ÍNDIOS NO BRASIL.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS
Advertisements

O Fenômeno da Aculturação
OS FILHOS DA TERRA: OS ÍNDIOS DO BRASIL
HISTÓRIA Professor Balduino.
A ORIGEM DOS GREGOS.
OS INDIO EM Atualmente, calcula-se que apenas 400 mil índios ocupam o território brasileiro, principalmente em reservas indígenas demarcadas e protegidas.
A ocupação da América e do Brasil
Sociedade do açúcar Unidade 8 Temas 3 a 6 A vida nos engenhos,
Sociedade do açúcar A lavoura canavieira. O reinado do açúcar.
Colonização do Império português
A REAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA CONTRAREFORMA
BRASIL DENTRO DO ANTIGO SISTEMA COLONIAL
AMÉRICA PORTUGUESA: BRASIL
EXÉRCITO BRASILEIRO DECEx – DEPA – CMF DISCIPLINA: HISTÓRIA 2º ANO DO ENSINO MÉDIO ASSUNTO: REVOLUÇÃO AMERICANA OBJETIVOS.
EXÉRCITO BRASILEIRO DECEx – DEPA – CMF DISCIPLINA: HISTÓRIA 2º ANO DO ENSINO MÉDIO ASSUNTO: O BANDEIRANTISMO OBJETIVOS EXPLICAR.
Missões Jesuíticas no Rio Grande do Sul
ABSOLUTISMO CONCEITO E TEÓRICOS.
Literatura Informativa
História da Educação no Brasil
A lenda da noite Certo dia índio pequeno estava querendo dormir, mas o sol não deixava. O pai dele contava uma história que um espírito do mal aprisionou.
A Expansão territorial
Professor Bruno Barreira
Indígenas Brasileiros e a chegada dos portugueses:
Indígenas Brasileiros e os portugueses:
1 – Conquista ou Descobrimento: “A visão Eurocêntrica da História.”
A escravidão negra africana no Brasil Colônia
História dos Portugueses no Mundo
A COLONIZAÇÃO DO BRASIL
BRASIL COLONIAL ciclo econômico do Pau- Brasil e
Gabarito do capítulo 8: O desenvolvimento da antropologia social.
QUINHENTISMO -Portugal está em plena Expansão Marítima;
PROFª TEREZA SODRÉ MOTA
Literatura de informação no Brasil.
Primeira missa no Brasil- 26/04/1500 local: Porto Seguro - Bahia
Aula 3 – Ínicio da colonização e a economia açucareira.
Roma Antiga Nome:Marcelo Sagaz Nome:Cristiano Jacoby Turma: A 7
Estados Unidos da América
Conteúdo para prova de História
ÁFRICA.
IMPERIALISMO Professor Ricardo Professor Ricardo.
L Disputas territoriais: Índios x Brancos.. Quando Colombo chegou Encontrou amigos de paz Que lhes receberam bem Porém foram deixadas pra traz Coitados.
A ADMINISTRAÇÃO COLONIAL
Trabalho de história primeiro contato entre índios e portugueses em 1500 foi de muita estranheza para ambas as partes. As duas culturas eram muito diferentes.
A conquista da América Portuguesa
OS PRIMEIROS DESBRAVADORES DO ESTADO DO PARANÁ
A colonização espanhola na América
EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPÉIA
Quinhentismo Séc. XVI.
A colonização da América Portuguesa Grupo 07 – Capítulo 11
Transformações do pensamento sociológico ocidental
PÁGINAS 279 E )SIM, POR QUE AS FESTAS REPRESENTAM UMA IMPORTANTE CARACTERÍSTICA DA CULTURA DO NOSSO POVO. 2)A) AS NÃÇÕES INDÍGENAS B) LUCRO DO TRÁFICO.
HISTÓRIA CULTURAL DOS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL PROF. JOHNCY DE PÁDUA.
Há muito tempo atrás, numa terra desconhecida e distante, além do mar-oceano...
Colonização Africana Colonização Africana.
A ERA DOS IMPÉRIOS.
Quinhentismo no Brasil O Brasil-colônia de 1500 a 1600
Aula 01 – o início da colonização
Lição 5 - Exilados missionários
Profª. Lilian Larroca. É o sistema de domínio no qual um país possui terras em outros lugares do mundo e explora os recursos dessas terras para enriquecer.
Flávia Abreu Farias 4°ano A
AMÉRICA PORTUGUESA: BRASIL
A MARCHA DA COLONIZAÇÃO NA AMÉRICA PORTUGUESA
Etapa 2 – A devastação da Mata Atlântica
Brasil nos primeiros tempos: índios e jesuítas
Brasil Pré-colonial Mão-de-obra: indígena. Escambo Produto: Pau-brasil
AS VISÕES DOS EUROPEUS SOBRE OS INDÍGENAS E AS
Fases da Cultura Brasileira Quando e como surgiu uma arte nacional? Em qual região surgiu a arte brasileira?
Religião na colônia Sagrado X profano.
ÍNDIOS NO BRASIL 03/12/2018
Transcrição da apresentação:

ÍNDIOS NO BRASIL

AS PRIMEIRAS IMPRESSÕES “Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrissem as suas vergonhas. Traziam nas mãos arcos e setas” .

OS TUPI-GUARANI Os povos Tupi-guarani, agricultores pouco sedentários e de muita rivalidade intertribal, que dominavam a costa brasileira de São Paulo ao Pará,foram os primeiros a entrar em contato com os europeus. Os Tupi-guarani estavam mais bem organizados que as outras nações.Eram extremamente preconceituosos,tanto que chamavam os Jês de Tapuia, ou seja,”selvagens”. Este menosprezo dos Tupi-guarani pelos outros povos acabou depois sendo assimilado pelos conquistadores.

MODO DE VIDA O tipo de sociedade em que estavam organizados esses indígenas é chamado pelos antropólogos de sistema tribal. O que domina na organização tribal é a relação de parentesco,definida pela cooperação entre membros descendentes de um ancestral comum.

Nas aldeias não existia uma autoridade formal, responsável pelo controle do grupo.O chefe de cada aldeia não tinha o poder de um rei.Ele trabalhava como os outros do grupo, e seu poder de liderança era exercido durante as reuniões, nos períodos de guerra ou em situações de calamidade. Era chamado de cacique ou morubixaba.

Outra figura importante na organização das tribos era o Pajé, também conhecido por xamã, mediador entre o plano dos homens e o dos espíritos. Os Tupi-guarani acreditavam na vida futura e na reencarnação dos antepassados em uma criança. Temiam os espíritos do mal e as almas dos mortos.

A ANTROPOFAGIA

O RITUAL DE ANTROPOFAGIA DOS GUARANIS

As principais vítimas desse tipo de ritual eram os inimigos de prestígio, pois esses povos acreditavam que incorporariam a força e o poder daquele que fosse devorado. O responsável pelo aprisionamento, ou aquele que tinha recebido a vítima como presente, ganharia mais prestígio na comunidade. O ritual também poderia significar um ato de vingança contra os inimigos.Mas, em qualquer uma dessas circunstâncias,não se pode afirmar que a antropofagia estivesse relacionada com uma atitude selvagem, pois o ato de comer carne humana não estava ligado simplesmente ao desejo de saciar a fome ou a um impulso instintivo. Ao contrário, tratava-se de um ato cultural, carregado de manifestações simbólicas.

O ENCONTRO ENTRE CULTURAS

INFERNO E PARAÍSO A leitura cristã feita do encontro dos europeus com os habitantes da América tinha forte conotação maniqueísta. De um lado, estava o “bem” , simbolizado por Deus e pela busca do paraíso; de outro, o “mal” , representado pelo Diabo e o inferno. Assim, a idéia da conquista de novas terras vinha acompanhada pelo desejo de levar a palavra de Deus para as “criaturas demonizadas” do Novo Mundo, por meio da catequese.

A política indigenista do Estado português teve a preocupação de submeter a população nativa ao esforço de defesa e exploração de seus domínios no continente americano. Esse processo acompanhou o desenvolvimento da política colonial.Dessa forma, nos primeiros anos da conquista, durante breve período, os índios foram tratados como parceiros comerciais no escambo do pau-brasil ao longo da costa.

Quando a colonização ganhou força, a partir de meados do século XVI, as tentativas de convívio iniciais deram lugar a tensões e conflitos entre o conquistador e os indígenas. A possibilidade de parceria entre europeus e nativos acabou, assim, anulada pela perspectiva da colonização dominadora.

Os portugueses procuraram dominar os índios através da “guerra justa” , do “resgate” ou do “descimento” “guerra justa” – designava a luta contra grupos que não aceitavam a conquista portuguesa e resistiam à catequização. Os índios aprisionados nessas guerras podiam ser escravizados com autorização do rei.

Além dos índios aprisionados em “guerras justas” , os colonos estavam autorizados a escravizar também os nativos “descidos” – aqueles que eram trazidos das suas aldeias para novos aldeamentos organizados pelos colonizadores, próximos às vilas – e os “resgatados”, ou seja, índios obtidos entre os prisioneiros de outros índios.

A RESISTÊNCIA INDÍGENA Com a colonização, os nativos da América portuguesa tinham duas escolhas : submeter-se ou resistir. No plano social e político, isso significava aderir a uma sociedade não-igualitária, utilitarista e hierarquizada, inteiramente diversa da sua, ou opor-se a ela. No plano cultural, implicava preservar ou abandonar as tradições, crenças e ritos seculares pelos costumes, valores e doutrinas do mundo cristão, apresentados como os únicos verdadeiros e superiores a todos os demais.

Alguns povos não tiveram escolha senão deixar-se catequizar e colocar-se sob o abrigo das ordens religiosas para escapar à escravidão ou ao extermínio impostos pelos colonizadores.

Nas diversas missões, os caminhos da catequese e da exploração do trabalho indígena seguiram processo e diretrizes semelhantes. Os descimentos e depois, a redução dos indígenas marcavam o passo inicial do empreendimento religioso. Reduzir,significa “reconduzir” , devolver os índios à fé cristã e à vida policiada. Na atuação missionária, os descimentos estavam atrelados às reduções, ou seja, desciam-se índios para depois reduzi-los. Reduzir significava fixá-los nas missões, sob formas de organização diferentes das tribais.

Outros povos empreenderam lutas ferozes em defesa da liberdade.

Um terceiro grupo optou por fugir para regiões cada vez mais distantes dos núcleos formados pelos colonizadores.Entre esses grupos, o mais numeroso parece ter sido o dos tupinambás. Após a chegada dos portugueses em 1500, milhares deles retiraram-se do litoral, procurando na Amazônia o que chamavam de “terra sem males”.

CONCLUSÃO Como solução econômica principal, a escravidão indígena fracassou no contexto da vida colonial centrada na exploração mercantilista. Não pela indolência, mas sim pela resistência dos índios ao cativeiro e a um regime de trabalho para eles opressivo, estranho e sem sentido. Com o conhecimento que tinham do território, podiam contra-atacar, fugir ou migrar em massa para o interior Como solução econômica secundária, a escravidão indígena continuou a ser usada em toda a colônia. Seria sempre menos importante nas áreas mais prósperas da produção e exportação açucareira. Mas teria muita importância para áreas menos prósperas, sem recursos para comprar escravos africanos .

“ A maioria dos que ali estavam trazia aqueles bicos de ossos nos lábios. E dentre os que andavam sem eles, alguns tinham os lábios furados e nos buracos uma espécie de rolha de madeira; outros traziam três daqueles bicos : um no meio e os dois outros nos lados da boca. E andavam outros por ali, pintados, metade de sua própria cor e metade de tintura preta, meio azulada; outros ainda tinham o corpo pintado de xadrez.” ( Pero Vaz de Caminha )