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PESCA EM ÁGUAS PROFUNDAS XXII TEMPO QUARESMAL A PALAVRA DE DEUS E NÓS.

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Apresentação em tema: "PESCA EM ÁGUAS PROFUNDAS XXII TEMPO QUARESMAL A PALAVRA DE DEUS E NÓS."— Transcrição da apresentação:

1 PESCA EM ÁGUAS PROFUNDAS XXII TEMPO QUARESMAL A PALAVRA DE DEUS E NÓS

2 Os usuários dos postos de saúde mostram-se ansiosos pela Palavra de Deus e as pessoas que estão afastadas pelos corredores juntam-se à aglomeração para escutá-la. Até mesmo os profissionais da saúde! Tem médico que pára a consulta e, de porta aberta, fica ouvindo-a de dentro do consultório. Outros, principalmente enfermeiras, ouvem-na da porta do ambulatório. No final das proclamações sempre exclamamos a todos os ouvintes: Que o Espírito Santo trabalhe no coração de vocês esta mensagem e que esse mesmo Espírito ilumine o médico ou a enfermeira que vai atendê-los!...

3 Certa manhã de céu limpo e luminoso, assim que chegamos ao posto do Paraíso dos Pássaros para proclamar a Palavra no setor de mulheres grávidas e crianças de colo, começou uma choradeira que quase nos impede a proclamação devido aos gritos ensurdecedores. Primeiro começou um bebê, depois outro, mais outro, não demorou muito a gritaria era geral. Parecia coisa programada, um corpo só gritando de dor... Mas assim como começaram, calaram. O posto ficou em silencio e realizamos o nosso trabalho...

4 Certa vez, depois das proclamações no posto do Promorar, procuramos saber a situação religiosa daquele conjunto de pessoas que nos ouviam. Constatamos grande parte delas não era batizada. Havia uma família de cinco membros, que nem certidão de nascimento tinha. Na verdade, um agregado de gente sem nacionalidade e religião, apesar de saberem fazer o Sinal da Cruz. Entretanto, a certidão estava expressa na alegria das crianças brincando pelos corredores, como criaturas sob os olhares amoroso da Mãe e misericordioso do Pai! A maioria dessas famílias mora na área da baixada. De um modo geral, demonstram interesse em serem batizadas, mas esse Sacramento é- lhes inacessível, reclamam, porque não têm dinheiro para pagar a certidão e há muita exigência da Igreja...

5 Proclamava a Palavra no posto do Paraíso dos Pássaros quando encontrei o Diácono Marco, junto com dona Antônia, sua esposa querida. O diácono estava debilitadíssimo, quase sem forças de se agüentar em pé, sofrendo de complicações renais, precisava fazer urgentemente hemodiálise. Sua expressão era de sofrimento. Fiquei perturbado com aquela situação. Dias antes fizera-lhe uma visita em sua casa e achei-o alegre e tranqüilo, olhos brilhantes, enfim, com saúde à flor da pele. Conversamos muito...

6 Conheci o Diácono Marco na Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, onde ele servia. Nesse tempo tinha sido convidado pelo padre redentorista Antônio Zanini para participar das celebrações das novenas de terça-feira. Era um homem humilde e comunicativo. Ele tinha um jeito especial de dar bênçãos e de se comunicar com os fiéis. Admirava-o porque era um diácono trabalhador e doador de Deus. Aprendi muito com ele, principalmente em relação à convivência comunitária. Eu tinha acabado de ser ordenado diácono e precisava saber de detalhes que o curso não ensinou e ele era exímio conhecedor dessas coisas. Diácono tem que estar no meio do rebanho alimentando e curando as feridas das ovelhas, dizia.

7 Algumas comunidades da Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, principalmente aquelas que fundou ou ajudou a fundar, como São Benedito, chamavam-no de pai. Era amado por todos. Fiquei quase três meses desfrutando da sua experiência e companhia, quando decidi celebrar as novenas de Perpétuo Socorro também na capela de Santo Antônio na Paróquia da Mãe da Divina Providência. Passei a vê- lo somente nos encontros de diáconos, quando era possível ele ir, ou visitava-o em sua casa...

8 Poucos dias depois desse encontro no posto de saúde, o telefone tocou em casa e eu atendi. Ele morreu! Morreu mesmo? Na missa de corpo presente celebrada na capela de São Benedito pude vê-lo na urna mortuária: Ele estava como se estivesse dormindo tranqüilamente, sem qualquer resquício de sofrimento. Diácono Marco contemplava o Senhor frente a frente!... Eliezer de Oliveira Martins Obs: O autor é diácono da Arquidiocese de Santa Maria de Belém do Grão Pará, Amazônia do Brasil. Esses fatos são uma adaptação dos narrados em www.eliezer.ninhodanatureza.nom.br; link FONTE DE VIDA, Em Águas Profundas. Musical: Only A Memory, Yanni


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