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Mestre, são plácidas Todas as horas Que nós perdemos, Se no perdê-las, Qual numa jarra, Nós pomos flores. Não há tristezas Nem alegrias Na nossa vida.

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1 ALBERTO CAEIRO O MESTRE DOS HETERÓNIMOS RICARDO REIS E ÁLVARO DE CAMPOS

2 Mestre, são plácidas Todas as horas Que nós perdemos, Se no perdê-las, Qual numa jarra, Nós pomos flores. Não há tristezas Nem alegrias Na nossa vida. Assim saibamos, Sábios incautos, Não a viver, Mas decorrê-la, Tranquilos, plácidos, Tendo as crianças Por nossas mestras, E os olhos cheios De Natureza… À beira-rio, À beira-estrada, Conforme calha, Sempre no mesmo Leve descanso De estar vivendo O Tempo passa, Não nos diz nada. Envelhecemos. Saibamos, quasi Maliciosos, Sentir-nos ir. Não vale a pena Fazer um gesto. Não se resiste Ao deus atroz Que os próprios filhos Devora sempre. Colhamos flores. Molhemos leves As nossas mãos Nos rios calmos, Para aprendermos Calma também. Girassóis sempre Fitando o sol, Da vida remos Tranquilos, tendo Nem o remorso De ter vivido. Ricardo Reis

3 Mestre, meu mestre querido!
Seguro como um sol fazendo o seu dia involuntariamente, Coração do meu corpo intelectual inteiro! Natural como um dia mostrando tudo, Vida da origem da minha inspiração! Meu mestre, meu coração não aprendeu a tua serenidade. Mestre, que é feito de ti nesta forma de vida? Meu coração não aprendeu nada. Não cuidaste se morrerias, se viverias, nem de ti nem de nada, Meu coração não é nada, Meu coração está perdido. Alma abstracta e visual até aos ossos, Atenção maravilhosa ao mundo exterior sempre múltiplo, (…) Depois tudo é cansaço neste mundo subjectivado, Refúgio das saudades de todos os deuses antigos, Tudo é esforço neste mundo onde se querem coisas, Espírito humano da terra materna, Flor acima do dilúvio da inteligência subjectiva… Tudo é mentira neste mundo onde se pensam coisas, Mestre, meu mestre! Tudo é outra coisa neste mundo onde tudo se sente. Na angústia sensacionista de todos os dias sentidos, Na mágoa quotidiana das matemáticas de ser, Eu, escravo de tudo como um pó de todos os ventos, A calma que tinhas, deste-ma, e foi-me inquietação. Ergo as mãos para ti, que estás longe, tão longe de mim! Libertaste-me, mas o destino humano é ser escravo. Acordaste-me, mas o sentido de ser humano é dormir. Meu mestre e meu guia! A quem nenhuma coisa feriu, nem doeu, nem perturbou, Álvaro de Campos

4 O MESTRE DOS OUTROS HETERÓNIMOS
ALBERTO CAEIRO O MESTRE DOS OUTROS HETERÓNIMOS O poema de Ricardo Reis “Mestre, são plácidas” apresenta a relação entre o mestre Caeiro e o seu discípulo Reis. Ora, o mestre ensina-o a viver tranquilamente. Mas como?

5 Aceitando placidamente a passagem do tempo
Vivendo o momento de forma tranquila (ataraxia), sem tristezas e sem alegrias (apatia) Aprendendo com as crianças (inconscientes / puras) Usufruindo da plenitude da Natureza (aurea mediocritas) Recusando as emoções fortes e a revolta face à força do destino (o Fatum)

6 Aprendendo cm a Natureza, nomeadamente com o rio calmo (metáfora da vida) que caminha para o mar (metáfora da morte) Adquirindo liberdade através do paganismo (em Ricardo Reis designado de neopaganismo, um novo paganismo, porque surge conscientemente após o cristianismo. O paganismo puro existiu na antiguidade clássica).  ATENÇÃO – para se aprender, recorre-se à razão, ao pensamento, portanto, Ricardo Reis, apesar de receber a lição do mestre, é guiado pelo pensamento, pois a postura por ele tomada é fruto de um exercício de autodisciplina. Em Ricardo Reis tudo é premeditado.

7 O poema de Álvaro de Campos “Mestre, meu mestre querido,” apresenta a relação entre o mestre Alberto Caeiro e o seu discípulo Álvaro de Campos.

8 Ora, Álvaro de Campos recebeu do mestre: O puro sensacionismo
A despreocupação com a finitude da vida A atenção ao mundo exterior O paganismo A serenidade / tranquilidade A liberdade A vontade de viver  MAS

9 Mas o discípulo Álvaro de Campos, “o filho indisciplinado da sensação”, não conseguiu pôr em prática a lição do seu mestre, concretizando o oposto do seu ensinamento, devido à tortura do pensamento.


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