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PublicouAfonso Madureira Machado Alterado mais de 8 anos atrás
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Aulas Multimídias – Santa Cecília Profª Marjory
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O DOMÍNIO DA FORMA SOBRE O CONTEÚDO
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MARCO INICIAL – Publicação do livro “Fanfarras”, de Teófilo Dias, em 1882. CARACTERÍSTICAS: Racionalismo; objetividade Busca da perfeição formal (vocabulário erudito; metrificação perfeita; rima rica e rima preciosa) Concepção de “Arte pela Arte”, ou seja, o artista não tem nenhum compromisso com os problemas sociais, e sim com a beleza, a estética. Referência a elementos sólidos que denotam luxo, riqueza (ouro, prata, rubi, porcelana, mármore, cristal etc.) Comparação do trabalho do poeta com o de um joalheiro ou um artesão.
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Aproximação com a escultura. Influência da cultura clássica (Grécia e Roma). O próprio termo Parnasianismo origina-se do monte Parnaso, que, segundo a mitologia grega, era a morada do deus Apolo e suas musas. Uso do soneto com “chave de ouro”. Descritivismo.
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PRINCIPAIS POETAS (a Tríade Parnasiana)
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Considerado o mais parnasiano dos poetas formadores da tríade, nunca se distanciou das características que definiram o movimento. São dele os poemas descritivos mais conhecidos (Vaso Chinês, O Muro).
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O MURO (Alberto de Oliveira) É um velho paredão, todo gretado, Roto e negro, a que o tempo uma oferenda Deixou num cacto em flor ensangüentado E num pouco de musgo em cada fenda. Serve há muito de encerro a uma vivenda; Protegê-la e guardá-la é seu cuidado; Talvez consigo esta missão compreenda, Sempre em seu posto, firme e alevantado. Horas mortas, a lua o véu desata, E em cheio brilha; a solidão se estrela Toda de um vago cintilar de prata; E o velho muro, alta a parede nua, Olha em redor, espreita a sombra, e vela, Entre os beijos e lágrimas da lua.
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VASO CHINÊS (Alberto de Oliveira) Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, Casualmente, uma vez, de um perfumado Contador sobre o mármor luzidio, Entre um leque e o começo de um bordado. Fino artista chinês, enamorado, Nele pusera o coração doentio Em rubras flores de um sutil lavrado, Na tinta ardente, de um calor sombrio. Mas talvez por contraste à desventura, Quem o sabe?...de um velho mandarim Também lá estava a singular figura; Que arte em pintá-la! a gente acaso vendo-a, Sentia um não sei quê com aquele chim De olhos cortados à feição de amêndoa.
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Foi o mais conhecido dos parnasianos, autor do poema “Profissão de Fé”, que traça um perfil completo da estática parnasiana. Em alguns de seus poemas, é possível perceber certo sentimentalismo ou nacionalismo, o que lembra a estética romântica.
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Profissão de Fé (Olavo Bilac) Invejo o ourives quando escrevo: Imito o amor Com que ele, em ouro, o alto-relevo Faz de uma flor Imito-o. E, pois, nem de Carrara A pedra firo: O alvo cristal, a pedra rara, O ônix prefiro. Por isso corre por servir-me, Sobre o papel A pena, como em prata firme Corre o cinzel. Corre, desenha, enfeita a imagem, A ideia veste: Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem Azul-celeste. Torce, aprimora, alteia, lima A frase; e, enfim, No verso de ouro engasta a rima, Como um rubim. Quero a estrofe cristalina, Dobrada ao jeito Do ourives, saia da oficina Sem um defeito. (...) E horas sem conto passo, mudo, O olhar atento, A trabalhar, longe de tudo, O pensamento. Porque o escrever – tanta perícia, Tanta requer, Que ofício tal... nem há notícia De outro qualquer. Assim procedo. Minha pena Segue esta norma, Por te servir, Deusa serena, Serena forma.
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VIA LÁCTEA (Olavo Bilac) “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda a noite, enquanto A Via Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do Sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: “Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?” E eu vos direi: “Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
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Dos três parnasianos, Raimundo Correia é o que mais se aproximou de uma profundidade filosófica em sua poesia. Muitos de seus poemas são marcados por um pessimismo que lembra a filosofia de Arthur Schopenhauer.
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AS POMBAS (Raimundo Correia) Vai-se a primeira pomba despertada... Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sangüínea e fresca a madrugada E à tarde, quando a rígida nortada Sopra, aos pombais, de novo, elas, serenas Ruflando as asas, sacudindo as penas, Voltam todas em bando e em revoada... Também dos corações onde abotoam, Os sonhos, um por um, céleres voam Como voam as pombas dos pombais; No azul da adolescência as asas soltam, Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam E eles aos corações não voltam mais...
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MAL SECRETO (Raimundo Correia) Se a cólera que espuma, a dor que mora N'alma e destrói cada ilusão que nasce; Tudo o que punge, tudo o que devora O coração, no rosto se estampasse; Se se pudesse o espírito que chora Ver através da máscara da face, Quanta gente talvez que inveja agora Nos causa, então piedade nos causasse! Quanta gente que ri, talvez consigo Guarda um atroz, recôndito inimigo, Como invisível chaga cancerosa! Quanta gente que ri, talvez, existe Cuja ventura única consiste Em parecer aos outros venturosa!
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