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SEGUNDA ÉPOCA MEDIEVAL Prof. Stélio Furlan LITERATURA PORTUGUESA.

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1 SEGUNDA ÉPOCA MEDIEVAL Prof. Stélio Furlan LITERATURA PORTUGUESA

2 GIL VICENTE E ARIANO SUASSUNA: INTERTEXTO Prof. Stélio Furlan LITERATURA PORTUGUESA

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4 um texto é um espaço de dimensões múltiplas, onde se casam e se contestam escrituras variadas, das quais nenhuma é original: o texto é um tecido de citações, saídas dos mil focos da cultura” BARTHES, Roland. O Rumor da Língua (1988). In: http://www2.eca.usp.br/Ciencias.Linguagem/L3BarthesAutor.pdf Citar lat. cito,as,ávi,átum,áre 'mover, abanar, sacudir; excitar, provocar ; brotar, dar, produzir; incitar, agitar, apertar, apressar, acelerar; chamar, convocar, reunir; citar para comparecer em juízo; mencionar, fazer menção de; aclamar, proclamar; contar, recitar'; ver cit-; f.hist. 1292 cytado, 1340 citar (HOUAISS)

5 escrever, pois, é sempre rescrever, não difere de citar. A citação, graças à confusão metonímica a que preside, é leitura e escrita, une o ato de leitura ao de escrita. Ler ou escrever é realizar um ato de citação”. (COMPAGNON, 1996, p.31) Carlos Ceia: s.v. “Intertextualidade", E-Dicionário de Termos Literários (EDTL), coord. de Carlos Ceia, ISBN: 989-20-0088-9,, consultado em 04-09-2016

6 INTERTEXTUALlDADE citações a retomada explícita de um fragmento de texto no corpo de outro texto denomina-se citação”. PAULINHO, Graça et all. Intertextualidades. Belo Horizonte, Editora Lê, 1995 Carlos Ceia: s.v. “ Intertextualidade", E-Dicionário de Termos Literários (EDTL) todo texto se constrói como mosaico de citações, todo texto é absorção e transformação de um outro texto.” (KRISTEVA, 1974, p. 64)

7 todo texto é um intertexto outros textos estão presentes nele, em níveis variáveis, sob formas mais ou menos reconhecíveis; os textos da cultura anterior e os da cultura circundante, todo texto é um tecido novo de citações acabadas. Passam no texto, redistribuídos nele, pedaços de códigos, fórmulas, modelos rítmicos, fragmentos de linguagens sociais...” Roland Barthes NITRINI, Sandra. Literatura Comparada. São Paulo Edusp, 2010, p.165

8 AUTO DA BARCA DO INFERNO (1517) GIL VICENTE ARGUMENTO Auto de moralidade composto por Gil Vicente por contemplação da sereníssima e muito católica rainha dona Lianor, nossa senhora, e representado por seu mandado ao poderoso príncipe e mui alto rei Manuel, primeiro de Portugal deste nome”.

9 AUTO DA BARCA DO INFERNO (1517) GIL VICENTE Começa a declaração e argumento da obra. Primeiramente, no presente auto, se figura que, no ponto que acabamos de expirar, chegamos subitamente a um rio, o qual per força havemos de passar em um de dous batéis que naquele porto estão, scilicet, um deles passa pera o paraíso e o outro pera o inferno: os quais batéis tem cada um seu arrais na proa: o do paraíso um anjo, e o do inferno um arrais infernal e um companheiro ”.

10 Toque de clarim PALHAÇO: Auto da compadecida! Uma história altamente moral e um apelo à misericórdia. JOÃO GRILO: Ele diz “à misericórdia”, por que sabe que, se fôssemos julgados pela justiça, toda a nação seria condenada. PALHAÇO: O distinto público imagina à sua direita uma igreja, da qual o centro do palco será o pátio. A saída para a rua é à sua esquerda e há uma padaria logo ao lado e o resto é com os atores. CONEXÕES INTERTEXTUAIS Auto de moralidade (“fórmula”) Prólogo (declaração e argumento)

11 CONEXÕES TEXTUAIS GIL VICENTE [1517] AUTO DA BARCA DO INFERNO Auto de moralidade composto por Gil Vicente por contemplação da sereníssima e muito católica rainha Lianor...” Auto : peça breve, de assunto religioso ou profano. ARIANO SUASSUNA [1955] AUTO DA COMPADECIDA Auto de moralidade, ao estilo quinhentista: “mal aprendi a ler, descobri esse material e decorei alguns dos romances, autos e moralidades que ainda hoje são meus temas obsessionais em teatro ” (SUASSUNA, 2008)

12 CONEXÕES INTERTEXTUAIS AUTO DA BARCA DO INFERNO Poesia dramática teatro composto de versos rimados; revela o virtuosismo na utilização dos redondilhos Tipos sociais satirizados: Agiota, sapateiro, frade, alcoviteira... AUTO DA COMPADECIDA Teatro em prosa com tema em comum: visão cristã da justiça: juízo final Figuras satirizadas: personagens concentradas em torno de simonia, da cobiça...

13 JOÃO GRILO: Ah isso é comigo. Vou fazer um chamado especial, em verso. Garanto que ela vem. Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré! A vaca mansa dá leite, A braba dá quando quer. A mansa dá sossegada, A braba levanta o pé. Já fui barco, fui navio, Mas hoje sou escaler Já fui menino, fui homem Só me falta ser mulher. ENCOURADO: Vá vendo a falta de respeito viu? JOÃO GRILO: Falta de respeito nada! Esse foi o versinho que minha mãe me ensinou.(...) Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré! (Nossa Senhora entra) ENCOURADO: Lá vem a compadecida! Mulher em que tudo se mete! COMPADECIDA: E para que você me chamou, João? JOÃO GRILO: É que esse filho de chocadeira quer levar a gente para o inferno. Eu só poderia me apegar com a senhora mesmo. CONEXÕES TEXTUAIS CITAÇÕES Auto de moralidade, ao estilo de Gil Vicente: Usa versos redondilhos Oralidade/lirismo popular Tipos sociais: Sapateiro/padeiro ARIANO SUASSUNA AUTO DA COMPADECIDA [1955]

14 CONEXÕES INTERTEXTUAIS P ersonas: tipificação social AUTO DA BARCA DO INFERNO [1517] Joanne Traços de Clown + “pobres de espírito” (conforme a tradição cristã):  representa o agricultor pobre e oprimido  não é “condenado” pela sua fé e pela sua “simpreza”  Convicção ao repelir o diabo AUTO DA COMPADECIDA [1955] João Grilo Diferença: Clown + pícaro:  herói típico da linhagem picaresca da literatura de cordel nordestina pícaro é o personagem astuto, esperto, trapaceiro, malandro...  Manifesta fé na Compadecida é essa convicção que o “salva”.

15 CONEXÕES INTERTEXTUAIS João Grilo foi um cristão Que nasceu antes do dia, Criou-se sem formosura, Mas tinha sabedoria E morreu depois da hora, Pelas artes que fazia. E nasceu de sete meses, Chorou no bucho da mãe, Quando ela pegou um gato Ele gritou: - Não me arranhe! Não jogue neste animal, Que talvez você não ganhe! LIMA, Ferreira de. Proezas de João Grilo, 1948 (http://www.seer.ufrgs.br/index.php/NauLiteraria/article/view/ 43373/27871) AUTO DA COMPADECIDA [1955] João Grilo herói típico da linhagem picaresca da literatura de cordel nordestina

16 PALIMPSESTO

17 REDE DE CONEXÕES GENETTE, Gérard. Palimpsestes, Seuil, Paris, 1982 Um palimpsesto é um pergaminho cuja primeira inscrição foi raspada para se traçar outra, que não a esconde de fato, de modo que se pode lê-la por transparência, o antigo sob o novo. Assim, no sentido figurado, entenderemos por palimpsestos (mais literalmente hipertextos), todas as obras derivadas de uma obra anterior, por transformação ou por imitação. https://social.stoa.usp.br/articles/0037/3032/GENETTE-Gerard-Palimpsestos.pdf

18 REDE DE CONEXÕES Tipos de relações textuais 1.A citação, enquanto presença efetiva de um texto noutro; 2.as notas marginais, enquanto marca de uma relação paratextual (título, epígrafe, prefácio); 3.a metatextualidade enquanto relação de comentário; 4.a arquitextualidade pela determinação do gênero; 5.e ainda uma hipertextualidade na medida em que a ligação entre texto e hipotexto se efetua tanto por derivação como por transformação. GENETTE, Gérard. Palimpsestes, Seuil, Paris, 1982

19 AUTO DA BARCA DO INFERNO (1517) GIL VICENTE Começa a declaração e argumento da obra. Primeiramente, no presente auto, se figura que, no ponto que acabamos de expirar, chegamos subitamente a um rio, o qual per força havemos de passar em um de dous batéis que naquele porto estão, scilicet, um deles passa pera o paraíso e o outro pera o inferno: os quais batéis tem cada um seu arrais na proa: o do paraíso um anjo, e o do inferno um arrais infernal e um companheiro ”.

20 CONEXÕES TEXTUAIS AUTO DA BARCA DO INFERNO [1517] Em Gil Vicente “palpita de modo espantosamente vivo a sociedade portuguesa do primeiro terço do século XVI, com as suas classes, os seus vícios, os seus impulsos intelectuais e religiosos”. (Jacinto Prado Coelho) AUTO DA COMPADECIDA [1955] ?


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