Professores
Amor e Sexualidade.
O fenômeno da transferência na clínica freudiana
Mecanismos de Defesa Keli Steffler.
Sobre Estar Sozinho Dr. Flávio Gikovate
ESTAR SOZINHO....
SEGUNDA LIÇÃO.
TEORIAS DA PERSONALIDADE
Profª Karina Oliveira Bezerra p.456, 467 e 458
CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA
PERSONALIDADE Sigmund Freud ( ) Estruturou a personalidade em:
5. Conceitos básicos de Psicologia Geral para Operadores do Direito.
Complexo de Édipo Tem início no período do desmame em uma situação confusa e instável de impulsos misturados, na presença de um superego arcaico e extremamente.
Ética.
A ESTRUTURA DA PERSONALIDADE
CONCEPÇÃO DO APARELHO PSIQUICO E TÉCNICA PSICANALÍTICA EM FREUD
Segunda Teoria do Aparelho Psíquico / 2ª Tópica
Sigmund Freud ( ).
DESDOBRAMENTOS DA TÉCNICA PSICANALÍTICA
Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o início deste milênio.
A Teoria do Aparelho Psíquico segundo a Teoria Psicanalítica
Psicanálise- Sigmund Freud
O budismo considera que todos os nossos sofrimentos se originam dos desejos. O desejo move o mundo. Ele pode nos arrastar ao inferno ou nos elevar ao.
Sofrimento no trabalho
CAP 20 – As teorias socialistas e o marxismo
Mecanismos de controle social existentes nas sociedades.
ESTRUTURAS DA PERSONALIDADE
SIGMUND FREUD TEORIA PSICOSSEXUAL.
CURSO DE LETRAS EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE PROFESSORA: MÔNICA PULIERO
Rodrigo Luís Bispo Souza
ESTAR SOZINHO.
“Os que encarnam numa mesma família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que.
LEI DO TRABALHO Quando eu mudo o mundo muda
Algumas Características do Homem contemporâneo
Ética.
Eu – Psicanálise e Psicologia Analítica Outro – Sociologia e Mitologia
Em busca da felicidade.
Sócrates e o nascimento da Filosofia
Psicanálise Gilmaro Nogueira.
Somos todos seres sociais
Aulas 3 e 6 Instituições Sociais
Aula 1- Parte I Somos todos seres sociais
Transcrição da apresentação:

O MAL ESTAR NA CIVILIZAÇÃO Sigmund Freud

Para Freud não há a possibilidade de uma sociedade livre, onde os indivíduos sejam plenamente felizes, já que a formação da sociedade pressupõe repressão, introjetando nesses indivíduos uma espécie de policiamento, o superego, que os pune com o sentimento de culpa quando estes buscam satisfazer as suas pulsões, quando buscam a felicidade. Além da própria dinâmica libidinal não permitir uma sociedade sem repressão, já que os indivíduos são dotados de instintos agressivos, e quando libertos destroem a sociedade.

Atribuía o mal-estar da civilização à hiper-repressão de uma sociedade policiada. As pulsões agressivas reprimidas estão escondidas em profundidade, fechando-se antes de subir novamente à superfície no momento de crise. Na visão freudiana, a civilização é somente uma crosta superficial sobre o fundo da barbárie. Quanto mais ela aparece harmoniosa e ordenada, tanto mais ela abriga aquilo que se situa num nível mais profundo, as tensões exasperadas, as ameaças de implosão nervosa.

“A civilização, portanto tem de ser defendida contra o indivíduo “A civilização, portanto tem de ser defendida contra o indivíduo. Seus regulamentos, instituições e ordens dirigem-se a essa tarefa. Visam não apenas efetuar uma certa distribuição da riqueza, mas também a manter essa distribuição; na verdade têm de proteger, contra os impulsos hostis dos homens, tudo o que contribui para a conquista da natureza e a produção de riqueza. As criações humanas são facilmente destruídas, e a ciência e a tecnologia, que as construíram, também podem ser utilizadas para a sua aniquilação.”

HOMEM Eros Princípio do prazer Instinto de vida Thânatus Princípio da realidade Instinto de morte interagir na civilização, aproximar os indivíduos, contra a civilização amor agressividade Por encontrar-se alienado ao meio em que pertence, diante das imposições de uma sociedade repressiva, e sem a possibilidade de um ambiente que permita a total liberdade, o ser humano não encontra possibilidades de concretização da felicidade, entendida como a liberação das energias instintivas.

Freud refere-se à dor basicamente como sentimento moral em vez de física. Freud a explica a dor ou sofrimento enquanto sensação ligada à moralidade e a busca da felicidade, a partir das relações entre os indivíduos, sejam de caráter apenas afetivo ou tomadas por impulsos sexuais. É justamente esse tipo de dor que tem a maior capacidade de ferir e atingir o ego do indivíduo.

O amor torna-se dor com a perda do parceiro. Todas as formas de superar o sofrimento têm graves desvantagens. Felicidade, diz ele, é a realização imediata de um impulso instintivo, nada a supera, mas nunca dura.   O amor torna-se dor com a perda do parceiro. A realização artística ou científica depende de talentos individuais. A religião infantiliza o crente. As drogas legais e ilegais cobram seu preço nos efeitos colaterais que geram degradação física.

RELAÇÕES DE DEPENDÊNCIA / SOFRIMENTO DESLOCAMENTO DO OBJETO AMOR GENITAL RELAÇÕES DE DEPENDÊNCIA / SOFRIMENTO ALTERAÇÕES MENTAIS NA FUNÇÃO DO AMOR DESLOCAMENTO DO OBJETO PARA O AMAR Protegem-se contra a perda do objeto, voltando seu amor, não para objetos isolados, mas para todos os homens, evitam as incertezas e as decepções do amor genital. O desvio de seus objetivos sexuais transforma o instinto num impulso com uma finalidade inibida. AMOR FRATERNO

“ Quando uma sociedade reprime os desejos inconscientes de tal modo que não possam encontrar meios imaginários e simbólicos de expressão, quando os censura e condena de tal forma que nunca possam manifestar-se, prepara o caminho para duas alternativas igualmente distantes da ética: ou a transgressão violenta de seus valores pelos sujeitos reprimidos ou a resignação passiva de uma coletividade neurótica, que confunde neurose e moralidade.  

Em outras palavras, em lugar de ética há violência:   violência da sociedade, que exige dos sujeitos padrões de conduta impossíveis de serem realizados e, violência dos sujeitos contra a sociedade, pois somente transgredindo e desprezando os valores estabelecidos poderão sobreviver.

“Em suma, sem a repressão do desejo não há sociedade nem ética, mas a excessiva repressão do desejo destruirá, primeiro a ética e, depois, a sociedade.”

A descoberta do valor do trabalho * A descoberta do valor do trabalho. * O outro, como companheiro de trabalho com quem era útil conviver. * O hábito de formar famílias. * A necessidade de satisfação genital permanente. * A fêmea como objeto sexual. * A vontade arbitrária do chefe, o pai . * A vida comunal, sob a forma de grupos de irmãos. * Os preceitos do tabu constituíram o primeiro 'direito' ou 'lei'.

CONCLUINDO...

Existe um novo mal-estar, que se situa além daquele da repressão dos instintos, e que se deve aos sucessos da nossa civilização. O desenvolvimento técnico e material produziu um subdesenvolvimento psíquico e moral, o bem-estar produziu o mal-estar, sem suprimir as zonas de anomia e de miséria. Qualquer indivíduo traz consigo uma propensão egocêntrica e uma propensão comunitária. Nossa civilização desintegra as comunidades concretas, favorece não somente o individualismo, o que é uma virtude, mas também seus excessos no egocentrismo e no hedonismo.

O homem tende a se tornar mais agressivo à medida que seus impulsos são controlados. Para se chegar a essa conclusão, Freud defendia a idéia de contenção da agressividade por meio da diminuição da repressão e fortalecimento dos impulsos sexuais do ser humano.

Portanto, mesmo grupos libidinalmente constituídos, fabricam, criam e precisam de inimigos para combater, a fim de exteriorizar suas pulsões agressivas e reforçar "civilizadamente" os laços identificatórios com seus membros. Caso contrário, a violência da tensão interna do grupo, volta-se contra seus próprios elementos. Portanto, mesmo que os inimigos desaparecessem e a humanidade pudesse se reconciliar consigo mesma, a violência agressiva/sexual - Eros e Thânatos - sempre presentes, buscariam um novo lugar de expressão.

Esta estreita ligação entre Eros e Thânatos, nos leva para longe de qualquer tipo de "otimismo", no sentido de poder se estabelecer uma síntese ou previsibilidade do que "acontece" nas fronteiras entre Eros e Thânatus. Contudo, fica configurado um campo de indeterminação e complexidade, mas também de negociação. Ainda que os produtos sociais tragam a chancela de um bem-estar-ao-ser-humano aferido por Eros, estes sempre portam o selo da irracionalidade de Thânatos, e o remédio que cura pode ser o remédio que mata. Sempre.