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Sobre o Livro de Oração dos Salmos

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Apresentação em tema: "Sobre o Livro de Oração dos Salmos"— Transcrição da apresentação:

1 Sobre o Livro de Oração dos Salmos
Catequese do Papa Bento XVI, Cidade do Vaticano

2 Meditemos nessa belíssima catequese do nosso Papa Bento XVI.
Caríssimos Os Salmos constituem a obra-prima da oração no Antigo Testamento. Apresentam dois componentes inseparáveis: o pessoal e o comunitário. Estendem-se a todas as dimensões da história, comemorando as promessas de Deus já realizadas e esperando a vinda do Messias. Rezados e realizados em Cristo, os Salmos são um elemento essencial e permanente da oração de sua Igreja e são adequados aos homens de qualquer condição e tempo. Meditemos nessa belíssima catequese do nosso Papa Bento XVI. Carinhosamente, Graziela

3 O Saltério apresenta-se como um "formulário" de orações, uma coleção de cento e cinquenta Salmos que a tradição bíblica dá ao povo de fiéis para que se torne a sua, a nossa oração, o nosso modo de dirigir-se a Deus e de relacionar-se com Ele. Nesse livro, encontra expressão toda a experiência humana com as suas múltiplas faces, e toda a gama dos sentimentos que acompanham a existência do homem.

4 Nos Salmos, entrelaçam-se e expressam-se alegria e sofrimento, desejo de Deus e percepção da própria indignidade, felicidade e sentido de abandono, confiança em Deus e dolorosa solidão, plenitude de vida e medo de morrer. Toda a realidade do crente conflui naquelas orações, que o povo de Israel primeiro e a Igreja depois assumiram como mediação privilegiada da relação com o único Deus e resposta adequada ao seu revelar-se na história.

5 Enquanto orações, os Salmos são manifestações da alma e da fé, em que todos se podem reconhecer e nas quais se comunica aquela experiência de particular proximidade com Deus à qual cada homem é chamado. E é toda a complexidade do existir humano que se concentra na complexidade das diversas formas literárias dos vários salmos: hinos, lamentações, súplicas individuais e coletivas, cantos de agradecimento, salmos penitenciais, salmos sapienciais, e outros gêneros que se podem encontrar nessas composições poéticas.

6 Não obstante essa multiplicidade expressiva, podem ser identificados dois grandes âmbitos que sintetizam a oração do Saltério: a súplica, unida ao lamento, e o louvor, duas dimensões correlatas e quase inseparáveis. Porque a súplica é animada pela certeza de que Deus responderá, e isso abre ao louvor e à ação de graças; e o louvor e o agradecimento brotam da experiência de uma salvação recebida, que supõe a necessidade de auxílio que a súplica expressa.

7 Na súplica, o orante se lamenta e descreve a sua situação de angústia, de perigo, de desolação, ou, como nos Salmos penitenciais, confessa a culpa, o pecado, pedindo para ser perdoado. Ele expõe ao Senhor o seu estado de necessidade na confiança de ser escutado, e isso implica um reconhecimento de Deus como bom, desejoso do bem e "amante da vida" (cfr Sl 11,26), pronto a ajudar, salvar, perdoar. Assim, por exemplo, reza o Salmista no Salmo 31: "Junto de vós, Senhor, me refugio. Não seja eu confundido […] Vós me livrareis das ciladas que me armaram, porque sois minha defesa" (vv. 2.5).

8 Já no lamento, portanto, pode emergir algo do louvor, que se prenuncia na esperança da intervenção divina e se faz, depois, explícita quando a salvação divina torna-se realidade. De modo análogo, nos Salmos de agradecimento e de louvor, fazendo memória do dom recebido ou contemplando a grandeza da misericórdia de Deus, reconhece-se também a própria pequenez e a necessidade de ser salvos, que está na base da súplica. Confessa-se assim a Deus a própria condição de criatura inevitavelmente marcada pela morte, ainda que portadora de um desejo radical de vida.

9 Por isso o Salmista exclama, no Salmo 86: "De todo o coração eu vos louvarei, ó Senhor, meu Deus, e glorificarei o vosso nome eternamente. Porque vossa misericórdia foi grande para comigo, arrancastes minha alma das profundezas da região dos mortos" (vv ). Desse modo, na oração dos Salmos, súplica e louvor entrelaçam-se e fundem-se em um único canto que celebra a graça eterna do Senhor que se inclina sobre a nossa fragilidade.

10 Exatamente para permitir ao povo de fiéis unir-se a esse canto é que o livro do Saltério foi dado a Israel e à igreja. Os Salmos, de fato, ensinam a rezar. Nesses, a Palavra de Deus torna-se palavra de oração – e são palavras do Salmista inspirado –, que se torna também palavra do orante que reza os Salmos. É essa a beleza e a particularidade desse livro bíblico: as orações nele contidas, diferentemente de outras orações que encontramos na Sagrada Escritura, não estão inseridas em uma trama narrativa que especifica o sentido e a função.

11 Os Salmos são dados ao fiel propriamente como texto de oração, que tem como único fim aquele de se tornar a oração de quem os assume e com eles se dirige a Deus. Porque são palavras de Deus, quem reza os Salmos fala a Deus com as palavras mesmas que Deus nos deu, dirige-se a Ele com as palavras que Ele mesmo nos dá. Assim, rezando os Salmos, aprende-se a rezar. É uma escola de oração.

12 Assim acontece com a oração dos Salmos
Assim acontece com a oração dos Salmos. Esses nos são dados para que aprendamos a dirigir-nos a Deus, a nos comunicar com Ele, a falar com Ele sobre nós com as suas palavras, a encontrar uma linguagem para o encontro com Deus. E, através daquelas palavras, será possível também conhecer e acolher os critérios do seu agir, aproximar-se do mistério dos seus pensamentos e dos seus caminhos (cf. Is 55,8-9), a fim de crescer sempre mais na fé e no amor. Como as nossas palavras não são somente palavras, nas nos ensinam um modo real e conceitual, assim também essas orações ensinam-nos o coração de Deus, para que não somente possamos falar com Deus, mas possamos aprender quem é Deus e, aprendendo como falar com Ele, aprendamos o ser homem, a ser nós mesmos.

13 A esse propósito, parece significativo o título que a tradição hebraica deu ao Saltério. Ele chama-se thillim, um termo hebraico que quer dizer "louvores", daquela raiz verbal que encontramos na expressão "Halleluyah", isto é, literalmente: "louvado seja o Senhor". Esse livro de orações, portanto, também se tão multiforme e complexo, com os seus diversos gêneros literários e com a sua articulação entre louvor e súplica, é em última análise um livro de louvores, que ensina a dar graças, a celebrar a grandeza do dom de Deus, a reconhecer a beleza das suas obras e a glorificar o seu Nome santo.

14 É essa a resposta mais adequada diante do manifestar-se do Senhor e da experiência da sua bondade. Ensinando-nos a rezar, os Salmos ensinam-nos que também na desolação, na dor, a presença de Deus permanece, é fonte de maravilha e de consolação; pode-se chorar, suplicar, interceder, lamentar-se, mas na consciência de que estamos caminho rumo à luz, onde o louvor poderá ser definitivo. Como ensina-nos o Salmo 36: "Em vós está a fonte da vida, e é na vossa luz que vemos a luz" (36,10). Mas além do título geral do livro, a tradição hebraica colocou sobre muitos Salmos títulos específicos, atribuindo-os, na grande maioria, ao rei Davi.

15 Figura de notável envergadura humana e teológica, Davi é personagem complexo, que atravessou as mais variadas experiências fundamentais do viver. Davi assim foi um rei, com todas as suas debilidades, "segundo o coração de Deus" (cf. 1Sam 13,14), isto é, um orante apaixonado, um homem que sabia o que significa dizer suplicar e louvar. A ligação dos Salmos com esse insigne rei de Israel é tão importante porque ele é figura messiânica, Ungido do Senhor, no qual está de algum modo ofuscado o mistério de Cristo.

16 Igualmente importantes e significativos são o modo e a franqueza com que as palavras dos Salmos são retomadas no Novo Testamento, assumindo e sublinhando aquele valor profético sugerido pela ligação do Saltério com a figura messiânica de Davi. No Senhor Jesus, que na sua vida terrena rezou com os Salmos, esses encontram o seu definitivo cumprimento e revelam o seu sentido mais pleno e profundo.

17 As orações do Saltério, com que se fala a Deus, falam-nos d'Ele, falam-nos do Filho, imagem do Deus invisível (Col 1,15), que nos revelam plenamente o Rosto do Pai. O cristão, portanto, rezando os Salmos, reza ao Pai em Cristo e com Cristo, assumindo esses cantos em uma perspectiva nova, que tem no mistério pascal a sua última chave interpretativa. O horizonte do orante abre-se, assim, a realidades inesperadas, cada Salmo adquire uma luz nova em Cristo e o Saltério pode brilhar em toda a sua infinita riqueza.

18 Irmãos e irmãs caríssimos, tomemos portanto em mãos esse livro santo, deixemo-nos ensinar por Deus a dirigirmo-nos a Ele, façamos do Saltério um guia que nos auxilie e nos acompanhe cotidianamente no caminho da oração. E peçamos também nós, como os discípulos de Jesus, "Senhor, ensina-nos a rezar" (Lc 11,1), abrindo o coração para acolher a oração do Mestre, no qual todas as nossas orações chegam ao seu cumprimento. Assim, tornados filhos no Filho, poderemos falar com Deus chamando-O "Pai Nosso".

19 Texto – Catequese do Papa Bento XVI
Imagem – Google Música – Lindo Céu - Adriana Formatação - Graziela Nosso site; Nosso Blog: Para receber novas meditações, envie para;


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