Barroco –Séc-XVII Gregório de Matos Guerra “A poesia tem o desejo de produzir o espanto” (Giambattista Marini-1568-1625)

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1 Barroco –Séc-XVII Gregório de Matos Guerra “A poesia tem o desejo de produzir o espanto” (Giambattista Marini )

2 Hieróglifos do fim da vida-Valdés Leal (1622-1690) In Ictu Oculi

3 Finis Gloriae Mundi

4 A criação do Homem Michelangelo

5 Última Ceia Da Vinci

6 Pietá Pietro Perugino

7 Apesar do tema da morte, o sentimento é contido pela imortalidade e pelo silêncio respeitoso. As colunas do templo, que circundam a cena, refletem a dignidade herática e solene das figuras.

8 Características clássicas: Clareza: nitidez das formas e contornos, visibilidade absoluta; Equilíbrio: simetria (a cada elemento da esquerda corresponde um da direita;

9 Predomínio das linhas verticais e horizontais; Perspectiva explícita, convergindo para um ponto de fuga situado nas figuras de Cristo e Maria; Forma fechada: todos os elementos convergem para o eixo central do quadro;

10 Figuras estáticas e solenes, em repouso e contemplação

11 A Ceia em Emaús Caravaggio

12 Davi com a cabeça de Golias Caravaggio

13 A incredulidade de São Tomé-Caravaggio

14 Deposição da Cruz Caravaggio

15 A solenidade é quebrada pela expressão da dor, que explode nos gestos dramáticos e incontidos dos personagens

16 Características Barrocas: Fortes contrastes entre claro e escuro; As formas perdem o contorno (partes das figuras são vultos na escuridão) e ganham volume; Desequilíbrio: assimetria; Predomínio das linhas inclinadas; A perspectiva não é nítida;

17 Forma aberta (observe a pedra do túmulo, que, colocada transversalmente, ultrapassa os limites da moldura; o homem que segura as pernas de Cristo olha para o espectador do quadro...); Figuras em movimento, dramaticidade.

18 Fatos históricos: Reforma (1517) Contrarreforma (1545)-Concílio de Trento: Ressurgimento do Tribunal do Santo Ofício; Criação do Index Librorum Proibitorum; Criação da Companhia de Jesus por Inácio de Loyola

19 Martin Luther

20 A indulgência é a remissão (parcial ou total) do castigo temporal imputado a alguém por conta dos seus pecados (aplicável apenas a alguém que esteja em estado de graça, ou seja, livre de pecados graves, e arrependido de todos os seus pecados veniais). Naquele tempo, o papa havia concedido uma indulgência plenária para quem doasse qualquer quantia para a reforma da Basílica de São Pedro. O frade Johann Tetzel fora recrutado para viajar através dos territórios episcopais do arcebispo Alberto de Mogúncia, mas sua campanha tomou a linha de uma venda, pois este frade, posteriormente punido por isso, dizia que "Assim que uma moeda tilinta no cofre, uma alma sai do Purgatório".[8] Lutero viu este tráfico de indulgências como um abuso que poderia confundir as pessoas e levá-las a confiar apenas nas indulgências, deixando de lado a confissão e o arrependimento verdadeiros. Proferiu, então, três sermões contra as indulgências em 1516 e Segundo a tradição, em 31 de outubro de 1517 foram afixadas as 95 Teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, com um convite aberto a uma disputa escolástica sobre elas. Essas teses condenavam o que Lutero acreditava ser a avareza e o paganismo na Igreja como um abuso e pediam um debate teológico sobre o que as Indulgências significavam. Para todos os efeitos, contudo, nelas Lutero não questionava diretamente a autoridade do Papa para conceder as tais indulgências

21 As 95 Teses foram logo traduzidas para o alemão e amplamente copiadas e impressas. Ao cabo de duas semanas se haviam espalhado por toda a Alemanha e, em dois meses, por toda a Europa. Este foi o primeiro episódio da História em que a imprensa teve papel fundamental, pois facilitou a distribuição simples e ampla do documento.

22 Características do Barroco Pessimismo; Desequilíbrio entre a razão e a emoção; Tendência à ilusão (fuga à realidade objetiva, subjetividade); Dualidade; contradição; Tendência à alusão (descrição indireta); Predomínio de figuras como a metáfora, a antítese, o paradoxo, a hipérbole, o hipérbato

23 Figuras de linguagem: É uma forma de expressão que consiste no emprego de palavras em sentido figurado, isto é, em um sentido diferente daquele em que convencionalmente são empregadas

24 Comparação: Aproxima dois seres em razão de alguma semelhança exeistente entre eles, de modo que as características de um sejam atribuídas ao outro, e sempre por meio de um elemento comparativo expresso: como, tal qual, semelhante a, que nem, etc.

25 Metáfora: Emprego de uma palavra em um sentido que não lhe é comum ou próprio, sendo esse novo sentido resultante de uma relação de semelhança, de intersecção entre dois termos

26 Metonímia: Substituição de uma palavra por outra em razão de haver entre elas uma relação de interdependência, de inclusão, de implicação.

27 Antítese: Emprego de palavras que se opõem quanto ao sentido.

28 Paradoxo: Emprego de palavras ou expressões que, embora opostas ao sentido, se fundem e um enunciado

29 Hipérbole: Expressa uma ideia com exagero

30 Personificação ou prosopopeia: Atribui linguagem, sentimentos e ações próprias dos seres humanos, a seres inanimados ou irracionais.

31 Eufemismo: Emprego de uma palavra ou expressão no lugar de outra considerada desagradável ou chocante

32 Ironia: Afirmar o contrário do que se quer dizer.

33 Gregório de Matos: O 1º grande poeta brasileiro

34 Poesia lírica: A lírica amorosa de Gregório de Matos retoma temas clássicos, como a oposição entre espírito e matéria, para desenvolver sua poesia. Por trás de suas imagens, sempre é possível identificar o desenvolvimento de um raciocínio exemplar. Seguindo a tradição inaugurada por Shakespeare e Camões de comparar a beleza feminina às maravilhas da natureza,

35 Gregório de Matos retoma esse tema para desenvolvê-lo segundo os princípios da composição barroca. A beleza de Catarina é afirmada por meio de uma estrutura bastante regular que identifica os aspectos mais louváveis do Sol, da Lua, do Céu, da rosa, da açucena e do mar. Se o ideal clássico de beleza pode ser encontrado na natureza, o que dizer de Catarina, que a tudo supera, como expressa o paradoxo final: “Tudo é nada...”

36 Pintura admirável de uma beleza Vês esse sol de luzes coroado
Pintura admirável de uma beleza Vês esse sol de luzes coroado? Em pérolas a aurora convertida? Vês a lua de estrelas guarnecida? Vês o céu de planetas adornado?

37 O céu deixemos; vês naquele prado A rosa com razão desvanecida
O céu deixemos; vês naquele prado A rosa com razão desvanecida? A açucena por alva presumida? O cravo por galã lisongeado?

38 Deixa o prado; vem cá, minha adorada: Vês desse mar a esfera cristalina Em sucessivo aljôfar desatada? Parece aos olhos ser de prata fina? Vês tudo isto bem? Pois tudo é nada à vista do teu rosto, Catarina.

39 Poesia sacra: O que sobressai, na poesia sacra de Gregório de Matos, é o senso de pecado, a constatação da fragilidade humana e o temor diante da morte e da condenação eterna. Essa faceta de pecador arrependido aparece nos poemas compostos na fase final de sua vida, já que, na juventude, o poeta fez várias composições que desafiavam o poder divino. O poema a seguir é da fase mais madura do poeta.

40 A CRISTO N. S. CRUCIFICADO Meu Deus, que estais pendente de um madeiro, Em cuja lei protesto de viver, Em cuja santa lei hei de morrer, Animoso, constante, firme e inteiro:

41 Neste lance, por ser o derradeiro Pois vejo a minha vida anoitecer; É, meu Jesus, a hora de se ver A brandura de um Pai, manso Cordeiro.

42 Mui grande é o vosso amor e o meu delito; Porém pode ter fim todo o pecar, E não o vosso amor que é infinito.

43 Esta razão me obriga a confiar, Que, por mais que pequei, neste conflito Espero em vosso amor de me salvar.

44 Buscando a Cristo A vós correndo vou, braços sagrados, Nessa cruz sacrossanta descobertos, Que, para receber-me, estais abertos, E, por não castigar-me, estais cravados.

45 A vós, divinos olhos, eclipsados De tanto sangue e lágrimas abertos, Pois, para perdoar-me, estais despertos, E, por não condenar-me, estais fechados.

46 A vós, pregados pés, por não deixar-me, A vós, sangue vertido, para ungir-me, a vós, cabeça baixa, p’ra chamar-me.

47 A vós, lado patente, quero unir-me, A vós, cravos preciosos, quero atar-me, Para ficar unido, atado e firme

48 Esse soneto ilustra uma característica típica do estilo barroco: o uso de situações ambivalentes, que possibilitam dupla interpretação. Assim, os braços de Cristo são apresentados como abertos e cravados; seus olhos estão abertos e fechados. Cada um desses estados permite ao poeta fazer uma interpretação sempre positiva do gesto divino. Os braços estão abertos para acolher o fiel que se dirige a Deus cravados para não castigá-los pelos

49 Pecados que cometeu. O soneto desenvolve uma argumentação que busca convencer o leitor de uma verdade religiosa: o perdão de Deus é absoluto. A imagem de Jesus crucificado dá origem às metonímias (utilização da parte para referir-se ao todo) que constituirão os “argumentos” apresentados pelo poeta. Cada uma das partes do corpo de Cristo representa uma atitude acolhedora, magnânima, uma manifestação de

50 bondade e comiseração. Na última estrofe, podemos identificar o tema do fusionismo: o fiel, reconhecendo os sinais de que será escolhido por Deus, manifesta o seu desejo de “ficar unido, atado e firme” ao Cristo crucificado.

51 Poesia satírica: Foram os poemas satíricos que deram fama ao poeta baiano, chegando mesmo a causar o seu degredo para Angola, em 1694.O olhar crítico de Gregório revela aspectos negativos da vida na Bahia e Pernambuco em fins do século XVII. Ele denuncia, com irreverência, a corrupção econômica dos políticos e a corrupção moral dos padres e freiras.

52 No poema a seguir, Gregório de Matos expõe de modo exemplar a prática da maledicência.

53 Reprovações Se sois homem valoroso, Dizem que sois temerário, Se valente, espadachim, E atrevido, se esforçado.

54 SE resoluto, _ arrogante, Se pacífico, sois fraco, Se precatado, _ medroso, E se o não sois, _ confiado.

55 SE falais muito, palreiro, Se falais pouco, sois tardo, Se em pé, não tendes assento, Preguiçoso, se assentado.

56 E assim não pode viver Neste Brasil infestado, Segundo o que vos refiro Quem não seja reprovado

57 O erotismo é um tema universal na literatura e em outras artes
O erotismo é um tema universal na literatura e em outras artes. Há inúmeros exemplos de obras de arte de grande qualidade assentadas no erotismo, que não se confunde com pornografia. A Bíblia traz inúmeras passagens eróticas em que predomina o tom erótico, especialmente no livro Cântico dos cânticos.

58 A uma freira que satirizando a delgada fisionomia do poeta lhe chamou de “Pica-flor” Se Pica-flor me chamais Pica-flor aceito ser mas resta agora saber se no nome que me dais meteis a flor que guardais no passarinho melhor. Se me dais este favor sendo só de mim o Pica e o mais vosso, claro fica que fico então Pica-flor

59 UFO/Paies-MG Gregório de Mattos, valendo-se do deboche, do riso e da expressão, faz no poema acima um jogo com as palavras e as ideias. Após a leitura do poema, marque para as afirmativas abaixo (V) ou (F):

60 a)A começar pelo título, que menciona a expressão delgada fisionomia, o contexto do poema aponta Pica-flor como sinônimo de beija-flor. B)Pica e flor são termos empregados para sugerir, respectivamente, os órgãos genitais masculino e feminino.

61 c)O poeta aceita o apelido de Pica-flor e exalta a pureza da freira, chamando-a de “flor”, metáfora usada para as moças bondosas e puras. D) o verso “se me dais este favor” refere-se ao apelido criativo que a freira dá ao poeta pois, de fato, sua fisionomia lembra a de um beija-flor.

62 Mote (define sua cidades_ Bahia) De dois ff se compõe esta cidade a meu ver, um furtar, outro f....

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68 Nasce o sol, e não dura mais que um dia, Depois da luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. Porém, se acaba o sol, por que nascia? Se é tão formosa a luz, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia?

69 Mas no Sol, e na Luz falta a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância.

70 1-O eu-lírico aborda o tema da efemeridade ou inconstância das coisas do mundo, que fazia parte das preocupações do homem barroco. A) Na 1ª estrofe, como ele mostra essa percepção da efemeridade? B)Das mudanças apontadas, qual afeta o estado de ânimo do eu-lírico?

71 2-O eu-lírico não compreende a razão da instabilidade das coisas
2-O eu-lírico não compreende a razão da instabilidade das coisas. A)Em que estrofes se nota claramente o sentimento de inconformismo com a instabilidade? Justifique sua resposta. B)No final do poema, a que conclusão sobre a inconstância das coisas o eu-lírico chega?

72 3-A linguagem barroca geralmente busca expressar estados de conflito espiritual. Por isso, faz uso de antíteses e paradoxos. Identifique exemplos dessas figuras de linguagem no poema.

73 (Uflavras 2000) “Nasce o sol, e não dura mais que um dia, Depois da luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria.” Na estrofe acima, a principal característica do Barroco é:

74 a)forte presença de antíteses b)o culto do amor cortês
a)forte presença de antíteses b)o culto do amor cortês. c)o uso de aliterações d) o culto da natureza e)a utilização de rimas alternadas

75 Na cidade de Salvador do século XVI, certa vez alguns infiéis destruíram a imagem do Menino Jesus. Tempos depois, reapareceu apenas parte da imagem, um braço. O acontecimento inspirou a criação do poema a seguir. O autor aproveitou o fato para discutir a relação entre as partes de um todo de maneira mais profunda.

76 Ao braço do mesmo menino Jesus quando apareceu O todo sem a parte não é o todo; A parte sem o todo nãp é a parte; Mas se a parte o faz todo, sendo parte, Não se diga, que é parte, sendo o todo.

77 Em todo o sacramento está Deus todo, E todo assiste inteiro em qualquer parte, E feito em partes todo em toda a parte, Em qualquer parte sempre fica o todo.

78 O braço de Jesus não seja parte, Pois que feito Jesus em partes todo, Assiste cada parte em sua parte. Não se sabendo parte deste todo, Um braço, que lhe acharam, sendo parte, Nos diz as partes todas deste todo.

79 Estrutura de um silogismo(raciocínio dedutivo estruturado em torno de duas proposições (premissas), a partir das quais se chega a uma terceira, considerada a conclusão. Exemplo: Todos os homens são mortais; Os gregos são homens; logo, os gregos são mortais.

80 Premissa maior: verdade universal: Toda parte pertence a um todo, assim como o todo é constituído de partes. Qualquer parte que falte a um todo fará que esse todo perca sua natureza de naturalidade.

81 Premissa menor: particularização Deus não é parte, é todo Conclusão: O braço de Jesus não é parte, é todo.

82 1- Na 1ª estrofe, o eu-lírico expressa uma verdade universal
1- Na 1ª estrofe, o eu-lírico expressa uma verdade universal. Explique essa afirmativa. 2-Como ele exemplifica(particulariza) essa verdade? 3-O braço da imagem de Jesus, reencontrado depois de certo tempo, exemplifica a relação entre todo e parte. Explique.

83 4-Que figura de linguagem utiliza a relação entre parte/todo?

84 Aos vícios Eu sou aquele, que os passados anos cantei na minha lira maldizente torpezas do Brasil, vícios e enganos. E bem que os descansei bastantemente, canto segunda vez na mesma lira o mesmo assunto em plectro diferente

85 De que pode servir calar quem cala. Nunca se há de falar, o que sente
De que pode servir calar quem cala? Nunca se há de falar, o que sente?! Sempre se há de sentir, o que se fala. Qual homem pode haver tão paciente, Que vendo o triste estado da Bahia, Não chore, não suspire, e não lamente? [...]

86 Se souberas falar, também falaras, Também satirizaras, se souberas, E se foras poeta, poetizaras. A ignorância dos homens destas eras Sisudos faz ser uns, outros prudentes, Que a mudez canoniza bestas feras.

87 Há bons, por não poder ser indolentes, Outros há comedidos de medrosos, Não mordem outros não, por não ter dentes. Quantos há que os telhados têm vidros, E deixam de atirar sua pedrada, De sua mesma telha receosos?

88 Uma só natureza nos foi dada; Não criou Deus os naturais diversos; Um só Adão criou, e esse de nada. Todos somos ruins, todos perversos, Só nos distingue o vício e a virtude, De que uns são comensais outros adversos.

89 Quem maior a tiver, do que eu ter pude, Esse só me censure, esse me note, calem-se os mais, chiton, e haja saúde

90 1-Releia a 4ª estrofe. Como o poeta justifica suas críticas
1-Releia a 4ª estrofe. Como o poeta justifica suas críticas? 2-Segundo ele, por diversos motivos as pessoas deixam de exercer o direito de criticar. Mencione alguns desses motivos. 3-Releia as três últimas estrofes. Podemos ver nelas o pessimismo contrarreformista do Barroco. Por quê?

91 4-Explique como você entende o 3º verso desta estrofe: A ignorância dos homens destas eras Sisudos faz ser uns, outros prudentes, Que a mudez canoniza bestas feras.

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