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A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

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Apresentação em tema: "A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor"— Transcrição da apresentação:

1 A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor
Introdução A Bíblia começa com a criação e termina com a nova criação Logo, os propósitos de Deus são universais desde o início até o fim Toda reflexão da Bíblia como Palavra de Deus precisa dar conta da organização canônica geral que começa com a criação e termina com a nova criação. A criação, este mundo e esta história, não só estabelece o palco da atuação de Deus entre o seu povo e todos os povos da terra, mas também forma uma moldura para todo o relato a seguir. Não é pano de fundo de outro enredo “principal”, e sim, origem e propósito finais. No terceiro milênio, mais que nunca, o povo de Deus precisa ponderar a sua “missão” de modo tão abrangente que abraçe a criação toda. Tal “tarefa” de todo ser humano precede a tarefa evangelística da igreja que abraça também a mesma incumbência como parte da sua missão. Antes de termos uma missão como povo de Deus, temos uma incumbência como “gente” e por isso a igreja pode e deve procurar se juntar a todos os esforços humanos que procuram o bem-estar ambiental. Eventualmente no Novo Testamento veremos que o alvo redentor da missão de Deus, na qual a igreja participa, abrange não apenas a humanidade decaída como o meio ambiente todo, do qual a humanidade faz parte. A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

2 A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor
Introdução A criação do mundo o palco de missões o alvo do amor de Deus A criação da humanidade mordomo da criação na imagem de Deus A provisão de vitória sobre o mal o descendente da mulher Que a preocupação de Deus tem uma dimensão universal se confirma no relato da criação do ser humano e no propósito de Deus para ele. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, e sobre todo animal que rasteja pela terra (Gênesis ). Confirmamos que o domínio dado à humanidade abrange o mundo inteiro. Tanto os céus quanto a terra, mais uma vez, são mencionados na passagem. Só que nesta altura, já há uma outra dimensão do assunto de missões, isto é, o papel do homem. Sua tarefa será de dominar e sujeitar o mundo que Deus criou. É a fim de promover o reino de Deus, que ao homem, se imputou a imagem de Deus. E é por isto mesmo, que depois da queda, houve tanta desordem e abuso de domínio através do ser humano afastado de Deus. A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

3 A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor
Introdução A transição: de maldição para bênção universais (Gênesis 11-12) de “tornemos célebre o nosso nome” (11.4b) para: “te engrandecerei o nome” (12.2) de “o SENHOR os dispersou... pela superfície da terra” (11.8) para: “de ti farei uma grande nação” (12.2) de uma maldição pela arrogância humana (cap. 11) para: “em ti serão benditas todas as famílias da terra” (12.3) A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

4 Favorecida por Deus Bênção para o mundo
Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra – Gênesis Quando Deus chamou Abraão, enfocou um só homem, através de quem construiria uma família e depois uma nação cuja influência atingiria todos os povos do mundo: “em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12:3). Esta passagem chave influenciou todo o resto da Bíblia! Abraão se tornou um grande missionário. Deus o chamou e ele respondeu com fé. Abraão deixou sua vida anterior e iniciou sua peregrinação. Chama-se pai da fé, entretanto sua fé serviu como um meio para alcançar um fim, sendo este uma missão. A fé sozinha é sem conteúdo. Na vida de Abraão, a fé foi-lhe exigida porque a responsabilidade da sua missão muitas vezes encontrou dificuldades que poderiam se vencer apenas através da fé em Deus, Aquele que dá origem à missão. A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

5 Favorecida por Deus Bênção para o mundo
Dimensão Interna: Eleitos/Favorecidos Os Primeiros Imperativos: Sai da tua terra... ...Vai para a terra... A Primeira Promessa: ... que te mostrarei, de ti farei uma grande nação o pré-anúncio do evangelho (Gálatas 3.8)! A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

6 Favorecida por Deus Bênção para o mundo
Dimensão Externa: Missão/Abençoar O Segundo Imperativo: Sê tu uma bênção A Segunda Promessa: em ti serão benditas todas as famílias da terra A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

7 Favorecida por Deus Bênção para o mundo
Promessa para Abraão e seus descendentes: Israel: Gênesis 22:17-18 repetida para Isaque (26.2-4, 24), Jacó ( ; ), e José (48.16; 49.22) Jesus: Gálatas 3.16; Efésios 1.3 Igreja: Gálatas 3.29; Romanos Este chamamento de Abraão se repetiu para os seus descendentes: “a tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos, nela serão benditas todas as naçoes da terra” (Gn 22:17-18). Esta “descendência” se refere a três entidades. Em primeiro lugar, se refere ao povo de Israel. A missão de Abraão passou também aos seus descendentes pois o chamamento à missão se repetiu tanto para Isaque (Gn 26:2-4) como para Jacó (Gn 28:13-14) e para José (Gn 49:22). Em segundo lugar, a descendência se refere a Jesus. Todas as bençãos de Deus nos vêm através de Jesus Cristo (Ef 1:3). Tanto que Abraão era apenas o protótipo de Cristo apontando para frente junto com os profetas e reis para o Messias, através de quem Deus cumpriu absolutamente as promessas ditas aos seus proótipos. Em terceiro lugar, como o chamamento passou para os descendentes de Abraão, também passou para os “descendentes” de Jesus, aqueles que renascem em Cristo, os verdadeiros atuais descendentes de Abraão (Gl 3:29). Cristãos são chamados para serem missionários-embaixadores (Ex 19:5,6). A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

8 Favorecida por Deus Bênção para o mundo
Israel, desde o início, teve uma vocação missionária lembrada nas suas confissões: Josué ; 1 Samuel lembrada no culto: 1 Reis 8:43; muitos salmos lembrada nos Profetas: Isaías 45.23; Malaquias 1.11 O chamamento de Israel como nação se fez a fim de alcançar todas as nações da terra. O propósito de Deus no levantamento de Israel era de mostrar ao Mundo através da sua história o caminho da salvação e assim levar todos os povos do mundo a gozarem esta benção. O foco no mundo mais uma vez se destacou. Esta ênfase nunca se perdeu no Velho Testamento embora fosse, às vezes, escurecida. A história de Israel é uma história de missões. Na história de Israel, a atuação de Deus para com esta nação visava um propósito maior — alcançar as nações. Por exemplo, depois de atravessar o Mar Vermelho e o rio Jordão, Josué afirmou, “Porque o SENHOR vosso Deus fez secar as águas do Jordão diante de vós, até que passásseis, como o SENHOR vosso Deus fez ao Mar Vermelho, ao qual secou perante nós, até que passamos, para que todos os povos da terra conheçam que a mão do SENHOR é forte: a fim de que temais ao SENHOR vosso Deus todos os dias” (Js 4:23-24). Os milagres de Deus não tinham como alvo algo para Israel, e sim, eram um meio de conduzir as nações à salvação. (Observe-se que “temer” para o hebreu significava a aliança que tinha quanto à sua fé, assim como hoje em dia se usa popularmente o termo “religião”). Davi compreendeu este propósito maior de Deus quando confrontou Golias (1 Samuel 17:45-46). Esta consciência missionária de Davi chegou a marcar significantemente os seus salmos (66:1,4,7,8; 72:11,17; 86:9; 96:3; 98:2,4; 117:1). Esta visão missionária também evidenciou o filho de Davi, Salomão, quando dedicou o templo a Deus, orando,“Ouve, tu nos céus, lugar da tua habitação, e faze tudo o que o estrangeiro te pedir, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome, para te temerem como o teu povo Israel, e para saberem que esta casa que eu edifiquei, é chamada pelo teu nome.” (1 Rs 8:43; veja também Is 56:6-8). Os profetas chamavam o povo de Israel para voltar a esta visão universal de Deus, pois o Israel tendia ter uma perspectiva nacional e exclusiva. Jeová seria o Deus da salvação de todos: “olhai para mim, e sede salvos, vós, todos os termos da terra” (Is 45:22) e “diante de mim se dobrará todo joelho” (Is 45:23). O profeta Sofonias reconhecia esta perspectiva (Sf 3:9) como também Malaquias, “Mas desde o nascente do sol até ao poente é grande entre as nações o meu nome...” (Ml 1:11). Agora aos estrangeiros é dado o título “povo de Deus” (Os 2:23); e o anúncio do Messias que vem é um anúncio de domínio universal cumprindo a promessa de Deus a Abraão de abençoar todas as nações e cumprindo a responsabilidade dada ao homem de dominar a terra (Zc 9:10). Então, em todo o Velho Testamento, desde a criação do mundo até a história de Israel e até as profecias dos profetas, Deus está preparando seu povo para uma grande missão e comissão de levar seu domínio a todo canto e para todos os povos da terra. A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

9 Favorecida por Deus Bênção para o mundo
Jesus cumpriu a promessa de Deus para Abraão Mateus 1.1; cf. 1.17 Lucas Mateus 8.11; João 8.56 Pedro, em Atos 3:25-26; Paulo, em Gálatas 3:1 A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

10 Favorecida por Deus Bênção para o mundo
A igreja é: povo abençoado por Deus (Efésios 1.3-4) numa missão de abençoar o mundo com as boas-novas da remoção do pecado (Atos 3.25, 26) A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

11 Adoradores de Deus Intercessores pelo mundo
Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; ...vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel. Êxodo 19:5-6 A medida que a promessa com Abraão se repete, as implicações do segundo imperativo, “sê tu uma bênção”, começam a se transparecer. Implica num relacionamento de obediência (Gênesis ; ). Implica numa aliança, um relacionamento de fidelidade e compromisso entre duas partes. Esta aliança permanece em vigor para as sucessivas gerações, passando pelos patriarcas e chegando ao tempo de Moisés, quando a aliança se formaliza na lei dada por Deus no Monte Sinai: Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel. (Êxodo ; ver 1 Pedro 2.9) Moisés dirigiu o povo diretamente para o monte Sinai, onde fizeram um compromisso solene com o Deus que os havia libertado da opressão dos egípcios. A aliança do Sinai foi a base do relacionamento contínuo de Israel com Iahweh (Deuteronômio 5.2ss). A resposta de Israel à sua eleição era a aceitação dum chamamento e dum juramento de obediência. Israel jurou lealdade e obediência incondicionais, isto é, a devoção fiel (em hebraico, hesed) a Iahweh que anterior e primeiramente o tinha escolhido. “Vós sereis reino de sacerdotes e nação santa” (Êxodo 19.6, ver 1 Pedro 2.9). Seria um povo peculiar. A partir de então, Israel cumpriria uma função sacerdotal como povo dentre todos os povos, representando Deus no mundo das nações e intercedendo a favor dos povos. A aliança implicava, então, numa função especialmente missionária de Deus. Quando Israel falhou em aceitar esta obrigação, então também estava repudiando sua própria eleição (Isaías 1.2,4; Jeremias 18.1ss; Oséias 6.7; 8.1). A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

12 Adoradores de Deus Intercessores pelo mundo
Dimensão Interna: Aliança/Adoração A Primeira Condição: Se diligentemente ouvirdes a minha voz... A Primeira Promessa: Então …sereis a minha propriedade peculiar ...e nação santa A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

13 Adoradores de Deus Intercessores pelo mundo
Como será povo da aliança e adoradores de Deus? Pela Lei realça: a soberania de Deus...pela obediência do Seu povo a compaixão de Deus...pela compaixão do Seu povo Pelo sistema de sacrifícios (Êxodo 19.6) destaca: o seu carácter ético: “nação santa/justa” a sua natureza intercessória e missionária: “reino de sacerdotes” a natureza cúltica (último) de missão (penúltimo) Deus chamou um povo específico para manifestar seu caráter de compaixão e justiça no mundo e assim chamar o mundo a glorificá-lo. Com esta característica de justiça, somos chamados como um povo especial para um serviço missionário, para interceder como reino de sacerdotes a favor do mundo, e declarar-lhe as boas novas (1 Pedro 2.9). Isto implica, antes, num compromisso de obediência e lealdade a Deus. O que a lei era para Israel, o discipulado é para a igreja. O serviço do povo de Deus no mundo exige a disposição de um povo disciplinado e discipulado. O discipulado é um preparo para um testemunho missionário! A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

14 Adoradores de Deus Intercessores pelo mundo
Dimensão Externa: Missão = Serviço A Segunda Condição: Se ...guardardes a minha aliança ...dentre todos os povos A Segunda Promessa: Porque toda a terra é minha… então ...me sereis reino de sacerdotes A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

15 Adoradores de Deus Intercessores pelo mundo
Como servir? Afastamento: contra sincretismo Religião cananéia agrária, baseada na fertilidade de status quo e cíclico = sem mudança Identificação: a favor da contextualização A sabedoria Os Salmos Foi durante o período monárquico, particularmente durante Omri ( AC) e Acabe ( AC) que a religião cananéia veio a predominar em Israel, e foram principalmente os profetas que Deus usou para chamar Israel à decisão: ou Iahweh (Javé) ou Baal. Para entender melhor este conflito religioso é importante notar que a religião dos cananeus era: agrária, baseada na fertilidade;[1] voltada ao status quo e cíclica, ao invés de histórica e transformacional; A adoração a Baal havia se tornado atraente porque, francamente, muitos judeus desejavam a luxúria e o prazer, o egoísmo e a lascívia, através por um ritual sem nenhuma exigência ética ou moral. Foi nesse contexto que lemos sobre uma confrontação com poderes espirituais: Elias contra os profetas de Baal (I Reis ; ; conforme Mateus 6.24). Conseqüentemente tornou-se claro que não poderia haver concessões com relação à fé de Israel. A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

16 Adoradores de Deus Intercessores pelo mundo
Identificação: A favor da contextualização O caso da sabedoria nem tanto a inteligência quanto a destreza e o jeito divulgada entre e pelas nações o temor do SENHOR é o princípio do saber A literatura de Sabedoria e os Salmos nos oferecem uma apreciação diferente da cultura (e religiosa) estrangeira, uma resposta que é grandemente positiva e portanto assimiladora. Havia uma tolerância dos sábios e poetas estrangeiros que nunca houve para os profetas e sacerdotes estrangeiros. Sacerdotes estrangeiros e profetas, talvez porque falassem e ministrassem em nome de suas respectivas deidades, são descritas pela Lei como “falsos”. Entretanto sábios e poetas estrangeiros, talvez porque lidassem mais com assuntos do cotidiano, são geralmente vistos de modo mais positivo. Suas idéias e conclusões eram até consideradas apropriadas para a adoração de Israel. A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

17 Adoradores de Deus Intercessores pelo mundo
Identificação: A favor da contextualização O caso dos Salmos intensamente pessoal e emotivo mesma forma que a poesia a não-israelita mesmas figuras de linguagem que a não-israelita: Salmo 68.4 Enquanto os hebreus rejeitavam enfaticamente o politeísmo do seus vizinhos, eles não eram iconoclastas literários, mas utilizavam frases recheadas de símbolos e metáforas de culturas vizinhas, especialmente aquelas que intensificavam a profunda qualidade pessoal de Deus. Por exemplo, no Salmo 68.4, o Senhor é chamado de “aquele que cavalga sobre as nuvens”. Um epíteto freqüentemente usado para o deus cananeu, Baal. O Salmista esclarece a quem ele está se referindo: o Senhor (isto é, Iahweh, o nome próprio do Deus único). Israel usava a mesma forma poética que seus vizinhos, ou seja, o estilo, a estrutura, o ritmo, e geralmente as mesmas figuras de linguagem a fim de poder comunicar de uma forma compreensível e num nível popular. Ao mesmo tempo, qualquer material que não coadunava com a fé em Iahweh ou era rejeitado ou modificado a fim de expressar a essência daquela fé. A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

18 Adoradores de Deus Intercessores pelo mundo
Jesus cumpriu a promessa de Deus para Moisés João 1.17; 1.45 (cf. Deuteronômio 18.15); ; ) Hebreus 3.1-6; 8.1-2; , 24-25, 27-28; 8.6; 9.15 Paulo: Romanos 3.31; 10.4; Gálatas 3.24 A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

19 Adoradores de Deus Intercessores pelo mundo
A Igreja é: Povo adorador de Deus ...que louva a Deus e vive o discipulado Povo intercessor pelo mundo ...que vive pela graça, a via crucis A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

20 Casa de Deus Luz para o mundo
... farei levantar depois de ti o teu descendente... Este edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; se vier a transgredir, castigá-lo-ei com varas de homens e com açoites de filhos de homens. Mas a minha misericórdia se não apartará dele... 2 Samuel ...domine ele de mar a mar e desde o rio até aos confins da terra. Salmo 72.8 Conforme a promessa para Abraão, a sua descendência será real e grande (Gênesis ). Mas esta descendência não se refere à toda prole de Abraão, apenas ao filho prometido através da Sara. Dela e do seu filho, Isaque, “reis de povos procederão” (Gênesis 17.16), enquanto apenas “príncipes” procedem do já nascido Ismael, filho de Hagar (Gênesis 17.20). Na idéia de realeza, dois princípios da promessa de Deus para Abraão e Sara se desenvolvem: o princípio imediato da seletividade e estreitamento do semente que “carrega” a promessa, e o princípio mais distante da realeza de tal semente. Os dois princípios se desenvolvem especialmente na literatura profética. O primeiro princípio se desenvolve através do princípio do remanescente e o segundo através da esperança messiânica. A aliança com Abraão e Sara também inclui uma promessa de grandeza, implícita na afirmação que a Sara, nossa matriarca(!), “se tornará nações; reis de povos procederão dela,” assim superando a “grandeza” do povo que procede de Ismael (Gênesis 17.16, 20). A grandeza de Israel tem vários sentidos, como os sinônimos aludem. Há um sentido quantitativo (“numerosa”, Gênesis 17.2; 22.17; 26.4) e há sentidos qualitativos (“vitoriosa”, e “influente”, Gênesis ; ; cf ). São todas, dimensões positivas da promessa. Mas, diante da desobediência de Israel, a promessa adquire também uma dimensão de julgamento. De grandeza numérica, o verdadeiro povo de Deus começa a se caracterizar também pela noção diminuitiva do remanescente até chegar à idéia dum só fiel de Deus em que as promessas de Deus se realizarão. Ultimamente, a redução encontra expressão naquele judeu verdadeiro e fiel, Jesus, que cumprirá a incumbência de abençoar todos os povos do mundo, demonstrando a própria justiça e retidão de Deus, e iniciando a “expansão progressiva” do povo de Deus chamado para anunciar e trazer a bênção de Deus para o mundo. Ele será o filho de Davi, mas não qualquer filho. Afinal, Davi teve muitos! Este “filho de Davi”, conforme o Salmo 72.17, será um monarco em quem serão abençoados todos os homens e as nações! (cf. Gn 12.3; 22.18). A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

21 Casa de Deus Luz para o mundo
Dimensão Interna: Soberania = Casa de Deus A Primeira Condição: Se vier a transgredir, castigá-lo-ei... A Primeira Incumbência: será para Deus por filho As Primeiras Promessas: Deus lhe será por pai... ...terá sempre a misericórdia de Deus A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

22 Casa de Deus Luz para o mundo
Como será Casa de Deus? O Servo Sofredor (Isaías ) individual: um Servo fiel e santo coletiva: um povo fiel e santo O Filho do Homem (Daniel ) governo cósmico sobre as nações triunfo ao invés de sofrimento O messias (Isaías 9.1-7; ) O termo “servo” aparece vinte vezes na forma singular em Isaías 40‑53, e mais dez vezes na forma plural em Isaías 54‑66. Especialmente significante é o certo clímax que este termo alcança nos quatro cânticos do “Servo de Iahweh”, em Isaías 42.1‑4; 49.1‑6; 50.4‑9; 52.13‑53.12. Sua Identidade. No Antigo Testamento, vários indivíduos foram chamados de servos do Senhor: Abraão (Gênesis 26.24) e os patriarcas (Êxodo 32.13, Deuteronômio 9.27), Moisés (Êxodo 14.31; Josué 1.1‑15), Davi (2 Samuel 3.18; 7.5l, 8, 26), os profetas (2 Reis 9.7; 17.13; Jeremias 7.25; 26.5) e outros. Em Isaías, às vezes o “servo” se refere a Israel inteiro coletivamente (41.8; , 19; 43.10; 44.1, 21; 45.4; ; 51.1, 7). Em outros lugares, especialmente no quarto cântico, o Servo do Senhor só pode ser entendido como uma figura singular. Os primeiros cristãos o identificaram como Jesus (Marcos 10.45; Filipenses 2.5‑11; Atos 8.26‑40) que veio com uma missão. A missão do Servo ideal. O Servo em Isaías 42.1 “fará visível” a justiça de Deus para as nações. É uma testemunha cega e surda, inútil pelos padrões modernos de testemunha judicial. Não são as atividades próprias do servo que são enfatizadas, mas o fato de que Deus opera nele e através dele. Sua missão se define pelo sofrimento, e seu sofrimento traz benefício para todos. O Servo sofre até a morte a favor da humanidade e assim traz retidão para muitos (53.11). E assim ele é descrito com uma “luz para os gentios” (42.6; 49.6). No fim, todas as nações se prostrarão a seus pés (49.7; 9.7) e os seus descendentes também alcançarão as nações (54.2‑3). E então Iahweh será “o Deus de toda a terra” (54.5; 49.6), que oferece “misericórdia” e uma “aliança da paz” (54.9‑10) com todas as nações (55.1‑9; 49.6, veja Atos 13.45‑49; 26.22‑23), uma missão que é modelo para o povo de Deus. As visões de Daniel 7‑12 acrescentam uma nova dimensão à esperança messiânica no Velho Testamento. Daniel, diferente de Isaías, viu o servo de Deus não no seu sofrimento, mas no seu triunfo final como o Filho do Homem: “... eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do homem, e dirigiu‑se ao Ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. Foi‑lhe dado domínio e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído” (Daniel 7.13‑14). Esta pessoa é entronizada no contexto de adoração e culto prestados pelas nações, assim como a Jesus é descrito mais tarde como entronizado no meio das nações (1 Timóteo 3.16; Filipenses 2.9‑11; Hebreus 1.5‑14). De fato, Jesus assumiu o título de Filho do Homem para si mesmo mais que qualquer outro título. O título aparece umas 82 vezes no Novo Testamento e, com a exceção de uma vez, sempre usado por Jesus. Certamente Jesus o entendeu como título messiânico (Marcos 14.61‑62) e, portanto, asseverou ser o homem celestial e o representante esperado por Israel. Contudo, Jesus alterou a idéia do Filho do Homem combinando‑a com a idéia do Servo Sofredor (Marcos 8.31; 9.12, 31; Lucas 9.22; 24.7) e assim entendeu seu próprio papel central no plano de Deus para as nações. O conceito do messias no Antigo Testamento era intimamente ligado à idéia do remanescente e contribuía mais ainda para a esperança profética de salvação. Tanto o “messias” quanto o “renovo” eram descendentes de Davi (Jeremias 23.5‑6) com vocações especiais de Deus (Isaías 4.2; compare Zacarias 3.8; 6.12). Este “renovo”, nos dias do fim, restaurará a terra, estabelecerá um remanescente de “sobreviventes”, santificará a parte restante, purificará o povo da imoralidade e manifestará a glória brilhante da presença pessoal de Iahweh. A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

23 Casa de Deus Luz para o mundo
Dimensão Externa: Luz/Justiça A Segunda Incumbência: construirá a casa de Deus A Segunda Promessa: julgará com justiça e eqüidade reinará eternamente terá um domínio pelo mundo inteiro A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

24 Casa de Deus Luz para o mundo
Como será Luz/Justiça? O ajuntamento futuro para o “centro” de Israel A definição do papel de Israel culto genuíno vs. idolatria justiça vs. opressão Nos Profetas, Israel começou a reconhecer, de novo, que o futuro do povo de Deus dependia da sua fidelidade ao seu papel em relação com as nações. Este papel encontrou sua expressão mais destacada na crença duma glorificação última do Monte Sião como o centro de um grande reino de paz, aonde a glória de Deus aparecerá e para onde as nações afluirão. Assim, a casa de Deus será “casa de oração para todos os povos” (Isaías 56.7; cf. 2 Crônicas 6.32), conseqüência da unicidade e universalidade de Iahweh. Em Isaías 66.18‑21 (compare Miquéias 4.1‑4), lemos que Iahweh tomará pessoas dentre as nações para participarem não só das bênçãos da salvação, mas também para participarem do ministério do povo de Deus como testemunhas no mundo inteiro. Os profetas demonstraram tanto uma preocupação espiritual quanto social (embora não fizessem tal distinção claramente). Isto ocorreu porque os pecados característicos de Israel que os profetas tanto denunciavam eram justamente a idolatria e a opressão dos pobres. Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é que o SENHOR pede de ti, senão que pratiques a justiça e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus? (Miquéias 6.8). Os profetas não cansaram de denunciar injustiças sociais dentro e fora de Israel. Estas denúncias eram dirigidas contra aqueles que oprimiam os pobres e profanavam a casa de Deus pelas suas indulgências (Amós 2.6‑8), contra o favorecimento das classes ricas (Amós 5.7, 10‑12), contra o comércio fraudulento que explorava o pobre (Amós 8.4‑6), e contra impostos injustos (Amós 4.1). Israel foi especialmente julgado por estes crimes sociais por causa da sua relação especial entre as nações (pela eleição) com Deus (Amós 3.1‑2) e, conseqüentemente, porque tinha uma responsabilidade e obrigação (pela aliança) de reconhecer e refletir (pela imagem de Deus no homem) o Senhorio e caráter justo de Iahweh. Para Israel, as injustiças sociais não eram meramente crimes contra o seu próximo, mas uma blasfêmia contra a santidade e retidão de Deus. Assim, a “missão” de Israel como comunidade-testemunha e instrumento de bênção no meio das nações era fatalmente comprometida. Lavai‑vos, purificai‑vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor, defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas (Isaías 1.16‑17) As nações deveriam ver o povo de Deus como modelo. Portanto este modelo precisava de correção e julgamento divinos. A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

25 Casa de Deus Luz para o mundo
Jesus cumpriu as promessas de Deus para Davi Jesus construiu a casa de Deus Jesus reina eternamente Jesus é o Filho de Deus Jesus julga com justiça O reino de Jesus abrange o mundo inteiro Mateus 26.61: constuirá a casa de Deus: Atos : reinará eternamente Mateus 14.33: será para Deus por filho Lucas : terá sempre a misericórdia de Deus, i.e, julgará com justiça e eqüidade Efésios 1.3: um domínio pelo mundo inteiro Mateus 1.1, 17: Filho de Davi A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

26 Casa de Deus Luz para o mundo
A Igreja é: corpo de Cristo, templo do Espírito Santo! com uma tarefa eterna! filhos de Deus! com os valores centrais da justiça e da graça! numa missão universal Nos Profetas, Israel começou a reconhecer, de novo, que o futuro do povo de Deus dependia da sua fidelidade ao seu papel em relação com as nações. Este papel encontrou sua expressão mais destacada na crença duma glorificação última do Monte Sião como o centro de um grande reino de paz, aonde a glória de Deus aparecerá e para onde as nações afluirão. Assim, a casa de Deus será “casa de oração para todos os povos” (Isaías 56.7; cf. 2Crônicas 6.32), conseqüência da unicidade e da universalidade de Iahweh. Em Isaías 66.18‑21 (compare Miquéias 4.1‑4), lemos que Iahweh tomará pessoas dentre as nações para participarem não só das bênçãos da salvação, mas também para participarem do ministério do povo de Deus como testemunhas no mundo inteiro. A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

27 Servos de Deus transformação do mundo
Jesus é: o cumprimento das promessas de Deus para Abraão, Moisés, e Davi o modelo para a igreja seguir O desenvolvimento do Velho e do Novo Testamento se baseia na explicação, na elaboração, e no cumprimento das promessas de Deus para Abraão, para Moisés, e para Davi. As promessas para Abraão são de abrangência nacional e internacional e correspondem aos dois imperativos de ser povo de Deus, e de abençoar as nações. Estas promessas se aplicam ao patriarca e à sua descendência, esta última se referindo ao povo de Israel e também a um descendente individual, fiel, e real que abençoará todos os povos do mundo. As promessas para Moisés, semelhantemente assumem as mesmas duas dimensões, externa e interna. Só que a natureza condicional da promessa e a incumbência de obediência por parte do povo de Deus se formaliza através da lei e do culto. E a lei e o culto serão duas áreas críticas para avaliar a obediência de Israel. Fracasso nestas duas áreas, através da injustiça moral e social em relação à lei, e através da adoração de outros deuses em relação ao culto, constituiram a decadência de Israel e a quebra, da sua parte, da aliança com o Deus Supremo. As promessas para Davi se apresentam como um desdobramento das promessas anteriores. São de natureza qualitativa e quantitativa. Isto é, o reino do descendente de Davi será qualitativamente de justiça e eqüidade e será eterno. Quantitativamente as promessas, por um lado, se estreitam através do remanescente até a figura messiânica. Por outro lado, se alargam na medida que o Israel fiel e o servo fiel e real serão luz para as nações. Desta maneira, as promessas empareladas de bênção para a nação e bênção para os povos da terra se realizarão. Jesus Cristo cumpriu as promessas de Deus para Abraão, para Moisés, e para Davi. Assim, estabeleceu a inauguração duma nova criação, de bênção para todas as nações, e do reinado de Deus. Neste capítulo iremos examinar como Jesus cumpriu as promessas centrais de Deus que transcorrem todo o Antigo Testamento e assim forma uma espécie de dobradiça para a história da humanidade. No Novo Testamento, a preocupação redentiva de Deus pelas nações alcança certo clímax na morte e ressurreição de Jesus, como cada um dos Evangelhos conclui. A pressuposição básica de cada Evangelho é que Deus estava fazendo algo inédito através do ministério, da morte e da ressurreição deste homem. Era um tempo especial de cumprimento, há muito esperado desde a época dos profetas, e agora revelado na vida deste homem de Nazaré. Tão especial e reveladoras eram estas circunstâncias que todos os escritores dos Evangelhos (e outros escritores do Novo Testamento) concordavam que, através de Jesus, Deus estava trazendo a salvação para o mundo. Mas para os Evangelistas o seu ministério era significante, tanto como confirmação do cumprimento das promessas de Deus quanto como exemplo para todo o ministério e atuação missionária cristãos subseqüentes. João realça explicitamente esta última observação através dos seus relatos de “envio.” Mais notável de todos é João 20.21b: “Assim como o Pai me enviou, eu vos envio.” O ministério de Jesus, por um lado visto como único, se torna modelo para o discipulado e ação missionária cristãos. A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

28 Servos de Deus transformação do mundo
Como Jesus cumpriu as promessas para Abraão?...por abençoar todas as famílias da terra: Gálatas , 28-29 Quebrando barreiras geográficas: Lucas 4.42 Quebrando barreiras sociais Quebrando barreiras étnicas e religiosas Lucas enfatiza que o ministério de Jesus quebra barreiras, e assim, como Paulo, contribui para a conclusão controvertida mas eventual do cristianismo primitivo de que o seu tempo era o período quando os gentios fariam parte da família da fé. Para Lucas, Jesus quebra barreiras geográficas, sociais, e étnicas, e assim abre a porta para a graça de Deus fluir entre as nações. Quebrando Barreiras Geográficas Em Lucas 4, Jesus fora a Cafarnaum onde se centralizou o seu ministério no início. Foi lá que ele começara a pregar, ensinar e curar com autoridade. Foi até a casa de Simão e curou sua sogra. Nas altas horas da noite o povo lhe trazia os doentes e ele os curava. Deve ter ficado um tanto sobrecarregado com este ministério, pois no verso 42 lemos: “sendo dia, saiu e foi para um lugar deserto; as multidões o procuravam e foram até junto dele, e instavam para que não os deixasse.” Aparentemente o povo percebia que Jesus estava prestes a deixá-los, e isto quando Jesus mal começara seu ministério lá! Jesus lhes respondeu: “É necessário que eu anuncie o Evangelho do reino de Deus também às outras cidades, pois para isso é que fui enviado”. O Evangelho, por sua própria natureza, deve se espalhar. Não pode ficar parado em lugar algum! Sua propagação está implícita no seu conteúdo: o anúncio da chegada do reino de Deus. O ministério de Jesus demonstra uma preocupação missionária que cruza as fronteiras geográficas (Atos 1.8; Romanos 15.19), convocando todos em todo lugar a assumirem a vida do reino. Através do Novo Testamento o mesmo padrão emerge: as Boas-Novas são proclamadas em lugares novos, novas frentes são estabelecidas por pregadores de fora, e o ministério continua através da liderança local. Quebrando Barreiras Sociais Contudo, a missão de Jesus não se reduziu a cruzar barreiras geográficas. Jesus também atravessou barreiras sociais, pois ele incluiu novas faixas da sociedade antes negligenciadas. Por exemplo, observamos que três vezes Jesus foi à casa dum fariseu para jantar (7.36;11.37;14.1). Ele, portanto, não deixou de ministrar até à classe religiosa que mais se opunha a ele. Outra vez, uma mulher pecadora ungiu os pés de Jesus com perfume ( ). Jesus não se preocupava com o estigma social que poderia receber por causa da sua simpatia e disponibilidade de ministrar a todos igualmente, tanto àqueles que deveriam ser seus maiores inimigos quanto àqueles que poderiam causar o maior escândalo para seu ministério. Aliás, pelo menos segundo Lucas, havia aparentemente até uma ênfase, se não preferência, por este tipo de gente, embora Jesus também tenha atendido à alta classe de líderes religiosos. Ele ministrou ao desterrado, ao aflito e ao pecador. Até os publicanos foram o objeto de seu amor e da sua atenção. Eles eram as pessoas mais odiadas pelo povo, considerados exploradores, pelos altos impostos que coletavam, e traidores por ajudarem a enriquecer o estado político romano. Jesus, apesar deste forte preconceito social, foi jantar na casa de Levi ( ). Ainda mais, ele se convidou à casa de Zaqueu, um outro coletor de impostos ( ). Desta forma, Jesus demonstrou concretamente que sua missão implicava em cruzar todas as barreiras sociais, dando atenção especial para as faixas da sociedade mais rejeitadas. Por isso mesmo Lucas revela com ênfase o alcance que Jesus teve entre os pobres e oprimidos, desde o princípio do seu ministério: Vim para evangelizar os pobres, libertar os cativos e oprimidos e restaurar a vista aos cegos (4.18). Nas bem-aventuranças pregadas na planície, o contraste proposital entre a pobreza e a riqueza exemplifica esta preocupação especial de Jesus pelos pobres, famintos, desesperados e oprimidos. Exemplifica-se também na ilustração dos dois devedores (7.4l-43, observe a quem Jesus ama mais), do amigo da meia-noite (ll.5-8), do rico e seus celeiros (l , veja o último versículo), da moeda perdida (l5.8-10), do administrador esperto (l6.1-13, repare de novo o último versículo) e do juiz iníquo (18.1-8) e da viúva. Achamos necessário fazer duas explicações nesta altura da nossa elaboração do ministério de Jesus. Em primeiro lugar, quando afirmamos a sua preocupação pelos pobres e oprimidos, não estamos nos baseando ou propagando nenhuma teologia contemporânea de libertação. Mas apenas pretendemos uma rigorosa, não obstante abreviada, base e interpretações bíblicas coerentes (julgue você mesmo!). Em segundo lugar, bem sabemos que muito se fala sobre uma opção preferencial pelos pobres. Sugiro que a própria evidência bíblica leve a esta conclusão. Se não, Jesus poderia dizer: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar aos ricos,” ou ainda mais, “Bem-aventurados os ricos”? e Paulo poderia descrever a composição da igreja coríntia como sendo de “não muitos analfabetos, nem muitos oprimidos, nem muitos de nascimento humilde” (1 Coríntios 1.26)? Para o intérprete espiritualizante, digo, portanto, que sim, há uma certa preferência bíblica pelo pobre e oprimido. Não é por acaso que nenhum dos textos citados descreve o pobre como alguém que não seja social e economicamente pobre. Por outro lado, para o intérprete liberacionista em termos apenas sócio-políticos, digo que esta preocupação pelo pobre não é por causa da sua pobreza em si, mas sempre em relação à justiça e à glória de Deus. O pobre é preferencialmente bem-aventurado porque ele não tem de quem pode depender para defendê-lo, a não ser o próprio Deus, se deste, de fato depende. Assim, o pobre bem-aventurado é de fato uma pessoa política e economicamente pobre, porém, é um pobre não só injustiçado pelos homens como também justo diante de Deus. Esta idéia do pobre injustiçado e também justo se deriva da palavra ' ani no Antigo Testamento que se traduz tanto como “pobre” quanto “humilde” e também “piedoso” (Amós 2.6 e Isaías ). Portanto, a postura do pobre é dificilmente conhecida pelo rico e a posição do pobre diante de Deus é preferencial pela sua maior propensão a depender de Deus. A sua necessidade de dependência de Deus, então, vai além de dimensões espirituais, emocionais e de relacionamentos e inclui também as crises cotidianas financeiras, operárias e até políticas, crises estas que o rico sente bem menos. Entretanto, quando o rico consegue assumir esta mesma postura (isto não é o sentido da exortação ao jovem rico? Lucas ), também pode gozar a bênção de Deus (como no caso da bem-aventurança para o “humilde” ou “pobre de espírito” em Mateus 5.3). Demoramos nesta questão, primeiro por ela tanto necessitar de esclarecimento bíblico e, segundo, por ser tão pertinente no Brasil, cuja população, em grande parte, é pobre (e cada vez mais, proporcionalmente!). Decerto Jesus também ministrou aos ricos, pois, provavelmente, tanto Zaqueu quanto José de Arimatéia tenham tido bons recursos financeiros. (Porém, a sua orientação quanto às suas riquezas, tinha que mudar diante do seu compromisso com Jesus!). Assim, reparemos que se Jesus assumiu uma opção preferencial pelos pobres certamente esta opção não era exclusiva. O essencial era um compromisso a favor do Senhor, não deixando isto de ter manifestações concretas não só na vida devocional como também nas relações humanas. Um outro grupo desprezado pela sociedade que ganhou a atenção e preocupação de Jesus eram as mulheres. Lucas faz menção desta dimensão do seu ministério quarenta e três vezes, enquanto Marcos e Mateus juntos a fazem apenas quarenta e nove vezes. Além disto, Lucas dá especial ênfase ao fato dos primeiros missionários (quem testifica da ressurreição de Jesus) serem todos mulheres ( ). Num mundo onde o papel da mulher não possuía prestígio nenhum, este fato é significante e revelador. Além disto, só Lucas destaca as mulheres que acompanhavam e sustentavam nosso Senhor na sua missão (8.1-3). A soma destas observações convincentes assinala que o ministério de Jesus atravessou barreiras sociais. Sua missão atingiu todas as faixas da sociedade, especialmente as mais desprezadas e oprimidas. Quebrando Barreiras Étnicas e Religiosas Jesus alcançou até os samaritanos, aqueles meio-judeus desprezados e marginalizados pelos judeus. Mas não só os alcançou como também fez deles heróis quando contou a história do bom samaritano ( ). Imagine o aborrecimento dos fariseus quando contou esta história! Interessante que entre os dez leprosos que Jesus curou, aquele único que voltou para agradecer era samaritano ( ). Um outro escândalo cultural e religioso que Jesus causou foi seu tratamento para com o centurião romano. Pois é claro que os judeus colocavam os gentios fora da esfera do amor e atividade de Deus (a não ser que se tornassem judeus!). Contudo, quando este guarda romano que mantinha a lei e a ordem na região, pediu que Jesus curasse seu servo e confiou apenas na palavra afirmativa de fazê-lo, Jesus afirmou: “nem mesmo em Israel achei fé como esta” A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

29 Servos de Deus transformação do mundo
Como Jesus cumpriu as promessas para Moisés? …pela sua morte em cruz (Gálatas ) As leis de pureza e impureza A condição dos não-judeus diante da lei A crucificação e a ressurreição O conceito de substituição As leis de pureza e impureza: A lei envolvia proscrições e prescrições. O Israel devia fazer certas coisas e deixar de fazer outras, tudo a fim de demonstrar algo do próprio caráter de Deus. As leis de pureza e impureza destacavam a distinção, a diferença de Deus e do povo de Deus dos outros deuses e dos hábitos dos outros povos. A condição do não-judeu diante da lei: Conforme as escrituras, a bênção e a maldição eram condições decorrentes da obediência e da desobediência à lei (Deuteronômio ). Logo, o não-judeu, por não seguir a lei judaica, pela lei judaica era considerado maldito, estando fora da aliança (Gênesis 12.3). A maldição e a impureza eram efetivamente sinônimos, condições dum não-judeu. De igual modo, a bênção era semelhante à pureza, a condição dum judeu obediente à lei (Deuteronômio ). De novo, a impureza era a condição dum não-judeu, dum gentio, porque este não recebia a elaboração da lei (inclusives as leis de pureza e impureza) para obedecer. Por definição, o gentio era um “impuro” (cf. Mateus , “cachorro”!). Também, de modo inverso, a impureza equivale ao estado de gentio. A crucificação dentro do pensamento judaico: Em Gálatas 3.13, citado acima, Paulo cita uma das leis de impureza e pureza, que se encontra em Deuteronômio 21.23, “maldito todo aquele que for pendurado em madeiro.” Paulo, formado na melhor escola rabínica da época, a escola (fariseus) que mais prestigiava a interpretação das escrituras hebraicas, sabia a razão desta lei: Os defuntos se enterram (cf. 2Reis ). Não se deve deixar um defunto apodrecer ao ar livre, como quando for pendurado numa estaca de madeira. Deve enterrá-lo. Se não, cria-se uma situação de impureza (isto é, contaminação, conforme Deuteronômio 21.23). E como já dissemos acima, a impureza gera a condição de maldição, virtualmente a condição dum gentio. Logo, da perspectiva de Paulo, a morte de Jesus, por crucificação, antes parecia prova inegável de condenação por Deus. Pois morreu como um impuro, porque morreu numa cruz, pendurado num madeiro. Morreu contaminado, morreu na condição dum gentio. Talvez seja este o motivo que, antes do seu encontro com Jesus na estrada para Damasco, Paulo, então Saulo, tanto perseguia os cristãos. Ele os considerava hereges que desrespeitavam as implicações “claras” da lei. Eles só poderiam merecer extinção! Só que, Paulo “mudou de idéia”, ou melhor, Deus mudou literalmente o seu rumo, por uma revelação inesperada. A caminho de perseguir a igreja, Paulo, então Saulo, se dava frente a frente, inegávelmente com algo que apenas os mais conservadores dos judeus acreditavam: a ressurreição. A crença na ressurreição de indivíduos como o maior sinal de vindicação por Deus, embora aludida nos Profetas, se explicitou apenas nos escritos apocalípticos, como o Livro de Daniel, e vários livros extra-bíblicos. Portanto, no seu encontro com Jesus na estrada para Damasco, a interpretação de Paulo, então Saulo, sobre a crucificação de Jesus como prova aparentemente irrefutável de repugnação por Deus, se desmanchou. Pois Paulo estava face a face com o Jesus ressurreto, e a ressurreição SÓ poderia ter UM significado: vindicação, literalmente justificação, por Deus! Como conciliar esta aparente contradição? Eventualmente, creio que Paulo resolveu a “contradição” em três fases, embora não possamos saber se a resolução toda foi instantânea ou não. Primeiro, e creio que isso foi uma conclusão imediata, a visão do Jesus ressurreto superava a interpretação anterior de Paulo sobre a crucificação. Por isso, Paulo pode se referir a esta ocasião como uma revelação de Deus (Gálatas 1.16), uma visão (1 Coríntios 15.8), a revelação do mistério de Deus (Efésios 3.3 cf. Romanos 16.25). Segundo, o que fazer com a interpretação anterior sobre a impureza da crucificação? É evidente que Paulo não simplesmente entendeu a interpretação como errônea, mas sim, como superada. Isto é, o problema não era com uma interpretação correta ou errada da lei. A sua interpretação estava certa! O que mudou era a validade atual da lei. Não que Paulo concluiu que a lei não possuia nenhuma validade mais, mas que, hoje, funcionava de outro jeito. Concluiu que a era profetizada pelo profeta Jeremias ( ), em que a lei seria interiorizada, havia chegado. Cristo, neste sentido, é o “fim” da lei, isto é o seu cumprimento (Romanos 10.4). Não que a lei não vigorava mais em nada. E não que a crucificação não implicava na impureza de Jesus. Implicava! Pela crucificação Jesus morreu como um impuro, de fato. Aliás, aí está a grande revelação que Paulo recebeu! Jesus, ao morrer na cruz, morreu impuro. Isto é, morreu na condição dum gentio. Só que Deus o ressuscitou, literalmente, na linguagem jurídica, o vindicou. Ou, na linguagem teológica, Deus o “justificou”. O veredito de condenção que a lei pronunciou pela crucificação, Deus inverteu em declaração inequívoca de inocência e vindicação pela ressurreição. Terceiro, e assim Paulo percebeu, que em Jesus, quer dizer, na sua condição crucificada de gentio, a prometido época da justificação dos gentios havia chegado. E não pela lei, pois, na crucificação a lei condenava Jesus. Mas na resurreição, Deus havia o justificado, e hoje justifica todos que estão “nele”, isto é, quem crê nele. Pois é graça mediante crença, ou mediante fé, que redunda em justificação, e não a lei. O conceito de substituição. Finalmente, para entender bem o argumento de Gálatas , é necessário esclarecer o princípio de substituição que Paulo introduz. A passagem do nosso enfoque, Gálatas , nos dá uma pista de como o conceito surgiu. Pois, se pela maneira que morreu, numa cruz de madeira, Jesus recebeu a maldição da lei, e se maldição é praticamente sinônima de existência ou condição gentílica, não creio que foi difícil para Paulo deduzir que Cristo morreu como um gentio. E se fosse “justificado” pela ressurreição (lembra-se que ao ressuscitar um “réu” morto injustamente, efetivamente Deus, e somente Deus, o inocenta), talvez fosse por este caminho que Paulo concluiu que Deus está justificando o gentio, e justificando-o dentro da sua condição gentílica, isto é, sem ter que se converter primeiro em judeu, pela circuncisão ou outro marcador étnico de judeu. Seja como for que Paulo concluiu, a idéia de substituição, Jesus no nosso lugar, e nós no lugar dele, já está presente no argumento de Paulo e hoje é fundamental para nossa fé. Cristo morreu por nós pecadores. Logo, o livramento duma vida cativa do pecado é possível porque, e somente porque Cristo assumiu a condição de pecador e, ao morrer, morremos junto com ele para o pecado (Romanos 6.11; Colossenses 3.3). Jesus cumpre, não anula, a aliança do Sinai, porque cumpre a própria lei dada por intermédio de Moisés. A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

30 Servos de Deus transformação do mundo
Como Jesus cumpriu as promessas para Davi? …pela sua ressurreição …o descendente “ungido” de Davi não permaneceria morto (Salmo 16.10) No tempo de Jesus, os judeus aguardavam o cumprimento das promessas de Deus para o Rei Davi? Deus prometeu-lhe um descendente que: primeiro, constuirá a casa de Deus; segundo, reinará eternamente; terceiro, será para Deus por filho; e quarto, terá sempre a misericórdia de Deus (2 Samuel 7.12‑16, já previsto em Gênesis 49.8‑12). Quanto a este último, o Salmo 72 elabora, dizendo que o filho de Davi julgará com justiça e eqüidade. Além do mais, este salmo acrescenta uma quinta característica: a abrangência do seu reino pelo mundo inteiro. Esta última característica de bênção para todos os povos da terra lembra da promessa de grandeza (Gênesis ; ) e a missão do messias como luz das nações (Isaías 42,6; 49.6; 51.4). O Novo Testamento afirma que Jesus cumpriu cada uma das seis características previstas do Filho de Davi (Mateus 26.61; cf. Marcos 14.58; Lucas ; Mateus 14.33; Lucas ; Atos ; Mateus 1.1, cf. 1.17). No Antigo Testamento, lemos que este “Filho de Davi” será o rei “ungido” (messias). Uma esperança na restauração divina de um descendente de Davi já preparou o caminho para a esperança e cumprimento messiânicos encontrados no Novo Testamento. Tanto que Jesus de Nazaré recebeu da igreja o título de Cristo, a tradução grega do hebraico, messias, ou “ungido”. Como vimos nas passagens citadas acima, a igreja primitiva entendeu que Jesus era o prometido e tanto esperado Filho de Davi. Resta-nos elaborar como a igreja entendeu que Jesus cumpriu as promessas para Davi. A resposta em si, não é difícil, apenas necessita dum pouco de explicação, como no caso do cumprimento da aliança de Sinai, mencionado acima. Ela também já foi prevista nos versos já citados: Cristo cumpriu as promessas para Davi através da sua ressurreição. Perguntamos mais ainda: como a ressurreição de Cristo cumpriu as promessas para Davi? Paulo reconheceu Jesus como o verdadeiro filho de Davi pela ressurreição: com respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor, (Romanos 1.3-4; cf. 2 Timóteo 2.8; Atos ; ) O Cristo, que é uma referência ao messias davídico, devia padecer e será o primeiro da ressurreição dos mortos. Logo o sinal principal de cumprimento da promessa de descendência para Davi, é a ressurreição. Por isso, os grandes líderes do movimento cristão nascente, recorreram ao Salmo 16, como Paulo e Pedro fez nas suas pregações registradas na penúltima referência acima, Atos e Atos A promessa de descendência para Davi incluía que tal filho de Davi não permaneceria morto. Logo, a ressurreição de Jesus confirmou o seu cumprimento das promessas para Davi, e o designou “Filho de Deus com poder” como citamos na primeira referência acima (Romanos 1.3-4). A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

31 Servos de Deus transformação do mundo
Como Jesus é o nosso modelo? sua mensagem também é a nossa seu ministério também é o nosso sua crucificaçõ e ressurreição também são as nossas! Sua mensagem, seu ministério, sua crucificação e sua ressurreição, todos, são paradigmáticos para a missão da igreja (João 20.21). Sua mensagem que exige arrependimento, oferece perdão, e anuncia que o dono deste mundo é Deus e não os senhores deste mundo é também a mensagem missionária da igreja (Marcos ; cf. Atos 2.38; 3.19, 25-26; 4.12). Seu ministério tríplice de cura, libertação e proclamação é o mesmo ministério missionário da igreja (cf. Atos 2.43; ; ; 8.7; ; 14.3, 8-10; ; ). Até mesmo a sua crucificação e a sua ressurreição são paradigmáticos para a vida (Romanos 5.17; ; 8.11) e para a missão da igreja (1 Coríntios ; Colossenses 1.24). Ser criado à imagem e à semelhança de Deus, para a igreja, toma uma dimensão mais específica que a dimensão original para a humanidade toda. Significa imitar, ou seguir a Jesus. “Assim como o Pai me enviou, eu vos envio” (João 20.21). A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

32 Servos de Deus transformação do mundo
solus Christus = principium theologiae da Reforma Protestante com seus três gritos de guerra:  sola Scriptura  sola fide  sola gratia o cerne da missio Dei = missio Christi Urge uma ação missionária da igreja que segue o padrão destes três aspectos do modelo de Jesus: sua mensagem, seu ministério e sua crucificação e ressurreição. Assim uma missão integral procura emular, pelo presença do Espírito Santo na sua vida, a própria presença de Cristo, e sua missão reflete o cerne da missio Dei, isto é, solus Christus, como o princípio protestante mestre (principium theologiae) dos outros três gritos: sola Scriptura, sola fide, e sola gratia. Procurar-se dispor à missio Dei significa assumir a postura radical de refletir a missio Christi, de novo, na sua mensagem, no seu ministério, e até mesmo na sua crucificação e ressurreição. Consideremos primeiro a sua mensagem de arrependimento, do perdão e do anúncio da chegada do reino de Deus. A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

33 Servos de Deus transformação do mundo
3 modelos essenciais da igreja transformação universal serviço justo: especialmente aos marginalizados adoração inclusiva A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

34 Servos de Deus transformação do mundo
Modelo = transformação universal quebrando barreiras geográficas, étnicas e sociais a mesa do banquete escatológico está posta especialmente para os excluídos Jesus também tira qualquer dúvida de que os propósitos de Deus e a incumbência do seu povo somente se realizam quando atingem toda raça, toda classe social, e toda etnia neste mundo. Como Jesus quebrava barreiras no exercício do seu ministério, a igreja jamais poderá se contentar com um enfoque no status quo, mas profeticamente segue os passos do seu Senhor ao anunciar que a mesa do banquete escatológico está posta e os excluidos pela sociedade serão os primeiros convidados. A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

35 Servos de Deus transformação do mundo
Modelo = serviço justo via crucis promove justiça prioriza os marginalizados Somos enviados segundo o modelo de Cristo (João 20.21)! Qual foi a vocação missionária de Jesus, então, que imitamos? É uma missão que segue a tradição profética de priorizar os pobres e trazer a justiça de Deus especialmente aos mais injustiçados (Lucas ). Acima de tudo, é um missão de serviço e não de dominação (João 13). Esta postura não pode ser ultrapassada quando a igreja contempla a “grande comissão” dada por Jesus (Mateus ; Lucas ; Atos 1.8), se não, corre o perigo de se transformar em programa triunfal e conquistador, uma característica que trágicamente acompanha a história da igreja e que precisa ser constantemente denunciada. A cruz é mais que um enfeite cristão. É paradigma do nosso discurso (1 Coríntios ) e da nossa ação. Não só assumimos a via crucis como estilo do discípulado (Marcos ), mas aceitamos o sofrimento em prol do evangelho como também meio de efetuar o resgate por Deus da sua criação (Romanos ) e meio pelo qual construimos a igreja (Colossenses 2.24). A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

36 Servos de Deus transformação do mundo
Modelo = adoração inclusiva nosso fim principal princípio de conduta do culto público inclusiva A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

37 Poder de Deus Estrategistas do mundo
O Espírito de Deus é: o autor de missão o promotor de missão Nos Atos dos Apóstolos lemos da continuação da história de Jesus através da vida e do testemunho da comunidade emergente de fé capacitada pelo Espírito Santo. No final do Evangelho de Lucas, Jesus exorta seus seguidores que aguardassem a vinda do Espírito. No início do seu segundo volume, Atos, o Espírito desce sobre eles e a expansão missionária da igreja começa. A vinda do Espírito Santo, a experiência de Pentecostes, dá vida e sentido à grande comissão. Tanto que a grande comissão sem Pentecostes não teria poder algum e nem poderia ser cumprida. Sim, a vinda do Espírito possibilita a realização do mandamento. É uma experiência animadora ver homens e mulheres responderem ao mandamento em oração e, revestidos de poder do alto, pregarem o evangelho porque tiveram um encontro inesquecível com o Senhor. Mesmo não entendendo perfeitamente a grande comissão, pregam com convicção e com resultados, porque quando o Espírito os toma há um impulso irresistível de testemunhar. O Pentecostes dá vida e sentido para a incumbência evangelística da igreja. É o Pentecostes que possibilita missões. Sem o Pentecostes, a igreja faz sua própria agenda. O Espírito em Atos inicialmente é o autor de missões (Atos 1.8). Mas não só isso. Através do livro de Atos, aprendemos que é o Espírito quem promove e sustém o testemunho da comunidade de fé em todo momento. A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

38 Poder de Deus Estrategistas do mundo
Missão como expansão pelo Espírito, presente quando: a igreja se iniciou com e depois convertidos (Atos 2.41;44) Pedro/outros testemunharam frente à perseguição ( ) os primeiros seguidores deram liberalmente à obra do Senhor ( ) houve o primeiro mártir ( ) o evangelho alcançou o primeiro lar gentio (11.12) a mensagem de perdão se espalhou para a Etiópia e África (8.29) as igrejas na Judéia, Galiléia e Samaria se estabeleceram (9.31) a igreja de Antioquia se preparou para missão ( ) Ele é quem atuava quando: A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

39 Poder de Deus Estrategistas do mundo
Missão como expansão pelo Espírito, presente quando: o amor das primeiras igrejas se manifestou concretamente ( ) a igreja de Antioquia lançou seu programa missionário (13.2) Paulo venceu seu primeiro inimigo, Elimas, em Chipre (13.9) os apóstolos se alegraram na perseguição em Antioquia (13.52) os apóstolos reconheceram a obra dos gentios (15.28) Paulo foi proibido de continuar na Ásia e foi dirigido à Europa ( ) os líderes foram escolhidos para a igreja local em Éfeso (20.28) A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

40 Poder de Deus Estrategistas do mundo
Missão como transformação pelo Espírito: Pentecostes = transformação histórica Samaria = transformação social Cornélio = transformação étnica Apolo = transformação teológica O Espírito Santo foi derramado quatro vezes no livro de Atos. Cada uma das conquistas na expansão missionária era acompanhada por sinais milagrosos. A primeira vez foi a vinda do Espírito no Pentecostes (2.3,13); a segunda quando o evangelho alcançou a primeira cidade não judia da Samaria ( ); a terceira quando Pedro pregou à primeira família gentia, a de Cornélio, em Cesaréia (10.44,45) e, finalmente, a quarta, quando Paulo conseguiu demonstrar a diferença entre o evangelho de Jesus e a pregação de João Batista (18.6). Todas as vezes o próprio Espírito Santo marca milagrosamente a introdução duma nova fase na tarefa missionária a nós confiada. E em cada instância nascia fruto duradouro. A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

41 Poder de Deus Estrategistas do mundo
Missão como estratégias: acima de tudo, oração intrepidez na proclamação unidade cidades principais, igrejas autóctones, e ascensão rápida de líderes locais e “leigos” Em Atos, observamos um outro princípio missionário essencial: a união cristã. Numa cultura altamente individualizada é especialmente importante sublinhar a significância da união cristã para o evangelismo efetivo e autêntico. Em Atos, reparemos que a união dos fiéis (4.24, 32; 2.44, 46) leva à intrepidez diante dos homens (4.29, 31; ) e temor diante de Deus (4.31; 2.43). Por conseguinte, Deus operava milagres através do Espírito Santo (4.22, 30; 2.43) e a igreja tanto evangelizava com resultado (4.29, 32, 33; 2.40, 41 e 47) quanto atendia às necessidades físicas das pessoas (4.32, 34, 35; 2.45). Que receita para a igreja missionária: união, intrepidez, temor, milagres, evangelismo e ação social! A união da igreja não é apenas algo bonito e romântico, que ocorre automática e facilmente. é preciso esforçar-se para alcançá-la (Efésios 4.3) e preservá-la. É uma exigência prática e visível por razões teológicas e, em grande parte, invisível (Efésios 4.4-6). Exige sacrifício e até certo sofrimento, mas como resultado a união fornece alimentação para o combate pela fé evangélica (Filipenses ). Implica não só numa união teórica (”nós somos irmãos, embora não concordemos...”), mas numa unanimidade de pensamento, amor e humildade (Filipenses 2.1-4). Só alcançamo-la à medida que seguimos o exemplo de Jesus Cristo (Filipenses ). Sem dúvida, a união do povo de Deus é uma das estratégias mais críticas na obra missionária que o Senhor nos deu e que o Espírito Santo viabilizou. Em Atos também encontramos um outro princípio que envolvia uma estratégia urbana. As cidades chaves devem ser alcançadas. Felipe foi dirigido à Samaria, Pedro à Cesaréia e Paulo às cidades chaves do Oriente Próximo e Europa. O ministério urbano, então, não é novidade da missiologia contemporânea. Diante da marcante urbanização mundial (14% urbano em 1900, 40% em 1980 e 50% em 2000) e brasileira (31% em 1940 e 68% em 1980, e até o ano 2025, as Nações Unidas estimam que entre 80 e 90% da população latino-americana será urbana!) a tarefa missionária não pode ser ingênua. No Brasil, a migração para os centos urbanos, especialmente os do litoral, é especialmente destacada desde o período colonial. Pois, Viana Moog, no seu livro Bandeirantes e Pioneiros, documenta como sempre havia uma tendência de voltar às grandes cidades do litoral por maior que fosse a penetração rural e oeste. Tudo isto tem grandes implicações para missões. Uma outra estratégia envolveu pessoas e classes chaves. Quando Paulo foi a Chipre, tratou com o procônsul do país. Em Atenas (outro centro metropolitano) tratou com os filósofos e alguns se converteram, entre os quais um certo Dionísio (17.18,34). E em Éfeso trabalhou entre os estudiosos na escola de Tirano durante dez anos. Resultado? — ”todos os habitantes da Ásia ouviram a palavra do Senhor, tanto judeus como gregos” (19.10). Que relatório! Mais um exemplo é o de Felipe que, ao falar com o eunuco da Etiópia, se dirigia a um líder do país e isto foi o primeiro passo do evangelho naquele país. O Espírito Santo dirigiu as igrejas recém-fundadas para que fossem igrejas autóctones (20.28). O primeiro e mais crítico passo para alcançar uma boa medida de autoctonia é o surgimento duma liderança local capacitada ( ). Muito se fala, hoje em dia, de três objetivos práticos e concretos para alcançar o alvo de autoctonia. Estes três são: auto-governo, auto-sustento e auto-propagação. Isto é, nenhuma igreja local (muito menos ao nível denominacional) pode ficar satisfeita enquanto depende duma outra igreja para financiar seus obreiros e fazer sua evangelização. Por outro lado, isto não quer dizer que as igrejas não devem ajudar umas às outras, dando um testemunho em comum na sua comunidade. Ajudar e cooperar são coisas não só positivas como evangelisticamente essenciais (João ). Contudo, a dependência além do ponto em que se poderia assumir nestes três objetivos definha a igreja e prejudica a eficiência e integridade do seu testemunho na sociedade. Todos os três objetivos são importantes, porém podemos dizer que os primeiros dois, em geral, concorrem para o máximo empenho do terceiro, o alcance evangelístico e missionário de cada comunidade cristã. Pois temos destacado em todos estes estudos que isto é a essência da igreja. A igreja que não é uma igreja missionária, não é igreja em nenhum sentido bíblico, aliás, logo se torna, ela mesma, um campo missionário. Através da emergência da liderança local, as primeiras comunidades cristãs eram dotadas com a infra-estrutura necessária para levar avante a evangelização do seu próprio povo. Um bom exemplo seria a igreja de Tessalônica, à qual Paulo escreve: Porque de vós repercutiu a palavra do Senhor, não só na Macedônia e Acaia, mas por toda parte se divulgou a vossa fé para com Deus, a tal ponto de não termos necessidade de acrescentar coisa alguma. (1 Tessalonicenses 1.8) Portanto, as igrejas fundadas em cada lugar devem ter como alvo o ser livre de dependência, procurando o desenvolvimento da sua própria liderança, do seu próprio sustento, e do seu próprio programa de evangelização e obra missionária. A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

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Missão como esforço e sacrifício: por meio de perseguição e sacrifício lutas, desistências e “portas fechadas” Por outro lado, a missão em Atos avança em meio de perseguição e grande sacrifício (5.17, 40-41; 12.3; 14.14). O último terço do livro inteiro (cap.s 21-28), o mesmo tanto que relata as “viagens missionárias” de Paulo (cap.s 13-20), focaliza o aprisionamento e a defesa de Paulo diante de diversas audiências! A história não é nem somente e nem principalmente de poder e glória. É uma saga de muito esforço humano, de lutas, de desistências (13.13) e de portas fechadas (16.6-7). A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

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Missão como apostolado: pessoas vocacionadas especificamente para estabelecer ministérios equipes e co-obreiros Enquanto o Livro de Atos descreve a igreja toda como uma comunidade missionária, também destaca o papel de algumas pessoas vocacionadas em particular para o avanço do evangelho e o estabelecimento de novas comunidades de fé. Lemos logo do papel marcante de Pedro no início desta caminhada (1.15; 2.14; ; ; 8.14). Frequentemente João o acompanha. Também lemos narrativas inspiradoras de Filipe e Estevão (6.8; 8.5). Mas quem acaba predominando a história que Lucas nos traz é o apóstolo Paulo. Surge como principal opositor e se revela como principal defensor e maior articulador do movimento. Os Evangelhos e as cartas dos outros apóstolos evidenciam o esforço e cuidado destes outros apóstolos para o leste e para o sul. E mesmo que Paulo predomine no olhar de Lucas no Livro de Atos, Lucas o descreve como quem sabia dividir o seu trabalho com outros obreiros capazes como Barnabé (13.2), Silas e Judas (15.22), João Marcos (12.25), e Priscila e Áquila (18.2). Mas pelo testemunho de Paulo, havia mais parceiros ainda (Romanos 16)! Eram seus amigos, seus parentes e seus co-obreiros. Até mesmo as suas cartas, em sua maioria, ele não escreve sozinho. A missão envolve mais do que a igreja toda, avançando também por vocacionados específicos, mas o “missionário” nunca trabalha sozinho. Sempre desenvolve o seu ministério no colegiado duma equipe. Quando a igreja desenvolve o seu ministério por equipes, espelha a própria trindade. A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

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Missão como re-compromisso: a igreja sempre se refazendo! revestir-se da nova humanidade Também a mensagem incessante das Epístolas nos deixa sóbrios. Aqui aprendemos que a missão ocorre em meio de mal-compreensão, desobediência, e necessidade de re-comprometimento. Urge uma postura constante e ousada pela igreja de sempre se reformar. Aqui, o anúncio é de salvação e o chamado é para revestir-se do “novo homem”. Enquanto o Livro de Atos descreve a igreja em pleno crescimento numérico e de fé, as Epístolas deixam igualmente claro que a igreja precisava constantemente crescer também em sua profundidade e na sua transformação social. De outra sorte, perde as suas qualidades de sal e luz (compare as cartas às sete igrejas de Apocalipse). Um crescimento integral envolve engajamento no serviço (diaconia) e investimento na educação e capacitação dos seus membros para o exercício dos seus ministérios (Efésios ) A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

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Missão como pastoral e desenvolvimento de igrejas locais: Paulo, o grande missionário, escrevia cartas pastorais! igrejas fortes = missão empenhada O maior missionário da igreja primitiva, Paulo, no Livro de Atos, plantava igrejas. Nas suas próprias cartas, desenvolve o trabalho pastoral! Nem menciona a “grande comissão” (mas veja Romanos ; 2 Timóteo 4.2). O que faz é deixar o modelo do seu ministério, um ministério essencialmente pastoral. Paulo, o grande missionário, escrevia cartas pastorais. Sabia que igrejas fortes, fiéis e engajadas eram o maior segredo da expansão missionária (Efésios 3.10; 1 Tessalonicenses 1.6-8). E por isso vivia a tensão de se distanciar delas fisicamente nas suas idas e vindas, para permitir o seu próprio desenvolvimento autóctone, e manter-se próximo delas via cartas para corrigir e motivá-las na nova vida em Cristo. As igrejas eram a evidência concreta que a era vindoura de Deus havia sido inaugurada e que a era do Espírito havia chegado de modo visível. E por isso, era tão importante a implantação de igrejas sadias e marcadas com a presença do Espírito e da nova época escatológica inaugurada por Jesus. Para Paulo, isto significava que, entre as marcas da igreja, estão ou deveriam estar uma vida pela fé, uma ética conforme os moldes de Deus, e até mesmo manifestações extraordinárias de Deus (Gálatas 3.5; 1 Coríntios 12, 14). Urge o testemunho de novas comunidades marcadas pelos carismas de Deus, onde todos possuem um papel e ministério, onde a união e a concórdia dominam e onde a justiça se manifesta nas vidas dos fiéis e, por meio deles, na transformação da sociedade como fermento na massa. A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

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Missão priorizada: priorizar pessoas e grupos, não geografia “não onde Cristo já fora anunciado” oração e esforço igreja local Uma Prática Priorizada (“tenho completado a proclamação do evangelho,” v.19): Paulo deve ir à Espanha para proclamar o evangelho “não onde Cristo já fora anunciado.” Esta frase reflete um princípio fundamental para a prática missionária de Paulo. Ele estava literalmente “circulando” todo o mundo gentio, “preenchendo” os espaços vazios nessas regiões onde a igreja ainda não havia sido estabelecida. Então, ele concentrou seus esforços evangelísticos em regiões de outra sorte negligenciadas. E para garantir que a idéia de “alcançar os menos evangelizados” não fosse percebida como uma referência passageira, Paulo citou o profeta Isaías (52.15), que havia profetizado sobre o impacto mundial da vinda do Servo Sofredor, dizendo, “hão de vê-lo aqueles que não tiveram notícia dele, e compreendê-lo os que nada tinham ouvido a seu respeito.” Já se tornou uma prática comum não mais se falar meramente sobre o estabelecimento de igrejas nacionais em cada país (há cerca de 250 países no mundo), mas, mais especificamente sobre o estabelecimento de igrejas fortes entre todos os povos ou etnias do mundo (estima-se cerca de ). Pelo menos 500 grupos étnicos nunca ouviram o evangelho ou aproximadamente um bilhão de pessoas. Em termos práticos, isto significa que cada vez mais precisamos direcionar o pessoal missionário às áreas de maior necessidade e treinar as forças missionárias emergentes no terceiro mundo para fazer o mesmo. Hoje devemos perguntar novamente onde ficam as áreas e os povos com maior necessidade? Pode até ser que estejam bem próximos, ou podem estar distantes. A evangelização mundial deveria se realizar primeiro nas regiões de maior necessidade, não necessariamente nas regiões mais distantes. Uma Prática Capacitadora (“pois espero que, de passagem, estarei convosco e que para lá seja por vós encaminhado, depois de haver primeiro desfrutado um pouco a vossa companhia,” v. 24): Paulo escreveu sua carta aos Romanos porque ele cria que o instrumento primário para a missão de Deus é a igreja. Ele esperava que a igreja (ou as igrejas) em Roma fosse outra base do trabalho missionário, como as igrejas em Antioquia e Filipos haviam sido. De fato, a linguagem utilizada em Romanos 15.24, “seja por vós encaminhado,” era uma terminologia missiológica do cristianismo primitivo para o envio e sustento. Além disso, a estratégia de “preencher o que falta” que foi mencionado acima, pressupunha que as igrejas locais levariam a cabo e expandiriam a evangelização de suas regiões, bem como sustentariam Paulo em seus esforços para ampliar suas fronteiras. É interessante que até o “apóstolo dos povos” sempre retornava a Jerusalém para prestar relatório sobre seu trabalho à igreja-mãe judaica-cristã. A base teológica para esta perspectiva se encontra em Efésios 3.10: é a igreja que testemunha em todos os níveis e diante dos poderes deste mundo. Não é à toa que Paulo, o missionário, gastava horas em cuidado pastoral. De fato, as cartas que temos dele raramente falam de estratégia e programa missionários (como faz a passagem de Romanos 15) mas sempre focalizam os assuntos pastorais. A razão é porque Paulo não era apenas um pioneiro criativo de novos caminhos mas também um capacitador. A obra missionária é tarefa da igreja e portanto era importante que as igrejas que Paulo havia implantado vivessem sua fé como testemunho da nova era estabelecida por Deus em Cristo Jesus. Emil Brunner disse: “A igreja existe para missão como o fogo existe para queimar.” Capacitar outros a serem fiéis seguidores e evangelistas de Jesus Cristo é crucial para missão. Educação e evangelismo caminham de mãos dadas, assim como missão “no campo” e a vida da igreja local são cruciais uma para a outra. A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

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Conclusão dois movimentos em relação ao mundo Interno externo duas posturas em relação a Deus Compromisso e obediência Promessa e graça A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor

48 A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor
Conclusão a visão celestial nutre o empenho terrestre uma visão inclusiva uma visão de adoração uma visão de justiça A promessa de bênção para todas as famílias da terra (Gênesis 12.3) e luz para as nações (Isaías 42.6; 49.6) é prevista (Lucas 13.29) e estabelecida (Romanos 15.8) por Jesus. A visão celestial de Apocalipse alimenta o empenho missionário terrestre da igreja. E esta é uma visão de novo céu e nova terra onde toda a criação celebra a presença de Jesus, o que incentiva a nossa missão ecológica (5.13; ; cf. 2 Pedro 3.13). É uma visão inclusiva de todos os grupos humanos que alimenta (5.9; 7.9) a missão social e evangelística da igreja. É uma visão de adoração e louvor por todos os povos e toda a criação que motiva a missão litúrgica da igreja. E é uma visão de justiça e retidão finalmente transbordantes (15.4; ) que enfrenta a constância e multiplicação da opressão e do mal atual e encoraja a igreja a denunciar estas últimas e incansavelmente sustentar a manifestação das primeiras. A justiça restabelecida. A terra e os céus recriados. E a glória de Deus conhecida massivamente como a extensão e profundidade dos mares! A visão missionária da Bíblia: Uma história de amor


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