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PublicouGabrielhenrique Ferraz Alterado mais de 10 anos atrás
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O Fantasma do Amor gluckall.blogspot.com Rolagem automática
____________________________________perfume de coração
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Tudo acabou, nos separamos.
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É como se tivéssemos abandonado uma casa que inventamos em nosso imaginário.
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A força do amor construiu dentro de nós um lugar de sonhos cheio de quartos, salões, cozinhas, corredores, salas e jardins.
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Cada canto é antigo conhecido de cada parceiro, pois foi construído tijolo a tijolo por mãos de dedicação.
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Também existem sótãos, porões e masmorras.
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Um lugar que apenas os dois conhecem o endereço.
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A cada descoberta, um objeto novo
A cada descoberta, um objeto novo. Após os momentos vividos, uma decoração feita a quatro mãos.
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Um castelo de sonhos povoado por alegrias e angústias, esperas e receios, chegadas e partidas.
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Quando partimos, deixamos para trás essa morada do espírito e essa casa fica abandonada.
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Porém, não deixa de existir em nós.
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Notamos que mais que paredes abstratas, nossa antes morada, criou uma energia própria
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e percebemos que demolir essa construção não é tão fácil quanto pode parecer.
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É como se o fantasma do outro estivesse por toda parte.
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Ora, sorrindo zombeteiro sobre a cama; ora, no topo da escada.
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Por vezes vestido para a festa, às vezes nu, andando feliz pelos jardins
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Chorando na mesa da cozinha com a cabeça entre as mãos e as lágrimas do desfeito ou levitando no meio da sala
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Ruídos, músicas, imagens, lembranças do inexplicável, risadas e choros em nossa mente mal-assombrada
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Um amor que partiu, mas deixou em nós seu fantasma arrastando correntes pela casa,
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agora abandonada, coberta pelas teias do não reencontro
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Quadros de desengano pendurados em paredes envelhecidas e o nosso esforço para demolir essa construção que não cede
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Habitação e habitante trocam de papel e nossa casa assombrada nos persegue, a todo instante. A todo lugar
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Ouvir incessantemente a voz de quem se foi, falando e falando o tempo todo
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Jurando amor, dizendo adeus, cobrando ausências, lamentando perdas
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Gritos de não me deixe partir
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Imagens do nosso amor em outros braços e novas promessas a quem sequer merece essas coisas insanas, apunhalam sem dó
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Certeza de que tudo dito a outro alguém são mentiras da revanche, das vinganças planejadas que jamais serão cumpridas
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Ouvimos os gemidos de quem nos amou, ainda mais altos do que um dia foram conosco, no prazer de outro corpo. É o nosso pior fantasma
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O ser que um dia amamos dirá, certamente, não ter imaginado esse mundo de sensações com tanta intensidade junto ao novo amor.
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Ouviria de mim, um só murmúrio:
- Sei que não mentes, pois sei também que agora, no auge dos teus orgasmos...
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– nunca o teu pensamento e a tua alma estiveram tão cravados em mim...
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Texto e formatação: Paulo Moreira Música: Radiohead – Fake Plastic Trees Imagens: - Internet Por favor, não altere ou modifique os créditos
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