INSTITUTO DE LETRAS TEORIA E PRÁTICA DA LEITURA TURMA A – 2014 Marcelo Gama Goulart Paula Arduim Soardi POESIA DA OPOSIÇÃO

Público-alvo: Alunos de 15 anos do 1º ano do Ensino Médio   Para que essa oficina vai servir para o público-alvo?: Desenvolver análise crítica de poesia com base na obra de L. F. Verissimo e Raul Seixas.

Número de alunos: 20 Número de horas/aula: 6h/aula divididas em duas aulas de 3h cada. Recursos necessários: Quadro-negro, dicionário, Powerpoint(computador), internet.

Resultados esperados: Desenvolvimento da capacidade de análise crítica do conteúdo, demonstrada através da participação nas atividades. Forma de avaliação: Participação nas atividades e produção final escrita, uma poesia com a temática sobre oposição.

Textos, questões e outras atividades na exata ordem dos trabalhos. Poema “Tu e eu” Luis Fernando Verissimo Imagens barrocas Letra e vídeo “Metamorfose ambulante” de Raul Seixas Unidade temática: Oposição de idéias

Aula 1 Preparação para a leitura: a) Você costuma defender suas ideias de forma incisiva? b) Você acredita que é possível mudarmos a nossa opinião quando alguém utiliza argumentos contrários? c) Além da argumentação, de que outras formas é possível expressar ideias?

Leia o poema abaixo: Tu e eu Gostas daquelas festas que começam mal e terminam pior. Gosto de graves rituais em que sou pertinente e, ao mesmo tempo, o prior. Tu és um corpo e eu um vulto, és uma miss, eu um místico. Tu, multo. Eu, carístico. Gostas de um som tempestade roque lenha muito heavy Prefiro o barroco italiano e dos alemães o mais leve. És vidrada no Lobão eu sou mais albônico. Tu, fão. Eu, fônico. Tu e eu Luis Fernando Verissimo Somos diferentes, tu e eu. Tens forma e graça e a sabedoria de só saber crescer até dar pé. Eu não sei onde quero chegar e só sirvo para uma coisa - que não sei qual é! És de outra pipa e eu de um cripto. Tu, lipa Eu, calipto. És colorida, um pouco aérea, e só pensas em ti. Sou meio cinzento, algo rasteiro, e só penso em Pi. Somos cada um de um pano uma sã e o outro insano. Tu, cano. Eu, clidiano. És suculenta e selvagem como uma fruta do trópico Eu já sequei e me resignei como um socialista utópico. Tu não tens nada de mim eu não tenho nada teu. Tu, piniquim. Eu, ropeu. Dizes na cara o que te vem à cabeça com coragem e ânimo. Hesito entre duas palavras, escolho uma terceira e no fim digo o sinônimo. Tu não temes o engano enquanto eu cismo. Tu, tano. Eu, femismo.  

Interpretando o poema: a) Como você caracteriza o “eu” do poema?   a) Como você caracteriza o “eu” do poema?   b) Como você caracteriza o “tu” do poema? c) O que você entendeu sobre os seguintes versos: “Prefiro o barroco italiano (...) És vidrada no Lobão (...) Tu, piniquim. / Eu, ropeu.”  

Discutindo sobre a língua no texto: a) O título do poema é “Tu e eu”, os dois sujeitos participantes da lírica. Porém, no primeiro verso ele diz “Somos diferentes, tu e eu”. Por que você acha que ele utilizou o sujeito “nós” somente nesse verso do poema? b) Observe o seguinte trecho:   “(...) És de outra pipa e eu de um cripto. Tu, lipa Eu, calipto. (...)” A partir de um jogo de palavras, Verissimo dá uma função à vírgula. Qual?

Discutindo sobre o assunto:   a) Discuta com o colega: que ideias você tem sobre Barroco?

Discutindo sobre o texto:   a) Discuta com o colega: através do eu lírico, que ideias o texto traz sobre a concepção de Barroco?

Barroco   Igreja barroca mineira Pintura de Charles Le Brun

Barroco   Escultura de François Girardon Jardim do Palácio de Versalles

Discutindo sobre as imagens:   a) Discuta com o colega: as concepções de Barroco que você tem e as que o texto traz são as mesmas apresentadas nas imagens?

Aula 2 Metamorfose Ambulante Sobre o que é o amor Sobre que eu Nem sei quem sou Se hoje eu sou estrela Amanhã já se apagou Se hoje eu te odeio Amanhã lhe tenho amor Lhe tenho amor! Lhe tenho horror! Lhe faço amor! Eu sou um ator!... Metamorfose Ambulante Eu vou lhes dizer Aquilo tudo que eu Lhe disse antes Eu prefiro ser essa Essa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha Opinião formada sobre tudo Lobão Letra de Raul Seixas Prefiro ser Essa metamorfose ambulante Eu prefiro ser Essa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha Opinião formada sobre tudo Do que ter aquela velha Opinião formada sobre tudo... É chato chegar A um objetivo num instante Eu quero viver Nessa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha Opinião formada sobre tudo Do que ter aquela velha Opinião formada sobre tudo... Eu quero dizer Agora o oposto Do que eu disse antes Eu prefiro ser Essa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha Opinião formada sobre tudo

Vídeo (14:49-18:27) https://www.youtube.com/watch?v=2640oaQKynU

Discutindo sobre a estrutura do texto:   a) Você considera que essa letra de música, assim como a poesia de Verissimo, está em forma de prosa ou verso? Por quê? b) Você identifica oposição de ideias na música Metamorfose ambulante? Se sim, quais?

Construindo o próprio texto Escreva uma poesia sobre a temática trabalhada na oficina: oposição de ideias.