SAUDADE Helena Luna
Trago comigo lembranças, trago esperanças fanadas. Trago o tom das madrugadas que floriram desde então. Vamos juntos, de mãos dadas, reler este livro que a Vida pra nós escreveu, apressada, sem perguntar; sim ou não.
Na embriaguez dos sentidos às vezes alguém reconhece quando passo, passo leve, batendo às portas pra entrar.
Ninguém quer abrir, pois têm medo de que eu lhes desvende os segredos, os segredos resguardados, a sete chaves fechados, e o solte vivos no ar.
No meu rosto envelhecido não mais se percebem vestígios da beleza e mocidade que, eu mesma, esqueci de lembrar. Expresso em meu rosto o que sou, expresso em meu rosto a verdade: sou o que sou – a saudade.
Formatado por: Mª Zélia Nicolodi Maio/ 2007 Poema: Helena Luna