A apresentação está carregando. Por favor, espere

A apresentação está carregando. Por favor, espere

LITERATURA PORTUGUESA TROVADORISMO CANTIGASLÍRICAS Prof. Stélio Furlan.

Apresentações semelhantes


Apresentação em tema: "LITERATURA PORTUGUESA TROVADORISMO CANTIGASLÍRICAS Prof. Stélio Furlan."— Transcrição da apresentação:

1

2 LITERATURA PORTUGUESA TROVADORISMO CANTIGASLÍRICAS Prof. Stélio Furlan

3 LITERATURA PORTUGUESA “Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: ‘Navegar é preciso, viver não é preciso’. Quero para mim o espírito (d)esta frase, transformada a forma para a casar com o que eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar”. Fernando Pessoa (1888-1935)

4 TROVADORISMO era medieval ► COMPOSIÇÕES LÍRICO- AMOROSAS Cantigas de amor Cantigas de amor Cantigas de amigo Cantigas de amigo ► COMPOSIÇÕES SATÍRICAS Cantigas de escárnio Cantigas de escárnio Cantigas de maldizer Cantigas de maldizer

5 ► CANTARES DE AMOR. En gran coita, senhor, que peior que mort`é, vivo, per boa fé, e polo voss´ amor esta coita sofr´eu por vós, senhor, que eu Vi polo meu gran mal e melhor mi será de morrer por vós já e, pois me Deus non val, esta coyta sofr´eu por vós, senhor, que eu Polo meu gran mal vi, e mais mi val morrer ca tal coita sofrer pois por meu mal assi esta coita sofr´eu por vós, senhor, que eu Vi por gran mal de mi, pois tan coitad´and´eu. D. Dinis, 1261-1325

6 CANTARES DE AMOR ► PROCESSOS ► PROCESSOS COMPOSITIVOS COMPOSITIVOS  Atafinda : processo métrico que consiste no encadeamento das coblas por meio das conjunções e, que, ca, pero, ou... por meio das conjunções e, que, ca, pero, ou...  Fiinda : estrofe de menor extensão no fim do poema: remate, acabamento, conclusão. remate, acabamento, conclusão. En gran coita, senhor, que peior que mort`é, vivo, per boa fé, e polo voss´ amor esta coita sofr´eu por vós, senhor, que eu Vi polo meu gran mal e melhor mi será de morrer por vós já e, pois me Deus non val, esta coita sofr´eu por vós, senhor, que eu Polo meu gran mal vi, e mais mi val morrer ca tal coita sofrer pois por meu mal assi esta coita sofr´eu por vós, senhor, que eu Vi por gran mal de mi, pois tan coitad´and´eu.

7 TROVADORISMO CANTARES DE AMOR ► ASPECTOS TEMÁTICOS uma vassalagem humilde e paciente; a submissão absoluta à sua dama; uma promessa de honrá-la e servi-la com fidelidade; o uso do senhal (imagem ou pseudônimo poético com que o trovador oculta o nome da mulher amada); a mulher excede a todas do mundo em formosura (de que resulta o tema do elogio impossível); a mesura, moderação, a fim de não abalar a reputação da dama (pretz), pois a inobservância deste preceito acarreta a sanha da mulher; por ela o trovador despreza todos os títulos, todas as riquezas e a posse de todos os impérios; o desprezo dos intrigantes da vida amorosa; a invocação de mensageiros da paixão do amante (pássaros); a presença de confidentes da tragédia amorosa.” (SPINA, p.25)

8 TROVADORISMO CANTARES DE AMOR ► ASPECTOS TEMÁTICOS o uso do senhal (imagem ou pseudônimo poético com que o trovador oculta o nome da mulher amada); a presença de confidentes da tragédia amorosa.” (SPINA, 1996, p.25) Muitos me vêm preguntar senhor, que eu lhis diga eu quen est a dona que quero bem; e com pavor de vos pesar non lhis ouso dizer per ren senhor,que vos eu quero bem. Pero de Armea (jogral galego, século XIII) (CV 677, CCB 1805)

9 LITERATURA PORTUGUESA TROVADORISMO CANTIGAS DE AMIGO Prof. Stélio Furlan

10 CANTIGAS DE AMIGO complexo de gêneros Destas cantigas desaparece a fórmula mia senhor (...) Mais palpável, mais real, sentimos-lhe a presença, ouvimos-lhe a voz. BERARDINELLI, Cleonice. “À guisa de Sherezade”

11 TROVADORISMO CANTARES DE AMIGO ► ► REFERÊNCIAS ARTE DE TROVAR [ anônimo, séc. XIII ] ARTE DE TROVAR [ anônimo, séc. XIII ] Capítulo IV Capítulo IV e se falam elas na primeira cobra, então é de amigo; e se falam ambos em uma cobra, então depende de qual deles fala primeiro na cobra” [CBN].

12 ► MARTIM CODAX [séc. XIII] Ay ondas que eu vin veer, se me saberedes dizer por que tarda meu amigo sen mi. Ay ondas que eu vin mirar, se me saberedes contar por que tarda meu amigo sen mi. BARCAROLAS, MARINHAS cantigas de criação galego- portuguesa “As sugestões do mar invadem os estados d´alma da donzela saudosa, que vai admirar o movimento calmo das ondas, conversar com elas, pedir-lhes notícias do amado, ou ainda esperar por elas a barca em que partiu o amigo em alguma expedição guerreira.” [Segismundo Spina] C ANTIGAS DE A MIGO C ANTIGAS DE A MIGO COMPLEXO DE GÊNEROS

13 CANTIGAS DE AMIGO CANTIGAS DE AMIGO – Ai flores, ai, flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo? ai, Deus, e u é? – Ai flores, ai flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado? ai, Deus, e u é? – Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu do que pôs comigo? ai, Deus, e u é? – Se sabedes novas do meu amado, aquel que mentiu do que mi á jurado? ai, Deus, e u é? – Vós me D. DINIS [1261-1325]

14 CANTIGAS DE AMIGO PASTORELA OU TENÇÃO? CANTIGAS DE AMIGO PASTORELA OU TENÇÃO? – Ai flores, ai, flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo? ai, Deus, e u é? – Ai flores, ai flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado? ai, Deus, e u é? – Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu do que pôs comigo? ai, Deus, e u é? – Se sabedes novas do meu amado, aquel que mentiu do que mi á jurado? ai, Deus, e u é? – Vós me preguntades polo voss’ amigo? Eu ben vos digo que é san’ e vivo: ai, Deus, e u é? – Vós me preguntades polo voss’ amado? E eu ben vos digo que é viv´e sano ai, Deus, e u é? – E eu ben vos digo que é san´e vivo, e seerá vosc´ant’ o prazo saído: ai, Deus, e u é? – E eu bem vos digo que é viv´e sano, e será vosc´ant’ o prazo passado: ai, Deus, e u é? [CBN,533] [CBN,533] D. DINIS [1261-1325]

15 INTERTEXTO VIAGEM DE INVERNO (2000) HELDER MACEDO – Ai flores, ai, flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo? ai, Deus, e u é? – Ai flores, ai flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado? ai, Deus, e u é? – Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu do que pôs comigo? ai, Deus, e u é? – Se sabedes novas do meu amado, aquel que mentiu do que mi á jurado? ai, Deus, e u é? – Erguido amigo dos projectos latos pinheiro rubro no meu fundo leito onde estás agora subido monte de escalada firme fogueira acesa contra a noite fria onde estás agora pinheiro erguido neste aberto rio tuas raízes crescem no meu rumo onde estás agora ponte lançada sobre a minha fome a minha fonte sabe a tua forma onde estás agora ► D. DINIS [1261-1325]

16 FERNANDO PESSOA CONEXÕES INTERTEXTUAIS MENSAGEM (1934) P RIMEIRA P ARTE ► BRASÃO Primeiro - Ulisses Segundo - Viriato Terceiro - Conde D.Henrique Quarto - D.Tareja Quinto - D.Afonso Henriques Sexto - D.Dinis Sétimo I - D. João o Primeiro Sétimo II - D. Filipa de Lencastre

17 MEDIEVO REVISITADO MEDIEVO REVISITADO Na noite escreve um seu Cantar de Amigo o plantador de naus a haver, e ouve um silêncio múrmuro consigo: é o rumor dos pinhais que, como um trigo de Império, ondulam sem se poder ver. Arroio, esse cantar, jovem e puro, busca o oceano por achar; e a fala dos pinhais, marulho obscuro, é o som presente desse mar futuro, é a voz da terra ansiando pelo mar. PESSOA, “D. DINIS”. Mensagem (1934) [FERNANDO PESSOA, 1888-1935]

18 INTERTEXTUALIDADE Quando olhaste bem nos olhos meus E o teu olhar era de adeus Juro que não acreditei Eu te estranhei, me debrucei Sobre o teu corpo e duvidei E me arrastei e te arranhei E me agarrei nos teus cabelos Nos teus pêlos, teu pijama Nos teus pés ao pé da cama Sem carinho, sem coberta No tapete ao pé da porta Reclamei baixinho... Dei pra maldizer o nosso lar Pra sujar teu nome, te humilhar E me vingar a qualquer preço Te adorando pelo avesso Pra mostrar que inda sou tua... Autoria: compositor masculino Autoria: compositor masculino Sujeito lírico: feminino Sujeito lírico: feminino Tema: tormento passional; olhar como causa da coyta feminina, Tema: tormento passional; olhar como causa da coyta feminina, Tom: intimista, confessional Tom: intimista, confessional Aspectos formais: valorização da camada sonora (aliteração, assonância, anáfora), Aspectos formais: valorização da camada sonora (aliteração, assonância, anáfora), motz el son Unidade temática: repetição cria efeito de reforço e coerência textual Unidade temática: repetição cria efeito de reforço e coerência textual “ATRÁS DA PORTA” CHICO BUARQUE E FRANCIS HIME

19 INTERTEXTO BARTHES, Roland. O rumor da língua. 1988. Disponível em, acesso em 01/09/2014 “um texto não é feito de uma linha de palavras a produzir um sentido único” “mas um espaço de dimensões múltiplas onde se casam e se contestam escritas variadas, nenhuma das quais é original: o texto é um tecido de citações, saída dos mil focos da cultura”


Carregar ppt "LITERATURA PORTUGUESA TROVADORISMO CANTIGASLÍRICAS Prof. Stélio Furlan."

Apresentações semelhantes


Anúncios Google