Carregar apresentação
A apresentação está carregando. Por favor, espere
PublicouHelena Villarruel Alterado mais de 10 anos atrás
1
“Aprendi nessas férias a brincar com as palavras.
Comecei a não gostar da palavra engavetada. Aquela que não pode mudar de lugar. Aprendi a gostar mais das palavras pelo que elas entoam do que pelo que elas informam.” Manoel de Barros 1
2
Janete Aparecida Giliczynski Pereira
Formação Presencial Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro MEC/CENPEC/ ITAÚ SOCIAL Janete Aparecida Giliczynski Pereira NRE/IRATI 2 2
3
A Olimpíada de Língua Portuguesa
Conhecendo o Projeto da OLP – Escrevendo o Futuro 3
4
Pauta da formação: objetivos
4 Pauta da formação: objetivos Apresentação da Olimpíada de Língua Portuguesa (OLP), seus materiais, a comunidade virtual e seu conteúdo teórico-metodológico. - Apresentação, problematização e discussão dos conceitos teóricos: concepções de língua, texto e ensino; produção de texto na escola; gêneros textuais e suas implicações para o ensino; sequência didática (SD); plano de trabalho docente (PTD). 4 4
5
Pauta da formação: objetivos
Mostra dos cadernos do professor e exploração das potencialidades de suas oficinas. Apreciação de textos vencedores em 2012. Atividades práticas com os Gêneros da OLP. Relato de Experiências; 5 5
6
O QUE É A OLIMPÍADA? Iniciativa: Ministério da Educação
Fundação Itaú Social Coordenação técnica : Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária — CENPEC Objetivo: Contribuir para a melhoria do ensino da leitura e escrita nas escolas públicas brasileiras. A Olimpíada oferece formação para educadores por meio de cursos presenciais, a distância e participação na Comunidade Virtual de aprendizagem Em anos pares, realiza um concurso de produção de textos que premia as melhores produções de alunos de escolas públicas de todo o país. 6
7
HISTÓRICO 2002 2008 2014 Programa Escrevendo o Futuro criado e desenvolvido a partir da reflexão sobre os resultados da leitura e escrita no Brasil/dados do PISA. Programa transforma-se em política pública, incluído no Plano de Desenvolvimento da Educação do MEC como Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro. 7
8
Gêneros Escolas públicas Anos participantes
CONCURSO Tema: O lugar onde vivo Gêneros Escolas públicas Anos participantes Poema 5º e 6º anos EF Memórias Literárias 7º e 8º anos EF Crônica 9º ano EF e 1º ano EM Artigo de Opinião 2º e 3º EM 8
9
POR QUE PARTICIPAR? PROFESSOR
Tem a oportunidade de refletir sobre a prática e de compreender a função social da escrita; Apropriar-se da metodologia da sequência didática para o ensino de gêneros textuais . Amplia a competência na linguagem oral, na leitura e na escrita; aprende a produzir um gênero de texto, favorecendo a melhoria da qualidade da escrita; aprofunda o olhar sobre o lugar onde vive. ALUNO COMUM I DADE Aproxima-se da escola, envolvendo-se no processo da aprendizagem; tem seus saberes reconhecidos 9
10
FORMAÇÃO DE PROFESSORES
2 1 Mobilização das escolas e professores. Estudo do Caderno de Orientação do Professor, que propõe o ensino da escrita na perspectiva de gênero. 3 Conhecimento da sequência didática e seus princípios Conhecimento da sequência didática e seus princípios 4 Resultados: • Desperta interesse nos alunos • Melhora a qualidade dos textos produzidos • Evidencia conquistas e evolução dos alunos Incorporação da metodologia ao ensino da escrita 10
11
Subsídios para formação
1111 Rede de Conhecimento Subsídios para formação 11 11
12
Comunidade virtual da OLP
12 12
13
Coleção Virtual Disponibilizada no Portal da Olimpíada a versão para web da Coleção da Olimpíada, com o conteúdo adaptado ao suporte virtual, utilizando linguagem hipertextual e recursos multimídia diversos (áudio, vídeos, jogos). Envio de DVD contendo a Coleção Virtual como encarte da Revista Na Ponta do Lápis nº23 (envio da revista: fevereiro/2014) Cadernos virtuais: Poetas da escola Se bem me lembro... A ocasião faz o escritor Pontos de Vista 13
14
Olimpíada de Língua Portuguesa
Gêneros Poema (5º e 6º anos do EF) Memórias literárias (7º e 8º anos do EF) Crônica (9º ano do EF e 1º ano do EM) Artigo de Opinião (2º e 3º anos do EM) 14 14
15
Olimpíada de Língua Portuguesa
- Cadernos do professor (Poema, Memórias Literárias, Crônica, Artigo de Opinião) - Coletâneas de textos - CD-ROM (textos das coletâneas em áudio, para impressão e projeção) - Coleção Na Ponta do Lápis - Encarte “O que dizem os textos dos alunos? - Jogo QP Brasil 15 15
16
Lançamento Nacional: São Paulo, 24/02/2014 – Itaú Cultural Adesão
Adesão da secretaria é condição para efetivar a inscrição do professor Convite do MEC às SME e SEE para efetuar Adesão à Olimpíada: De 24/02 a 30/04/ Até 15/05 (prorrogado) No ato da adesão, o Secretário de Educação tem responsabilidade de: divulgar a Olimpíada no município monitorar o recebimento dos textos das escolas (1 por gênero) organizar e acompanhar a realização da Comissão Julgadora Municipal 16
17
Cronograma 24/02/2014 Lançamento nacional
24/02 a 30/4 ATÉ 15/05 (prorrogado) Inscrição do professor e Adesão das SE 24/2 a 14/08 Oficinas nas escolas 01 a 15/08 Comissão Julgadora Escolar 18/08 a 12/9 Comissão Julgadora Municipal 15 a 24/09 Comissão Julgadora Estadual - avaliação virtual 25/9 a 09/10 Comissão Julgadora Estadual - encontro presencial 28 a 31/10 Oficinas regionais; CJR textos + CJR relatos de prática 03 a 06/11 10 a 13/11 17 a 20/11 24 a 28/11 Comissão Julgadora Nacional 01/12 Evento de Premiação Nacional 17
18
Inscrições Inscrição do professor é condição para a escola participar
período de inscrições: 24/02 a 30/04/2014 ATÉ 15/05 o professor se inscreve, autorizado pelo diretor Inscrição: por escola(s) onde lecione em um ou mais gêneros Processo realizado SOMENTE pela INTERNET 18
19
Etapa Escolar: Período: até 15/08/2014
Comissões Julgadoras Etapa Escolar: Período: até 15/08/2014 Organização: Direção da escola Composição: Diretor da escola, professores de Língua Portuguesa, representantes de pais, representantes da comunidade. Envio de textos: 1 texto de cada categoria por escola. Os textos selecionados deverão ser digitados no Portal da Olimpíada. 19
20
Etapa Municipal:Data: 18/08 a 12/09
Quando as Redes de Ensino Municipal e Estadual aderirem Organização: Secretaria Municipal de Educação - Undime Composição: Prof. de Língua Portuguesa e representantes das redes municipais e estaduais N° de escolas que enviaram textos válidos por categoria N° de vagas do município por categoria Até 10 escolas 1 De 11 a 24 escolas 2 De 25 a 49 escolas 3 De 50 a 99 escolas 4 De 100 a 199 escolas 8 200 ou mais escolas 15 20
21
Etapa Estadual: Data: 15/09 a 09/10/2014
Organização: Consed (há representação da rede municipal) Etapa Regional: Data: 28/10 a 20/11 Organização: Cenpec Os 500 alunos semifinalistas e seus professores participarão de um encontro presencial com 2,5 dias de duração 152 textos selecionados no Brasil - 38 por gênero Seleção dos relatos de prática dos professores 28 relatos de prática selecionados no Brasil – 7 por categoria, 1 de cada pólo 21
22
Etapa Nacional: Data: 28/11
Organização: MEC, Fundação Itaú Social e Cenpec Composição: cinco profissionais com comprovada competência na análise de trabalhos dessa natureza e familiaridade com o ensino e a prática de leitura e escrita. Seleção dos textos 20 textos selecionados no Brasil - 5 por gênero Premiação Nacional Participação do aluno acompanhado por: professor, diretor e pai, mãe ou responsável 22
23
Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro
23 23
24
RESULTADO - SAEP- NRE IRATI 2012 / 2013
24
25
Olimpíada de Língua Portuguesa UMA ESTRATÉGIA METODOLÓGICA
26
CONCEPÇÃO INTERACIONISTA SOCIODISCURSIVA DA LINGUAGEM
CONCEPÇÃO DE LÍNGUA, TEXTO, GÊNERO QUE PERPASSA A METODOLOGIA DE ENSINO DA OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA 26 26
27
Concepção de língua Qual é a concepção de língua que sustenta a tese do gênero como objeto do ensino/instrumento da língua? 27 27
28
Concepção de língua como interação
Segundo Bakhtin (2003), a palavra, enquanto unidade da língua, não tem autor, não é de ninguém e não comporta um juízo de valor, somente se torna expressão individualizada de um sujeito quando funciona como enunciado completo [texto], numa situação concreta da comunicação verbal. 28 28
29
Qual o significado desses enunciados?
“É proibida a caça de animais nesta reserva florestal” “Nem todos os pardos são gatos”
30
Ação Penal 470: nem todos os pardos são gatos
Publicado por Pax em 15/09/2012 Corrupção divide o PT O julgamento da Ação Penal 470, vulgarmente chamado de mensalão do PT, provoca as mais variadas reações da sociedade brasileira. No conjunto do Partido dos Trabalhadores, um aglomerado político diverso, não poderia ser diferente. A superfície visível não é, em absoluto, reflexo de todas as partes.[...] Nem todos os pardos são gatos e nem todos os gatos são pardos. FONTE:
31
As noites... La boéme (Carlos Ventura)
À noite nem todos os gatos são pardos. Nem todos os pardos são gatos. Nem todos gostam da noite. À noite, nem todas as belas são feras. Nem todas as feras são belas. Nem toda luz é farol. À noite, nem todos os poetas são bêbados. Nem todos os bêbados são poetas. Nem todo poema é de dor. [...] Fonte:
32
Concepção de língua como interação
- A elaboração de um texto implica, necessariamente, a escolha/adaptação de uma modalidade linguística de realização. - Ou seja, para que a ação de linguagem se realize é preciso a mediação de uma ferramenta textual tipificada não apenas da ordem do propriamente linguístico, mas também da ordem contextual – um objeto funcional. - Mas que modalidade seria essa? 32
33
Concepção de língua como interação
- Essa modalidade é o gênero discursivo, uma vez que todo texto configura-se em um gênero (carta de reclamação, debate oral, receita culinária, reportagem, etc.)... - Produtos de configurações de escolhas (combinação dos mecanismos estruturantes, das operações cognitivas, movidas por coerções contextuais, e das modalidades de realização linguístico-discursiva) que se encontram momentaneamente “cristalizados” ou estabilizados pelo uso (Bronckart, 2006, p. 143). 33 33
34
Práticas sociais e Práticas de linguagem Gêneros textuais configuram práticas de linguagem que, por sua vez, estão sempre inseridas em práticas sociais.
35
PRÁTICAS SOCIAIS Práticas de linguagem Gêneros Ir ao médico
Fazer compras Casamento Práticas de linguagem Gêneros PRÁTICAS SOCIAIS Alugar / vender um imóvel Festa junina Práticas de linguagem Gêneros Ir ao médico Práticas de linguagem Gêneros 35 35
36
O gênero é um objeto linguístico-social
Mas qual é a característica primordial do gênero? Aquela que o determina, em muitas situações, o seu teor linguístico (FORMA/ RECURSOS) ou o seu teor social (FUNCIONALIDADE)? 36 36
37
Que gênero é esse? 37 37
38
Ele foi publicado na FOLHA DE LONDRINA, na seção de Classificados...
38 38
39
Suas hipóteses se confirmaram?
39 39
40
Gênero Discursivo e Tipologia textual Você sabe fazer essa distinção?
É imprescindível que o professor saiba diferenciar gênero de discurso de tipo textual. Você sabe fazer essa distinção? 40 40
41
Gênero Discursivo ou tipo textual ?
-Texto materializado em situações comunicativas recorrentes; Encontrado no nosso dia a dia, com padrões sociocomunicativos característicos definidos por: contexto de produção, estrutura composicional, marcas linguísticas e discursivas. 41 41
42
Gênero Discursivo ou tipo textual ?
- Designa uma espécie de construção teórica (em geral sequências subjacentes ao texto) definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas, etc.). - Tem número limitado. Classificação de Marcuschi (2008): narração, argumentação, exposição, descrição, injunção. 42 42
43
A língua como interação – Os gêneros como configuração textual “relativamente estável e tipificada”
Bakhtin (2003, p. 282) coloca que “todos os nossos enunciados possuem formas relativamente estáveis e típicas de construção do todo”, as quais podemos denominar “gêneros discursivos”. DISCUSSÃO ORAL Quais as implicações dos termos “relativamente”, “estável” e “típica” para os estudos do gênero? 43 43
44
A língua como interação – Os gêneros como configuração textual “relativamente estável e tipificada”
Para Marcuschi (2005), mesmo que a produção de um gênero nos condicione a escolhas “que não podem ser totalmente livres nem aleatórias, seja sob o ponto de vista do léxico, grau de formalidade ou natureza dos temas” (p. 18), o gênero também é “um convite a escolhas, estilos, criatividade e variação” (p. 18). 44 44
45
Reflexão Como ficariam os gêneros trabalhados pelas OLP dentro desses dois eixos – “regularidade” / “criatividade” ? Poemas Memórias literárias Crônicas Artigo de opinião O que isso implica no ensino desses gêneros? P/ o aluno escrever ele precisa de leitura sobre aquela temática. Tudo começa com a produção e termina na produção . JW Geraldi sobre a escrita. 45 45
46
Reflexão Qual a relação entre competência comunicativa, letramento e ensino de/por meio de gêneros? 46 46
47
Nova concepção de ensino da língua portuguesa
A partir da aceitação de uma concepção de língua como processo de interação, do texto como organizador empírico do processo comunicativo e do gênero como megainstrumento do agir linguageiro, passa-se a enxergar o ensino da língua de outra maneira. 47 47
48
Gênero e ensino Os gêneros textuais podem ser considerados tanto o objeto como o instrumento mediador da atividade de ensino, uma vez que são, ao mesmo tempo, o meio e o fim da atividade de apropriação de uma prática de linguagem.
49
Gênero e ensino Nesta nova concepção, o objetivo do ensino da língua as passa a ser a de “ampliar a competência comunicativa”, no(s) universo(s) do letramento(s).
50
Letramentos / Gênero Por quê???
O domínio de um determinado gênero textual está intrinsecamente relacionado a um processo específico de letramento. Por quê??? 50 50
51
Letramentos / Gêneros O indivíduo só é letrado em determinada prática de linguagem se é capaz de empreender uma ação de linguagem eficaz (esta configurada sempre em um gênero – oral ou escrito), tanto em nível linguístico, discursivo, enunciativo como situacional. 51 51
52
Letramentos / Gêneros O indivíduo pode, não ser alfabetizado – no sentido da aquisição dos códigos da língua escrita – mas ser letrado oralmente para agir pela linguagem na utilização, por ex., do gênero “pedido de aumento de salário”. Da mesma forma, por exemplo, um prof. de Português com anos de experiência, proficiente na escrita de inúmeros gêneros de texto, pode, às vezes, não ser letrado no agir linguageiro dos gêneros “chat”, “blog” ou de tantos outros gêneros digitais surgidos com o evento da internet. 52 52
53
Necessidade de apropriação dos gêneros
Segundo Machado (2005, p. 251), “a apropriação dos gêneros é um mecanismo fundamental de socialização, de possibilidade de inserção prática dos indivíduos nas atividades comunicativas humanas”. 53 53
54
Papel fundamental da escola na apropriação dos gêneros
Na nossa sociedade, para que haja realmente a apropriação dos gêneros é preciso que sejam mobilizadas instituições educacionais formalizadas (SCHNEUWLY, 1995), ou seja, essa é uma tarefa que compete, sobretudo, às escolas. 54 54
55
E, consequentemente, o que devemos ensinar desse gênero?
Gênero e ensino O que precisamos dominar de um gênero para que ele seja realmente um instrumento eficaz numa ação linguageira (produção ou recepção)? E, consequentemente, o que devemos ensinar desse gênero? 55 55
56
Dimensões ensináveis referentes ao contexto de produção do gênero -
Dimensão Social - - Quem é o emissor? Qual o seu papel social no texto? - A quem ele se dirige? Em que papel social se encontra esse receptor? - Em que local é produzido? - Em que momento sócio-histórico? - Em que suporte? 56 56
57
Qual é a prática social que está inserido?
Dimensões ensináveis referentes ao contexto de produção do gênero Qual é a prática social que está inserido? Qual a esfera de produção e circulação desse gênero? Qual o valor social atribuído ao gênero de texto? Qual o conteúdo temático que veicula? 57 57
58
Mecanismos de Textualização Mecanismos Enunciativos
Dimensões ensináveis referentes à arquitetura interna do texto/gênero - Dimensão Linguístico-Discursiva Infra-Estrutura Plano Textual Global Tipos de Discurso Sequências textuais Mecanismos de Textualização Conexão Coesão Nominal Coesão Verbal Léxico Morfossintaxe Dimensões transversais da escrita (DOLZ) Mecanismos Enunciativos Gestão das Vozes Modalizações 58 58
59
Capacidades discursivas Capacidades linguístico-discursivas
Capacidades de linguagem (ISD) Capacidades de ação Capacidades discursivas Capacidades linguístico-discursivas Essa capacidade possibilita ao agente-produtor fazer representações do contexto da sua ação de linguagem, adaptando sua produção aos parâmetros do ambiente físico, social e subjetivo. Enfim, esse nível de capacidade é aquele que articula o gênero à base de orientação da ação discursiva. O conteúdo temático é incluso nessa capacidade ou numa terceira capacidade: semântica. Essa capacidade possibilita ao agente-produtor fazer escolhas no nível discursivo. No modelo de análise do ISD, são aquelas relacionadas à infra-estrutura geral de um texto. Essa capacidade possibilita ao agente-produtor realizar as operações linguístico-discursivas implicadas na produção textual. No modelo de análise do ISD, elas são representadas pelos: mecanismos de textualização (conexão, coesão nominal e coesão verbal); e mecanismos enunciativos (gerenciamento de vozes e modalizações). Também entram nesse nível a construção de palavras e enunciados e as escolhas lexicais. Eliana Merlin D. de Barros
60
Modelização do gênero: necessidade de apresentar “modelos” para os alunos
No que diz respeito ao processo de aprendizado da escrita, é essencial elaborar atividades que apresentem “modelos” que possam ser imitados pelos alunos, em processo de apropriação de uma prática linguageira. Esses “modelos” são, na verdade, um dos recursos externos que, depois de interiorizado, vão se transformar em mecanismos internos de autorregulação do agir pela linguagem. 60 60
61
O PROCEDIMENTO SEQUÊNCIA DIDÁTICA
A ENGENHARIA DIDÁTICA O PROCEDIMENTO SEQUÊNCIA DIDÁTICA 61 61
62
Sequência didática Escrever se aprende escrevendo em situações "reais" – ou aproximadas desse “real” –, e isso exige tempo e projetos que tenham certo fôlego (DOLZ, 2009). Projeto da sequência didática (SD): uma turma deve trabalhar sistematicamente para a resolução de um problema de comunicação (de preferência real, ou ficcionalizado pela ação didática). Problema esse que é materializado pela produção de um gênero de texto. 62 62
63
Sequência didática A SD é “uma sequência de módulos de ensino, organizados conjuntamente para melhorar uma determinada prática de linguagem”, e tem como objetivo buscar “confrontar os alunos com práticas de linguagem historicamente construídas, os gêneros textuais, para lhes dar a possibilidade de reconstruí-las e delas se apropriarem” (DOLZ & SCHNEUWLY, 2004, p. 51). 63 63
64
Produção inicial: avaliação diagnóstica
Apresentação da situação: sensibilização ao gênero e delimitação de um contexto de produção (equilíbrio entre o gênero como objeto social e como objeto de ensino) Produção inicial: avaliação diagnóstica Oficinas: desenvolvimento de capacidades de ação Oficinas: desenvolvimento de capacidades discursivas Oficinas: desenvolvimento de capacidades linguístico-discursivas Produção final: trabalho a partir de revisões e reescritas Fechamento da interação: os textos chegam aos destinatários previstos na apresentação da situação 64 64
65
A SD e as Diretrizes Estaduais/ Municipais
A metodologia que sustenta o procedimento didático “sequência didática” vai ao encontro ou de encontro às Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa? É possível trabalhar os conteúdos apresentados nas DCE por meio de uma SD? 65 65
66
Estrutura sugerida (SEED)
Plano de Trabalho Docente Estrutura sugerida (SEED) Conteúdo estruturante, básicos e específicos Justificativa da escolha do conteúdo Objetivos Encaminhamento metodológico do conteúdo Recursos didáticos Avaliação: critérios e instrumentos Referências 66 66
67
Sequência didática X Plano de Trabalho Docente
O plano de trabalho docente (das DCE) é uma sistematização do trabalho didático do professor. Ele pode ser pautado em inúmeros procedimentos didáticos, desde que esses procedimentos coadunem com a proposta curricular da escola (e, consequentemente, com as diretrizes do Estado). O PTD pode ser elaborado a partir da sequência didática, do método recepcional das profas. Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira Aguiar,entre outros. 67 67
68
Tema: O lugar onde vivo Olimpíada de Língua Portuguesa
Quais as implicações desse tema para a produção dos quatro gênero da Olimpíada? 68 68
69
O LUGAR ONDE VIVO – O TEMA, UM MOTE, UM PONTO DE PARTIDA...
Vamos imaginar.... Quantos lugares serão contemplados? Quantos olhares se voltarão para o entorno? Quantos sentimentos estarão envolvidos? Quantas vozes se cruzarão em diálogos? Quantos alunos se descobrirão autores? Quantos professores descobrirão caminhos de ensinar? 69
70
O lugar onde vivo – desafios ou riscos pelo tema
Focalização no concurso: exaltação do local. no julgamento:artificialidade. na experiência pessoal: particularização. no “senso comum”: inautenticidade. Ajustamento: tema e gênero Ajuda do professor busca de autenticidade e consideração de um leitor ou interlocutor 70
71
O que dizer? O desafio do papel em branco:
Como começar? Terminar? Dizer? Papel do docente nesse processo: Alimentação temática: levantar, ampliar, selecionar, discutir e transformar os dados em informações disponíveis sobre o tema – a segurança para escrever... Alimentação “emocional”: levantar sentimentos, sensações e evocações produzidos pelo tema – o desejo de escrever... 71
72
Como dizer do Lugar onde vivo?
Tomar a palavra para dirigir-se a interlocutores diversos. Assumir a perspectiva do gênero na construção do texto: No poema: a forma Nas memórias literárias: sequências e planos narrativos. Na crônica: a observação do cotidiano No artigo de opinião: os esquemas de argumentação. 72
73
Que concepções dão suporte à OLP?
Concepção de ensino de língua portuguesa com foco na escrita. Articulação da produção de textos com os outros eixos de ensino:leitura, oralidade e conhecimentos linguísticos. Ler: para depreender o perfil discursivo e textual do gênero; p/ obter informações (alimentação temática) Falar / ouvir: conversar, debater, entrevistar alguém. Refletir sobre a língua: p/ dominar os recursos linguísticos envolvidos na construção da textualidade, entender esses recursos e falar sobre eles. 73
74
Adotar uma forma de ensino de língua com foco na escrita.
O que significa, para a escola e o professor integrar-se à proposta pedagógica da OLP Adotar uma forma de ensino de língua com foco na escrita. Tomar a escrita como princípio organizador do trabalho pedagógico. Trabalhar com a leitura, oralidade e conhecimentos linguísticos com vistas a dar suporte à produção escrita. 74
75
Nessa perspectiva como ficariam as atividades de leitura?
O desafio do trabalho com o tema acrescenta objetivos para a leitura: Ler para: Identificar informações relevantes. Analisar criticamente diferentes pontos de vista em relação ao tema. Formular posições frente a temas polêmicos. Depreender características dos gêneros. Descobrir possibilidades de gerar efeitos de sentidos a partir de determinados usos linguísticos. 75
76
Como se desenvolveriam as atividades de oralidade?
A partir das leituras realizadas haverá o desenvolvimento das competências para: Conversar, debater, fazer exposições, conduzir seminários em situações formais de uso da oralidade. Planejar diálogos a serem realizados extraclasse. Envolvendo a ampliação de repertório para a produção escrita e criação de contexto adequado para o aprendizado da oralidade formal. 76
77
( significar o ensino - língua viva)
E o trabalho com os conhecimentos linguísticos, como se articulariam com essa proposta? Os principais efeitos são: Tornar o ensino dos conhecimentos linguísticos mais produtivo e mais motivados; Criar contextos de uso para o ensino de conhecimentos linguísticos. ( significar o ensino - língua viva) 77
78
OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA
O GÊNERO “POEMA” 78 78
79
Encontros além da minha janela Que poemas estão em sua Memória ?
Diferentes Olhares.... Poema: Encontros além da minha janela Que poemas estão em sua Memória ? Quais os objetivos ao se trabalhar poema na escola? 79 79
80
Sensibilizar o olhar sobre o mundo a partir da poesia;
Objetivos- Poetas da Escola Sensibilizar o olhar sobre o mundo a partir da poesia; Reconhecer e empregar os recursos expressivos visando à literalidade do texto; Ampliar o repertório de leitura de poemas; Conhecer poetas brasileiros consagrados 80 80
81
(José Paulo Paes, Poemas para brincar)
Convite (José Paulo Paes, Poemas para brincar) Poesia é brincar com palavras como se brinca com bola, papagaio, pião. Só que bola, papagaio, pião de tanto brincar se gastam. As palavras não: quanto mais se brinca com elas mais novas ficam. Como a água do rio que é água sempre nova. Como cada dia que é sempre um novo dia. Vamos brincar de poesia? 81 81
82
Sobre poemas e poetas O poeta é o artista que usa as palavras para fazer uma obra de arte – o poema. Ele sabe combinar as palavras, como dar ritmo a essa combinação, como fazer com que elas conquistem e surpreendam o leitor (Caderno de poemas da OLP, p. 20). Como o poeta usa as palavras no poema “convite” a fim de produzir sentidos? 82
83
Vídeo Vídeo: histórias da unha do dedão do pé do fim do mundo
Traçar um paralelo com o poema Convite, de José Paulo Paes 83
84
Sobre poemas e poetas Ler e produzir poemas é uma “brincadeira” séria, na medida em que exige saberes relacionados a diversas estratégias de manipulação da língua; mas também “divertida”, porque a poesia permite que se “brinque” com as palavras de forma criativa, lúdica, original. 84 84
85
Poema ou poesia? O poema é um texto “marcado por recursos sonoros e rítmicos. Geralmente o poema permite outras leituras, além da linear”, pois sua organização sugere ao leitor a associação de palavras ou expressões “posicionadas estrategicamente no texto”. A poesia está presente no poema, assim como em outras obras de arte, “que como o poema, convidam o leitor/espectador/ouvinte a, desvendar as pistas que ela apresenta para a interpretação de seus sentidos”. (Norma Goldstein, Versos, sons, ritmos) (Caderno de Poemas da OLP, p. 22) 85 85
86
A arte de “ler” um poema Áudio: “Tem tudo a ver” (Elias José)
A “leitura” ou “recitação” de um poema pode produzir sentidos diferentes para o mesmo texto? Escuta de 2 versões de áudio do poema “O buraco do tatu” Produção de quadrinhas a partir do “lugar onde vivo” 86 86
87
Definições poéticas e criação de imagens metafóricas
Definições poéticas: Mário Quintana “Prosa é como trem, vai sempre em frente” “Poesia é como o pêndulo dos relógios de antigamente, que ficava balançando de um lado para outro” “Reticências são os três primeiros passos do pensamento que continua por conta o próprio caminho.” criar definições poéticas (criação de imagens metafóricas) dos termos: Manhã/ Lua/ Jardim 87 87
88
OFICINAS - Poetas da Escola
QUADRO-SÍNTESE DAS OFICINAS 88 88
89
Poemas/poetas da região
Valorizar as produções poéticas locais, da comunidade, do estado. Site que traz nomes de poetas paranaenses:
90
Poema vencedor: 2012 MINHA ASTORGA Aluno: Ulisses Gallo de Lima
Professora: Carla Amábile Gimenez Lima E. M. Monsenhor Celso Astorga - (PR) 90 90
91
Avaliação – Poemas - OLP
Quadro de Avaliação dos Textos; TEMA (1,5)- Peculiaridades do lugar, sons, sabores Adequação do Gênero: Adequação Discursiva (2,5): unidade de sentido, finalidade do gênero; Adequação Linguística (2,5): organização em versos, estrofes, efeitos sonoros, recursos de linguagem que propiciem a literalidade; Marcas de Autoria (2,0): título motiva leitura; envolve leitor com recursos literários; há um modo peculiar de ver o local; as escolhas de recursos de seduzem leitor; Convenções Escrita(1,5): usa recursos poéticos; rompe padrões/ literalidade 91 91
92
O GÊNERO “MEMÓRIAS LITERÁRIAS”
Olimpíada de Língua Portuguesa O GÊNERO “MEMÓRIAS LITERÁRIAS” 92 92
96
Lamparina-charrete-corriola- decalque- pricopó- chispar-flerte-vitrola- matutando- lorota- supimpa -urinol- broto- sirigaita-pindaíba-gamar......
97
OBJETIVOS: SE BEM ME LEMBRO...
Resgatar aspectos da história local a partir de entrevistas com antigos moradores; Reconhecer os recursos que contribuem para o registro das Memórias (entrevista; objetos...) Realizar a transposição da linguagem oral ( entrevista) para o registro escrito (memórias); Reconhecer elementos linguístico-discursivos ( uso do discurso direto e indireto, processos de referenciação e pessoas do discurso para lidar com as diferentes vozes do texto uso dos tempos verbais como indicadores de espaço para situar o leitor em uma época passada; Contactar com autores consagrados da literatura brasileira. 97 97
98
GÊNERO MEMÓRIAS Etimologicamente, ‘recordar’ vem de re + cordis (coração), significando, literalmente, “trazer de novo ao coração algo que, devido à ação do tempo, tenha ficado esquecido em algum lugar da memória”. Podemos dizer que, em linhas gerais, é exatamente essa a função de um texto do gênero Memórias. Um texto de memórias objetiva resgatar um passado, a partir das lembranças de pessoas que, de fato, viveram esse passado. Ele representa o resultado de um encontro, no qual as experiências de uma geração anterior são evocadas e repassadas para uma outra, dando assim continuidade ao fio da História, que é de ambas; porque a história de cada indivíduo traz em si a memória do grupo social ao qual pertence. (...)
99
SE BEM ME LEMBRO... Leitura: O LAVADOR DE PEDRAS Manoel de Barros 99
100
O que são memórias literárias?
Memórias literárias geralmente são textos escritos por escritores que, ao rememorar o passado, integram ao vivido o imaginado. Para tanto recorrem a figuras de linguagem, escolhem cuidadosamente as palavras que vão utilizar, orientados por critérios estéticos que atribuem ao texto ritmo e conduzem o leitor por cenários e situações reais ou imaginárias (p. 19). 100 100
101
Memórias literárias na OLP
As narrativas, que têm como ponto de partida experiências vividas pelo autor no passado, são contadas da forma como são lembradas no presente. O que isso acarreta na construção literária do texto? No caso da OLP, este é um aspecto importante a se considerar, uma vez que não se trata de texto autobiográfico. Assim, os alunos precisarão aprender a escrever como se fossem o próprio entrevistado (p.19). 101 101
102
Memórias literárias – Comunidade Virtual
Anna Helena Altenfelder e Regina Andrade Clara O trabalho com a memória da comunidade não pode se restringir à recuperação de um passado morto e enterrado dentro de uma abordagem pitoresca ou nostálgica, como se só o que já passou fosse bom e tivesse valor. Trata-se, antes, de resgatar memórias vivas das pessoas mais velhas que, passadas continuamente às gerações mais novas pelas palavras, pelos gestos, pelo sentimento de comunidade de destino, ligam os moradores de um lugar. 102 102
103
Memórias literárias – Comunidade Virtual
Anna Helena Altenfelder e Regina Andrade Clara Na situação de produção, própria do gênero memórias literárias, temos alguns componentes fundamentais: um escritor capaz de narrar suas memórias de um modo poético, literário; um editor disposto a publicar essas memórias; leitores que buscam um encontro emocionante com o passado narrado pelo autor, com uma determinada época, com os fatos marcantes que nela ocorreram e com o modo como esses fatos são interpretados artisticamente pelo escritor. 103 103
104
Atividades: Memórias Literárias
Áudio: A Galinha ao Molho Pardo (Fernando Sabino) Leitura: O Lavador de Pedras e Galinha ao Molho Pardo Análise Coletiva das características linguístico-discursivas dos textos lidos. PTD: elencar os conteúdos de Língua Portuguesa a partir das Memórias; 104 104
105
MEMÓRIAS: MARCAS DO GÊNERO
GÊNERO: MEMÓRIAS TIPO: NARRATIVO ESPAÇO TEMPO NARRADOR PERSONAGENS ENREDO MEMÓRIAS: MARCAS DO GÊNERO -Foco narrativo em primeira pessoa: “eu me lembro”, “vivi numa época em que”. -Verbos que remetem ao passado, como “lembrar”, “reviver”.( uso do pretérito perfeito e do imperfeito) -Uso de palavras me expressões que indicam uma época, como “vitrola”, “flertar”. -Expressões que ajudam a localizar o leitor na época narrada, como “naquele tempo”; -Comparação entre o presente e o passado; -Evidências de sentimentos , emoções e impressões sobre acontecimentos e fatos. - Apresenta trechos descritivos.
106
Jeito diferente de dizer na Memórias Literárias
Fatos Texto Narrado Os meninos corriam rapidamente pelo lugarejo. As pessoas que passavam por ali conversavam com meu avô. E corriam velozes pelo arruado ao modo que tivessem comido canela de cachorro. E os andarilhos paravam sempre para uma prosa com o meu avô. 106 106
107
A sede que água não mata Para mim, um dos maiores prazeres da vida, é receber a água pura na boca seca, degustando algo sem cheiro, sem cor, sem gosto. Mas que nos satisfaz tanto. E é na grandeza das águas que a minha história começa. Quando menino, morava em uma casa que dava fundo para o rio Itapecerica. A parede de meu quarto nem podia ser rebocada porque a umidade fazia o reboco cair. O rio que existia naquela época era bem diferente deste que vemos agora. Ele era limpo, majestoso. Diria até que ele era feliz. O som de suas águas parecia deliciosas gargalhadas. Hoje ele ainda está lá, no mesmo lugar, mas a sua essência, que me fazia tão feliz, desapareceu. É apenas um amontoado de águas poluídas, lutando para continuar vivo. Morávamos próximo à ponte do bairro Niterói. Ela era mais estreita do que é hoje. Não era possível os carros irem e virem ao mesmo tempo. Por isso, os carros que seguiam em uma determinada direção eram obrigados a parar para esperar os que seguiam em direção oposta passarem. Porém, isso não era problema, porque não havia muitos automóveis naquela época. Mas é embaixo da ponte, nas águas e na margem do rio que minhas lembranças mergulham. Todas as manhãs, esperava a brisa do rio vir de mansinho me acordar. Logo dava um pulo da cama, pegava uma banda de pão sovado, com bastante açúcar por cima e ia correndo ver o rio. Não havia vista melhor que aquela. Tomava café ali mesmo. Depois, entrava correndo na cozinha, colocava a caneca esmaltada em cima da mesa e ia brincar com meus amigos. Quase todas as nossas brincadeiras, de alguma forma, estavam relacionadas ao rio. Jogávamos futebol na prainha. Usávamos bola de capota, bola feita de couro e que possuía uma câmara de ar. Ter uma bola dessas era um luxo. E eu era o dono da bola. Mesmo não sabendo jogar direito, era sempre convidado para os jogos. Às vezes, atravessávamos o rio e íamos até um a fazenda que ficava do outro lado para roubar frutas. Entretanto, a nossa brincadeira preferida era nadar. Isso era a nossa maior diversão. Eu me lembro que certa vez engoli uma piabinha inteira só porque diziam que isso ajudava a nadar melhor. Deslizávamos feito sabão sobre as enormes pedras que ainda hoje podem ser vistas sob a ponte. Construíamos jangadas feitas de troncos de bananeiras jogadas no rio e velejávamos feito marujos. Sinto muita saudade daqueles tempos. Outra coisa de que sinto saudade é de minhas idas ao cinema no início de minha adolescência. Na época, os filmes italianos faziam muito sucesso. Foi em uma sessão de cinema que conheci a garota com quem estou casado até hoje. O filme em cartaz era “Candelabro italiano”. Minha vida foi marcada por muitos momentos e meu coração está cheio de recordações das experiências que fizeram de mim o homem que sou. Mas com o rio é diferente. Sempre que me lembro dele, meus olhos se banham de emoção e meus pensamentos parecem seguir correnteza abaixo até trazer de volta aquele menino que um dia foi vizinho do rio. Nessa hora, sinto sede daquele tempo... (Texto escrito por Bruno Marques da Silva, baseado na entrevista com o senhor Cícero Cordeiro, em agosto de 2012)
108
Memórias Literárias: Entrevista: um momento importante
Seleção dos Entrevistados; Aprofundando o tema (modos de vida no passado; transformações físicas do lugar; origem da comunidade; antigos lugares de trabalho/ lazer;profissões que desapareceram;eventos marcantes... 108 108
109
Da Entrevista às Memórias Literárias
RETEXTUALIZAÇÃO Transformar a entrevista em Memórias requer mudanças linguísticas e discursivas; O entrevistador assume o papel do entrevistado lembrando hoje do passado, considerando o contexto assumido; Enfatizar elementos espaço-temporais da época. (Of.12) 109 109
110
Quadro-Síntese Memórias Literárias
110 110
111
Cores, aromas e sabores de infância
Memórias Literárias: texto vencedor – 2012 Cores, aromas e sabores de infância Aluna: Nathalia Cristina Trevisanutto Professora: Vanicléia de Oliveira Sousa Rebelo C.E. Dr Duílio Trevisani Beltrão Tamboara – (PR) 111 111
112
Memórias Literárias: Critérios de Avaliação
Tema (1,5): reporta à cultura e à história do lugar onde vivem; Adequação ao Gênero: Adequação Discursiva(2,0): resgata aspectos do lugar sob ótica de antigo morador; transparece sentimentos, impressões para enredar leitor; organização respeita à narrativa;faz referência a objetos, vida, costumes... Adequação Linguística (2,0): assume 1ª pessoa; recorre a outras vozes; uso de tempos verbais transportam leitor ao tempo e espaço retratados no texto; Reflete a entrevista; recupera lembranças; (1,0) Marcas de Autoria (2,0): título instiga leitor; há originalidade nas lembranças Convenções da Escrita(1,5): respeita às convenções; o rompimento ocorre a serviço de produzir sentido. 112 112
113
Olimpíada de Língua Portuguesa
O GÊNERO “CRÔNICA” 113 113
114
OBJETIVOS: A ocasião faz o escritor
- Instigar a observação de situações cotidianas do local onde se vive e capacidade de expressá-las de modo singular; Reconhecer os diferentes tons que se escreve crônicas; Reconhecer os marcadores de tempo e espaço para retratar a situação narrada; Perceber a produção de sentido decorrente das escolhas linguísticas pelo uso de substantivos, verbos, adjetivos e advérbios como caracterização de pessoas e lugares; 114 114
115
OBJETIVOS : A ocasião faz o escritor
Usar adequadamente os articuladores textuais para garantir a progressão textual; Empregar os recursos de linguagem em função do tom da crônica escolhido pelo autor; Promover a prática de linguagem oral, leitura e interpretação de crônicas; Reconhecer cronistas brasileiros consagrados. 115
116
Crônica: entre o jornal e a literatura
Do Grego “khronos” = tempo (registro dos fatos) 1ª Crônicas= Machado de Assis, José de Alencar (folhetins) Crônica na contemporaneidade = voltada a fatos jornalísticos do cotidiano; É um gênero que capta um flagrante do dia a dia; Exprime vivências e sentimentos próprios do universo cultural do país; 116 116
117
Crônica: um flash do cotidiano
Leitura de Crônicas: “A Última Crônica” - Fernando Sabino – conteúdo temático) 117 117
118
Crônica: entre o jornal e a literatura
Segundo Simon (2004), as características do jornal não são ignoradas pelo cronista, o que equivale a dizer que a transitoriedade do suporte é incorporada pela própria crônica, revelando, portanto, uma ausência de pretensões no gênero. De acordo com o autor, a ressalva a respeito de um vínculo a ser cultivado também com o livro, como um suporte secundário, já antecipa, contudo, alguns desdobramentos a respeito da crônica. 118 118
119
Crônica: entre o jornal e a literatura
Texto literário dentro do jornal? Texto jornalístico de cunho literário? Texto literário de cunho jornalístico? Texto literário-jornalístico? Texto jornalístico-literário? 119 119
120
Crônica(s) Há uma multiplicidade de textos contemporâneos que acabam recebendo a designação de “crônicas”: crônicas policiais, esportivas, políticas... Segundo Simon (2004, p. 2), “crônicas políticas, policiais, esportivas são expressões comuns e constam dos jornais; entretanto, suas afinidades com a qualificação literária são mínimas, exigindo ainda definições mais apuradas.” 120 120
121
Crônica – texto de Cloris Porto Torquato (Comunidade virtual)
[...] a crônica parece ser o gênero que está mais próximo do dia a dia; é do cotidiano que a crônica nasce e se alimenta. O vínculo da crônica com o cotidiano deve-se, em grande parte, à relação que a crônica estabelece com seu veículo de origem – o jornal. 121 121
122
Crônica – texto de Cloris Porto Torquato (Comunidade virtual)
Distinta das notícias jornalísticas por ter um caráter literário [TODAS?], a crônica caracteriza-se como um gênero híbrido e complexo, que dialoga com os temas e os fatos tratados nas notícias. A crônica faz uma releitura subjetiva e pessoal dos fatos que as notícias pretendem informar de modo objetivo e impessoal. 122 122
123
Crônica: um flash do cotidiano
Da Notícia à Crônica: (Estratégia de produção) “ Cobrador usa de intimidação como estratégia. Empresas de cobrança usam técnicas abusivas, como tornar pública a dívida” (Folha de São Paulo – 10 de setembro de 2001) Crônica de Moacyr Scliar: “Cobrança” (Elementos linguístico-discursivos) 123 123
124
Crônica – texto de Cloris Porto Torquato (Comunidade virtual)
Cont.... Essa releitura nos é apresentada em linguagem coloquial, solta, natural, com tonalidades regionalistas e, muitas vezes, líricas. A elaboração da linguagem com que se constrói a releitura subjetiva do cotidiano permite que a crônica saia do espaço do jornal – portanto, da fugacidade e da transitoriedade jornalística – e seja transplantada para os livros. 124 124
125
Crônica: o tom da Crônica Efêmera ou Literária.....
Leitura de Crônicas: “A Arte de ser Avó” - Rachel de Queiroz “Um Caso de Burro” 125 125
126
Crônica – Critérios de Avaliação
Tema (1,5): reporta-se de forma significativa a algum aspecto do cotidiano local; Adequação ao Gênero: Adequação Discursiva (2,5): a situação própria da crônica se manifesta no texto; a organização está coerente com o tom assumido (irônico, lírico, crítico...) Adequação Linguística (2,5): os marcadores espaço-temporais contribuem para caracterizar a situação; os articuladores são coerentes à crônica; os recursos de linguagem contribuem ao tom; Marcas de Autoria (2,0): título instiga leitor; há modo peculiar de tratar a situação; Convenções da Escrita (1,5): respeito às normas... 126 126
127
Crônica: Quadro-Síntese
127 127
128
Crônica: texto vencedor - 2012
Menino ladino Aluna : Mara Domingos da Silva Professora: Lucilene Aparecida S. Schnorr São Pedro do Iguaçu - (PR) 128 128
129
O GÊNERO “ARTIGO DE OPINIÃO”
Olimpíada de Língua Portuguesa O GÊNERO “ARTIGO DE OPINIÃO” 129 129
130
OBJETIVOS: PONTOS DE VISTA
- Identificar questões socialmente relevantes sobre o lugar onde se vive e a capacidade de apresentá-las de forma contextualizada; Articular eventos locais a fenômenos mais abrangentes, nacionais ou universais; Promover debates sobre temas controversos; Identificar questões potencialmente polêmicas e os argumentos que sustentam o ponto de vista; 130 130
131
Produção de texto coeso, coerente e fundamentado;
- Utilizar argumentos e justificativas consistentes para expressar opinião; Fazer uso de articuladores temporais e lógicos para garantir a progressão textual; Produção de texto coeso, coerente e fundamentado; Instigar Leituras de artigos de opinião publicados em jornais, revistas ou sites; Possibilitar contato com textos e articulistas representativos da esfera jornalística. 131
132
Gênero “artigo de opinião” trabalhado na OLP
Que gênero é esse???? 132 132
133
Artigo de opinião - OLP Pode ser publicado em jornais, revistas ou internet. É assinado por um articulista que, jornalista profissional ou não, normalmente é uma autoridade no assunto ou uma “personalidade” cujas posições sobre questões debatidas publicamente interessam a muitos. 133 133
134
Sequência argumentativa
São esquematizações de objetos de discurso, atestáveis empiricamente em textos. As operações cognitivas estariam relacionadas à existência de uma tese sobre um tema, à entrada de novos dados a essa tese anterior, um processo de inferência e uma conclusão ou nova tese. Baseado nisso, normalmente essa sequência apresenta quatro fases: 134 134
135
Artigo de opinião - OLP Sem questão polêmica não existe artigo de opinião. Elas geram discussões porque há diferentes pontos de vista circulando sobre os assuntos que as envolvem (p. 20). O que acham desse posicionamento em relação ao gênero??? 135 135
136
Artigo de opinião - OLP O articulista, ao escrever, assume posição própria nesse debate, procurando justificá-la. Afinal, argumentos bem fundamentados têm maior probabilidade de convencer os leitores. Ao escrever seu artigo, o articulista toma determinado acontecimento, ou o que foi dito a seu respeito, como objeto de crítica (contra-argumento), de questionamento e até de concordância. 136 136
137
Principais capacidades de linguagem: artigo de opinião
Capacidades de ação: representação do contexto Capacidades discursivas: estruturação discursiva do texto Capacidades linguístico- discursivas Reconstruir o tema polêmico Apresentar o tema da controvérsia Utilizar adequadamente os organizadores textuais Levar em conta o papel social do destinatário e o suporte do texto Desenvolver argumentos,sustentado-os com exemplos, citação de autoridade, etc. Mobilizar verbos de opinião Precisar a intenção do texto para conseguir a adesão do leitor Hierarquizar os argumentos em função dos objetivos do texto Mobilizar modalizadores para dar o “tom” adequado ao texto Levar em conta o lugar e o momento em que o texto será lido Antecipar os contra-argumentos e refutá-los Mobilizar expressões de responsabilização enunciativa (vozes) Se assumir como um articulista de opinião Produzir uma conclusão coerente com os argumentos Elaborar um título que chama a atenção do leitor 137 137
138
ATIVIDADES Leitura e análise do artigo de opinião “Internet e eleições”: foco no contraste entre informações e opinião. Destaque, no texto, de frases/palavras que demonstram opinião do articulista. Destaque, no texto, de trechos que mostram que o articulista teve contato com a notícia antes de escrever o texto.
139
ATIVIDADES Descritores do SAEP PTD a partir do Artigo de Opinião
Relato de Experiência E Ação tratégias d
140
PERCENTUAL DE ACERTOS POR DESCRITOR - 3º ANO EM LÍNGUA PORTUGUESA
141
ARTIGO DE OPINIÃO: Quadro-Síntese
141 141
142
Critérios de Avaliação: Artigo de Opinião
Tema (1,5): reporta-se a aspectos da realidade local Adequação ao Gênero: Adequação Discursiva (2,5): a questão polêmica é socialmente relevante; o autor mobiliza informações sobre o tema; articula a questão local ao geral; Adequação Linguística (2,5): expõe o ponto de partida (dados) e a conclusão; usa estratégias de refutação; uso de diferentes vozes; há coesão Marcas de Autoria (2,0): título instiga; sintetiza tese; usa recursos para prender leitor; texto convence; Convenções da escrita: (1,5)
143
Artigo de Opinião: texto vencedor - 2012
O Haiti é aqui Aluno : Paulo Renan de Souza Figueiredo Professora: Maria Iracilda Gomes C. Bonifácio E.E. Prof. José Rodrigues Leite Rio Branco- (AC) 143 143
144
Bibliografia consultada
BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo: Parábola, 2007. BAKHTIN, Mikhail . Gêneros do discurso. In: ____. Estética da criação verbal. Trad. Paulo Bezerra. 4.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p BARROS, Eliana Merlin Deganutti de. O gênero textual como articulador entre o ensino da língua e a cultura midiática. In: NASCIMENTO, Elvira Lopes (org.). Gêneros textuais: da didática das línguas aos objetos de ensino. São Carlos: Claraluz, 2009. BARROS, Eliana Merlin Deganutti de. Gestos de ensinar e de aprender gêneros textuais: a sequência didática como instrumento de mediação f. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina/PR, 2012. BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio-discursivo. Trad. Anna Rachel Machado e Péricles Cunha. 2ª. reimpressão. São Paulo: EDUC, 2003. 144 144
145
Bibliografia consultada
CRISTOVÃO, Vera Lúcia Lopes; NASCIMENTO, Elvira Lopes. (org.). Gêneros textuais: teoria e prática. Londrina: Moriá, 2004. ____. Gêneros textuais: teoria e prática II. Palmas e União da Vitória/PR: Kaygangue, 2005. FARACO, C. A. Norma-padrão brasileira: desembaraçando alguns nós. In: BAGNO, Marcos (Org.). Lingüística da norma. São Paulo: Edições Loyola, 2002. KOCH, Ingedore; BENTES, Anna Christina; CAVALCANTE, Mônica. Intertextualidade: diálogos possíveis. São Paulo: Cortez, 2007. LUCCHESI, Dante. Norma linguística e realidade social. In: BAGNO, Marcos (Org.). Lingüística da norma. São Paulo: Edições Loyola, 2002. MACHADO, Anna Rachel. A perspectiva interacionista sociodiscursiva de Bronckart. In: MEURER, J.L.; BONINI, Adair; MOTA-ROTH, Désirée (org.). Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola, 2005, p 145 145
146
Bibliografia consultada
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: configuração, dinamicidade e circulação. In: KARWOSKI, Acir Mário; GAYDECZKA, Beatriz; Brito, Karin S. (org.) Gêneros textuais: reflexões e ensino. Palmas e União da Vitória/PR: Kaygangue, 2005, p ____. Fenômenos da linguagem: reflexões semânticas e discursivas. Rio de janeiro: Lucerna, 2007. ____. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008. NASCIMENTO, Elvira (org.). Gêneros textuais: da didática das línguas aos objetos de ensino. São Carlos: Claraluz, 2009. OLIVEIRA, Maria do Socorro. Gêneros textuais e Letramento. V SIGET: Simpósio Internacional de Estudos de Gêneros Textuais – o ensino em foco. Caxias do Sul, 2009 (1 CDROM). ROJO, Roxane. Falando ao pé da letra: a constituição da narrativa e do letramento. São Paulo: Parábola, 2010. SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim (org.). Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004. 146 146
147
Obrigada!!!!!! Bom retorno a todos. 147 147
Apresentações semelhantes
© 2024 SlidePlayer.com.br Inc.
All rights reserved.