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PublicouMafalda de Miranda Fonseca Alterado mais de 9 anos atrás
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MODERNISMO BRASILEIRO Adriana Leite Mário de Andrade/ Oswald de Andrade/ Manuel Bandeira A Tríade maior da Primeira Fase Modernista
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Oswald de Andrade (1890-1954) ►Debochado, irônico, crítico pronto para satirizar os meios acadêmicos ou a própria burguesia, classe de que se originava. ►Seu conceito de nacionalismo diverge dos românticos (idealistas), e do Verde-Amarelismo (Ufanista). ► Pregava a ruptura com a gramática normativa.
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VERSO LIVRE SIMPLICIDADE POÉTICA ►O Verso livre, o tom de prosa, a simplicidade da linguagem e a extrema condensação, ou síntese, são os principais elementos de modernidade. ►Defendia a valorização de nossas origens, de nosso passado histórico-cultural, mas de forma crítica, isto é, recuperando, parodiando, e atualizando nossa história de colonização.
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Risco Um poema livre da gramática, do som das palavras livre de traços Um poema nascido nas esquinas nos muros com palavras pobres com palavras podres e que de tão livre traga em si a decisão de ser escrito ou não
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A POESIA PAU BRASIL A REDESCOBERTA DO BRASIL Oswald de Andrade, numa viagem à Paris, do alto de um atelier (Place Clichy) – umbigo do mundo – descobriu, deslumbrado, a sua própria terra. A volta à pátria confirmou, no encantamento das descobertas manuelinas, a revelação surpreendente de que o Brasil existia. Esse fato, de que alguns já desconfiavam, abriu os olhos à visão radiosa de um mundo novo, inexplorado e misterioso. Estava criada a poesia Pau Brasil.
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Falação O cabralismo. A civilização dos donatários. A Querencia e a Exportação. O Carnaval. O Sertão e a Favela. Pau-Brasil. Bárbaro e nosso.
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OS OBJETIVOS DO PAU-BRASIL “O primitivismo que na França aparecia como exotismo, era para nós, primitivismo mesmo. Pensei, então, em fazer uma poesia de exportação e não de importação, baseada em nossa ambiência geográfica, histórica e social.Como o Pau- Brasil foi a primeira riqueza brasileira exportada, denominei o movimento de Pau-Brasil.” Oswald de Andrade.
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OS OBJETIVOS DO PAU-BRASIL ►Com o movimento Pau- Brasil,Oswald de Andrade valoriza a raiz primitivista da cultura brasileira, ao mesmo tempo em que exaltava o progresso, o contemporâneo; combate a linguagem retórica e vazia. Assim, é um movimento no qual convivem dialeticamente o primitivo e o moderno, o nacional e o cosmopolita.
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A transação O fazendeiro criara filhos Escravos escravas Nos terreiros de pitangas e jaboticabas Mas um dia trocou O ouro da carne preta e musculosa As gabirobas e os coqueiros Os monjolos e os bois Por terras imaginárias Onde nasceria a lavoura verde do café. Oswald de Andrade.
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ABAPORU & ANTROPOFAGIA ►Com o movimento antropofágico, Oswald de Andrade propõe que o Brasil devorasse a cultura estrangeira e criasse uma cultura revolucionária própria. Em sua concepção, o artista deveria renovar-se constantemente e o contato com a arte estrangeira exigia uma adaptação de suas influências à realidade nacional.
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A Família- Tarsila do Amaral O gramático Os negros discutiam Que o cavalo sipantou Mas o que mais sabia Disse que era Sipantarrou
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A CRÍTICA SOCIAL OSWALDIANA Verbo crackar Eu empobreço de repente Tu enriqueces por minha causa Ele azula para o sertão Nós entramos em concordata Vós protestais por preferência Eles escafedem a massa. Sê pirata Sede trouxas Abrindo o pala Pessoal sarado Oxalá eu tivesse sabido Que esse verbo era irregular
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MÁRIO DE ANDRADE (1893-1945) ►Incorporação de pesquisa sobre o folclore, lendas, cultura, linguagem brasileira à literatura. ►Nacionalismo Crítico. ►Valorização da linguagem coloquial, indígena, africana, verso livre. ►Associação de imagens e sentimentos resultou nas meditações poéticas registrando a experiência imediata sobre o passeio, espetáculo, paisagem, vida, pátria e a própria identidade. ►Destaque Para: Macunaíma/Pauliceia Desvairada.
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PAULICÉA DESVAIRADA (1922) ►Expõe os projetos vanguardistas do poeta:poesia urbana, sintética, antiromântica, fragmentária. ►Retrata a São Paulo cosmopolita, egoísta, burguesa, contraditória (luxo x miséria/ industrializada x atraso). ►É um canto de amor a São Paulo, cidade descrita como sofisticada e ao mesmo tempo provinciana. ►O olhar crítico do escritor revela a autenticidade de que expressa sentimento mas não se aliena em torno do mesmo.
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SÃO PAULO: A PAULICÉA DESVAIRADA Inspiração São Paulo! Comoção de minha vida... Os meus amores são flores feitas de original!... Arlequinal!... Trajes de losangos... Cinza e ouro... Luz e bruma... Forno e inverno morno... Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes... Perfumes de Paris... Arys! Bofetadas líricas no trianon... Algodoal!... São Paulo ! comoção de minha vida... Galicismo a berrar nos desertos da América!
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MACUNAÍMA: HERÓI SEM NENHUM CARÁTER ►Publicado em 1928. ►Renovação do herói brasileiro. ►Mistura de lendas, costumes de todas as regiões brasileiras. ►Personagem transformada ao longo da narrativa, assumindo as feições das diferentes etnias que deram origem ao povo brasileiro: índio, negro, europeu. ►A mitologia indígena se funde com a piada, brincadeira, malandragem nacional que definem o protagonista como “o herói sem nenhum caráter”.
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MACUNAÍMA - ) ENREDO Macunaíma vive às margens do rio Uraricoera em meio à tribo (Tapanhumas) em que nasceu. Com a morte da mulher (Ci, a mãe do mato, transformada em estrela), o herói perde a muiraquitã (amuleto mágico dado por Ci) e parte para São Paulo, pois sabia que o amuleto estava nas mãos de Venceslau Pietro Pietra (Giagante Piamã), mascate morador da cidade paulistana.
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MACUNAÍMA – O ENREDO Acompanhado dos irmãos Jiguê e Maanape, Macunaíma deixa a mata, no caminho, lavam-se em águas mágicas e passam por transformações (Macunaíma fica loiro de olhos azuis, Jiguê da cor bronze novo e Maanape negro com a palma da mão e as pontas dos pés rosados). Após derrotar o Gigante Piamã e recuperar o amuleto, Macunaíma volta para o Amazonas e acaba se transformando na constelação da ursa maior.
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MACUNAÍMA POR UM BRASIL BRASILEIRO Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida. As casas espiam os homens que correm atrás de mulheres. A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos.
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O bonde passa cheio de pernas: pernas brancas pretas amarelas. Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração. Porém meus olhos não perguntam nada.
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MANUEL BANDEIRA (1886-1968) ► Foi responsável pela divulgação e solidificação do modernismo no Brasil. ►Seus poemas registram lirismo poético quase abandonado na 1ª fase moderna. ►A criação poética é direcionada para os temas universais (homem, existência, a angústia, tristeza, solidão, temporalidade, morte etc); e não somente nacionais (predominantes na 1ª Fase Modernista).
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LIRISMO ENTRE VIDA & POESIA ►Emoção, sentimento (lirismo), sem o excesso romântico, fluem numa poesia tocante, afetuosa, saudosista de um tempo (infância), lugar (Recife), pessoas (família) arrastados pelas mudanças impostas pela vida. ►Poesia de caráter autobiográfico, representou uma saída para Manoel Bandeira vitimado pela tuberculose, motivo da não realização de um de seus sonhos: formação em arquitetura. ►Sem ser necessariamente narrativos, seus poemas refletem a experiência vivida numa criação literária reflexiva sobre a paixão pela vida, morte, erotismo, cotidiano, infância, Recife, família, solidão, pessimismo, amor.
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AS TRÊS FASES NA OBRA POÉTICA DE MANUEL BANDEIRA ►Pós-simbolista: marcada pelo espírito decadentista, musicalidade formal, exemplificada nas obras: Cinza das Horas, Carnaval e Rítmo Dissoluto. ►Modernismo: apresenta coloquialismo, versos livres, o antipoético, poetização do cotidiano. ►Pós-Modernista: formas poéticas tradicionais coexistem com versos livres, rimas e versos Brancos. Formas populares como o Rondó (Pequena composição poética de forma fixa). Preocupação com o exercício da liberdade, a forma adequada ao espírito das emoções que transborda.
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A LIBERTINAGEM DE MANUEL BANDEIRA "Libertinagem contém os poemas que escrevi de 1924 a 1930 - os anos de maior força e calor do movimento modernista. Não admira pois que seja entre os meus livros o que está mais dentro da técnica e da estética do modernismo". Manuel Bandeira
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A LIBERTINAGEM POÉTICA ►Publicada em 1930, Libertinagem é composta por 38 poemas. Apresenta características da 1ª fase modernista: humor, versos livres e brancos, linguagem coloquial, cotidiano; ► Importante no estilo de Bandeira, a simplicidade, faz-se presente em todos os poemas. ►A simplicidade é responsável pelo refinamento dos poemas - abordar o simples é que é difícil - e chega ao primarismo sentimental, sem resvalar na vulgaridade ou no pieguismo.
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Epígrafe Sou bem nascido. Menino, Fui, como os demais, feliz. Depois, veio o mau destino E fez de mim o que quis. Veio o mau gênio da vida, Rompeu em meu coração, Levou tudo de vencida, Rugiu como um furacão, Turbou, partiu, abateu, Queimou sem razão nem dó - Ah, que dor! Magoado e só, - Só! - meu coração ardeu. Ardeu em gritos dementes Na sua paixão sombria... E dessas horas ardentes Ficou esta cinza fria. - Esta pouca cinza fria.
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Pneumotórax Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos. A vida inteira que podia ter sido e que não foi. Tosse, tosse, tosse. Mandou chamar o médico: - Diga trinta e três. - Trinta e três... trinta e três... trinta e três... - Respire. - O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado. - Então, doutor, não é possível tentar Pneumotórax? - Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
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Profundamente Quando ontem adormeci Na noite de São João Havia alegria e rumor Estrondos de bombas luzes de Bengala Vozes, cantigas e risos Ao pé das fogueiras acesas. No meio da noite despertei Não ouvi mais vozes nem risos Apenas balões Passavam, errante
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Silenciosamente Apenas de vez em quando O ruído de um bonde Cortava o silêncio Como um túnel. Onde estavam os que há pouco Dançavam Cantavam E riam Ao pé das fogueiras acesas? — Estavam todos dormindo Estavam todos deitados Dormindo Profundamente.
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Quando eu tinha seis anos Não pude ver o fim da festa de São João Porque adormeci Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo Minha avó Meu avô Totônio Rodrigues Tomásia Rosa Onde estão todos eles? — Estão todos dormindo Estão todos deitados Dormindo Profundamente. Manuel Bandeira.
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A METALINGUAGEM Desencanto Eu faço versos como quem chora De desalento... de desencanto... Fecha o meu livro, se por agora Não tens motivo nenhum de pranto. Meu verso é sangue. Volúpia ardente... Tristeza esparsa... remorso vão... Dói-me nas veias. Amargo e quente, Cai, gota a gota, do coração. E nestes versos de angústia rouca, Assim dos lábios a vida corre, Deixando um acre sabor na boca. - Eu faço versos como quem morre. Manuel Bandeira.
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