Neurose Obsessiva compulsiva segundo Freud

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Apresentação em tema: "Neurose Obsessiva compulsiva segundo Freud"— Transcrição da apresentação:

1 Neurose Obsessiva compulsiva segundo Freud
Jorge Amaro

2 Neurose Obsessiva compulsiva segundo Freud
Alguns escritos de Freud que tratam da neurose obsessiva: 1894-As neuropsicoses de Defesa 1895-Obsessões e Fobias 1895-Rascunho K(Correspondência com Fliess) 1896-A hereditariedade e a etiologia das neuroses. 1896-Novas Observações sobre as NeuroPsicoses de Defesa 1907-Atos Obsessivos e Práticas Religiosas. 1908-Caráter e Erotismo Anal 1909-Observações sobre um Caso de Neurose Obsessiva. 1912-Totem e Tabu 1913-Predisposição à Neurose Obsessiva 1914-Sobre um caso de uma Neurose Infantil 1916-Um Paralelo Mitológico com uma Obsessão Visual 1917-Conferências Introdutórias sobre Psicanálise 1917-Transformações do Instinto conforme exemplificado no erotismo anal. 1926-Inibições,Sintomas e Ansiedade.

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Neste artigo as Neuropsicoses de defesa Freud inicia seu estudo sobre as representações obsessivas e estabelece a existência de mecanismos de defesa e de repressão como os elementos constitutivos da elaboração das idéias obsessivas. Neste artigo estabelece como origem destas idéias obsessivas representações sexuais reprimidas e substituídas por outra representação .Cita diversos casos clínicos e conclui que em todos os casos a defesa contra a representação intolerável seria a dissociação de sua carga energética.

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Procura diferenciar o efeito da repressão na Histeria e na Neurose obsessiva.:”O ego leva muito menos vantagem escolhendo a transposição do afeto,como método de defesa do que escolhendo a conversão histérica da excitação psíquica em inervação somática.O afeto de que o ego sofreu permanece como antes,inalterado e não diminuído ,diferindo apenas no fato de que a idéia incompatível é reprimida e expulsa da lembrança.As idéias reprimidas,como no outro caso,formam o núcleo de um segundo grupo psíquico que,acredito,acessível mesmo sem a ajuda da hipnose. Posteriormente o próprio Freud ,em sua “History of the Psycho-Analytic Movement(1914),declarou que a teoria da repressão é a pedra angular na qual repousa a estrutura da psicanálise.

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Em Obsessões e Fobias(1895) Freud procura retirar as síndromes obsessivas e fóbicas do quadro das neurastenias e também das degenerações mentais e procura estabelecer distinções entre os quadros obsessivos e os fóbicos.Procura também distinguir as obsessões traumáticas das obsessões verdadeiras.As primeira teriam origem em um trauma como o caso de Pascal que quase foi atirado de seu coche e caído no rio Sena e que desenvolveu idéias obsessivas de que sempre aparecia um abismo à sua esquerda.Segundo Freud estas idéias obsessivas estaria mais ligadas à histeria.

6 Neurose Obsessiva compulsiva segundo Freud
Aponta que dois constituintes são encontrados em toda obsessão:uma idéia que se impõe ao paciente e um estado emocional associado. Enquanto na fobia este estado emocional é a ansiedade,nas obsessões além da ansiedade outros sentimentos estão presentes tais como:dúvida,remorso,raiva etc... Volta a confirmar neste artigo que a idéia original é substituída ou seja a representação original é substituída por outra representação.Reafirma que todas as idéias substituídas tem atributos comuns que correspondem a experiência desagradáveis na vida sexual do sujeito,as quais ele se esforça para esquecer. Cita uma série de casos clínicos e tece considerações de que porque se produz a substituição?

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Freud diz:”Parece tratar-se da expressão de uma disposição mental específica herdada”. Cita pacientes com transtornos obsessivos cujos parentes próximos também a apresentavam. Quanto à substituição seria um ato de defesa do ego contra a idéia incompatível. Em o Rascunho K, Freud remeteu a Fliess (1° de janeiro de 1896) um esboço preliminar completo de seu segundo artigo sobre as neuropsicoses de defesa. Neste artigo Freud procura esmiuçar mais uma vez os elementos da neurose obsessiva.Reafirma novamente as causas sexuais do transtorno e a necessidade que o evento sexual ocorrido tenha aparecido anterior à maturidade sexual. Reafirma que a hereditariedade é uma das causa do transtorno porém não atribui a ela a escolha de uma neurose defensiva especial.

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Lembra que há uma tendência geral a evitar o desprazer como condição das mais fundamentais do funcionamento psíquico. Aponta para o fato de que uma pessoa para ficar livre da neurose,a precondição necessária é que antes da puberdade não tenha sofrido nenhuma estimulação sexual conflitiva,embora admita que a estimulação conflitiva menor ou maior estariam submetidas pela disposição hereditária. Para Freud as diferenças entre as diversas neuroses são demonstradas na forma como as idéias reprimidas retornam e também na maneira como os sintomas se formam e no rumo tomado pela doença,porém o caráter específico de uma determinada neurose está no modo como se realiza a repressão.

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Assim na neurose obsessiva a experiência primária foi de prazer.Quando esta experiência é relembrada posteriormente ,ela dá origem ao surgimento do desprazer e em geral emerge primeiro uma auto censura que é consciente. Nestas condições inicia-se a repressão tanto da lembrança sexual como da autocensura e em seu lugar sintomas antitéticos com certa conotação de escrupolosidade. No caso do transtorno obsessivo embora a idéia original esteja reprimida(a lembrança do fato em si) há o retorno do reprimido porem camuflado por distorções e simbolizações.Há uma substituição de uma representação por outra.Nestas condições uma idéia obsessiva é um produto de conciliação,correto quanto a afeto e categoria,mas falso devido ao deslocamento cronológico e à substituição por analogia.

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Lembra Freud que o ego consciente considera a obsessão como algo que lhe é estranho e a fase da doença é marcada pela luta defensiva do ego contra a obsessão e isto por si só pode promover novos sintomas,os da defesa secundária. Os sintomas secundários são uma intensificação da escrupulosidade e uma compulsão a perscrutar minuciosamente as coisas e guarda-las. Aqui Freud divide os sintomas em a)sintomas primários de defesa---escrupulosidade b)sintomas conciliatórios da doença---idéias obsessivas ou afetos obsessivos. c)sintomas secundários de defesa—cismas obsessivos,guarda obsessiva de objetos,dipsomania,rituais obsessivos etc..

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A pergunta que ele se faz é:porque a censura reprimida é reavivada? Parece que estados de libido insatisfeita contemporânea são o elemento que empresta a força do seu desprazer para reavivar a autocensura reprimida. A neurose obsessiva pode ser curada se desfizermos todas as substituições e transformações afetivas que ocorreram,de forma que a autocensura primária e a experiência que pertence a essa autocensura possam ficar desnudas e colocadas diante do ego consciente para serem julgadas de novo. O artigo A hereditariedade e a etiologia das Neuroses o segundo artigo das Neuropsicoses de defesa foram entregues em 5 de fevereiro de 1896.

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O artigo “A hereditariedade e a etiologia das Neuroses” é um sumário das concepções de Freud sobre a etiologia dos quatro tipos de neuroses por ele consideradas principais: as duas psiconeuroses,a histeria e a neurose obsessiva e as duas neuroses atuais,a neurastenia e a neurose de angústia. Neste artigo Freud inicia suas objeções a teoria de Charcot e de muitos de seus discípulos como Guinon,Gilles de la Tourette,Janet e outros.Estes grandes pesquisadores atribuíam à hereditariedade a causa principal dos distúrbios nervosos sendo outras etiologias somente fatores desencadeantes.

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Procura distinguir a hereditariedade similar da hereditariedade dissimilar.Admite que não é possível fazer qualquer objeção à primeira como é o caso da doença de Friedreich,a coréia de Hungton etc.Nestas doenças não se depara com nenhum vestígio de qualquer outra influência etiológica acessória. Na hereditariedade dissimilar há lacunas que devem ser preenchidas .Assim observa-se que membros da mesma família apresentam-se com as mais diversas perturbações nervosas funcionais e orgânicas,sem ser possível descobrir qualquer lei determinante do deslocamento de uma doença a outra.Junto aos membros doentes dessas família há indivíduos saudáveis sendo a hereditariedade dissimilar situação que não explica apenas com a carga hereditária.

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Sendo assim Freud conclui que há motivos para buscar outros fatores etiológicos que concomitantemente atuem nestes quadros clínicos. Nestas condições Freud propõe quanto à etiologia das neuroses precondições diferentes que ele agrupou em: 1)Precondições indispensáveis para produzir o transtorno mas que são de caráter geral e igualmente encontráveis na etiologia de outras perturbações nervosas. 2)Causas concorrentes ,que partilham o caráter das precondições porém que também funcionam em outros transtornos psicológicos não sendo indispensáveis para a produção do mesmo. 3)Causas específicas as quais são indispensáveis como precondições ,sendo porém de natureza limitada,pois aparecem apenas na etiologia da perturbação de que são específicas.

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Freud conclui que na patogênese das neuroses maiores,a hereditariedade preenche o papel de uma precondição,poderosa em todos os casos e mesmo indispensável na maioria deles.No entanto,ele nada poderia fazer sem a colaboração das causas específicas. Assim a hereditariedade e as causas específicas podem substituir-se no que toca à quantidade;ou seja o mesmo efeito patológico será obtido por uma disposição hereditária moderada e causas específicas intensas ou ao contrário um disposição hereditária intensa e causas específicas moderadas. Como causas concorrentes Freud cita :distúrbios emocionais,stress,doenças graves,intoxicações etc.. Estas causas concorrentes ou banais desempenha o papel de agentes desencadeantes.

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Neste artigo volta a falar sobre as causas específicas das neuroses e dos transtornos obsessivos. Reafirma que uma lembrança relacionada à vida sexual e que permanece inconsciente é a causa específica da neurose.Uma lembrança inconsciente de uma experiência precoce de relações sexuais,com uma real excitação dos genitais,resultante de abuso sexual cometido por uma outra pessoa em gera anterior aos 8 ou 10 anos. Neste artigo Freud se pergunta como ele poderia acreditar nestes relatos de abuso sexual ? Porque não poderia ser um mentira,uma invenção?Acaba se convencendo que devido às dificuldades de acesso e a resistência no verbalizar os ocorridos falaria a favor da veracidade dos fatos.

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Freud faz uma diferença entre este eventos sexuais na histeria e na neurose obsessiva.Na base da etiologia da histeria encontramos um evento de sexualidade passiva,uma experiência à qual alguém se submeteu com indiferença ou com pequeno grau de aborrecimento ou terror.Na neurose obsessiva,trata-se por outro lado ,de um evento que proporcionou prazer,de um ato de agressão inspirado no desejo(no caso do menino) ou de um ato de participação nas relações sexuais acompanhado de gozo (no caso de uma garotinha). As idéias obsessiva,nada mais são que acusações dirigidas pelo sujeito a si mesmo por conta desse antecipado gozo sexual,mas são acusações distorcida por um trabalho psíquico inconsciente de transformação e substituição.

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Novos comentários sobre as Neuropsicoses de Defesa.(1986) Este novo artigo sobre as Neuropsicoses de Defesa retoma a discussão no ponto em que ele foi deixada no primeiro artigo de 1984.Muitas das conclusões alcançadas neste novo artigo foram brevemente antecipadas no contemporâneo artigo sobre a hereditariedade das neuroses e também a comunicação que fez a Fliess no documento Rascunho K. No artigo anterior de 1984 a ênfase era posta no conceito de defesa ou repressão.Neste novo artigo há um estudo mais detalhado porém continua afirmando que a causa última era sempre a sedução de uma criança por um adulto.

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Esta posição de afirmação que a causa última era sempre a sedução de uma criança por um adulto foi abandonada por ele tempos depois quando escreveu em nota de rodapé acrescentada em 1924 referindo-se à lembranças de traumas de infância: “Esta seção é dominada por um erro que desde então tenho por várias vezes reconhecido e corrigido.Aquela época eu não podia ainda distinguir entre as fantasias de meus paciente sobre sua infância e suas recordações reais.Em conseqüência,atribuí ao fator etiológico da sedução uma importância e universalidade que ele não possui.”

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Já desde 1897 em suas cartas à Fliess já apontava a idéia de quão difícil era acreditar que os atos pervertidos contra crianças fossem tão gerais e em especial que o pai fosse o responsável por eles.Só vários anos ,porém,deu expressão pública a suas opiniões modificadas e como conseqüência se tornou atento para o papel desempenhado pela fantasia nos eventos mentais,abrindo caminho para a descoberta da sexualidade infantil e do complexo de Édipo.

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Neste artigo desenvolve novas argumentações sobre a natureza e o mecanismo da neurose obsessiva. Nestas condições sistematiza que em um primeiro período-período da imoralidade infantil,ocorrem os eventos que contêm o germe da neurose posterior:experiências de sedução sexual quando então tornarão possível o aparecimento da repressão.Surgem a seguir atos de auto acusações sob diferentes representações .As lembranças reprimidas retornam agora com outras representações denotando o fracasso da repressão. Surge uma dinâmica com estruturas que consistem em uma conciliação entre idéias reprimidas e repressoras. Procura distinguir duas formas de neurose obsessiva:uma quando a passagem à consciência seja forçada somente pelo conteúdo mnêmico do ato que envolve auto-acusação ou então o afeto auto-acusador ligado ao ato.

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A primeira forma inclui as idéias obsessivas típicas nas quais o conteúdo compromete a atenção do paciente,sentido ele,como afeto,apenas um desprazer indefinido em lugar do único afeto adequado à idéia obsessiva ou seja o de uma auto-acusação. Nestas idéias obsessivas o conteúdo é distorcido por outras representações onde o contemporâneo toma o lugar do passado,e o sexual por algo representativo não sexual. Uma segunda forma da neurose obsessiva manifesta-se quando o que forçou sua representação na vida psíquica consciente não é o conteúdo mnêmico reprimido,mas a também reprimida auto-acusação.O afeto da auto-acusação pode transformar-se em qualquer outro afeto desagradável.Após esta transformação e substituição nada impede que este afeto se torne consciente.

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Esta auto-acusação pode surgir como vergonha,ansiedade hipocondríaca,ansiedades sociais,ansiedades religiosas, ansiedades de ser observado e vigiado etc... A neurose obsessiva constrói um conjunto de outros sintomas que são as defesas secundárias. Todas estas defesas se agrupam para combater o material reprimido e acabam por construir as ações obsessivas,que não são primárias e sim defesas secundárias. Freud agrupa estas defesas secundárias em: penitenciais (cerimoniais opressivos,observação de números); medidas de precaução(todas as espécies de fobias, superstição, minuciosidade, incremento do sintoma primário de conscienciosidade); medidas relacionadas ao medo de delatar-se (colecionar retalhos de papel etc) etc...

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Freud ilustra este artigo com o caso de um menino de 11 anos com um cerimonial que precedia sua ida para a cama. O seu artigo “atos obsessivos e práticas religiosas”(1907) Freud fez sua primeira incursão na psicologia da religião.Mais tarde em Totem e Tabu deu um tratamento mais extenso ao assunto. Neste artigo além das comparações que faz entre a neurose obsessiva e os cerimoniais religiosos,procurou esmiuçar os mecanismos da neurose obsessiva. Procura fazer uma analogia entre os atos obsessivos e as práticas pelas quais o crente expressa sua devoção.

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Assim diz: “Os cerimoniais neuróticos consistem em pequenas alterações em certos atos cotidianos,em pequenos acréscimos,restrições ou arranjos que devem ser sempre realizados numa mesma ordem ou com variações regulares.... O cerimonial é sempre executado como se tivesse de obedecer a certas leis tácitas.Tomemos por exemplo,um cerimonial relativo ao ato de deitar-se:a cadeira deve ficar numa determinada posição ao lado da cama,as roupas colocadas sobre a mesma numa determinada ordem,o cobertor preso embaixo do colchão etc..Só depois disso tudo ela poderá dormir.” Freud alerta para não esperar uma distinção entre “cerimoniais” e “atos obsessivos”.Lembra que em geral os atos obsessivos derivam-se dos cerimoniais.

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Lembra Freud que embora se encontram semelhanças entre os cerimoniais neuróticos e atos sagrados do ritual religioso podem ser observadas diferenças:a grande diversidade individual dos atos cerimoniais neuróticos em oposição ao caráter estereotipado dos rituais religiosos.O caráter privado dos cerimoniais neuróticos e o caráter público dos cerimoniais religiosos. Freud lembra que nos cerimoniais religiosos o caráter simbólico tem o aspecto significativo aparentemente lógico ,o cerimonial neurótico tem um aspecto aparentemente irracional e ilógico.Somente decifrando o inconsciente percebemos a logicidade deste simbolismo.

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Neste artigo procura com vários exemplos clínicos(a senhora que corria para a sala ,chamava a criada e mostrava a mancha da toalha da mesa......) Afirma que todo o ato obsessivo tem sentido e pode ser interpretado pela psicanálise.Lembra que há sempre o agente Repressão de um impulso instintual (que na ocasião ele atribuía ao instinto sexual). Lembra que esta repressão tem êxito parcial,estando constantemente ameaçada de fracasso. Nestas condições os rituais obsessivos surgem em parte, como proteção contra um mal esperado. Opina que a formação de uma religião parece basear-se igualmente na supressão, na renúncia, de certos impulsos instintuais.

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Termina seu artigo dizendo:”Atrevo-me a considerar a neurose obsessiva como o correlato patológico da formação de uma religião,descrevendo a neurose como uma religiosidade individual e a religião como uma neurose obsessiva universal.A semelhança fundamental residiria na renúncia implícita á ativação dos instintos constitucionalmente presentes;e a principal diferença residiria na natureza desses instintos,que na neurose são exclusivamente sexuais em sua origem,enquanto na religião procedem de fontes ego.” Em seu artigo caráter e erotismo anal(1908) Freud procura estabelecer correlações entre a existência do erotismo anal e certos traços de personalidade tais como:pessoas muito ordeiras,parcimoniosas e obstinadas.

29 Neurose Obsessiva compulsiva segundo Freud
Procura demonstrar que o contrário de ordeiro seria o descuidado e desordenado.Lembra que a parcimônia pode aparecer de forma exagerada como avareza e a obstinação pode transformar-se em rebeldia,à qual podem facilmente associar-se a cólera e aos ímpetos de vingança.Admite que estas três características estão ligadas entre si. Lembra que estes indivíduos tem uma história da primeira infância de um tempo relativamente longo para superar sua incontinência fecal e que posteriormente sofreram problemas com esta função. Nasceram com uma constituição sexual na qual o caráter erógeno da zona anal é excepcionalmente forte.

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Recorda seu artigo Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade onde aponta que a excitação sexual recebe importantes contribuições das excitações periféricas de determinadas partes do corpo, ou seja, os genitais, a boca, o ânus e a uretra; as quais são zonas erógenas. Lembra que as vicissitudes destas quantidades de energia destas partes do corpo não sofreram destino uniforme e sim variado dependendo de vários fatores. Admite que devido à educação sexual e exigências culturais este erotismo anal que é um componente do instinto sexual,sublimou-se transformando-se em traços de caráter. A necessidade exagerada de limpeza e ordem são formação reativa contra um interesse erótico pela imundície reprimida .

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Procura estabelecer um correlação entre o apego ao dinheiro e o ato da defecação.Auxiliando-se dos mitos,dos contos de fadas ,dos sonhos e de outras fontes lembra que o dinheiro é intimamente relacionado com a sujeira. Admite que pessoas onde o caráter erótico da zona anal ficou conservado não aparecerão os traços reativos de exagerada ordenação,parcimônia e obstinação. Estabelece uma fórmula que seria a seguinte: “os traços de caráter permanente ,são os prolongamentos inalterados dos instintos originais ,ou sublimação dos mesmos ou formação reativas contra os mesmos.”

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Neste artigo Freud não fez uma conecção especial entre o erotismo anal e a neurose obsessiva deixando para mais tarde em outros artigos como:A disposição para a neurose obsessiva(1913);o Homem dos Lobos( );AS transformações do Instinto(1917) Em 1907 Freud apresenta seu relato sobre o homem dos ratos em um artigo “Notas sobre um caso de Neurose Obsessiva”. Tratava-se de um caso grave de neurose obsessiva e que durou um ano após o qual houve restabelecimento da saúde psíquica do paciente. Foi neste artigo que Freud empenhou-se ao estudo minuscioso da gênese da neurose obsessiva .

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Tratava-se de um jovem senhor de formação universitária que havia sofrido de transtornos obsessivos desde a infância mas com intensidade especial neste últimos quatro anos de sua vida. Seus transtornos obsessivos giravam em torno de duas pessoa que amava muito : seu pai e uma dama a quem admirava. Desde a infancia idéias obsessivas vinha a sua cabeça tais como: Se pensasse em uma jóvem despida que lhe agradasse algo de ruin poderia acontecer como por exemplo a morte de seu pai, devendo fazer de tudo para evitar estes pensamentos. Freud decodifica: Se tenho esse desejo de ver uma mulher despida,meu pai deverá fatalmente morrer.

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Nestas condições Freud demonstra que já no início de sua juventude o traço de caráter neurótico obsessivo já estava estabelecido antes da reagudização do quadro nestes últimos quatro anos. O paciente relata a Freud os motivos atuais que o levaram aprocura-lo e com um manancial de informações e de investigações de Freud observa-se neste artigo a minúcia da estruturação da neurose obsessiva. Tratava-se de um episódio de manobras militares onde o nosso paciente perdeu seu pince-nez e dialogando com um capitão tcheco desenvolveu em torno destes insidentes um conglomerado de pensamentos obsessivos junto aos que já padecia até então.

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Em um diálogo com o capitão este lhe contou como em determinado lugar puniam criminosos amarrando-os e a seguir com um vaso cheio de ratos colocavam-no junto às suas nádegas nuas.Os ratos procuravam saída penetrando no anus. A partir daí surgiram idéias obsessivas que este castigo poderia estar ocorrendo a uma pessoa que lhe era muito cara,a dama que muito admirava.Uma segunda idéia também lhe ocorria que este castigo estava agora ocorrendo com o seu pai.Como seu pai havia falecido há muito tempo esta idéia tornava-se absurda. Pelo correio foi-lhe enviado um pacote com o outro pince-nez para substituir o primeiro que ele havia perdido. A partir daí fabricou no ato de receber este pacote novos pensamento com idéias obsessivas. O capitão lhe dissera que o tenente A teria pago pelo pacote e que ele deveria reembolsar o tenente.

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Sua mente construiu novas idéias obsessivas:Ele não deveria devolver em pagamento o dinheiro ou aquilo iria acontecer isto é a fantasia dos ratos ocorreria com seu pai ou com a dama. Por meio de pensamentos obsessivos torturava-se com argumentos e contra-argumentos. Freud numa minuciosa descrição fornece os pormenores da estruturação das idéias obsessivas. Aponta Freud a existência neste paciente de dois eu (self), um moral consciente e outro imoral inconsciente. O eu inconsciente construido na infância debati-se com seu eu consciente e atual.Os derivados deste inconsciente reprimido eram os responsáveis pelos sintomas. Freud procura demonstrar que os medos das idéias obsessivas correspondiam no eu inconsciente desejos reprimidos.

37 Neurose Obsessiva compulsiva segundo Freud
Aponta a existência de funções ambivalentes de ódio e de amor pelo mesmo objeto e impregnadas de omnipotência que é o meio do processo primário do inconsciente. Freud aponta que a morte do pai do analisando intensificou seus sintomas como um processo de luto não resolvido e com características de culpa as quais ele expiava pela auto-tortura de seus pensamentos obsessivos. Freud procura decodificar o símbolo rato presente em suas idéias obsessivas.Por meio de diferentes explicações associa ratos à dinheiro e também penis. Os ratos significavam simbolicamente relações sexuais per anum.

38 Neurose Obsessiva compulsiva segundo Freud
Freud procura neste artigo fazer um reparo sobre suas idéias escritas em 1896 onde definiu as idéias obsessivas como autocensuras transformadas que reemergiram da repressão e que invariavelmente se referem a algum ato sexual praticado com prazer na infância. Aqui ele demonstra que seria mais correto fala-se em “pensar obsessivo” e que as estruturas obsessivas podem corresponder a toda a sorte de ato psíquico.Elas podem ser classificadas como desejos, tentações, impulsos, reflexões, dúvidas, ordens ou proibições. A idéia obsessiva sofre deformações a partir de seu teor original, com vestígios de luta defensiva do processo primário. As deformações são semelhantes àquelas ocorridas em sonhos.

39 Neurose Obsessiva compulsiva segundo Freud
A repressão não se efetua por meio da amnésia total mas sim mediante a ruptura de conexões causais e deslocamento da catexia para outra representação. Finaliza seus esclarecimentos afirmando que nos neuróticos obsessivos o pensamento torna-se sexualizado. A necessidade que tem a criança de curiosidade e conhecimento ,de explicações que surgem na fase fálica fazem-na construir uma explicação de sua situação existencial , através de deformações, devido a repressão, construindo seus ´pensamentos obsessivos. A catexia procura descarregar-se em ação porém o processo do inconsciente transforma-a por meio de outras representações em símbolo da causa primeira que é descarregada no pensamento consciente.

40 Neurose Obsessiva compulsiva segundo Freud
Autores como Frazer, Wundt e muitos outros estudaram os povos pré-letrados(primitivos) e encontraram a crença da existência de alguma forma de vida após a morte(espíritos). Freud em seu artigo Totem e Tabu faz um levantamento das pesquisas destes autores . Quando um povo ia para a guerra e voltava vitorioso ,a morte de seus inimigos era regida por grande número de rituais cuja intenção era: 1)apaziguamento do espírito do inimigo assassinado. 2)restrições na vida do assassino 3)atos de expiação e purificação 4)práticas cerimoniais

41 Neurose Obsessiva compulsiva segundo Freud
Entre as centenas de exemplos temos os ritos de apaziguamento levados a efeito na ilha de Tímor.Ali quando uma expedição de guerra voltava em triunfo,trazendo as cabeças dos inimigos vencidos,ela passa por severas restrições .Assim o próprio chefe da expedição guerreira é proibido de retornar à sua casa durante dois meses.Deverá permanecer em uma cabana especial para purificação corporal e espiritual.Não pode encontrar-se com sua esposa . Aquele povo admitia que os espíritos dos inimigos cujas cabeças foram cortadas poderia trazer-lhes infortúnios se estas restrições não fossem feitas.

42 Neurose Obsessiva compulsiva segundo Freud
Em outros povos, entretanto, o costume era ,ao voltar da guerra com as cabeças decepadas de seus inimigos,procuravam acaricia-las com afeição e palavras de carinho, afim de que os espíritos de seus inimigos se transformassem em amigos e seus protetores.(selvagens de Bornéu). Freud em seus estudos sobre estes povos primitivos admite que os impulsos que estes selvagens expressam para com um inimigo morto não são unicamente hostis, mas também de manifestação de remorso e de consciência pesada por ter matado seu inimigo.Por isto surge a fantasia da represália de seu inimigo. De seus estudos dos povos primitivos Freud procura correlacionar a mente primitiva do povo primitivo com a mente inconsciente da humanidade em geral.

43 Neurose Obsessiva compulsiva segundo Freud
Nestas condições em seu volumoso artigo Totem e Tabu procura demonstrar que a ambivalência de amor e ódio do ser humano organiza, no inconsciente , a fantasia de um superego também com ambivalência de impulsos de amor e de ódio. Os impulsos de ódio do sujeito fabricam fantasias de retaliação vindas do objeto.


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