O orvalho pousa, bolha inocente, na mão aberta da natureza. Não percebemos que é uma lágrima serena, que amanhece longe de nosso “olhar” indiferente.
Se não podemos ver o que desponta no rosto cansado de nosso mundo, como podemos usar a lente inusitada do coração se rejeitamos nossa vocação para um novo “olhar”?
Quando nosso novo “olhar” repousa com afeto sobre o mundo, percebemos que há vida num aceno, num rosto alegre, num abraço amigo, num gesto afetuoso, e então recolhemos dádivas como se fossem pétalas suaves que a natureza nos proporciona, sem exigir e nem cobrar.
Para o amanhecer, há o sol surgindo. Para que o nosso novo “olhar” amanheça é preciso que a luz que existe no nosso interior se encarregue de despertar o que há de melhor em nossas emoções, transformando-as em vivas intenções.
E não há nada mais belo do que um despertar de uma flor, a riqueza inestimável dos seus detalhes, a essência de vida que ali se expõe. E dizer que nós, humanos, não “olhamos” para o outro como se fosse um mágico reflexo de nós mesmos, refletindo nossa riqueza interior.
Porque, amigo, não há silêncio sem companhia e o que fazemos ou deixamos de fazer, evolui para a felicidade de poder “olhar” o mundo de um jeito novo. Quando “olhamos” o novo que a paisagem da vida nos oferece podemos nos “ver” duplicados não só nos outros mas em tudo o que “tocamos” com esse olhar afável.
E, se percebermos, lá no fundo, reconheceremos que podemos ser mais do que já somos e iremos muito mais longe do que já chegamos.
E nada impedirá que você encontre o constante abraço amigo refletido nas ações que a sua caminhada irá semear.
Dedicado às pessoas que procuram fora o que está reservado dentro do seu coração. Aos amigos que celebram a vida sem olhar para quem. Aos “olhares” que permitem ver o mundo diferente, mais belo e mais digno de ser vivido.
Crônica de Silvio Luzardo, no dia em que “fechou” ou “inaugurou” 57 anos, procurou “d-escrever” um olhar novo na mensagem em PPS que a aluna de Oratória Zô enviou. Divulgado por Música: Gracias a la vida - R.Clayderman