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Exegese do Antigo Testamento Primeiro Semestre de 2009 Prof. Pr. Gênesis.

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1 Exegese do Antigo Testamento Primeiro Semestre de 2009 Prof. Pr. Gênesis

2 Exegese: Definição e conceito Comentário ou dissertação para esclarecimento ou minuciosa interpretação de um texto ou de uma palavra [aplica-se de modo especial em relação à Bíblia...]. Ferreira, Dicionário Aurélio Do grego: exegesis

3 “Uma exegese é um estudo analítico completo de uma passagem bíblica, feito de tal forma que se chega à sua interpretação útil. A exegese é uma tarefa teológica mas não mística. Existem certas regras básicas e padrões sobre como fazê-la”. Stuart.

4 A exegese abrange diversas áreas de conhecimento. Muito embora não se tenha domínio amplo sobre as mesmas, será sempre necessário recorrer a elas para sua realização de modo satisfatório, isto é, numa pesquisa exegética você terá de transitar pela lingüística, filologia, teologia, história, crítica textual, e outras.

5 Tendo isto em mente vamos passar panoramicamente pela definição de vários termos relacionados ao método exegético. Nesta abordagem tomamos por base um artigo escrito pelo Dr. Osvaldo Luiz Ribeiro, professor no nosso curso de mestrado livre em teologia. O seu artigo é desenvolvido sob a “ótica da exegese histórico-social do Antigo Testamento, com base na prática exegética. Para definições dos termos sob outras abordagens faz-se necessário consultar os manuais correspondentes”.

6 São quatro os aspectos fundamentais as serem considerados no trabalho exegético, quais sejam: o método, as ferramentas, os procedimentos e transdisciplinaridade. 1.MÉTODOS DE PRETENSÃO EXEGÉTICA MÉTODO HISTÓRICO-CRÍTICO: método exegético desenvolvido na Alemanha desde o século XVII, cuja principal característica é a pesquisa histórica de caráter crítico. Está ligado, na origem, também àquele que é considerado (por alguns) o pai da história moderna – Richard Simon.

7 Trata-se basicamente de um conjunto de ferramentas técnico-metodológico-críticas (naturalmente, não isentas de pressupostos hermenêuticos), cujo propósito seria o de reconstituir o "pronunciamento" original do "autor" do "texto" sob análise, para o que se demanda a crítica histórica.

8 MÉTODO HISTÓRICO-SOCIAL: desenvolvimento crítico do método histórico-crítico com o suporte das ciências sociais. Suas abordagens tornaram-se sistemáticas a partir da década de 70, e está de certa forma ligado às transformações da própria pesquisa histórica no século XX, desde a Escola dos Anais de 1929, até a Nova História, mais recente.

9 Usa as mesmas ferramentas que o método histórico-crítico, mas seu foco não está nas narrativas, mas a sociedade por trás das narrativas – daí a necessidade sentida das abordagens sociológicas e antropológicas contemporâneas do método. Está interessado na função que os textos tinham em seu contexto histórico-social de origem, bem como nas circunstâncias sempre histórico- sociais que determinaram as alterações que esses textos sofreram no decurso do tempo.

10 MÉTODO HISTÓRICO-GRAMATICAL: método “exegético” que propõe aproximação à narrativa bíblica a partir de seu pronunciamento tomado como descrição histórica – a narrativa é tomada como histórica, desde que não haja indicativo expresso do contrário.

11 O método histórico-gramatical, dado o seu assentamento em comunidades de pressuposição exegética confessional, submete-se a desdobramentos tipológicos e alegóricos que chegam a superar a abordagem histórica da narrativa. Por tratar-se de confessionalidade de base cristã, a chave tipológica e alegórica do método é cristológica.

12 MÉTODO ESTRUTURALISTA: método derivado da escola francesa, hoje bastante difundido nos Estados Unidos da América, e recebendo alguma importância na Alemanha (nos grupos de exegetas desiludidos com o método histórico-crítico e ainda não definitivamente animados como o método histórico- social), baseia-se teórico-metodologicamente na teoria literária da intentio operis – a obra, em si mesma como sede do sentido da narrativa.

13 2.FERRAMENTAS EXEGÉTICAS CRÍTICA TEXTUAL: ferramenta exegética cujo objetivo é a tentativa de reconstituição da narrativa original – consoantes, vocalização, palavras, versos, perícopes. Seu foco está na forma da narrativa, e não no sentido. Seu trabalho consiste em vários procedimentos: 1) na comparação entre diversos manuscritos da mesma narrativa; 2) na comparação entre manuscritos e antigas traduções da narrativa; 3) na análise interna da própria narrativa; 4) na análise de citações da narrativa em outros textos antigos, bíblicos ou não.

14 CRÍTICA LITERÁRIA: ferramenta exegética que possui diferentes definições, dependendo do contexto exegético onde seja definida. Se considerada em separado da crítica histórica, então consistiria numa tentativa de determinar a composição do texto. Julgo conveniente não distinguir crítica literária de crítica histórica. Nesse caso a crítica literária teria a função de tentar responder a algumas importantes questões:

15 1) quem escreveu o texto? 2) quando o texto foi escrito? 3) onde o texto foi escrito? 4) para quem o texto foi escrito? 5) por que o texto foi escrito? 6) para que o texto foi escrito? 7) a partir de que o texto foi escrito? 8) como o texto era usado? Uma vez que o texto consiste num instrumento de intervenção social utilizado num fenômeno de intervenção social, a tentativa de tentar responder a cada uma das questões intrínsecas à ferramenta, isolando-a, resulta na descaracterização do caráter histórico-social da função do texto.

16 O sentido de texto deve ser tomado a partir de sua intencionalidade original, e as perguntas metodológicas – quem? quando? onde? para quem? por quê? para quê? a partir de quê? como? – constituem uma rede inter-relacionada de sentido. Portanto, se operacionalmente é possível focalizar cada pergunta metodológica, o esforço para respondê-las deve estar integrado a uma só perspectiva – a reconstrução do evento histórico-social determinante da produção do texto. A crítica literária quer descrever e explicar a redação de um texto unitário.

17 CRÍTICA DA REDAÇÃO: ferramenta exegética que tenta reconstituir todos os momentos histórico-sociais de intervenção numa narrativa. Operacionalmente constitui uma série de movimentos metodologicamente semelhantes à crítica literária, cabendo-lhe fazer à cada nível redacional da narrativa as mesmas perguntas metodológicas cabíveis àquela ferramenta. A crítica interna da narrativa é o fator determinante para a pressuposição da hipótese de a narrativa ter sofrido intervenções no tempo.

18 Pressuposta a hipótese, a narrativa passa a ter não apenas um “autor”, mas tantos quantos tenham intervindo nela. Por exemplo, um texto x é escrito por um autor a numa época y; numa outra época, w, um outro autor, b, acrescenta palavra, palavras, frase e/ou frases àquela narrativa de que se constituía o texto x – pois bem: a e b são tratados sob a rubrica autor pela crítica da redação, cabendo a cada momento histórico-social que representam uma aproximação metodológica com base naquelas perguntas: quem, quando, onde, para quem, por que, para que, a partir de que e como.

19 Outro exemplo: um autor a escreve um texto x numa época y; um autor b escreve numa época w outro texto independente, z; em outra época ainda, uma terceira pessoa une os textos x e z numa nova narrativa xz, acrescentando (ou não) glosas e correções harmônicas. Nesse caso, quantos “autores” o texto xz tem? Na forma final, três. Quantas narrativas contém o texto xz? Também três – o primeiro independente; o segundo também independente; e o terceiro, a união dos dois primeiros. A crítica da redação quer descrever e explicar a história da redação de um texto compósito.

20 CRÍTICA DA TRADIÇÃO: ferramenta que tenta recuperar a história das palavras, dos conceitos e dos temas constantes de uma narrativa. A partir da pergunta metodológica a partir de que o texto foi escrito (crítica literária ou crítica da redação), a crítica da tradição pretende tentar recuperar a fonte traditiva da narrativa como um todo e/ou de seus temas constitutivos. Trata-se de uma forma de tentar resgatar o sentido histórico de um termo a partir da herança semântica de sua história na cultura.

21 CRÍTICA DOS EFEITOS: ferramenta exegética que tem por objetivo reconstituir a história dos efeitos de uma narrativa – a história da interpretação dessa narrativa. Uma vez que a metodologia histórico-social é eminentemente crítica em sua abordagem, constituindo- se muitas vezes em revisão do sentido como uma determinada narrativa é lida, é tarefa da crítica dos efeitos demonstrar que o sentido que até então era aplicado à narrativa deriva não da intencionalidade original do texto, mas de processos de releitura. Para o fazer, a crítica dos efeitos deve descrever e explicar o momento histórico- social em que se processo a releitura da narrativa, cujo sentido diverge da intencionalidade original descrita e explicada pela crítica literária ou pela crítica da redação.

22 3.PROCEDIMENTOS OPERACIOANAIS LEVANTAMENTO SEMÂNTICO-FENOMENOLÓGICO: trata-se do levantamento de todas as ocorrências de uma determinada raiz na Bíblia Hebraica, seguido de uma tentativa de reconstituição do sentido histórico- social do termo. À luz do conjunto fenomenológico das ocorrências, e a partir da perspectiva da crítica da tradição, tenta-se determinar o mais precisamente possível o sentido original de um determinado termo em uma determinada passagem do texto.

23 ANÁLISE DO DISCURSO: trata-se da postura hermenêutica atenta às intencionalidades antropológico-políticas de uma narrativa. Uma vez que o texto é tomado como instrumento de intervenção social, sua leitura deve considerar cada palavra à luz da intencionalidade de fundo – pressuposta e testada na leitura. Cabe à análise do discurso concentrar-se em ruídos da narrativa – ênfases, estrutura sintática, termos característicos, juízos de valor, idiossincrasias gramático-sintáticas e quaisquer evidências que permitam deduzir a intencionalidade antropológico-política da narrativa.

24 Mais do que em qualquer outro procedimento, a análise do discurso deve levar a sério a pressuposição teórico-metodológica de que textos veterotestamentários pretendem muito mais “fazer com que se faça, dizendo” do que efetivamente “dizer”. A análise do discurso tem por objetivo, portanto, tentar recuperar qual o objetivo original do texto – o que originalmente o texto queria que se fizesse (ou que não se fizesse), constituindo procedimento fundamental da crítica literária.

25 4.ABORDAGENS TRANSDISCIPLINARES A metodologia exegética impõe a necessidade de abordagem transdisciplinar dada a caracterização de texto como instrumento de intervenção social. Abordagem transdisciplinar não significa abordagem em cooperação – exegetas fazendo seu trabalho com ajuda de historiadores, sociólogos, antropólogos, cientistas da religião, etc. É também isso, quando o nível da pesquisa exige aprofundamento na especialidade de uma determinada disciplina, como arqueologia, por exemplo.

26 Contudo, falar de abordagem transdisciplinar é falar de uma perspectiva exegética que reconheça e adote as perspectivas de abordagem das disciplinas relacionadas. Um exegeta deve olhar para seu objeto de estudo – o texto à luz de sua caracterização como instrumento de intervenção histórico-social – também com o olhar de um historiador, de um sociólogo, de um antropólogo, de um fenomenólogo da religião.

27 Não se trata de ser historiador, mas de levar em conta a sua perspectiva; não se trata de fazer fenomenologia da religião, mas de considerar os pressupostos da fenomenologia da religião na abordagem exegética.


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