Dalmo Antônio R. Moreira

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1 Dalmo Antônio R. Moreira
Qual o impacto da polifarmácia sobre a taxa de anticoagulação em paciente em uso de varfarina ? Dalmo Antônio R. Moreira Bruna Medina, Anic Campos Alves, Cecilia Barroso, Zilda Meneghelo, Idelzuita Leporace, Auristela Ramos. Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, São Paulo Faculdade de Medicina de Itajubá 1

2 Introdução Pacientes (P) com risco de tromboembolismo sistêmico são submetidos à anticoagulação crônica por períodos variáveis, dependendo da sua condição subjacente. A varfarina ainda é o anticoagulante mais utilizado, cuja eficácia terapêutica é determinada tanto pela determinação do INR (faixa terapêutica ideal entre 2 e 3) como também pelo tempo na faixa terapêutica (TTR). Os P anticoagulados, particularmente os portadores de fibrilação atrial (FA) muitas vezes têm várias doenças associadas, o que implica em tratamento com múltiplos fármacos. É sabido que alguns medicamentos interferem com a taxa de INR, além de dificultar o tratamento quando vários fármacos são tomados diariamente. Objetivo: avaliar a influência da polifarmácia (definida como uso de ≥ 5 classes de fármacos ao dia) sobre o TTR de P ambulatoriais anticoagulados com varfarina. XXXVII Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo A Cardiologia Atual e Futura 2

3 Métodos Foram avaliados prontuários de 283 P consecutivos (148H, 135M, idade média 86±9a, variando entre 28 e 97 a) matriculados em serviço de anticoagulação entre os anos de 1999 e O número médio de comorbidades foi de 2,68±1,22 (variando entre 1 e 6; mediana 3). A grande maioria da população era formada por P portadores de FA (97%; mediana do escore CHA2DS2VASC=5). A partir da análise dos valores de INR de 12 consultas consecutivas e ininterruptas (período >6 meses de anticoagulação) foi realizado o cálculo do TTR pelo método de Rosendaal e estabelecido se houve seu controle efetivo. Considerou-se adequada a taxa de TTR>60%. XXXVII Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo A Cardiologia Atual e Futura 3

4 Resultados XXXVII Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo A Cardiologia Atual e Futura 4

5 Resultados A polifarmácia esteve presente em 152 P (54%) e esta foi mais frequente em 64% dos P com mais de três comorbidades (OR 2,37; IC 95% 1,473 e 3,835; p<0,0001). A taxa de TTR esteve <60% em 150 P (53%) e a polifarmácia foi 2,75 vezes maior nesta população em comparação aos P com TTR≥60% (OR 2,757; RR 1,61; IC 95% 1,702 e 4,467 p<0,0001). O sexo e a idade não identificaram P com TTR controlado ou não. XXXVII Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo A Cardiologia Atual e Futura 5

6 Conclusões a polifarmácia esteve presente em mais da metade dos P anticoagulados com varfarina; a polifarmácia associou-se ao maior número de comorbidades; P em uso de mais de 5 classes de fármacos têm maior dificuldade em manter o TTR na faixa terapêutica ideal; esses dados devem ser considerados quando da prescrição da varfarina nessa população. XXXVII Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo A Cardiologia Atual e Futura 6