PLANEJAMENTO FAMILIAR Giovanna Fonseca
DEFINIÇÃO Assistência especializada ao acesso de recursos que permitam optar livre e conscientemente por ter ou não ter filhos Participação do casal, com livre escolha Não ameaçar a vida
LEGISLAÇÃO 1984: PAISM 1988: Constituição Federal – Responsabilidade do Estado 1996: Lei nº 9.263 – regulamentadora do planejamento familiar
TIPOS Métodos comportamentais: Billings, Tabela, Temperatura, Sintotérmico, Coito interrompido Métodos de barreira: Camisinha masculina e feminina, Diafragma e Espermaticida Dispositivo intra-uterino (DIU) Anticoncepcionais hormonais: orais, injetáveis, transdérmico e intradérmico Métodos cirúrgicos: Laqueadura e Vasectomia
MÉTODOS COMPORTAMENTAIS Billings ou muco cervical Tabela Temperatura basal Sintotérmico Coito interrompido
BILLINGS Chamado: Muco cervical Método: Indica a época do ciclo menstrual em que a mulher pode ficar grávida (período fértil) Ação: Avaliação diária do muco
BILLINGS Ação: Após a menstruação: período seco, que não é fértil, não têm muco Primeiro muco: grosso, opaco (branco ou amarelo), pastoso, e se quebra quando esticado. evitar relações nessa época O muco fértil vai ficando mais fino, líquido, leitoso e escorregadio ao se aproximar da ovulação Aumenta umidade: sinal de fertilidade Período engravidar: clara de ovo cru (transparente e elástico) Indica a ovulação. Daí 4 dias pode ter relação Então muco diminui, torna-se opaco, pegajoso e perde a elasticidade. Período não fértil:vagina seca, ou com muco infértil. Isto indica um período em que não há perigo de gravidez até a menstruação Menstruação
BILLINGS Vantagens: Desvantagens: Sem efeitos colaterais Conhecimento corporal Gratuito Uso conjunto com métodos de barreira Desvantagens: Controle do ciclo Abstinência sexual Se corrimentos, contra-indicar Eficácia de 75% a 85%
TABELA Chamado: Ogino-Knaus, calendário, ritmo Método: Busca encontrar, através de cálculos, o início e o fim do período fértil.
TABELA Vantagens: Desvantagens: Evitar ou alcançar uma gravidez Sem efeitos colaterais físicos Gratuito Auto conhecimento da mulher Retorno imediato da fertilidade Desvantagens: Alta incidência de falha Difícil detectar o período fértil Não protege contra DST/AIDS
TEMPERATURA BASAL Método: Reconhecimento do período fértil, pela temperatura, normalmente aumenta de 0,3 a 0.8º C Ação: Medir temperatura na boca, vagina ou ânus, todos os dias ao acordar, antes de levantar-se, falar ou ingerir alimentos. Anotar em um gráfico e avaliar elevação
TEMPERATURA BASAL Vantagens: Desvantagens: Conhecimento do corpo Auxilia no tratamento da infertilidade Desvantagens: Não previne gravidez e DSTs Disciplina Algumas doenças alteram a temperatura
SINTOTÉRMICO Método: Uso combinado de 3 métodos comportamentais Ação: Alterações do muco cervical, temperatura basal e outros sinais e sintomas que podem acompanhar a ovulação
SINTOTÉRMICO Vantagens: Desvantagens: Método mais fisiológico Pouco eficaz Motivação, rigor nos cálculos Colaboração do casal
COITO INTERROMPIDO Método: retirada do pênis da vagina na iminência da ejaculação. Requer auto- controle masculino
COITO INTERROMPIDO Desvantagens: Pré-ejaculatório pode conter SPTZ que aumenta o índice de falha Não protege contra DST/AIDS Insatisfação sexual Risco de gravidez: acima de 25 gravidezes por 100 mulheres
MÉTODO DE BARREIRA Camisinha masculina Camisinha feminina Diafragma Espermaticida
CAMISINHA MASCULINA Método: revestimento fino, de látex, colocado para revestir o pênis ereto Ação: Evita o caminho do esperma Evita transmissão de infecções e DSTs
CAMISINHA MASCULINA Desvantagens: Vantagens: Disponibilidade antes do início da relação sexual Pode reduzir a sensibilidade do pênis Pode ser difícil manter a ereção Alergia ao látex. Vantagens: Não precisa de supervisão Barato Proteção contra ITG e DSTs O homem participa Eficácia contra a gravidez de até 98 %
CAMISINHA FEMININA Método:Tubo (16 cm x 8 cm) de poliuretano, macio e transparente, que protege canal vaginal, colo do útero e parte da vulva.
CAMISINHA FEMININA Vantagens: Desvantagens: Evitar a gravidez Protege DSTs Autonomia da mulher, Não precisa de supervisão Preferência casal: não aperta o pênis Desvantagens: Alto custo Pouco divulgada Conhecimento para colocação
DIAFRAGMA Método: capa de látex, com 6 tamanhos diferentes, de 60 a 85 mm,macia com aro de metal flexível, colocado pela própria mulher antes da relação. Ação: Impede que os sptz entrem em contato com o útero. Obs.: Maior eficácia junto com espermicida. Deve medir quando: após o parto, aborto, cirurgia ginecológica e diferença corporal de mais de 10 kg
DIAFRAGMA Vantagens: Desvantagens: Qualquer idade Não precisa supervisão Não apresenta efeitos sistêmicos colaterais Proteção contra infecções e DSTs Não interfere no ciclo menstrual Desvantagens: Alta incidência de falha (taxa de gravidez 10-30 por 100 mulheres durante o primeiro ano de uso). Disponibilidade para uso Esperar 7 a 10 minutos após aplicação antes do ato Retirar 8 horas pós coito
ESPERMATICIDA Método: Produtos químicos (p. ex. nonoxinol 9) que inativam ou matam os espermatozóide. Ação: Causa ruptura da membrana celular do espermatozóide, que afeta sua mobilidade e a habilidade de fertilizar o óvulo. Obs.: aerosol em espuma, cremes, pomadas, geléias, supositórios vaginais, tabeletes vaginais
ESPERMATICIDA Vantagens: Desvantagens: Eficaz imediatamente Não precisa supervisão Não apresenta efeitos sistêmicos colaterais Aumenta a lubrificação durante as relações sexuais. Alguma proteção contra infecções e DSTs Desvantagens: Alta incidência de falha: taxa de gravidez 10-30 por 100 mulheres durante o primeiro ano de uso Disponibilidade antes das relações sexuais Esperar 7 a 10 minutos após aplicação antes do ato (tabletes, supositórios) Efetivo somente por 1-2 horas de acordo com a instrução
DISPOSITIVO INTRA-UTERINO (DIU)
DIU Método:Pequena peça de plástico, em polietileno, recoberta de cobre em espiral Ação: O cobre diminui a motilidade dos SPTZ, dificultando acesso ao óvulo e alterando o muco cervical. Obs.: Introduzido, prefrencialmente, no período menstrual Profissional capacitado (médico ou enfermeiro)
DIU Vantagens: Desvantagens: Durabilidade: 5 a 10 anos Pode ser introduzido 60 dias de pós parto. Não exige abstinência sexual Eficácia de 98 % contra a gravidez Desvantagens: Contraindicado em suspeita de gravidez, câncer de colo do útero, malformações uterinas, hemorragias e anemias. Risco de aborto Possibilidade de inflamações Não recomendado em caso de DSTs, pois não protege Exige supervisão
MÉTODOS HORMONAIS DE ANTICONCEPCÃO Orais ou pílulas anticoncepcionais Injetáveis: mensal e trimestral Anticoncepcional vaginal
PÍLULAS ANTICONCEPCIONAIS Método: pílulas com hormônios semelhantes ao da mulher Ação: Impedem a ovulação, usando 1 vez ao dia, na mesma hora, durante 21 dias com intervalos de 7 dias Obs.: Não recomendado Fumantes com mais de 35 anos Diabetes grave Amamentando Menores de 16 anos Doenças cardiovasculares
PÍLULAS ANTICONCEPCIONAIS Vantagens: Regula o ciclo, reduz o fluxo menstrual e cólicas Tratamento de cistos ovarianos Corretamente: eficácia é de 99,1% a 99.7% Não exige abstinência sexual Desvantagens: Motivação e uso diário Esquecimento: aumenta índice de falha Difícil retorno à fertilidade Efeitos colaterais Não protege contra infecções e DSTs
INJETÁVEIS Método: injeções contendo hormônios Ação: Impedem a ovulação e alteram muco cervical através de aplicação, IM profundo, Mensalmente: estrogênios e progesterona Trimestralmente: progesterona com suspensão da menstruação
INJETÁVEIS MENSAIS Indicação: Mulheres que esquecem da pílula oral Doenças psiquiátricas Intolerância gastrintestinal Mulheres com anemia falciforme: previne a anemia e o aparecimento de hemácias anormais
INJETÁVEIS MENSAIS Vantagens: Desvantagens: Alta eficácia Baixo nível de esquecimento Desvantagens: Alterações menstruais: periodicidade e encurtamento dos intervalos Cefaléias, náuseas e irritabilidade
INJETÁVEIS TRIMESTRAIS Ação: Primeira dose administrar até o 7º dia do ciclo. Se a partir do 8º dia, recomenda-se método complementar durante sete dias após a injeção, até que exerça seu efeito contraceptivo supressão do pico de LH, impedindo a maturação folicular e a ovulação muco cervical espesso: hostil aos SPTZ endométrio com menor vascularização Evitar na adolescência: reversibilidade demorada, irregularidade menstrual e ganho de peso de 2, 3 Kg no primeiro ano Indicado para adolescentes com anemia falciforme Suas eficácias são de 99,5% se usada corretamente
ANTICONCEPÇÃO VAGINAL Método: Anéis hormonais introduzidos na vagina Ação: Coloca-se o anel com durabilidade para 21 dias e retira-se durante 7 dias. Indicação: Enjôos com pílulas orais Contra-indicações são as mesmas das pílulas e da camisinha feminina. Eficácia é de 99%. Obs.: Higiene das mãos e vagina Esclarecimento para manipulação
ANTICONCEPÇÃO VAGINAL Vantagens: Fácil utilização Eficaz Desvantagens: Coito após 1 h de colocação Não protege contra infecções e DSTs
PÍLULA DO DIA SEGUINTE Método: pílulas hormonais de levornogestrel Ação: Tomar até 72 h pós coito Impedem ou retardam a ovulação. Provoca desestruturação no endométrio impedindo a nidação Indicação: Ruptura no preservativo Após coito desprotegido Retirada ou rompimento do diafragma Esquecimento da tomada do AO Casos de estupro Expulsão do DIU
PÍPULA DO DIA SEGUINTE Vantagens: Desvantagens: Relação de risco Segunda opção de falha de outros métodos. Desvantagens: Usar em emergência Menstruação atrasa ou adianta Não previne DSTs
IMPLANTES TRANSDÉRMICOS Método: Adesivo cutâneo combinadode progestogênio e estrogênio, liberado de forma contínua (ex. sete dias, embalagens com três unidades) Ação: Liberação contínua através de absorção cutânea
IMPLANTES TRANSDÉRMICOS Vantagens: Esquecimento Melhora da pele Sem pico hormonal Desvantagens: Irritação local Alterações menstruais Cefaléia Náuseas Vômitos
IMPLANTES INTRADÉRMICOS Método: dispositivo em bastonete com progesterona Ação: Liberação hormonal constante pela colocação intradérmica
IMPLANTES INTRADÉRMICOS Vantagens: Alta eficácia Rapidamente eficaz 5 anos de proteção Desvantagens: Não protege infecções e DSTs Risco de infecção
MÉTODO DEFINITIVO Laqueadura Tubária Vasectomia
LAQUEADURA TUBÁRIA Método: Procedimento cirúrgico, de caráter voluntário, para término permanente da fertilidade em mulheres Ação: Bloqueia as trompas de falópio (pela secção, cauterização, anéis ou clips). O espermatozóide é impedido de chegar ao óvulo.
LAQUEADURA TUBÁRIA 2003 2008 31.216 61.847 MS, 2010 Indicação: Mulher com capacidade civil plena e maiores de vinte e cinco anos de idade Com dois filhos vivos Situação de risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado por dois médicos.
LAQUEADURA TUBÁRIA Vantagens: Desvantagens: Eficaz: gravidez 0,2 a 1 por 100 mulheres durante o primeiro ano de uso) Eficaz imediatamente Permanente “Sem efeitos colaterais a longo prazo” Não interfere com as relações sexuais ou função sexual (sem efeito na produção de hormônios pelos ovários). Desvantagens: Arrependimento Riscos cirúrgicos Alto custo inicial Sem proteção para DST/AIDS
LAQUEADURA TUBÁRIA
VASECTOMIA Método: Procedimento cirúrgico que encerra permanentemente a fertilidade em homens Ação: Bloqueio do canal deferente (ducto ejaculatório), impede a presença de espermatozóide na ejaculação Indicação: Mulher não pode usar anticoncepcional Desejo de não ter mais filhos
VASECTOMIA 2001 2009 7.798 34.144 MS, 2010 Corte ou amarradura do canal deferente
VASECTOMIA Vantagens: Desvantagens: Eficaz: gravidez 0,15 a 1 por 100 mulheres durante o primeiro ano de uso Permanente Cirurgia sob anestesia local Menor risco cirúrgico “Sem efeitos colaterais a longo prazo” Não interfere com as relações sexuais ou função sexual (sem efeito na produção de hormônios ou espermatozóides pelos testículos). Desvantagens: Arrepender Requer tempo para efetivar-se (até 20 ejaculações) Riscos pequena cirurgia Dor/desconforto Sem proteção para DST/AIDS