DESPRENDIMENTO Rose Nânie Heringer da Silva
Quando pensamos em desprendimento, pensamos em atitudes de abnegação, desapego total, dedicação extrema e superação de sentimentos inferiores.
Mas também as pessoas desprendidas têm seus momentos de egoísmo, de raiva, de ressentimento.
Entretanto, esses momentos são apenas átimos. São gotículas em um imenso oceano.
Esses átimos podem se tornar lampejos de esperança para aqueles que procuram crescer, vencer, superar e se superar.
Bondade, caridade, compaixão e desprendimento sempre terão reflexos no corpo, na mente e na alma da pessoa bondosa, caridosa, compassiva e desprendida.
Mas quem pauta sua existência pelo bem e pela pureza de sentimentos não pensa, jamais, em prêmios, reconhecimento ou recompensas.
Essa contabilidade não acompanha os atos dos generosos, dos altruístas, dos caridosos. É a própria Vida, com suas Leis, que se incumbe de fazer multiplicarem-se as coisas boas que nascem de atos bondosos.
Esses seres abençoados, através de um único ato de bondade e amor, proporcionam o bem a um número cada vez maior de pessoas.
Não precisamos professar uma religião.
Este não é um pré-requisito para sermos desprendidos, caridosos, iluminados.
Porque a centelha do divino e a centelha do humano são uma. Todos a carregamos dentro de nós.
Todos podemos iluminar nossos próprios caminhos e, num ato de desprendimento, ajudar a iluminar os caminhos daqueles que se encontram perdidos, tateando no escuro, por ainda não terem descoberto a centelha divina que têm dentro de si.
Texto: Rose Nânie Heringer da Silva Extraído e condensado do ensaio “Desprendimento” em Imagens colhidas na Internet 2006