2.2.3 Bandas de radiofrequências

A rádio, a televisão, os telemóveis, os mais variados controlos remotos, os telefones sem fios, o GPS, etc. são tecnologias inventadas no século XX que fazem uso de ondas eletromagnéticas. A radiação eletromagnética de frequência superior a 10 ou 18 Hz tem poder ionizante pois, ao penetrar na matéria, podem ionizar átomos e moléculas. Mas tal não acontece com as radiações eletromagnéticas de frequências inferiores, como a luz visível.

Na região centro de Portugal, a RTP1 capta-se na banda de VHF, mas os outros canais de televisão (RTP2, SIC e TVI) são emitidas em UHF. A rádio utiliza as bandas compreendidas entre a LF e a VHF.

As emissões de rádio que utilizam modulação de amplitude (AM) classificam-se em: ondas longas (frequências de 150 a 285 kHz), que podem atingir 500 km; ondas médias (frequências de 535 a 1065 kHz), usadas sobretudo em emissões regionais e nacionais, que têm alcances inferiores às ondas longas; ondas curtas (frequências de 2500 Hz a 25 000 Hz), usadas em emissões internacionais pois podem atingir distâncias de 1000 a 20 000 km.

Existem regras para atribuição de radiofrequências aos diversos utilizadores: radioamadores, polícia, bombeiros, radiotáxis, etc. O espectro é limitado e, como existem utilizadores, é essencial a regulação do sector. A modulação em amplitude (AM) é viável em qualquer frequência, mas as emissoras de rádio fazem-na usando as frequências mais baixas. As ondas de baixas frequências são as que têm maior comprimento de onda e, portanto, as que melhor difratam, contornando facilmente obstáculos e chegando às antenas recetoras mesmo que estas não estejam em linha de vista.

Por outro lado, são pouco absorvidas no ar e podem ser refletidas na estratosfera, sendo então reenviadas para a Terra. As ondas curtas, que têm comprimentos de onda da ordem de dezenas de metros, têm a particularidade de refletirem bem na ionosfera. As ondas de rádio têm as frequências mais baixas do espectro e os maiores comprimentos de onda. Sofrem reflexão e contornam obstáculos por difração.

A modulação em frequência (FM) altera a frequência da onda portadora que passa a ter, um conjunto de frequências próximas numa chamada «largura de banda». A transmissão de informação por FM exige que a largura de banda seja muito menor do que a frequência da onda portadora. As emissões de rádio em FM utilizam larguras de banda de apenas alguns quilohertzs em ondas portadoras de 100 MHz.

A luz infravermelha, usada nos comandos remotos, difrata pouco, sendo, por isso, a sua propagação retilínea. As ondas usadas nas comunicações propagam-se praticamente em linha reta, pelo que as antenas transmissora e recetora têm de estar colocadas à vista uma da outra.

As micro-ondas usadas em comunicações quase não se difratam, propagando-se em linha reta. São pouco absorvidas ou refletidas pela atmosfera. Mas, como a informação a transmitir é enorme (centenas de canais de televisão, milhares de conversas telefónicas, transferência de dados, etc.), a largura de banda tem de ser grande, o que requer ondas portadoras de alta frequência.

Fim do capitulo de Física 11º!! Agora já podes estudar os dois livros de Física para o exame!!