A apresentação está carregando. Por favor, espere

A apresentação está carregando. Por favor, espere

ESAÚ E JACÓ RESUMO.

Apresentações semelhantes


Apresentação em tema: "ESAÚ E JACÓ RESUMO."— Transcrição da apresentação:

1 ESAÚ E JACÓ RESUMO

2

3 Estrutura Esaú E Jacó

4 RESUMO Natividade, está grávida de gêmeos e seus filhos brigam desde o ventre materno. A história começa com a visita de Natividade e sua irmã, Perpétua, a uma cabocla do Morro do Castelo. A futura mãe queria conhecer o destino dos filhos gêmeos, Pedro e Paulo. A previsão da cabocla é animadora: “serão grandes”. Isso, porém, não é suficiente para desfazer a inquietação de Natividade, que se preocupa com as possíveis brigas dos irmãos ainda no ventre.  

5 RESUMO Ao chegar em casa, a mulher relata as previsões a Santos, seu marido. O homem fica feliz, mas resolve procurar o amigo e mestre espírita Plácido para saber sobre as brigas. O amigo o tranquiliza, afirmando os meninos seriam grandes homens e por isso brigavam antes mesmo do nascimento. 

6 RESUMO Pedro e Paulo crescem idênticos fisicamente, mas completamente diferentes na personalidade. Paulo, republicano, ingressa na faculdade de Direito, e Pedro, monarquista, cursa Medicina. Ambos encantam-se por Flora, filha do político oportunista Batista e de D.ª Cláudia. Com a nomeação de Batista para presidente de uma província do norte, a jovem, dividida entre os gêmeos, desespera-se, sem querer deixar o Rio. Com a Proclamação da República, a moça acaba permanecendo na cidade. No entanto, ainda indecisa, resolve ir para a casa da Rita, irmã do Conselheiro Aires, e assim ter mais tempo para escolher um dos irmãos. Antes de decidir, a jovem adoece e morre. Os irmãos sofrem, mas logo dão curso às suas carreiras. 

7 RESUMO Os dois se enfrentam na vida política como deputados em lados opostos no parlamento. Com a morte de Natividade, atendendo a seu último pedido, cessam os desentendimentos. A paz dura pouco, logo os irmãos voltam a trocar farpas e terminam separados.

8 Ação O núcleo central do romance gira em torno da rivalidade entre os dois gêmeos, sendo de fundamental importância aqui também a presença de Flora. Pedro e Paulo, os gêmeos, filhos de Natividade e Santos, nascem sob o signo de uma profecia: seriam rivais na vida, mas estavam fadados à grandeza: “cousas futuras” - como previu a cabocla do Castelo. Nascem e crescem sob o signo da rivalidade, tal como Esaú e Jacó ou os apóstolos Pedro e Paulo. E por ironia do destino, amam a mesma mulher, Flora, filha do Batista e de D. Cláudia. Flora, a eleita dos dois, que também os ama a ambos, acaba morrendo, como solução para o intrincado impasse. Pedro e Paulo, depois de formados - médico e advogado, respectivamente, chegam às “cousas futuras”: tornam-se deputados.

9 Ação No romance, é marcante a figura do Conselheiro Aires, pai espiritual dos gêmeos. Sua presença acaba por ofuscar as demais, passando de personagem secundária a principal, “ocupando o centro de toda a narrativa”, como salienta Massaud Moisés. O drama central do livro é um triângulo, onde os gêmeos assumem posições opostas e buscam a mesma mulher (Flora), que tenta uni-los, assentada no seu trono etéreo, inatingível. Entre eles se põe o Aires, que ocupa o centro do triângulo e do livro, como guia e pai espiritual dos três.

10 Lugar A história se desenvolve na cidade do Rio de Janeiro, com diversas referências a localidades ainda hoje existentes, como o Morro do Castelo (hoje Esplanada do Castelo), Botafogo, Andaraí e outras. Mais no fim do romance, a ação se desloca, durante algum tempo, para Petrópolis.

11 Tempo Embora Machado seja mestre no tempo psicológico, aqui a sequência dos fatos se revela essencialmente cronológica; inicia-se com a previsão da cabocla do Castelo, em 1871, indo até os primeiros anos da República (1889). Muitos fatos políticos que se situam nesse espaço de tempo merecem referências, como é o caso da Proclamação da República, que ocupa mais de dois capítulos do livro.

12 PERSONAGENS Com exceção do Conselheiro Aires, todas as personagens de Esaú e Jacó são fracas e estão muito longe da complexidade humana das grandes personagens machadianas. Todas elas, com exceção do Aires, podem ser classificadas como planas, dada a fragilidade que encerram.   

13 O Conselheiro Aires: acaba ocupando o centro de toda a narrativa, dada a sua importância no romance como guia espiritual dos meninos. Era estimado e respeitado pela sua conduta ímpar, pela sua hombridade, experiência e dignidade. O título que ostenta - conselheiro - é mais um rótulo feliz de seu papel ao pé daqueles com quem convive do que uma simples referência à glória diplomática. Como observa Massaud Moisés, “é um homem de nervos, sangue, cheio de humanidade, de contradição por isso mesmo, dono duma vitalidade incomum à idade e, simultaneamente, duma melancólica e conformista visão da existência”, no que lembra o próprio Machado de Assis. Em suma, “Aires é a crença no homem e no seu destino terreno” e revela na obra um gosto pela vida que encanta pela alta dose de sinceridade e pela concepção estoica e sábia da existência.

14 PERSONAGENS Conselheiro Aires:
Conselheiro do império, Aires é um homem viajado, diplomata experiente e tido em alta conta pelos amigos. É quem auxilia Natividade na campanha de paz entre os gêmeos e ajuda Flora a lidar com seu sofrimento. É refinado, discreto e um tanto cético.  

15 PERSONAGENS Pedro: Jovem monarquista.
Formado em medicina, apaixona-se pela jovem Flora e a disputa com seu irmão. É amigo do Conselheiro Aires, por quem tem grande estima. Torna-se deputado republicano conservador e, no fim da narrativa, rompe laços com seu irmão.  

16 Pedro e Paulo: São os gêmeos que dão nome ao livro (Esaú e Jacó). Caracteriza-os uma rivalidade que remonta ao ventre materno, quando já brigavam. Não constituem individualidades autônomas, não passando de símbolos da dualidade do ser humano, na sua natureza complexa e intrincada, que só uma Flora pode ver e “explicar”: “No valor e no ímpeto podia comparar o coração ao gêmeo Paulo; o espírito, pela arte e sutileza, seria o gêmeo Pedro”. E que são o “coração” e o “espírito” senão dualidades do mesmo ser? Era certamente por isso que Flora não os distinguia, chamando Paulo de Pedro e vice-versa: “Em vão eles mudavam da esquerda para a direita e da direita para a esquerda. Flora mudava os nomes também, e os três acabavam rindo”. Mas a dupla Pedro-Paulo é não só símbolo da dualidade do ser humano como também um meio de Machado pôr a vivo a situação política dos fins do século XIX, em que igualmente está implícita a ambiguidade humana: Pedro era monarquista (conservador), Paulo republicano (liberal): “A razão parece-me ser que o espírito de inquietação está em Paulo, e o de conservação em Pedro”. Pedro era monarquista (conservador), Paulo republicano (liberal): “A razão parece-me ser que o espírito de inquietação está em Paulo, e o de conservação em Pedro”.

17 Pedro e Paulo: Segundo a caracterização do Aires, ainda dentro dessa linha de oposições, o perfil de Pedro estava no início da Odisseia, de Homero: “- Musa, canta aquele herói astuto, que errou por tantos tempos, depois de destruída a santa llion...” O de Paulo no começo da Ilíada: “- Musa, canta a cólera de Aquiles, filho de Peleu, cólera funesta aos gregos, que precipitou à estância de Plutão tantas almas válidas de heróis, entregues os corpos às aves e aos cães...” Quer dizer, Pedro era astuto como Ulisses; Paulo, colérico como Aquiles. Enfim, como ressalta o crítico Affonso Romano, “a narrativa machadiana desenvolve-se sistematicamente explorando a duplicidade através de um jogo de oposições”, em que Pedro e Paulo estão como “a dualidade básica do livro”. E assim termina o livro: os gêmeos, agora deputados - “eleitos em oposição um ao outro” - continuavam rivalizando pela vida: eles eram “os mesmos, desde o útero” - assevera o Aires. Assim é o homem, desde a criação, feito à imagem e semelhança de Deus...

18 PERSONAGENS Paulo: Republicano, formado em direito.
Como o irmão, apaixona-se por Flora e a disputa com ele. Sofre com a morte da amada. É amigo do conselheiro Aires. Elege-se deputado reformista ao final da narrativa, rompendo definitivamente laços com Pedro.  

19 PERSONAGENS Flora: é uma personagem que atravessa a sua curta existência sem perturbar ninguém, ofuscando- se no ocaso da vida sem nenhuma manifestação de natureza ruidosa. “Flora toca-nos, comove- nos até, mas desaparece mansamente do romance como desaparece mansamente de nossa memória sem deixar maior rasto impressivo, como deixa Capitu para sempre e sempre”. Flora não é uma personagem de carne e osso, como o é Sofia (Quincas Borba) ou Capitu (D. Casmurro). É antes uma ideia poética, um ideal de juventude do que propriamente uma personagem. “Por pouco é uma heroína romântica, não fosse haver ao todo de sua personalidade um grão de mistério para além dos problemas de ordem amorosa”: vive de leve, morre de leve, sem perturbar ninguém com sua presença, como se não tivesse direito à vida, ou se sua presença fosse o motivo da discórdia entre os dois irmãos, que ela confunde numa só pessoa. Enfim, como a vê o Aires, Flora é uma criatura inexplicável.

20 PERSONAGENS Flora: Jovem misteriosa, firme e ingênua a um só tempo.
Apaixona-se pelos gêmeos Pedro e Paulo. Indecisa, acaba ficando perturbada mentalmente e morrendo. Pode ser entendida como a metonímia do Brasil, sem esperança entre os jogos de interesse políticos. 

21 PERSONAGENS Natividade – Santos: São os pais dos gêmeos. Ela, esposa dedicada e mãe extremada, que não hesita em se expor à opinião pública em favor dos filhos, como no caso da consulta à cabocla do Castelo, aonde foi juntamente com a irmã, Perpétua: “tinha fé, mas tinha também vexame da opinião”. Ele, comerciante bem sucedido e banqueiro de grande respeito na praça, como toda personagem machadiana. Daí até o baronato foi um pulo: “...no despacho imperial da véspera o Sr. Agostinho José dos Santos fora agraciado com o titulo de Barão de Santos.”

22 PERSONAGENS Natividade:
Mãe de Pedro e de Paulo, Natividade é uma mulher forte e condescendente. Viveu para os filhos, os amigos e a família. Tentou, em vão, estabelecer a paz entre os gêmeos, sonhando toda a vida com a “grandiosidade” anunciada pela cabocla.  

23 PERSONAGENS Santos: Pai de Pedro e Paulo, marido de Natividade.
Homem de origem humilde, que fez fortuna com usura e tornou-se banqueiro. De fé duvidosa, converte-se ao espiritismo.  

24 PERSONAGENS Batista - D. Cláudia: São os pais de Flora. D. Cláudia é o retrato da mulher forte, que subjuga o marido fraco. Em muitas partes, “D. Cláudia sobe como personagem, ainda que desça como criatura, pela estreiteza de seus desígnios egoísticos.” A fraqueza do Batista e a fortaleza da mulher podem ser vistas no Cap. XLVII, onde Machado coloca a mulher como sinônimo do diabo. O Batista é o tipo do político que quer subir, mas é fraco; D. Cláudia a mulher ambiciosa que quer tudo para o marido, porque serão delas os privilégios e regalias do sucesso e das glórias dele.

25 PERSONAGENS Batista: Pai de Flora e marido de D. Cláudia.
É um oportunista, sem opinião firme e influenciável facilmente. Considera-se conservador, mas quando se dá a queda destes, alia-se aos liberais. Não consegue ter o seu sonhado retorno à política concretizado.  

26 PERSONAGENS D. Cláudia: Mãe de Flora e mulher de Batista.
Mulher superficial, interesseira e fútil. Está sempre buscando maneiras de reconduzir o marido à política, para reaver a satisfação pessoal. 

27 PERSONAGENS Nóbrega É o “irmão das almas”, que aparece no início do livro tirando esmola “para a missa das almas”. Depois fica rico sem fazer muito esforço, beneficiado que foi pela esmola “graúda” de Natividade (como ocorre no início do romance) e pela política do “encilhamento”, famosa na história do Brasil. Foi um dos pretendentes de Flora e representa uma das inúmeras caricaturas machadianas.

28 PERSONAGENS Plácido: É “doutor em matérias escusas e complexas”, que procura explicar a rivalidade dos gêmeos. Morre desenvolvendo a teoria da “correspondência das letras vogais com os sentidos do homem”.

29 PERSONAGENS Perpétua: Irmã de Natividade e, portanto, tia dos gêmeos.
É a responsável pelos nomes dos meninos, que, segundo Machado, os tirou do Credo, “estando à missa”, o que constitui um “cochilo” machadiano, pois, no Credo, não há referência aos apóstolos Pedro e Paulo. Certamente quis dizer no “Confiteor”, onde os dois estão presentes.

30 PERSONAGENS Rita: É a irmã do Aires, com quem Flora vai passar uma temporada, em cuja casa acaba morrendo. Era viúva e se vangloriava de “ter cortado os cabelos por haver perdido o melhor dos maridos”.

31 ESAÚ E JACÓ ANÁLISE

32 ANÁLISE Machado de Assis, ao longo de sua obra, nunca deixou de tocar em questões de cunho social, de forma profunda e ironicamente mordaz. É na narrativa de Esaú e Jacó, entretanto, que o Bruxo do Cosme Velho vai fundo na crítica à conformação política do país, denunciando o jogo de interesses que antecederam a proclamação da república no Brasil.   O que é mais significativo em sua obra é a maneira como consegue, explorando essa divergência política aparente, transcender a crítica simplesmente política.  Consegue assim, chegar ao trato estético da questão dos dualismos falsamente contraditórios, mas que não passam de aparência.  

33 ANÁLISE No livro, o autor trata também, de forma muito sutil, do conflito entre fé, ciência e religião, em voga no início do século. Na época, as descobertas da ciência experimental, o advento do materialismo e a redefinição do homem acabaram causando uma sensação de desencantamento, instaurando um ceticismo desesperado.   Logo nos primeiros capítulos, o conflito apresentado, ainda que de forma ironicamente branda, gira em torno da crença. Pode-se inferir que, entre os espaços de crença (o barracão da cabocla e a igreja) se coloque o espiritismo, na figura de Plácido, como tentativa de estabelecer a união entre fé e ciência, o que pelo vazio de suas colocações, não se alcança.  Manuscrito do livro Esaú e Jacó (Foto: Reprodução / Academia Brasileira de Letras)

34 CONTEXTO Sobre o autor Machado de Assis é um dos mais importantes prosadores da literatura brasileira. Participou da fundação da Academia Brasileira de Letras e foi perspicaz na crítica social ao seu tempo, não só nos aspectos estritamente políticos, mas em todos os âmbitos da atividade humana (religião, fé, ciência, comportamento e dogmas). É um dos precursores da prosa moderna brasileira, o autor mais completo de nossas letras.

35 Importância do livro Esaú e Jacó, penúltimo livro escrito por Machado de Assis, destaca-se pela narrativa consciente, segura, aliando perfeitamente o tom irônico e despretensioso à análise da fatalidade da condição humana. Sua maior importância se deve ao fato de ser o romance em que o autor examina as transformações políticas e sociais de modo mais denso. Nele, Machado compõe uma síntese do Brasil às vésperas da proclamação da república, um consistente retrato do espírito da época.


Carregar ppt "ESAÚ E JACÓ RESUMO."

Apresentações semelhantes


Anúncios Google