Caetano Cavalcante Filho & Leonardo de Moura Camelo

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Transcrição da apresentação:

Caetano Cavalcante Filho & Leonardo de Moura Camelo Tema 2 O EVANGELHO ABERTO AO MEIO Considerações sobre alguns aspectos do Evangelho de Lucas Caetano Cavalcante Filho & Leonardo de Moura Camelo

O TEMPO DA PROMESSA, ATÉ JOÃO “De ano em ano, o anseio por atos divinos fazia-se mais convulsivo na Palestina. O povo esperava que estivesse para descer do céu o profeta Elias, que deveria completar a unção do Enviado de Deus. Muitos imaginavam este Enviado como um grande guerreiro, que aniquilaria os reinos dos pagãos. Outros acreditavam simplesmente na vitória final do bem sobre o mal, da luz sobre as trevas, da imortalidade sobre a morte. Numa palavra, acreditavam que Deus ‘visitaria seu povo’. “Finalmente, quando tudo parecia já cumprido e acabado, despontou no horizonte escuro da História o fulgor da manhã. No vigésimo ano do reinado de Augusto, na cidade de Nazaré, uma mocinha galileia ouviu alguém dizer: “‘Tu darás à luz um menino e o chamarás de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e JHWH lhe dará o trono de Davi. Ele reinará na casa de Jacó para sempre, e o seu reinado não terá fim’” (MIEN, 1992, p. 42).

O TEMPO DE JESUS “O ensinamento de Jesus é comumente chamado Boa Nova, ou feliz anúncio. Ele mesmo o considerava assim: Besorah, em aramaico, que em grego foi traduzido por Euangelion, isto é, boa notícia, informação alvissareira. “Jesus não trouxe ao mundo uma nova doutrina filosófica, nem um projeto de reformas sociais, tampouco a consciência dos mistérios do além. Jesus transformou pela raiz a própria relação do homem com o Eterno, mostrando abertamente a todos a face de Deus, que antes mal se podia vislumbrar. A boa notícia de que Jesus fala é precisamente desta vocação sublime do homem e da alegria oriunda da união com o Criador” (MIEN, 1992, p. 83).

O TEMPO DA IGREJA Após o envio do Espírito Santo à primeira comunidade, coube ao novo povo de Deus, isto é, à Igreja nascente, continuar a ação de Jesus no mundo. Os discípulos deveriam se esforçar por cumprir fielmente o mandato do Senhor de serem suas “testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra” (cf. At 1, 8b), e assim o fizeram. Essa missão continua ainda nos dias de hoje, e cada fiel, nos diferentes estados de vida, é responsável por auxiliar na implantação do Reino de Deus no mundo, “nos diversos povos e culturas” (STORNIOLO, 1993, p. 9).

I. JESUS, OS POBRES E OS DOENTES Quem são os “pobres” e os “doentes” do Evangelho?

I. JESUS, OS POBRES E OS DOENTES MAGNIFICAT (1, 46-55) POBRES E DOENTES: Este cântico de Maria foi inspirado no cântico de Ana em 1Sm 2, 1-10. Trata-se do socorro aos pobres e pequeninos, em detrimento de ricos e poderosos da época, já que Israel era objeto da graça de Deus desde a promessa feita a Abraão. O autor, então, achou que seria justo colocar este canto em forma de prosa na boca da Mãe do Salvador, Maria.

I. JESUS, OS POBRES E OS DOENTES SIMEÃO E ANA (2, 25-38) Simeão era um homem justo e piedoso a quem já havia sido revelado pelo Espírito Santo que não morreria sem antes ter um encontro com o Salvador. Ana era uma profetisa de idade avançada, que após a virgindade vivera sete anos com o marido, antes de tornar-se viúva e não casar-se mais. A eles foi revelado que o Salvador prometido seria causa tanto de queda quanto de soerguimento para muitos em Israel.

I. JESUS, OS POBRES E OS DOENTES NAZARÉ (6, 17-23) Em dia de sábado, na sinagoga da cidade onde se criou, o Salvador diz em alto e bom tom aos judeus: “O Espírito do Senhor está sobre mim para libertar os pobres e oprimidos e para anunciar a libertação dos presos e a evangelização de todos”.

I. JESUS, OS POBRES E OS DOENTES AS BEM AVENTURANÇAS (6, 20-26) Jesus consola os pobres e humildes, mas também adverte os ricos e poderosos. Em Lucas há quatro bem aventuranças e quatro ameaças, enquanto em Mateus há oito bem aventuranças. Lucas anuncia uma mudança de situações entre esta vida e a futura. Mateus, por sua vez, traça uma vida cristã pautada na promessa de recompensa celeste.

I. JESUS, OS POBRES E OS DOENTES LÁZARO (16, 19-31) Nesta passagem vale a pena ressaltar mais uma vez o acolhimento ao pobre e o alerta ao rico. A Bíblia vai nos dizer que o sepultamento do rico refere-se ao inferno, e afirma que após a morte não há mais possibilidades de encontro, pois haverá “uma distância enorme” (abismo).

I. JESUS, OS POBRES E OS DOENTES OS DEZ LEPROSOS (17, 11-19) Nesta passagem do evangelho, mais uma vez Jesus tem misericórdia dos pobres e os cura, porém vale a pena lembrar que dos dez curados somente o Samaritano volta para agradecer e louvar o Senhor que diz a ele: “Vai em paz a tua fé foi que te curou”.

II. JESUS E OS PECADORES As três parábolas de misericórdia (15, 1-32) Lucas ocupa-se especialmente das parábolas relacionadas à moral pessoal. A ovelha perdida (15, 4-7) e a dracma perdida (15, 8-10): As parábolas são voltadas, respectivamente, às realidades do homem e da mulher (STORNIOLO, 1992, p. 141), semelhante ao que vemos nas parábolas do grão de mostarda e do fermento (BROWN, 1997, p. 356); Unidade rompida (representada pelo 100 e pelo 10); Em Mt, a parábola da ovelha perdida é dirigida aos discípulos. Em Lc, é contada aos fariseus e escribas. “Há mais alegria no Reino dos Céus por um só pecador que se converta e viva...” (vv. 7.10).

II. JESUS E OS PECADORES As três parábolas de misericórdia (15, 1-32) O filho perdido e o filho fiel: “o filho pródigo” (15, 11-32) O pai: Deus que usa de misericórdia com quem se dispõe a retomar seu seguimento; Há participação do homem no plano redentor de Deus, mas nem por isso este perde seu aspecto de gratuidade, demonstrado na generosidade da acolhida do pai, que eleva o filho a uma condição ainda melhor que a anterior, embora ele esperasse o contrário ao retornar (cf. paralelo com Rm 5, 8 – “Deus demonstra seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando éramos ainda pecadores”; e com IJo 4, 10 – “Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele quem nos amou e enviou-nos o seu Filho como vítima de expiação por nossos pecados”). O filho perdido: os pecadores arrependidos, de modo geral. O filho fiel: fariseus que não transgridem a Lei de modo algum.

O fariseu e o publicano (18, 9-14) II. JESUS E OS PECADORES O fariseu e o publicano (18, 9-14) Tema ANTERIOR: oração (parábola da viúva e do juiz iníquo, apresen-tada em 18, 1-8); Nova noção de justificação, reforçando a posição apresentada nas parábolas anteriores, segundo a qual a exterioridade pura e simples, sem verdadeira piedade, é contestada (cf. Mt 6, 1 – “Guardai-vos de fazer vossas boas obras em público”; Mt 23, 28 – “Sois como sepulcros caiados”; Lc 16, 15 – “Deus conhece os corações”); Influência paulina ou simples condenação da prepotência do fariseu? Tema POSTERIOR: a dependência de Deus (ternura de Jesus para com as criancinhas, em 18, 15-17).

Jesus e o “bom ladrão” (23, 39-43) II. JESUS E OS PECADORES Jesus e o “bom ladrão” (23, 39-43) O “mau ladrão” interpela Jesus como Cristo (v. 39), e o “bom ladrão”, indiretamente, como Rei (v. 42); V. 42: “Quando vieres com teu Reino” ou “quando vieres em teu reino” : a generosidade de Jesus supera o que o malfeitor pede (BROWN, p. 368).

Referências Bíblia de Jerusalém: Nova edição revista e ampliada. São Paulo: Paulus, 2002. BROWN, Raymond E. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Paulinas, 2004. MIEN, Aleksandr. Jesus, Mestre de Nazaré: A história que desafiou 2000 anos. 4ª ed. Vargem Grande Paulista: Cidade Nova, 1998. STORNIOLO, Ivo. Como ler o Evangelho de Lucas: Os pobres constroem a nova história. São Paulo: Paulus, 1992. ______. Como ler os Atos dos Apóstolos: O caminho do Evangelho. São Paulo: Paulus, 1993.