IZABEL SADALLA GRISPINO A mãe, no berço, o filho embalava, Pra ele uma canção de ninar cantava, Meditava sobre o andar peregrino, Que nos traz o inconstante.

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2 IZABEL SADALLA GRISPINO

3 A mãe, no berço, o filho embalava, Pra ele uma canção de ninar cantava, Meditava sobre o andar peregrino, Que nos traz o inconstante destino.

4 No seu pensar, já via o filho crescido, Junto a ela, no futuro, aquecido, Uma linda casa os acolheria, Harmonia e encanto haveria!

5 Mas, na marcha e demarcha por vir, Transformações se imprimem no porvir, Porvir que é instância indefinida, Não garante o caminhar da vida.

6 A rapidez com que o tempo passa, As desilusões que a vida traça, Arrastam pro futuro dias amargos, Estampam na alma sofridos rasgos.

7 Agora, com os cabelos grisalhos, Busca no passado seus agasalhos, Tudo daria para voltar no tempo, Onde se refugia no contratempo.

8 Ciladas do nosso existir obscuro: O jovem põe o sonho no futuro, O velho volta ao sonho do passado, Passado que lhe surge encantado!

9 Ah! Se a juventude soubesse, E se a sábia velhice pudesse, Desfrutar-se-ia bem mais do presente, Do tempo que está em nossa frente.

10 Autora: Izabel Sadalla Grispino Formatação: Francisco Graciano Grispino