DIVERSIDADE AQUÁTICA NO PARQUE ESTADUAL DO RIO DOCE (MG) : GRUPOS FUNCIONAIS DE ALIMENTAÇÃO NO ZOOPLÂNCTON DAS LAGOAS CARIOCA E GAMBAZINHO. MIRANDA,

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DIVERSIDADE AQUÁTICA NO PARQUE ESTADUAL DO RIO DOCE (MG) : GRUPOS FUNCIONAIS DE ALIMENTAÇÃO NO ZOOPLÂNCTON DAS LAGOAS CARIOCA E GAMBAZINHO. MIRANDA, F. S. (I)(brycia_sm@yahoo.com.br); CAMPOS, M. (I); MOTA , T. (I) ; MARQUES, M.M.; RESCK, R . (I); MEDEIROS, A . (I) ; PINTO-COELHO, R. (I); MAIA-BARBOSA, P. . (II) I – Laboratório de Gestão Ambiental, Instituto de Ciências Biológicas / Biologia Geral, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) II – Laboratório de Ecologia do Zooplâncton, Instituto de Ciências Biológicas / Biologia Geral, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Este projeto recebe apoio da FAPEMIG/ FUNDEP convênio 5734 (EDT 1541/2004). INTRODUÇÃO Entre os efeitos nocivos causados pela introdução de espécies exóticas em ecossistemas naturais, destaca-se a perda de biodiversidade devido à extinção local de espécies nativas. As consequências diretas deste tipo de impacto podem ser observadas através de alterações na estrutura e composição das comunidades mas também nos processos que regem a dinâmica das populações envolvidas(1). Desde a década de 70 vêm sendo registradas mudanças na ictiofauna relacionadas à introdução de tucunaré e piranha na maioria das lagoas do Parque Estadual do Rio Doce(2 e 3). Atualmente, houve a introdução de “tamboatá” (Hoplosternum litoralle). Neste trabalho pretende-se comparar a diversidade funcional da comunidade zooplanctônica em duas lagoas dentro do PERD, sendo uma delas (lagoa Gambazinho), um dos poucos locais onde ainda não há registro de espécies exóticas. METODOLOGIA As coletas foram realizadas em julho/2004 e janeiro/2005, caracterizando períodos de seca e chuvas, respectivamente. Foram utilizadas redes de arrasto de 65 (microzooplâncton) e 200 um (macrozooplâncton) de abertura de malha, varrendo-se toda a coluna d’água na zona limnética de cada lagoa.Os organismos foram identificados até o menor nível taxonômico possível e foram agrupados em dois grupos funcionais: filtradores e predadores. RESULTADOS Nos dois ambientes, as espécies de pequeno tamanho de corpo foram as mais abundantes e tiveram a dominância do grupo funcional filtrador. Entretanto, foi notável a maior quantidade de predadores invertebrados (Chaoboridae) na lagoa Carioca, principalmente no mesoplâncton (576 e 937 ind/m3, nos períodos de chuva e seca, respectivamente), em relação à lagoa Gambazinho. Nesta última lagoa, não foram registrados predadores de pequeno tamanho, e mesmo entre o mesozooplâncton foram encontrados predadores apenas na campanha de jul/04 e em baixa densidade (165 ind/m3). O gênero Chaoborus foi o principal organismo predador encontrado e sua abundância foi bem mais elevada na lagoa Carioca do que na lagoa Gambazinho. Abaixo , tabela expondo as abundâncias dos lagos estudados nas frações de micro e mesozooplâncton predador e filtrador: B. mirus Ptygura Conochilus sp. Lecane sp. Hexarthra sp B. calyciflorus Carioca C. cornuta B. hagmanni D. gessneri Fig.1:Abundâncias de filtradores e predadores na lagoa Carioca (amostras de Jul/04 e Jan/05). adultos e copepoditos Larva de Chaoborus Notodiaptomus sp. T. minutus Fig.4: A tabela mostra riqueza de espécies dos ambientes estudados ao longo dos anos e espécies presentes nesses lagos. DISCUSSÃO As espécies de peixes introduzidas (fig. 3) na lagoa Carioca causaram uma grande expansão do nicho ecológico dos predadores invertebrados, principalmente as larvas de chaoboridade, que passaram a dominar tanto a fração do mesozooplâncton quanto a do microzooplâncton (Fig. 1). Sugerimos a hipótese de que o predador Chaoborus, na lagoa Carioca, teve então aumentadas as suas populações em consequência do “relaxamento das tensões ecológicas” que regulam as suas populações (ausência dos peixes nativos). CONCLUSÃO Pode-se afirmar que a introdução de peixes exóticos causou profundas consequências em todos os níveis da teia alimentar na lagoa Carioca, alterando não só a composição e a estrutura do zooplâncton. REFERÊNCIAS: 1 SANTOS, G. B.; MAIA-BARBOSA, P.M.; VIEIRA, F. e LOPEZ, C. M. : Fish and zooplankton community structrue in reservoir of Souheastern Brazil : Effects of the introduction of exotic predatory fish. 2 SUNAGA, T. e VERANI, J. R.: The fish communities of the lakes in Rio Doce Valley, Northeast Brazil. Verh. Internat. Verein. Limnol. 24, 2563-2566, Stuttgart, September 1991. 3 LATINI, A . O . ; PETRERE Jr., M. : Reduction of a native fish fauna by alien species: na example from Brazilian reshwater tropical lakes, Fisheries Management and Ecology, 2004, 11, 71-79. 5Brandão, E.C; Braz, S. A . ; Brito, S. L; Menendez, R. M.; Maia-Barbosa, P. M.: Flutuação mensal do zooplâncton dos lagos Carioca, Dom Helvécio e Gambazinho ( Parque Estadual do Rio Doce) / Relatório 2002 PELD, pg. 146.(www.icb.ufmg.br/~peld/ufmg/); 9SANTOS, L.C. dos (1980) Estudos das populações de cladocera em cinco lagos naturais (Parque Estadual do Rio Doce) que se encontram em diferentes estagios de evolução. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de São Carlos, São Paulo.260 pg. 8MORETO, Evandro Mateus: Diversidade zooplanctônica e variáveis limnológicas das regiões limnética e litorânea de cinco lagoas do Vale do Rio Doce-MG, e suas relações com o entorno _Tese de Mestrado/ São Carlos, 2001; 10 OKANO, W.Y. (1980) Padrão de migração vertical e flutuação sazonal das principais espécies de Copépoda(Crustácea) do lago Dom Helvécio - Parque Florestal do Rio Doce- MG. 162 p. Dissertação de Mestrado - Universidade Federal do São Carlos, São Paulo. Gambazinho Chaoborus (meso) Fig.2: Abundâncias de filtradores e predadores na lagoa Gambazinho (amostras de Jul/04 e Jan/05). a) Hoplosternum litoralle “Tamboata’” b) Pygocentrus nattereri “Piranha” c) Cichla cf. monoculus “Tucunaré” Fig. 3: Espécies exóticas introduzidas na Lagoa Carioca.