Microbiologia das Cianobactérias Juliana Calabria de Araujo

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
CLASSIFICAÇÃO DOS CURSOS D’ÁGUA
Advertisements

DISCIPLINA: CONTROLE AMBIENTAL
Limnologia - I Profa. Vania E. Schneider.
Algas AULA 06 Prof. Fabiano.
METABOLISMO ENERGÉTICO
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
Sistema de Esgotamento Sanitário e Pluvial
Rodrigo Braz de Castilho Almeida
Geografia e Sistemas Hídricos Prof. Dr. Dakir Larara Machado da Silva
Módulo II norovírus ALKA
Ciclos Biogeoquímicos
Ecologia Geral Limnologia (Ecologia Aquática)
Regeneração de nutrientes
Fertilização e controle de microalgas e cianobactérias.
Nutrientes: nitrogênio
Crescimento econômico e eutrofização cultural de ambientes lênticos
Dinâmica espaço-temporal dos nutrientes em lagos tropicais
CAPACIDADE SUPORTE DE AMBIENTE AQUÁTICO
Nutrientes: fósforo Curso EPAMIG Prof. Dr. José Fernandes Bezerra Neto.
Ecologia Numérica Aula 5: Produção primária e perdas
Formulação Matemática dos Processos Ambientais Parte 5: Eutrofização
Saneamento ambiental Iana Alexandra
Eutrofização.
Águas residuais urbanas e Sistemas de tratamento
Suporte, locomoção e flutuabilidade
Ciclos Biogeoquímicos
REVISÃO PROVA MENSAL – (2º Bimestre) 7°ANO
HIDROLOGIA.
Os seres procariontes Bactérias e Arqueas.
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
. Algumas bactérias podem ainda apresentar moléculas de material genético independentes do nucleóide, denominados de plasmídeos. Os representantes típicos.
Padrão de potabilidade de água
Carlos Ruberto Fragoso Júnior
MONERA Prof. Dagoberto N. de Avila Biologia 3ª série do Ensino Médio
TRANSFERÊNCIA DE MATÉRIA E ENERGIA
PROCESSOS DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS
Parâmetros de Caracterização da Qualidade das Águas
A POLUIÇÃO DA ÁGUA TRABALHO ELABORADO POR: JOÃO GOMES nº 10
PALESTRANTE: CARLOS MARCIO SOARES ROCHA QUÍMICO INDUSTRIAL
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
Quantidade de água disponível
Principais Parâmetros Abióticos
Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano
EUTROFIZAÇÃO.
Esgotos Planeta Água: poluição
Fotossíntese Professor Heliomar.
Marque a alternativa correta nas seguintes questões:
Fluxo de Energia nos ecossistemas
Microbiologia aplicada ao tratamento de águas residuárias
Micro e Mini Centrais Hidrelétricas “Plantas Aquáticas e Eutrofização” Prof. Nelson Teixeira Jader Picanço Ribeiro Botucatu / 2003.
FUXO DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS
Professora Luana Bacellar
A CRISE DA ÁGUA: EUTROFIZAÇÃO E SUAS CONSEQUÊNCIAS
Professora: Ivaneide Alves de Araujo
Química Ambiental Água Professor: Francisco Frederico P. Arantes.
FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS - FTC CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Disciplina: Saneamento Básico Docente: Eng.ª Kelly Galvão.
Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Biológicas Departamento de Biologia Geral Ecologia Energética BIOENERGÉTICA E ECOFISIOLOGIA.
Zooplâncton Grupo de animais de diferentes categorias sistemáticas, tendo como característica comum a coluna d’água como seu habitat principal. Ao contrário.
PADRÕES DA QUALIDADE DA ÁGUA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS-UFAL ENGENHARIA DE PESCA LIMNOLOGIA
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
CRESCIMENTO MICROBIANO
Sistema de Esgotamento Sanitário e Pluvial
Nutrientes Óleos e graxas.
Daliana Alice Oliveira Hans Braunnier de Aguiar Silva
II FÓRUM DO COMITE RIO DO PEIXE: Tema: Esgotamento Sanitário Impactos ambientais negativos relativos a falta de sistemas de esgotamento sanitário e impactos.
Preservar e Recuperar o Meio Ambiente
 Criado em 1970, nos EUA, pela National Sanitation Foundation. Em 1975 a CETESB começa a adotar.  Desenvolvido para avaliar a qualidade da água bruta,
Compostos de Nitrogênio em Águas
Poluição dos Recursos Hídricos
Transcrição da apresentação:

Microbiologia das Cianobactérias Juliana Calabria de Araujo Juliana Calábria de Araújo

Principais Características Conhecidas como algas verdes-azuis (Cianofíceas); cianoprocariontes; Origem: 3,5 bilhões de anos; Primeiros organismos fototróficos emissores de O2 na Terra, conversão atm de anóxica para óxica. Células procariotas, não apresentam organelas; DNA não está localizado em núcleo definido; Gram negativas Ausência de plastos, rep. Assexuada, parede celular com glicopeptídeos Fotossíntese oxigênica, mas algumas podem crescer em ausência de luz a partir de glicose e outros açúcares Somente clorofila a, ficobilinas (pig. Acessórios):ficocianinas e ficoeritrinas; Substância de reserva semelhante ao glicogênio Vivem ambientes diversos e inóspitos (fontes termais, neve, cinzas vulcânicas, deserto)

Principais Características das Cianobactérias Classe Cyanophyceae, com 150 gêneros , 2.800 espécies Principais gêneros: Synechococcus, Oscillatoria, Nostoc; Espécies unicelulares (Chroococcus); Coloniais (Microcystis) Filamentosas (Anabaena, Planktothrix, Cylindrospermopsis); e filamentosa com ramificações (Fischerella) Produzem cepas tóxicas (cerca de 40 sps.) e não-tóxicas; no Brasil: 20 sps. Tóxicas distribuídas em 14 gêneros; Tamanho: cels. Diâmetro de 0,5- 1um até 40 um (Oscillatoria princeps) Fonte: http://www.waterquality.crc.org.au

Biodiversidade: gêneros com conteúdo homogêneo ou com grânulos

Gêneros e Grupos de Cianobactérias DNA (mol% GC) I. Unicelular: células individuais ou agregados Gloeothece, Gloeobacter,Synechococcus, Cyanothece, Gloeocapsa,Synechocystis, Chamaesiphon, Merismopedia 35-71 II.Pleurocapsaleano: reproduzem-se por pequenas cels. esféricas Dermocarpa,Xenococcus,Dermocarpella,Pleurocapsa,Myxosarcina,Chroococcidiopsis 40-46 III.Oscilatoriano:filamentosas, dividem-se por fissão binária Oscillatoria, Spirulina, Arthrospira, Lyngbya,Microcoleus, Pseudanabaena 40-67 IV.Nostocaleano: filamentosas que produzem heterocistos Anabaena, Nostoc, Calothrix, Nodularia, Cylinodrosperum, Scytonema 38-46 V.Ramificantes, dividem-se formando ramificações Fischerella, Stigonema, Chlorogloeopsis, Hapalosiphon 42-46 Fonte : Madigan et al. (2004), Microbiologia de BROCK

Diversidade Morfológica IV-Filamentosa III-Oscilatoriano IV II IV IV-Nostocaleano II-Pleurocapsaleno I I I-Unicelular

Estratégias Adaptativas Produção de toxinas; Fixação de N2 (- células especiais heterocistos-nitrogenase-N2-NH3-Glutamina); exigem 10x mais Fe que algas Não-fixadoras; ambientes com baixos valores N/P; Flutuabilidade na coluna d´água (aerótopos); existência de vacúolos de gás com acúmulo de carboidratos, > ou < densidade da célula (buscam + ou – luz); Luxury consuption (assimilam mais nutrientes que o necessário, estocam P); Baixa exigência de CO2 e luz (quando o pH é alto, precisam de pouca E p/ processos vitais); mas são capazes de suportar elevada intensidade luminosa;

Estratégias Adaptativas (cont...) Resistem a altos valores de pH (pH 6 a 9), temp. 15 a 30°C e águas com alta [nutrientes] ; Aumento da Temp = estratificação: vantagem para algas com capacidade de migração (cianob.); eliminação de competidores da Z. fótica (diatomáceas afundam); > atividade do zooplâncton = > consumo de outros grupos algais; Pouco eficientes na competição por fosfato (dependem de carga > de P); presença de NH3 (favorece o crescimento- ambientes impactados); NO3 inibe o crescimento; São pouco predadas pelo zooplâncton (pois possuem muita proteína e pouco carboidratos), existência de camada gelatinosa (baixa digestabilidade, célula é dura); São K estrategistas, exigem portanto > tempos de residência da água (> 10 dias)

Cianotoxinas São metabólitos secundários, intracelulares; Função protetora contra herbivoria; São estáveis no escuro (não removidos por fervura) Durante floração:> 90% toxinas nas células Durante a lise celular: > 50% toxinas estão dissolvidas são hepatotóxicas (cilindrospermopsina), neurotóxicas (anatoxina-a e saxitoxina), ou citotóxicas; Anatoxina e cilindrospermopsina podem sofrer degradação fotoquímica; Microcistina sofre lenta degradação fotoquímica e podem ser degradadas por bactérias Não tem estudos de degradação de saxitoxina por bactérias anatoxina-a saxitoxinas cilindrospermopsina

Cianotoxinas Microcistina: hepatotoxina (fígado) peptídeo Principais gêneros com sps. produtoras de microscistinas: Microcystis (aeruginosa e viridis), Anabaena, Anabaenopsis, Aphanizomenon flos-quae, Nostoc, Planktothrix, Sinechocystis, Oscillatoria, Radiocystis.

Cianotoxinas Saxitoxinas (PSP ou TPM-toxina paralisante de Mariscos): Neurotoxina/alcalóides; Gêneros protudores: Anabaena, Aphanizomenon, Cylindrospermopsis, Trichodesmium, Nostoc Anatoxinas: Neurotoxina/alcalóides nitrogenados (TS: 1 a 20 minutos), morte por parada respiratória Gêneros protudores: Anabaena, Aphanizomenon, Plaktothrix Betametil amino alanina (BMAA): Neurotoxina/ amino ácidos Causa desenvolvimento precoce de doença neurodegenerativa semelhante a esclerose amiotrófica lateral/Parkinsonismo Gêneros produtores: Nostoc, Microcystis, Synechocystis, Lyngbya, Anabaena, trichodesmium, Cylindrospermopysis, Nodularia, Aphanizomenon, Calothrix

Cianotoxinas Cilindrospermopsina : Citotoxina/alcalóides sulfatados; Toxina de ação lenta, inibi a síntese protéica; causa lesões no fígado, pulmãos, rins e mucosa gástrica Principais gêneros produtores: Aphanizomenon, Cylindrospermopsis, Umezakia, Raphidiopsis Nodularina: hepatotoxina; identificada em Nodularia spumigena Lipopolissacarídeos (LPS):Dermatotoxina Todas as cianobactérias podem produzir

Toxicidade Comparativa de algumas toxinas naturais e sintéticas (Nobre, 1997)

Cianobactérias e o Meio Ambiente Cianobactérias bentônicas: vivem no fundo de ambientes aquáticos onde há luz e formam massas; Altas taxas fotossintéticas que produzem O2 fazendo com que parte da massa suba à superfície; Cianobactérias bentônicas podem produzir toxinas Causam problemas : -Recreação de contato primário (natação , esqui aquático e mergulho) , -Dessedentação de animais

Cianobactérias e o Meio Ambiente Cianobactérias planctônicas Florações X Eutrofização, Aumento da biomassa de cianobactérias, algas e plantas aquáticas causado pela Eutrofização, que é o excesso de nutrientes (N e P) nos corpos d´água Ocorrência : -Lagos, reservatórios, oceanos (menor ocorrência em rios) Floração de Cylindrospermopsis Floração de Microcystis Fonte: MS. FUNASA, 2003

Eutrofização- Origem dos nutrientes Origem antrópica- diferentes fontes de N e P: PO43- e NO3- Esgotos domésticos, detergentes, sabões, excrementos humanos Efluentes industriais: orgânicos, Efluentes agrícolas: excrementos animais, Escoamento de áreas rurais: fertilizantes, pesticidas; Chuvas: poluição atmosférica

Causas e Consequências da N e P

Estado Trófico dos Lagos Oligotróficos -Baixa produtividade biológica -Alta transparência -Baixa concentração de nutrientes Mesotróficos -situação de transição Eutróficos -Alta produtividade biológica -Baixa transparência -Alta concentração de nutrientes

Estado trófico dos lagos Para investigar o nível de eutrofização da água, Carlson (1977) relacionou os parâmetros: fósforo total, fosfato inorgânico e clorofila-a, com modificações para sistemas tropicais. Estado trófico IET Oligotrófico < 44 Mesotrófico 44-54 Eutrófico 54- 74 Hipereutrófico > 74 FONTE: Limnologia Fluvial, Brigante & Espínndola, 2003

Comparação lago normal x lago eutrofizado

Consequências da Eutrofização Aumento do fitoplâncton e de macrófitas aquáticas- Z.eufótica Diminuição da transparência e da zona eufótica Aumento da respiração por parte das bactérias na zona afótica Morte de organismos sensíveis à redução da conc. de O2 (peixes) Condições anaeróbias no hipolímnio Predomínio de bactérias anaeróbias e facultativas no sedimento (produção de H2S e CH4), tóxicos para peixes e plantas.

Algas encontradas em águas poluídas Phormidium Anabaena Oscillatoria

Cianobactérias e o Meio Ambiente Fatores que influenciam a formação de florações População pré-existente Intensidade luminosa: Tolerância a altas intensidades luminosas (carotenóides) Requerem pouca energia para a manutenção das funções celulares (capazes de crescer em intensidade luminosa mais baixa- águas turvas)

Cianobactérias e o Meio Ambiente Fatores que influenciam a formação de florações Aerótopos: células com densidade menor que a água; Capacidade de controlar sua flutuabilidade, formação de escumas superficiais, coluna d´água

Cianobactérias e o Meio Ambiente Fatores que influenciam a formação de florações Taxa de Crescimento: possuem Taxa de crescimento bem menor que outras algas (> tempo de residência = floração) células com densidade menor que a água; Fósforo e Nitrogênio: -Maior afinidade por P e N que outros organismos fotossintéticos; -capacidade de estocar P – crescimento da biomassa ; -Relação N:P < 10 ; -Capacidade de fixar N2 (presença de heterocistos) ; Estabilidade da população: Não sofrem impactos significativos devido à herbivoria; Presença de acinetos, que são esporos de resistência;

Cianobactérias e o Meio Ambiente Fatores que influenciam a formação de florações Temperatura: Temperatura ótima acima de 25°C, podendo crescer entre 15 e 35° C

Cianobactérias-Consequência das Florações Ambiental: Eliminação de espécies benéficas por competição (luz e nutrientes)- redução da diversidade; mortandade de animais; consumo de OD na água pela elevada respiração e decomposição; bioacumulação das toxinas Floração de Cylindrospermopsis Fonte: MS FUNASA, 2003

Cianobactérias- Problemas de Saúde Pública Cianotoxinas, águas de abastecimento Francis G(1878). “Poisonous Australian lake” Nature 18:11-12 (intoxicação por Nodularia spumigena) ; 1979: Palm Island (Austrália); surto de hepato-enterite; Doença misteriosa de Palm Island; C. raciborskii na água da represa (aplicação de algicidas); Itaparica (1988): 88 mortes em 200 casos; Cylindrospermopsis Fonte: http://www.waterquality.crc.org.au

Cianobactérias- Problemas de Saúde Pública Dados água bruta-COMPESA Caruaru/Pe (1996): “síndrome de Caruaru”; 131 pacientes (116 tiveram perturbações visuais, náuseas e vômitos após o tratamento e desses 76 tiveram falha aguda do fígado, e vieram a óbito ). (10 caso comprovado em seres humanos); presença de microcistinas e cilindrospermopsina (hepatotoxina)(19,5mg/l)no carvão ativado utilizado no sistema de purificação de água da clínica Fonte: Carmichael et al. 2001, Environ. Health perspectives.

Cianobactérias e Saúde Pública Legislação : Portaria MS 518/2004 estabeleceu limites para: Microcistina: 1ug/l (mandatório =OMS); Saxitoxina: 3ug/l (recomendação) Cilindrospermopsina: 15ug/l (recomendação) Res CONAMA 357/2005 Classe 1: 20.000 cel./ml, biovol de 2mm3/L, clorofila 10ug/L Classe 2: 50.000 cel/ml, 5mm3/L, 30ug/L Classe 3: 100.000 cel/ml, 10mm3/L, 60 ug/L; OMS – Níveis de Alerta Vigilância : até 2.000 cel/ml ou 1ug/l de clorofila a; Alerta 1 : até 100.000 cel/ml ou 50ug/l de clorofila a Alerta 2: busca de fontes alternativas; divulgação

Cianobactérias e Padrões de monitoramento Até 10.000 cél/ml (1mm3/L de biovolume): monitoramento mensal no ponto de captação; Acima de 10.000 cel/ml: monitoramento semanal; Acima de 20.000 cél/ml (2mm3/L de biovolume): análise semanal de cianotoxinas na água –saída da ETA e nos hidrômetros de clínicas de hemodiálise e indústrias de injetáveis; Análise pode ser dispensada se não houver comprovação de toxicidade na água bruta por meio de bioensaios semanais em camundongos. Proibição do uso de algicidas (lise celular e liberação de toxinas).

Problemas no Tratamento da água Entupimento de filtros (Anabaena, Oscillatoria); Corrosão (material algal pode servir de substrato para o desenvolvimento de bactérias, corrosão tubos de aço por Planktothrix, e de concreto por Microcystis); Formação de limo; Interferência na floculação e decantação em ETA; Formação de THM (tb são precursoras de THM não apenas as substâncias húmicas) Sabor e Odor (Microcystis: cheiro de capim ou grama, durante a decomposição odor séptico; Anabaena, Aphanizomenon, Lyngbya, Oscillatoria, Phormidium, Schizothrix, Symploca: odor de barro ou mofo) Sabor e odor podem ser usados como sinal de alerta

Estratégias de controle- Preventivas Uso de Algicidas : limitado a baixas populações ou quando houver um manancial alternativo (enquanto as toxinas se degradam); Portaria 518 do MS proíbe a aplicação de algicidas no ponto de captação quando o número de cianobactérias for maior que 20.000 céls./ml) Retirada de Fontes pontuais e difusas de nutrientes Mudança de profundidade de captação; Utilização de aeração/ cortina de ar; Utilização de barreiras flutuantes; Redução do tempo de residência em reservatórios; Sombreamento: utilização de corantes, placas sombreadoras, bolas de isopor; Precipitação química de nutrientes: uso de floculantes (sais de Fe e Al); Biomanipulação: redução do zooplâncton herbívoro (ingere outros grupos algais), redução de peixes que predam o zooplâncton, introdução de macrófitas (competem com o fitoplâncton)

Medidas Corretivas Tratamento da água Floculação → Flotação → Filtro rápido Filtro lento Carvão ativado Ultra-filtração Processos oxidativos (cloração, ozonização): Cl mais eficiente para cilindrospermopsina O tratamento de água deve remover as células viáveis e não promover a sua lise; o ideal é a remoção de células intactas; Tratamento convencional com coagulação pode ser eficiente na retirada de cianobactérias, mas não atua na ração dissolvida (pode interferir na lise celular e na detecção de toxinas); Liberação de toxinas pode ser potencializada por: pré-oxidação, algicidas, pressão de bombeamento, transporte de água bruta em longas adutoras

Estratégias de Controle de Cianobactérias Identificação das cianobactérias presentes em um corpo d´água: ferramenta de gerenciamento da qualidade da água, avaliação direta do tipo de toxina que pode estar presente e ao mesmo tempo indica o tipo de método analítico a ser utilizado Monitoramento ambiental: importante para predizer florações, monitorar seu desenvolvimento para elaboração de planos de contingência, avaliar ações de controle e remediação, análise da qualidade ecológica das águas superficiais.

Referências Bibliográficas Von Sperling, E (2009) Biologia Sanitária e Ambiental (apostila da disciplina do curso de pós-graduação- SMARH); Di Bernardo (1995) Algas e suas influências na Qualidade das águas e nas tecnologias de Tratamento. Rio de Janeiro: ABES, 140p. Madigan, M.T. et al. (2004) Microbiologia de Brock. São Paulo: Prentice Hall, 608p. www.bioalgas.com.br Carmichael, W.W. et al (2001)Human Fatalities from Cyanobacteria: Chemical and Biological evidence for Cyanotoxins. Environmental Health Perspectives,v. 109,663-668 Cianobactérias tóxicas na água para consumo humano na saúde pública e processos de remoção em água para consumo humano. Brasília. Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde. 2003. 56p.