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PublicouLuiz de Oliveira Ribas Alterado mais de 8 anos atrás
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Prof. Nilton Rabello Ururahy Independências: Haiti e América Espanhola
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Independência de São Domingos (Haiti) Panorama histórico: - Inicialmente, era colônia da Espanha, fazia parte da ilha de Hispaniola, onde Cristóvão Colombo aportou em 1492. - No século VII, a parte ocidental da ilha, rebatizada de São Domingos, foi ocupada pelos franceses. Já a parte oriental continuou com os espanhóis (hoje atual República Dominicana).
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Independência de São Domingos (Haiti) “Haiti é o nome da grande ilha para a qual Cristóvão Colombo velejou após ter tocado pela primeira vez em terras americanas. Rebatizada de Hispaniola pelos espanhóis, foi usada como base para a conquista do continente americano. A chegada dos europeus, que escravizaram os indígenas, arruinou a ilha, que vegetou até o século XVII. [...]. O tratado de Ryswick em 1697 dividiu a ilha em duas partes; a oriental ficou com os espanhóis e a ocidental – que representa o atual Haiti -, com os franceses. A colonização francesa, favorecida pelo tratado e pela fertilidade do solo, provocou um notável prosperidade no fim do século XVIII, baseado no cultivo da cana-de-açúcar e do café”. (Grande Enciclopédia Larousse Cultural. v.12. São Paulo: Nova Cultural, 1998, p. 2896).
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Independência de São Domingos (Haiti) Colonização francesa - Baseada na produção agrícola em sistema de plantation. Produção para exportação: - fumo, algodão, açúcar, anil, café e rum (bebida alcoólica extraída da cana). Importância econômica de São Domingos: - Era a colônia mais rica da França. - Em 1789, chegou a ser responsável por 2/3 do comércio exterior francês.
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Independência de São Domingos (Haiti) Platantion Definição: Sistema de produção agrícola adotado pelos europeus na América, entre os séculos XVI ao XIX, para o cultivo de gêneros agrícolas (açúcar, cacau, tabaco, algodão, rum, café) em larga escala.
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Independência de São Domingos (Haiti) Platantion Características: - Latifúndio (grande propriedade rural visando à produção em larga escala). - Monocultura (cada latifúndio se especializava em um só produto). - Exportação (produção destinada ao mercado europeu). - Mão de obra escrava (trabalho forçado e compulsório de nativos e africanos).
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Independência de São Domingos (Haiti) Sociedade colonial de São Domingos no final do século XVIII I. Brancos: grandes proprietários rurais, funcionários régios e grandes comerciantes. Correspondiam a 7% da população (40 mil). II. Mestiços: trabalhadores livres como carpinteiros, sapateiros, ferreiros, artesãos, ambulantes. Correspondiam 5,25% da população (30 mil). III. Negros: escravizados. Correspondiam a 87, 75% da população (500 mil). O chefe indígena Saturiwa mostrando monumento ao explorador francês Laudonnier.
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Independência de São Domingos (Haiti) O levante de escravos em prol da independência Motivos: - Opressão e maus tratos. - Péssimas condições de vida (doenças, fome e alto índice de mortalidade). - Pouco tempo para cultivar suas roças. Líder: - Toussaint L’Ouverture. Pintura de Toussaint L’Ouverture, autor desconhecido.
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Independência de São Domingos (Haiti) O levante de escravos em prol da independência O Processo revolucionário (1791-1803): - Liderados pelo africano Toussaint L’Ouverture, as tropas de negros fugitivos promoveram uma guerra que apavorou os grandes proprietários de terras de São Domingos. - Na França, os jacobinos controlavam o poder e aboliam a escravidão nas colônias francesas (1794). - Os escravos de São Domingos tornaram-se livres. - L’Ouverture tomou o poder de toda a ilha (parte ocidental francesa e parte oriental espanhola).
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Independência de São Domingos (Haiti) Governo de Toussaint L’Ouverture (1794 – 1802) Dificuldades: - Forte oposição dos senhores brancos e dos mestiços. - Negação dos libertos em trabalharem nas fazendas dos seus antigos senhores. - Na França, em 1799, Napoleão Bonaparte tomou o poder no Golpe do 18 Brumário.
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Independência de São Domingos (Haiti) A queda de Toussaint L’Ouverture (1794 – 1802) Motivações: - Anulação da lei abolicionista por Napoleão. - Invasão das tropas bonapartistas (25 mil soldados) para reconquistar a ilha de São Domingo. - Prisão e exílio de Toussaint L’Ouverture á França, onde ele foi torturado e morto. Geral Toussaint Louverture, retratado aqui em uma nota de banco do Haiti.
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Independência de São Domingos (Haiti) Continuidade das lutas pela independência Lema: - “Liberdade ou Morte”. Líder: - Jean-Jacques Dessalines, ex-escravo e general do exército de L’Ouverture. Panorama histórico: - Dessalines contou com o apoio de setores populares, escravizados e ex- escravizados e conseguiu vencer os franceses na Batalha de Vertieres. Jean-Jacques-Dessalines.
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Independência de São Domingos (Haiti) “Salvei a minha pátria. Vinguei a América... Nunca mais um colono europeu porá o pé neste território com o título de amo ou de proprietário.” (DESSALINES, Jean Jaques apud DOZER, Donald Marquand. América Latina: uma perspectiva histórica. Porto Alegre: Editora Globo, 1996). Jean-Jacques-Dessalines.
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Independência de São Domingos (Haiti) Continuidade das lutas pela independência Desdobramentos: - Independência de São Domingos em 1804. - Abolição da escravidão (1804). - Nascimento de mais um país independente na América: a República do Haiti. Bandeira do Haiti.
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A Independência da América Espanhola Cenário histórico: Influências : - Crise do Antigo Regime na Europa após a expansão das ideias iluministas (séc. XVIII) e a eclosão da Revolução Francesa (1789- 1799). - Crise do Sistema Colonial na América após a expansão das ideias iluministas (séc. XVIII) e a Independência das Treze Colônias – EUA – (1776).
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A Independência da América Espanhola “O período de pré-independência assistiu ao nascimento de uma literatura de identidade, na qual os americanos glorificavam seus países, proclamavam seus recursos e louvavam seu povo. Enquanto mostravam a seus compatriotas as suas qualidades, esses autores apontavam as qualificações dos americanos para os cargos públicos e na verdade para o autogoverno. Os próprios termos instilavam confiança por repetição – pátria, país, nação, nossa América, nós americanos. Embora ainda se tratasse de um nacionalismo mais cultural do que político e não fosse incompatível com a unidade imperial, mesmo assim ele preparava as mentes dos homens para a independência, ao lembrar-lhes que a América tinha recursos independentes e as pessoas para administrá-los”. (John Lynch. As origens da independência da América Espanhola. In: Leslie Bethell: História da América Latina. São Paulo: Edusp, 2004, p. 19-72).
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A Independência da América Espanhola Economia colonial na América espanhola Sistema econômico: - Mercantilismo (baseado na intervenção do Estado na economia, pacto colonial e no metalismo). Atividade econômicas: - Mineração: extração de metais preciosos (outro e prata). - Agricultura: cacau, rum, algodão, tabaco e cana de açúcar baseado em sistema de plantation.
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A Independência da América Espanhola Sociedade da América Espanhola - Chapetones: colonos nascidos na Espanha, ocupavam os principais cargos políticos, militares e religiosos. - Criollos: filhos de espanhóis nascidos na América. Eram fazendeiros, donos de minas e grandes comerciante, não podiam ocupar altos cargos políticos, exceto o de vereados nos Cabildos (Câmaras Municipais). - Mestiços: filhos de espanhóis ou de criollos com índios e/ou africanos. Eram pedreiros, carpinteiros, ferreiros e capatazes. - Indígenas: maior parte de população trabalhavam nas fazendas, nas minas e nas tecelagens. - Africanos: trabalhavam como escravos nas fazendas de cacau e açúcar.
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A Independência da América Espanhola Os criollos: uma elite contra os espanhóis “Instalados há várias gerações [...] numa terra que consideram sua, os criollos têm nas mãos as rédeas econômicas da América hispânica. Possuem imensas estâncias e rebanhos de escravos, detêm e desempenham cargos da advocacia e constituem, de modo compacto, o povo dos letrados, particularmente aberto às ideias do século. Ora, por uma contradição interna, essa elite econômica e de inteligência, numa sociedade em que a presença do índio e do escravo negro confere a todo homem branco “um complexo de superioridade”, sofre com a exclusão da administração real e com a desconfiança que esta lhe manifesta”. (CHAUNU, Pierre. História da América Latina. 4. ed. São Paulo: Difel, 1979. p. 59).
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A Independência da América Espanhola Império espanhol em crise Fatores internos: - Descontentamento dos colonos com as reformas políticas do rei espanhol Carlos III (1759-1788) e seu filho Carlos IV (1788- 1808). Objetivo das reformas: - Extrair mais riquezas da América. Retrato de Carlos III da Espanha, de Anton Raphael Mengs.
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A Independência da América Espanhola Império espanhol em crise Fatores internos: Reformas políticas nas colônias : I. Imposição de monopólios sobre produtos, como: fumo, bebidas alcoólicas, pólvora e sal. II. Aumento da cobrança de impostos, nos últimos 25 anos do século XVIII, as colônias da América espanhola enviaram cerca de 10 milhões de pesos por anos em impostos. III. Extinguiu o sistema de porto único e autorizou 20 outros portos na América a fazerem comércio com a Espanha, que visava aumentar a circulação de mercadorias e a arrecadação de impostos. Retrato de Carlos IV da Espanha, de Francisco de Goya.
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A Independência da América Espanhola Império espanhol em crise Desdobramentos das Reformas: - Insatisfação dos colonos da América espanhola. - Descontentamento dos criollos com a Coroa espanhola, por dois motivos: 1. O controle comercial (pacto colonial ou exclusivo metropolitano) espanhol nas colônias da América. 2. Os principais cargos do governo, no Exército e na Igreja eram reservados aos chapetones.
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A Independência da América Espanhola “A independência se fez em nome dos ideais liberais, justificando os interesses dos setores dominantes criollos que mantiveram a direção política do processo na América Espanhola. Caíam os monopólios reais, abriam-se as linhas de comércio, a economia devia se reger sem a intervenção da antiga metrópole.” (PRADO, Maria Lígia. A formação das nações latino-americanas. São Paulo: Atual, 1985. p. 16).
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A Independência da América Espanhola Império espanhol em crise Fatores externos : - Invasão das tropas napoleônicas a Espanha em 1808. Desdobramentos da invasão napoleônica : - Deposição do rei Fernando VII. - Ascensão de José Bonaparte, irmão de Napoleão, ao trono espanhol. - Resistência espanhola ao domínio francês. A gesta dos sapadores: o regimento real espanhol de sapadores abandona Alcalá de Henares em 24 de maio de 1808 para se juntar à causa lealista em Valência, de Augusto Ferrer-Dalmau.
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A Independência da América Espanhola Império espanhol em crise A resistência espanhola ao domínio francês - Local: Cádiz no sul da Espanha. - Convocação das Cortes Constituintes: elaborar uma nova Constituição para a Espanha, aprovada em 1812, que contou com a participação de deputados da Espanha e da América espanhola e tomou decisões importantes tanto para espanhóis e colonos. Oficiais espanhóis entregam Madrid a Napoleão, de Antoine-Jean Gros.
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A Independência da América Espanhola Império espanhol em crise Determinações das Cortes Constituintes: - Aboliu o tributo pago pelas comunidades indígenas da América e o trabalho forçado da mita. - Limitou o poder do rei (as ordens reais só seriam cumpridas se fossem aprovadas pelas Cortes). - Conferiu o direito de voto a todos homens, ricos ou pobres, alfabetizados ou não. - Manutenção do pacto colonial (exclusivo metropolitano) e da desigualdade de direitos na representação política. Frontispício de uma edição contemporânea da Constituição de Cádis.
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A Independência da América Espanhola Os movimentos de independência na América Motivos: - Domínio francês na Espanha (sem rei legítimo, era José Bonaparte, irmão de Napoleão, que reinava a Espanha). - Defesa da volta de Fernando VII ao trono espanhol. - Aumento do poder dos criollos na administração colonial por meio do Cabildos (espécie de Câmaras municipais). Retrato de Fernando VII, de Francisco de Goya.
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A Independência da América Espanhola Os movimentos de independência na América Estratégias emancipacionistas Criação das Juntas Governativas: - Governos autônomos liderados pelos criollos, que fortaleciam a ideia de independência. - Cidades sedes das Juntas: Bueno Aires, Montevidéu, Caracas, Cidade do México, La Paz, Bogotá, Santiago e Quito. A Batalha de Pueblo Viejo. Ocorrida no dia 9 de setembro de 1829, no México. A última expedição de reconquista do México tem suas raízes nas ilhas de Cuba e Porto Rico que continuaram a ser uma parte da Espanha até sua separação, em consequência da Guerra Hispano-Americana, de Carlos Paris.
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A Independência da América Espanhola “Em função da causa emancipatória [na América] acionou-se a ideologia liberal importada da Europa. No Velho Mundo, tal ideologia tivera o objetivo de promover a ascensão política da burguesia e extirpar os obstáculos mercantilistas à expansão do projeto capitalista. No Novo Mundo, ela foi também usada para extirpar obstáculos mercantilistas mas não para levar uma nova classe ao poder, e sim para consolidar, pelo contrário, a que já era tradicionalmente dominante e garantir- lhes os cargos de mando em lugar dos administradores metropolitanos que representavam o velho regime, já em franca decadência. [...] Uma vez completadas as guerras de independência, as elites locais assumiram o poder político como herdeiras da autoridade colonial e não como instrumentos de transformação”. (LOPEZ, Luiz Roberto. História da América Latina. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1989, p.71). A Batalha de Pueblo Viejo. Ocorrida no dia 9 de setembro de 1829, no México. A última expedição de reconquista do México tem suas raízes nas ilhas de Cuba e Porto Rico que continuaram a ser uma parte da Espanha até sua separação, em consequência da Guerra Hispano-Americana, de Carlos Paris.
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A Independência da América Espanhola O poeta e escritor Mariano Melgar, membro da rebelião emancipadora de Pumacahua, foi preso pelos realistas, julgado, condenado e executado, aos 24 anos de idade, em 1815. Nove anos depois, seus versos ganhariam concretude com a independência do Peru, conduzida por San Martin, em lutas intensas, “Cruel despotismo, hórridos séculos, tenebrosa noite, vão embora. Saibam, [...] sábios desprezados, o mundo inteiro, que o mal não existe mais, e demos o primeiro passo rumo ao vosso almejado fim [...]”. (MELGAR, Mariano. 1790-1815.) A Batalha de Pueblo Viejo. Ocorrida no dia 9 de setembro de 1829, no México. A última expedição de reconquista do México tem suas raízes nas ilhas de Cuba e Porto Rico que continuaram a ser uma parte da Espanha até sua separação, em consequência da Guerra Hispano-Americana, de Carlos Paris.
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A Independência da América Espanhola Acontecimentos externos que influenciaram os rumos da história das colônias hispano- americana - Derrota de Napoleão Bonaparte para a Coligação liderada pela Inglaterra em 1814. - Retorno de Fernando VII ao trono espanhol, abolindo a Constituição de Cádiz e restaurando o absolutismo. - Incentivo a política antiindependência (a Coroa espanhola enviou para a América um exército com 10 mil homens e 18 navios de guerra para abafar os movimentos emancipacionistas das colônias hispânicas). A Revolução de Maio, pintura a óleo por Francisco Fortuny.
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A Independência da América Espanhola “Libertadores da América” José de San Martín (1788-1850): - Líder criollo de ideias conservadoras, que o distanciaram dos outros projetos de independência da América. - Defendia que cada nação americana independente deveria ser governada por um príncipe europeu. Retrato de José de San Martín, de Jean Baptiste Madou.
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A Independência da América Espanhola “Libertadores da América” José de San Martín (1788-1850): Campanhas pró-independência: - Liderou 5 mil soldados no processo de Independência da Argentina (1816). - Auxiliou Bernardo O’Higgins no processo de Independência do Chile (1818). - Reforçou militarmente, o “Exército do Andes” no processo de Independência do Peru (1821). Retrato de José de San Martín, de Jean Baptiste Madou.
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A Independência da América Espanhola “José de San Martín nasceu em Yapeyú, povoado da atual província de Corrientes, em 25 de fevereiro de 1778. Seu pai era um militar espanhol que estava no Rio da Prata a mando da Coroa. Aos 6 anos de idade, a família voltou à Espanha, onde San Martín estudou, tendo ingressado na carreira militar. [...] Recebia regularmente notícias de Bueno Aires, onde, a partir de 1810, havia começado o movimento pela independência. Como membro de uma sociedade secreta que defendia as ideias liberais, estava convencido de que era preciso combater o Antigo Regime. Assim, em 1812, decidiu abandonar sua carreira na Espanha e dirigir-se ao Prata. No próprio ano de sua chegada, [...] assumiu o comando de um regimento que venceu os espanhóis na Batalha de São Lourenço. A independência da Províncias Unidas do Rio da Prata foi proclamada em Tucumán em 9 de julho de 1816”. (PRADO, Maria Ligia; PELLEGRINO, Gabriela. História da América Latina. São Paulo: Constexto, 2014, p. 30). Retrato de José de San Martín, de Jean Baptiste Madou.
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A Independência da América Espanhola “Libertadores da América” Simón Bolívar (1783-1830): - Líder criollo que tinha como projeto político formar uma Confederação Pan-Americana, isto é, defendia que os Estados recém-independentes se unissem em uma república com a finalidade de cooperação e defesa. Retrado de Simón Bolívar, de Arturo Michelena.
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A Independência da América Espanhola “Libertadores da América” Simón Bolívar (1783-1830): Campanhas pró-independência: - Liderou o processo de Independência da Grã- Colômbia (1819), da qual se tornou presidente. Mas, essa unidade política se fragmentou, dando origem a Colômbia, Venezuela e Equador. - Comandou ao lado de Antônio José Sucre, as lutas de libertação no Vice-Reino do Peru, consolidando a Independência do Peru (1824) e concretizando a Independência da Bolívia (1825). Retrado de Simón Bolívar, de Arturo Michelena.
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A Independência da América Espanhola “Libertadores da América” Simón Bolívar (1783-1830): Dificuldade de aplicação do pan- americanismo: Internas: - As elites criollas de cada novo país resistiram a essa ideia, por considerá-la uma ameaça ao poder local. Externas: - Resistência da Inglaterra e dos EUA ao pan-americanismo, por considerá-lo uma ameaça ao domínio econômico que ambos países pretendiam exercer sobre a América Latina. Mapa da Grã-Colômbia (união da Colômbia, Venezuela e Equador).
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A Independência da América Espanhola “A emancipação das colônias hispano-americanas, liderada pelos grandes senhores de terras e pela burguesia criolla, encontrou apoio nos setores médios e populares, os quais, em alguns momentos, chegaram a ameaçar a estrutura de dominação de classe imposta pelo regime colonial. Entretanto, com exceção dos Estados Unidos, que implantaram um regime liberal burguês, no restante da América a independência revelou-se um fato político. Realizada a autonomia, rompidos os vínculos com as metrópoles, as classes dominantes das antigas colônias tomaram o poder e constituíram Estados Nacionais que mantiveram afastada das decisões políticas a massa da população trabalhadora (majoritariamente indígena, camponesa ou não). A estrutura colonial não sofreu qualquer alteração de peso. A Inglaterra abriu mais ainda a sua porta no continente, assegurando-se de mercados consumidores e de matérias-primas; a propriedade territorial continuou nas mesmas mãos, a despeito de algumas tentativas de líderes liberais das Guerras de Independência; a população camponesa permaneceu sob a exploração e o domínio dos seus antigos senhores.” (AQUINO, R. S. L. de; LEMOS, N. J. F.; LOPES, O. G. P. C. História das sociedades americanas. Rio de Janeiro: Record, 2000. p.165-166.) Mapa da Grã-Colômbia (união da Colômbia, Venezuela e Equador).
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A Independência da América Espanhola “Eu considero o estado atual da América como quando arruinado o Império Romano. Cada desmembramento formou um sistema político, conforme os seus interesses e situação. Nós, que (...) não somos índios, nem europeus, e sim uma meia espécie entre os legítimos proprietários do país e os usurpadores espanhóis (...), encontramo-nos na situação mais extraordinária e complicada (...). Já que temos uma origem, uma língua, costumes comuns e uma religião deveríamos, consequentemente, ter um só governo que confederasse os diversos Estados que hão de se formar; mas não é possível porque climas remotos, situações diversas, interesses opostos, caracteres diferentes dividem a América”. (SIMÓN BOLÍVAR. Carta da Jamaica [06.09.1815]. Simón Bolívar: política, 1983.) Retrado de Simón Bolívar, de Arturo Michelena.
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A Independência da América Espanhola “Era o fim. O general Simón José Antonio de la Santísima Trinidad Bolívar y Palacios ia embora para sempre. Tinha arrebatado ao domínio espanhol um império cinco vezes mais vasto que as Europas, tinha comandado vinte anos de guerras para mantê-lo livre e unido, e o tinha governado com pulso firme até a semana anterior, mas na hora da partida não levava sequer o consolo de acreditarem nele. O único que teve bastante lucidez para saber que na realidade ia embora, e para onde ia, foi o diplomata inglês, que escreveu num relatório oficial a seu governo: “O tempo que lhe resta mal dá para chegar ao túmulo.” (Gabriel García Márquez. O general em seu labirinto, 1989.) Retrado de Simón Bolívar, de Arturo Michelena.
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A Independência da América Espanhola A Independência do México Estopim: - Revoltas camponesas em razão da falta de terras. - Escravidão. - Tributos indígenas. Uma colagem de diferentes fases da Guerra da Independência do México com imagens de domínio público.
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A Independência da América Espanhola A Independência do México A lutas sociais: - Em 1810, os padres Miguel Hidalgo e José Maria Morelos, lideraram um exército de camponeses devotos de Nossa Senhora de Guadalupe, que exigiam a independência com a divisão de terras e o fim da escravidão e dos tributos indígenas. Retrado de Miguel Hidalgo, de Luis Garcés.
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A Independência da América Espanhola A Independência do México Reação dos criollos e dos chapetones: - Repressão severa ao levante camponês. - Fuzilamento de Hidalgo. Estátua de Miguel Hidalgo em Coyoacán, no Distrito Federal (México).
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A Independência da América Espanhola A Independência do México A consolidação da independência: - O general Augustín Itúrbide, representante dos proprietários de escravizados e de terras, proclamou a Independência do México (1821) por meio de um golpe de Estado. - Augustín Itúrbide se intitulou imperador. Mas, a elite criolla do México, com a ajuda do exército, derrubou o imperador e proclamou a República, em 1823, liderada por Pedro Celestino Negrete sob um Supremo poder Executivo. Retrato do Imperador Agustin I, autor desconhecido.
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A Independência da América Espanhola Uma liberdade parcial Razões: - O processo de Independência da América Hispânica, apesar de contar com a participação das camadas populares nas guerras emancipacionistas, foi organizado pelas elites criollas. Manutenção dos privilégios criollos: - Plantation (latifúndio, monocultura, escravidão e exportação de gêneros tropicais e matérias-primas). - Permanência dos interesses políticos e econômicos do latifundiários, proprietários de minas e grandes comerciantes.
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A Independência da América Espanhola “As revoluções de independência na América hispânica foram, ao mesmo tempo, um conflito militar, um processo de mudança política e uma rebelião popular”. (ROJAS, Rafael. Las repúblicas de aire. Buenos Aires: Taurus, 2010, p. 11).
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A Independência da América Espanhola “Nenhum dos grupos em disputa pelo poder pretendia modificar a estrutura econômica e social herdada da colônia. Assim, os novos países permaneceram predominantemente agrários, com base no latifúndio; mantiveram as relações produtivas pré-capitalistas, inclusive com o crescimento do trabalho compulsório (servil, semisservil e escravo)”. (WASSERMAN, Claudia. História Contemporânea da América Latina, 1900-1930. Porto Alegre: Editora da Universidade, 1992. p. 9-10).
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A América espanhola pré e pós independência
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