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Desigualdades Étnico-Raciais

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Apresentação em tema: "Desigualdades Étnico-Raciais"— Transcrição da apresentação:

1 Desigualdades Étnico-Raciais
Professor Flavio Francisco

2 Origens dos estudos de relações étnico-raciais
Os estudos de desigualdade no Brasil são desenvolvidos fazem parte de um campo mais amplo de estudos das relações étnico- raciais no Brasil. Alguns tratam o trabalho de Raymundo Nina Rodrigues na cidade de Salvador como pioneiro no campo de estudos Outra importante referência é de Arthur Ramos, com foco na cultura afro-brasileira

3 Ascensão da cultura e democracia racial
Gilberto Freyre, em Casa Grande & Senzala, procurou explicar a origem da sociedade brasileira a partir do universo escravocrata. A sua obra representa um período no qual cientistas sociais brasileiros e norte-americanos utilizavam o processo de miscigenação como variável para determinar harmonia racial

4 Projeto Unesco As pesquisas desenvolvidas a partir dos anos 1950 – e que ficaram conhecidas como “Projeto Unesco” – inauguraram um novo viés interpretativo, pois ao apresentarem dados baseados em pesquisas realizadas em diferentes estados, com diferentes níveis de desenvolvimento socioeconômico e contingentes populacionais com distintas composições étnico-raciais, possibilitou fragmentar a crença de que o preconceito no Brasil era apenas de classe, e não racial. 

5 Laboratórios Raciais O projeto podemos destacar os seguintes pesquisadores: Otavio Ianni – Sul do Brasil Fernando Henrique Cardoso – Sul do Brasil Luiz Costa Pinto – Rio de Janeiro Thales de Azevedo- Bahia Roger Bastide e Florestan Fernandes – São Paulo

6 Luís Costa Pinto argumenta que há um impacto da civilização industrial e urbana. Em muitas outras regiões (ele estudou o Rio de Janeiro)havia ainda a coexistência entre os mundos da escravidão e da civilização industrial.

7 Vale destacar o trabalho de Florestan Fernandes (1978) e o seu pioneirismo ao chamar a atenção para o preconceito racial existente na sociedade brasileira, embora este defenda que o espaço marginal ocupado pelos negros se dava exclusivamente pela herança do passado escravista.

8 Além de interpretação teórica, Florestan inovou na metodologia, ao incorporar as visões de militantes negros daquele período para tratar do assunto

9 Estudos Desigualdade Em 1979, a tese defendida por Carlos Hasenbalg argumentava que o racismo e a discriminação racial resultavam da competição só existente no capitalismo, no sentido de que só a partir da concorrência em que tal sistema viceja é que veríamos surgir a discriminação racial e o racismo sob sua formulação moderna

10 Carlos sempre foi categórico ao afirmar que, para entender a estratificação racial e os mecanismos que reproduzem as desigualdades raciais, era necessário abandonar a ideia de legado, ou, pelo menos, tirar a ênfase desta explicação. Entretanto, ele reconhece a existência de um legado do escravismo, localizado no analfabetismo maciço, na limitada diversificação de habilidades ocupacionais e na grande concentração demográfica em áreas rurais subdesenvolvidas, sendo o tema das desigualdades regionais uma preocupação constante na sua obra. Carlos defendia que a industrialização não eliminara a adscrição racial como critério que estrutura as relações sociais. Esta crítica impactou muitos trabalhos nas gerações seguintes.

11 Os resultados de suas investigações apontam que para além do fato dos não brancos obterem níveis de escolaridade inferiores aos brancos de mesma origem social, os retornos à escolaridade adquirida em termos de inserção ocupacional e renda tendem a ser proporcionalmente menores para este grupo. Desde seu primeiro livro, conclui que a origem social não é o único determinante explicativo das diferenças entre os grupos de cor, pois com a mesma origem social dos brancos, os não brancos têm oportunidades educacionais mais limitadas e os ganhos educacionais são traduzidos em distintos ganhos ocupacionais e de renda.

12 Marcelo Paixão

13 Os dilemas da classificação: categorias raça/cor e a dinâmica racial no Brasil
De acordo com a bibliográfica clássica sobre o tema, o sistema de classificação racial brasileiro caracteriza-se por um processo complexo, ambíguo e fluído cuja definição de pertença racial dar-se-ia por meio de uma combinação de traços corporais e informações sociais: cor da pele; traços corporais (formato do nariz, lábios, tipo e cor de cabelo) origem regional; grau de instrução; renda. Entretanto, o elemento determinante na identificação étnico-racial é a cor da pele

14 IBGE Os levantamentos, tais como os censos e as pesquisas domiciliares realizados pelo IBGE fornecem as informações necessárias para estudar as características da população brasileira e conhecer as suas condições de vida: moradia, saúde, educação, trabalho etc. Desde os anos 90, praticamente todos os levantamentos oficiais coletam este dado, de acordo com o sistema classificatório do IBGE, no entanto, ainda há controvérsias e equívocos nessa coleta.

15 CATEGORIAS DO IBGE Atualmente, o critério utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) é a auto- classificação da COR ou RAÇA de acordo com cinco categorias

16 Por que devemos utilizar as categorias empregadas pelo IBGE ?
Porque possibilita o cruzamento dos dados obtidos em todo o país. Assim, podemos fazer comparações abrangentes e ter estatísticas em nível nacional. Antes de definir estas categorias, o IBGE pesquisou as cores mais declaradas pela população e concluiu que a maioria delas já era utilizada, desde a segunda metade do século XIX (1850 – 1900) Um estudo realizado pelo IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – relata que a classificação de “cor ou raça/etnia” não é invenção de agora, e o 1º Censo oficial brasileiro, realizado em 1872, utilizou as seguintes categorias: preto, pardo, branco e caboclo.

17 Quadro II - Quesito Cor ou raça nos censos demográficos brasileiros
1872 1890 1900 1920 1940 1950 Categorias Branca branca QUESITO COR EXCLUÍDO DO CENSO Preta preta parda mestiça cabocla amarela Órgão Censitários Diretoria Geral de Estatística IBGE Secretária dos Negócios do Império Ministério do Interior Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio Serviço Nacional de Recenseamento 1960 1970 1980 1991 2000 2010 indígena Serviço Nacional de Recenseamento Departamento de Censos DECEN Fonte: IBGE (2011), com adaptações a partir de Oliveira (2003) e Silva (2013)

18 CATEGORIAS DO IBGE BRANCA PRETA PARDA AMARELA INDÍGENA

19 PRETA – pessoas com traços negróides
(ascendentes de negros) / pele escura. PARDA – traços resultantes da miscigenação. pele menos escura. Exemplos: mestiços de preto e branco; mestiços de preto e índio; mestiços de branco e índio; e assim por diante... POPULAÇÃO NEGRA= preta + parda

20 Branca – traços europeus, ocidentais/ pele clara. (não-pretos, não-pardos, não-amarelos, não indígenas) Amarela – pessoas de origem asiática (japonesa, chinesa, coreano...); Indígena – descendentes de índios brasileiros/ existem diferentes etnias.

21 “A escolha da cor parda foi consolidada em 1976, depois que o IBGE fez a sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) daquele ano. O resultado foi que os brasileiros se auto-atribuíram 135 cores diferentes. “ 1 - Acastanhada 35 – Cabocal 67 – Laranja 103 – Negra 2 - Agalegada 36 – Cabo-verde 68 – Lilás 104 – Negrota 3 – Alva 37 – Café 69 – Loira 105 – Pálida 4 – Alva-escura 38 – Café-com-leite 70 – Loira-clara 106 – Paraíba 5 – Alvarenta 39 – Canela 71 – Loura 107 – Parda 6 – Alvarinta 40 – Canelada 72 – Lourinha 108 – Parda-clara 7 – Alva-rosada 41 – Cardão 73 – Malaia 109 – Polaca 8 – Alvinha 42 – Castanha 74 – Marinheira 110 – Pouco-clara 9 – Amarela 43 – Castanha-clara 75 – Marrom 111 – Pouco-morena 10 – Amarelada 44 – Castanha-escura 76 – Meio-amerela 112 – Preta 11 – Amarela-queimada 45 – Chocolate 77 – Meio-branca 113 – Pretinha 12 – Amarelosa 46 – Clara 78 – Meio-morena 114 – Puxa-para-branca 13 – Amorenada 47 – Clarinha 79 – Meio-preta 115 – Quase-negra 14 – Avermelhada 48 – Cobre 80 – Melada 116 – Queimada 15 – Azul 49 – Corada 81 – Mestiça 117 – Queimada-de-praia 16 – Azul-marinho 50 – Cor-de-café 82 – Miscigenação 118 – Queimada-de-sol 17 – Baiano 51 – Cor-de-canela 83 – Mista 119 – Regular 18 – Bem-branca 52 – Cor-de-cuia 84 – Morena 120 – Retinta 19 – Bem-clara 53 – Cor-de-leite 85 – Morena-bem-chegada 121 – Rosa 20 – Bem-morena 54 – Cor-de-ouro 86 – Morena-bronzeada 122 – Rosada 21 – Branca 55 – Cor-de-rosa 87 – Morena-canelada 123 – Rosa-queimada 22 – Branca-avermelhada 56 – Cor-firma 88 – Morena-castanha 124 – Roxa 23 – Branca-melada 57 – Crioula 89 – Morena-clara 125 – Ruiva 24 – Branca-morena 58 – Encerada 90 – Morena-cor-de-canela 126 – Russo 25 – Branca-pálida 59 – Enxofrada 91 – Morena-jambo 127 – Sapecada 26 – Branca-queimada 60 – Esbranquecimento 92 – Morenada 128 – Sarará 27 – Branca-sardenta 61 – Escura 93 – Morena-escura 129 – Saraúba 28 – Branca-suja 62 – Escurinha 94 – Morena-fechada 130 – Tostada 29 – Branquiça 63 – Fogoio 95 – Morenão 131 – Trigo 30 – Branquinha 64 – Galega 96 – Morena-parda 132 – Trigueira 31 – Bronze 65 – Galegada 97 – Morena-roxa 133 – Turva 32 – Bronzeada 66 – Jambo 98 – Morena-ruiva 134 – Verde 33 – Bugrezinha-escura 99 – Morena-tigueira 135 – Vermelha 34 – Burro-quando-foge 100 – Moreninha 101 – Mulata 102 – Mulatinha

22 AIDS por Raça/Cor Taxa de Mortalidade
Masculino Feminino Total Branca 12,4 4,5 8,2 Preta 24,2 11,3 17,7 Parda 10,2 5,9 8,0 Taxa de Mortalidade de AIDS segundo Raça/Cor e sexo. MSP Programa Municipal de DST/AIDS Fonte: Sinan 1,9 x 2,5 x 2,1 x AIDS por Raça/Cor Taxa de Mortalidade

23 NEGROS = Pretos + Pardos
A agregação de pretos e pardos e sua designação como Negros pode justificar-se duplamente: 1) ESTATISTICAMENTE: pela uniformidade de características socioeconômicas dos dois grupos. 2) TEORICAMENTE: pela mesma natureza das discriminações (potenciais ou efetivas) sofridas por ambos os grupos. Ou seja, é pela sua parcela não-branca que os pardos são discriminados.

24 Acesso a Atendimento Médico e a Medicamentos
Pessoas que Consultaram um médico nos últimos 12 meses Branca 74,8% Preta 69,5% Parda 67,8% Pessoas que Consultaram um dentista nos últimos 12 meses Branca 50,4% Preta 38,2% Parda 39,2% Pessoas que conseguiram obter todos os medicamentos prescritos na última consulta Branca 82,4% Preta 81,1% Parda 80,4% Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde IBGE. Por que o negro tem menos acesso à saúde do que o branco no Brasil?

25 RELATÓRIO ANUAL SOCIOECONÔMICO DA MULHER, 2014

26 Principais Causas de Mortes Maternas, segundo Raça/Cor

27 Taxa de mortalidade por Tuberculose segundo raça/cor, 2004-2013

28 Distribuição da população analfabeta segundo Raça/Cor
Fonte: Políticas Sociais - acompanhamento e análise. IPEA. nº 22, 2014 

29 Estudantes no Ensino Superior, por sexo e cor/raça
Fonte: Dossiê Mulheres Negras. IPEA. 2013 

30 Rendimento por raça/cor e gênero

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32 Executivos negros: racismo e diversidade no mundo empresarial
No universo corporativo, as políticas de inclusão, ou ações afirmativas, foram criadas após o debate e a aplicação das primeiras políticas de cotas. Os programas visam atravessar as redes tradicionais de contratação de profissionais Apesar do esforço de formação de executivos negros, forma-se no interior das empresas hierarquias, até mesmo, entre os profissionais com alta qualificação. (Pedro Jaime de Coelho Júnior)

33 Formação de Grupo de Trabalho Interministerial para a Valorização da População Negra (GTI)
Após o reconhecimento do racismo pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, o governo promoveu debates entre intelectuais, militantes e gestores públicos para a criação de políticas afirmativas.

34 Conferência Mundial contra o Racismo
A partir do debate sobre políticas de reparação promovido na conferência, deu-se o impulso para a criação de ações afirmativas nas universidades brasileiras. O Brasil assinou, na conferência, o compromisso com uma agenda de promoção da igualdade racial Na era FHC, houve uma abertura institucional, mas as ações de inclusão foram tímidas Na era Lula, com um quadro maior de negros, as políticas foram administradas a partir da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) Em 2003 é aprovada a Lei de História da África ( para questão indígena)

35 Debate em torno das ações afirmativas
A Favor Contra Antônio Sérgio Guimarães Edward Telles João Jorge Velho Intelectuais enfatizaram as desigualdades sociais Raça poderia ser aplicada como categoria nas políticas públicas Yvonne Maggie Peter Fry Marco Chor Maio Enfatizaram a importância do mito da Democracia Racial Reconheciam o racismo, mas problematizavam políticas baseadas em categorias raciais

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