Cantigas de Amigo As Cantigas de Amigo têm origem tradicional-popular e baseiam-se num lirismo muito antigo. Como características basilares destacamos.

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1 Cantigas de Amigo As Cantigas de Amigo têm origem tradicional-popular e baseiam-se num lirismo muito antigo. Como características basilares destacamos a repetição da palavra amigo, que nos remete para o amado, e o facto de serem cantadas por uma mulher. A presença feminina assume nestas cantigas particular relevo devido às contingências sociais, tais como: a partida do amado para o combate aos mouros ou para acompanhar o rei. Em tais circunstâncias, dá-se a predominância do saudosismo, sentimento próprio das Cantigas de Amigo. Temas recorrentes: Vida campestre; ambiente doméstico e o drama sentimental da moça.

2 Cantigas de Escárnio e de Maldizer
As Cantigas de Escárnio e de Maldizer sofrem a influência da sátira galego-portuguesa e do “sirventês” provençal. Se por um lado, nas Cantigas de Maldizer o trovador zomba, explicitamente, com os aspectos e as acções ridículas de uma personagem, por outro, e por oposição, nas Cantigas de Escárnio faz-se uso de uma linguagem ambígua, subjectiva e subtil. Temas recorrentes: Entrega dos castelos ao Conde de Bolonha (D. Afonso III); traição dos cavaleiros de Afonso X na Batalha de Granada; a Cruzada da Balteira; crítica dos trovadores e jograis (da vida que levam e da falta de arte); sátira à soldadeira; polémica social; censura de vícios e de costumes da época (a avareza, a vaidade, a crença em agoiros, o casamento por rapto, a homossexualidade, etc); paródias a temas e formas da poesia lírica amorosa.

3 Cantigas de Amor Contrariamente às Cantigas de Amigo, nas Cantigas de Amor é o poeta, na primeira pessoa, que exprime os seus sentimentos amorosos pela dama. Recorre-se nestas cantigas, à expressão da “coita”, paixão infeliz, sentimento amoroso não correspondido. Consta-se que estas cantigas são a primeira manisfestação literária do temperamento romântico galaico-português. Temas recorrentes: panegírico da “senhor”; amor espiritual/cupidez erótica; saudosismo; crítica do amor cortez. Recursos estilísticos na lírica trovadoresca: atafinda, lixa-pren, paralelismo, refrão, cobra, mestria, entre outros.