DEFINIÇÃO
“Eu te esperei na hora silenciosa... Mas veio só a monotonia da solidão interminável. E havia rosas na luz morna do fim do dia, E minha boca era mais leve do que a luz...
Abro a minha janela para a noite. Estendo os braços e entreabro os lábios Pro beijo que a distância me rouba. Tenho pena das ternuras inúteis...
Meu corpo se alonga sob teus dedos. Teus braços me enlaçam na noite sem vozes... Deixa que caiam pelo meu caminho As espigas maduras da tua ternura. Eu as recolherei...
A distância tinha falas estranhas...
Te busquei numa estrela E nos olhos dos que passavam... Mas andavas perdida Pelas coisas impossíveis...
Se eu fosse um froco de paina Agora o vento me embalaria No meio da noite, Depois me punha pra dormir Nalguma rama generosa...
Gosto das coisas mansas, Das coisas tristes que sabem sorrir.
Dos gestos irremediáveis Que têm a serenidade de folhas mortas que caem. Das vozes que perderam a memória dos soluços...
E são como água de fonte Que ninguém saberá se chora ou ri...”
Poema: Definição, ( anônimo - in “Fragmentos”, Benjunior) Imagem: Windows XP Música: Theme from Bilitis by Franck Pourcel Design & Layout: Benjunior
FIM