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PublicouRosângela Sabina de Paiva Farias Alterado mais de 7 anos atrás
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“As respigadeiras”, 1857 - Millet REALISMO E NATURALISMO
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O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; – o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para condenar o que houver de mau na nossa sociedade. Eça de Queirós
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Momento Histórico Segunda metade do século XIX: sociedade europeia vive os efeitos da Revolução Industrial e do amplo progresso científico que a acompanha. É uma época de benefícios materiais e econômicos para a burguesia industrial; contudo, o operário vive um período de intensa crise e miséria. 1848: o ano das revoluções: conturbações sociais produzidas pelas camadas populares baseadas em ideias liberais, nacionalistas e socialistas. Publicação do Manifesto Comunista, de Karl Marx e Frederick Engels. Socialismo Científico: a sociedade igualitária só seria alcançada por meio da luta de classes e da extinção da burguesia e do sistema capitalista.
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O Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo são as correntes artísticas que refletem a consolidação da burguesia e seu fortalecimento, em função da “implementação” do capitalismo avançado. A exaltação da liberdade individual, da rebeldia, são substituídas por novas palavras de ordem: ciência, progresso, razão. O apogeu da Revolução Industrial marcou profundas transformações na vida, na arte e no pensamento.
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O capitalismo se estrutura em moldes modernos, com o surgimento de grandes complexos industriais – por outro lado, a massa operária avolumava-se, formando uma população marginalizada, que não partilhava dos mesmos benefícios gerados por esse progresso industrial, sendo submetida a condições precárias de trabalho. Essa nova sociedade serve de pano de fundo para uma reinterpretação da realidade, que gera teorias de variadas correntes ideológicas.
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Positivismo Augusto Comte defendia o cientificismo no pensamento filosófico e a conciliação entre “ordem” e “progresso” – o que originou a expressão da bandeira do Brasil. Comte atribuía à constituição e ao processo da ciência positiva importância capital para o progresso de qualquer sociedade.
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SOCIALISMO Marx e Engels, “Manifesto comunista”, 1848 – definição do materialismo histórico e da luta de classes. “O que distingue nossa época – a época da burguesia – é ter simplificado a oposição de classes. Cada vez mais, a sociedade inteira divide-se em dois grandes blocos inimigos, em duas grandes classes que se enfrentam diretamente: a burguesia e o proletariado.”
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Evolucionismo Darwin, 1859, “A origem das espécies” – a evolução das espécies pelo processo de seleção natural, negando a origem divina difundida pelo Cristianismo. O homem passa a ser tomado como um ser animal, regido pelo instinto biológico.
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Determinismo Taine propõe que o comportamente humano é determinado por forças biológicas, sociológicas e ambientais e históricas. Todos os fatos psicológicos e sociais são manifestações naturais que nada têm de transcendência.
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Na pintura Fim das idealizações românticas. Os Stonebreakers, de Coubert. 1849.
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Características realistas
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Autores realistas e naturalistas portugueses Antero de Quental 1842-1891 Cesário Verde 1855-1886
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O pessimismo; Angústias metafísicas; Preferência pelos sonetos. Antero de Quental
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Morbidez; Melancolia; Soturnidade. O sentimento dum ocidental Nas nossas ruas, ao anoitecer, Há tal soturnidade, há tal melancolia, Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia Despertam-me um desejo absurdo de sofrer. [...] Voltam os calafates*, aos magotes*, De jaquetão ao ombro, enfarruscados*, secos; Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos, Ou erro pelos cais a que se atracam botes E evoco, então, as crônicas navais. [...] Cesário Verde
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Eça de Queirós Três fases: Ironia, critica da sociedade; Tom caricatural; Linguagem elegante. 2ª- Realista-Naturalista O Crime do Padre Amaro O Primo Basílio Os Maias Ilustre casa de Ramires A cidade e as Serras
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REALISMO no Brasil Na década de 1870 surge a Escola de Recife, com Tobias Barreto, Silvio Romero e outros, cujas ideias se aproximavam do pensamento europeu. Considera-se 1881 como o ano inaugural do Realismo no Brasil, com “Memórias póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis. Na divisão tradicional da literatura brasileira, considera-se como data final do Realismo o ano de 1893, com a publicação de “Missal” e “Broquéis”, de Cruz e Souza. Essas obras registram o início do Simbolismo, mas não o término do Realismo e suas manifestações.
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Autores realistas brasileiros Machado de Assis (1839-1908) “...Marcela me amou durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos.” Contos, crônicas e romances; Temas universais; Capítulos curtos; Metalinguagem e interlocução; Digressão; Correção gramatical; Humor sutil e ironia.
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Romance realista Narrativa voltada para a análise psicológica e crítica da sociedade a partir do comportamento dos personagens. O romance realista é o retrato de uma época.
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Raul Pompeia (1863-1895) “Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta.” (1888) Digressão; Vida em coletividade; Zoomorfismo; Alusões ao homossexualismo.
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Origens do Naturalismo Características Adoção de tese científica (Determinismo e Evolucionismo); Zoomorfismo; Detalhismo; Temas relacionados à sexualidade e à degradação humana; Camadas sociais menos favorecidas; Exploração brutal do homem.
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Naturalismo É um desdobramento do Realismo – há muitos pontos em comum entre ambos. A visão do naturalismo é mais determinista, ressalta-se o aspecto biofisiológico do homem, visto como animal, regido pelo instinto e pela fisiologia, não pelo espírito e pela razão. Tem início também em 1881, com a publicação de “O mulato”, de Aluísio de Azevedo.
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Autores naturalistas brasileiros Aluísio de Azevedo (1857-1913) Adolfo Caminha (1867-1897) Inglês de Souza (1853-1918)
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Aluísio Azevedo (1857-1913) Crua linguagem naturalista; Personagens movidas pelo instinto; Descrições detalhadas; Foco na coletividade marginalizada. Introdutor do Naturalismo e do romance de tese no Brasil
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Adolfo Caminha (1867-1897) Obras A normalista / Bom-Crioulo A literatura com arma de denúncia social; Crítica feroz à sociedade de Fortaleza; Forte carga erótica; Homossexualismo; Incesto; Obsessões sexuais.
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Inglês de Sousa (1853-1918) A linguagem de Eça e a tese naturalista de Zola; O poder de persuasão. O missionário - o tema do celibato social Advogado; Jornalista; Político; Sócio fundador da ABL.
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Romance naturalista Marcada pela vigorosa análise social a partir de grupos humanos marginalizados, em que se valoriza o coletivo. Autores: Aluísio de Azevedo, Júlio Ribeiro, Raul Pompéia. Obras: “O mulato”, “O cortiço”, “Casa de pensão”, “O Ateneu”.
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Resumindo Realismo: os escritores voltavam-se para a observação do mundo objetivo. Procuravam fazer arte com os problemas concretos de seu tempo, sem preconceitos ou convenções. Focalizavam o cotidiano. O adultério, o clero e a sociedade burguesa em crise tornaram-se temas para as obras desse período. Naturalismo: radicalizou o Determinismo (o homem como produto de leis físicas e sociais) do movimento realista.
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O Realismo se tingirá de naturalismo, no romance e no conto, sempre que fizer personagens e enredos que submeterem-se ao destino cego das “leis naturais” que a ciência da época julgava ter codificado; ou se dirá parnasianismo, na poesia, à medida que se esgotar no lavor do verso tecnicamente perfeito. Alfredo Bosi
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