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A estrutura social e as desigualdades
3 A estrutura social e as desigualdades O termo “classe” é empregado de muitas maneiras. Sociologicamente, ele é utilizado na explicação da estrutura da sociedade capitalista, que tem uma configuração histórico-estrutural particular. As classes sociais expressam a forma como as desigualdades se estruturam nessa sociedade. Unidade
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Capítulo Hierarquização e mobilidade Há duas grandes maneiras de pensar a questão das classes: considerar a posição dos indivíduos e grupos no processo de produção; considerar a capacidade de consumo como fator de classificação. No primeiro caso, pode-se dividir a sociedade em grupos como os seguintes: o dos proprietários de terras, o da burguesia (industrial, financeira), o da pequena ou média burguesia, o dos trabalhadores ou operários.
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Capítulo De acordo com o segundo critério, pode-se dividir a sociedade em classes alta, média e baixa ou em classes A, B, C, D e E. Seja qual for o critério de classificação dos grupos sociais, fica evidente que as sociedades modernas caracterizam-se, em grau variável, pelas desigualdades. Revista A, edição especial/Abril Imagens Revista A, em edição especial de Publicação destinada à classe A.
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Capítulo As desigualdades se expressam nos planos econômico, político e cultural. Há desigualdades: na apropriação da riqueza gerada pela sociedade; na participação nas decisões políticas; na apropriação dos bens simbólicos.
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Capítulo A mobilidade social nas sociedades capitalistas é maior do que nas divididas em castas ou estamentos, mas não é tão ampla quanto pode parecer. Thinkstock/Getty Images Embora vigore a ideia de que todos têm oportunidades iguais e podem prosperar por meio do trabalho, há barreiras à ascensão social, que não são escritas nem declaradas.
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Capítulo A desigualdade é constitutiva da sociedade capitalista Karl Marx colocou a questão das classes no centro de sua análise sobre a sociedade capitalista. De acordo com ele, as relações entre o capital e o trabalho assalariado são dominantes e a propriedade privada é o fundamento e o bem maior a ser preservado. Há duas classes fundamentais: a burguesia, que personifica o capital, e o proletariado, que vive do trabalho assalariado.
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Capítulo A dinâmica da sociedade capitalista não se restringe, porém, à contraposição entre burguesia e proletariado. O processo de constituição das classes e a forma como elas se estruturam determinam o aparecimento de frações, bem como de classes intermediárias, Thinkstock/Getty Images que ora apoiam a burguesia, ora se juntam ao proletariado, podendo desenvolver lutas particulares em determinados momentos.
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Capítulo A parcela da população que se encontra entre os grandes proprietários e os operários é composta de pequenos proprietários, pequenos comerciantes, profissionais liberais e outros. crédito das imagens: Thinkstock/Getty Images Não há uma classificação a priori das classes. É necessário analisar cada sociedade historicamente e perceber como as classes se constituíram no processo de produção da vida social.
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Capítulo De acordo com o pensamento marxista, o antagonismo entre a burguesia e o proletariado é a base da transformação social. Essa questão (a luta de classes) envolve: os procedimentos utilizados pela classe dominante para manter o status quo; os procedimentos utilizados pelos trabalhadores para modificar o status quo.
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Capítulo Thinkstock/Getty Images A luta de classes se desenvolve no modo de organizar o processo de trabalho e distribuir diferentemente a riqueza gerada pela sociedade; nas ações dos trabalhadores orientadas para diminuir a exploração e a dominação; na formação de movimentos políticos para mudar a sociedade.
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Capítulo Desigualdades de riqueza, prestígio e poder Max Weber analisa a estratificação social com base na distinção entre as seguintes dimensões: econômica – quantidade de riqueza que as pessoas possuem; social – status ou prestígio que têm as pessoas ou grupos; política – quantidade de poder que pessoas ou grupos detêm nas relações de dominação.
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Capítulo Um indivíduo que recebe uma fortuna inesperada não conquista necessariamente prestígio ou poder. Alguns podem ter poder e não ter riqueza, como pessoas ou grupos que se instalam nas estruturas de poder estatal. Alguns indivíduos, como artistas e intelectuais consagrados, podem ter status e prestígio, mas não ter riqueza e poder.
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Capítulo Para Max Weber, classe é todo grupo humano que se encontra em igual situação, isto é, seus membros têm as mesmas oportunidades de acesso a bens, a posição social e a um destino comum.
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Capítulo Weber afirma que as lutas de classe podem ocorrer no interior de uma classe social. Thinkstock/Getty Images Para esse autor, a luta de classes não é o motor da história, mas uma das manifestações para a manutenção de poder, renda ou prestígio em uma situação histórica específica.
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Capítulo Oportunidades e estratificação Na visão de alguns sociólogos estadunidenses, na sociedade moderna há possibilidade de ascensão social, desde que os indivíduos aproveitem as oportunidades que surgem. Têm êxito os que dispõem de mais talento e melhor qualificação. Thinkstock/Getty Images
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Capítulo Para autores como Kingsley Davis e Wilbert Moore, as desigualdades materiais não são, necessariamente, negativas. Na busca do interesse pessoal há sempre inovação e criação de novas alternativas. Assim, a sociedade se beneficia das realizações dos indivíduos. O capitalismo só é dinâmico porque é desigual, e todas as políticas que propõem a igualdade de condições levam os indivíduos a não lutar por melhores posições, reduzindo a competição entre eles.
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Capítulo Sobre a ideia de exclusão-inclusão Há indivíduos ou grupos excluídos da sociedade capitalista? Qual é o sentido da expressão “exclusão social”, tão comum em nosso cotidiano? Ricciotti Piana/Folhapress À esquerda, desempregado dorme em rua da região central de São Paulo, à frente de cartazes com anúncio de emprego , em Ao lado, casa localizada em fazenda no sul do Maranhão onde moram mais de 30 trabalhadores rurais. O proprietário do local foi preso em flagrante por manter sete empregados sob regime de escravidão. Fotografia de 2001. Marlene Bergamo/Folha Imagem
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Capítulo O sociólogo brasileiro José de Souza Martins afirma, no livro A sociedade vista do abismo: novos estudos sobre a exclusão, pobreza e classes sociais, que a “exclusão social” pode ser entendida com base: na orientação transformadora, presente nos discursos políticos e acadêmicos para caracterizar, erroneamente, a situação dos explorados na sociedade; na orientação conservadora, que está presente no discurso de quem está incluído e se expressa na ideia de que não há alternativa melhor do que inserir os excluídos na sociedade.
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Capítulo A orientação transformadora é questionável, pois, apesar de viver em condições precárias, o trabalhador está incluído no sistema. A orientação conservadora caracteriza-se pelo conformismo: não questiona a sociedade atual nem a forma degradada e precária de buscar a inserção dos excluídos.
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Capítulo Exercícios 1. Observe a imagem e reflita sobre o texto a seguir. Gideon Mendes/Corbis/Latin Stock A desigualdade não existe só no nascimento, mas é reproduzida todos os dias, expressando-se até mesmo na morte; principalmente em como se morre. Nelson Dacio Tomazi Jovem sul-africana em estado de saúde crítico por falta de acesso a medicação anti-HIV. Fotografia de 2004.
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Capítulo 2. Observe a imagem e responda às questões: a) O vencedor da Mega- Sena ganhou dinheiro. Ganhará com isso prestígio e poder? Ed Ferreira/AE b) Há elementos na cena retratada que justificam sua opinião? Casa lotérica em Aparecida de Goiânia, em Goiás, onde foi feito o jogo premiado de 12 de janeiro de 2007.
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