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O PAPEL DA INTERAÇÃO SOCIAL “Para onde quer que nos voltemos, deparamos com as mesmas antinomias: temos uma certa idéia tradicional do que somos como.

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1 O PAPEL DA INTERAÇÃO SOCIAL “Para onde quer que nos voltemos, deparamos com as mesmas antinomias: temos uma certa idéia tradicional do que somos como indivíduos. E temos uma noção mais ou menos distinta do que queremos dizer ao pronunciar o termo „sociedade‟

2 O que nos falta são modelos conceituais e uma visão global graças às quais nossa idéias dos seres humanos como indivíduos e como sociedades possam se harmonizar melhor. Como é possível que cada pessoa isolada seja uma única coisa, diferente de todas as demais; um ser autônomo e, ao mesmo tempo, um ser que existe para outros e entre outros, com os quais compõe sociedades ?

3 Um ser que existe para outros, com os quais compõe sociedades, com histórias não pretendidas ou promovidas por qualquer das pessoas que as constituem, e se desdobram ao longo dos séculos, e sem as quais o indivíduo não poderia sobreviver quando criança, nem aprender a falar, pensar, amar ou comportar-se como um ser humano. “ (Norbert Elias, a sociedade dos indivíduos) Tão particulares e ao mesmo tempo tão coletivos... Cada um é um e no entanto todos somos todos.

4 Todos nós nascemos inseridos em um determinado grupo cultural e este mesmo grupo cultural oferece-nos um ambiente estruturado, onde todos os elementos são carregados de significados. Os sistemas de representação da realidade, são portanto, socialmente dados. Isto faz com que a interação social, seja com diversos elementos do ambiente culturalmente estruturado; é o que realmente faz com o que o ser humano se desenvolva como tal.

5 A internalização da cultura não é um processo de absorção passiva, mas de transformação, de síntese.
Vygotsky considera que o processo de desenvolvimento é marcado pela interação social do ser humano. Para Jean Piaget, são os processos cognitivos que determinam as relações interpessoais e não o inverso. É portanto, uma concepção “de dentro para fora” enquanto que a de Vygotzky é de “fora para dentro”.

6 Ultimamente, as concepções “de fora para dentro”começaram a ter uma ampla aceitação no campo da psicologia do desenvolvimento, como consequência do conhecimento das teses de Vygotsky sobre o papel da interação social no desenvolvimento: o desenvolvimento das aquisições é dependente do ambiente social e principalmente da interação entre adulto e criança.

7 A corrente interacionista deu espaço a estudos relativos à contribuição das interações sociais nas modificações dos conhecimentos e das competências práticas nas crianças. Esses estudos, baseados na relação didática assimétrica adulto/criança, salientam sobretudo o papel do adulto (pai ou educador)como estimulador e regulador das primeiras competências práticas.

8 No entanto,algumas pesquisas recentes sobre os primeiros anos evolutivos mostram que, no interior da relação didática assimétrica, a criança, mesmo em idade precoce, é capaz de tomar iniciativas, de agir de maneira eficaz e regular o comportamento do parceiro adulto. (BONDIOLI, 1998) Vygotsky concentrou seus estudos nos mecanismos que são típicos do ser humano..

9 São as funções psicológicas superiores que oferecem estruturas para que a relação do homem com o mundo seja uma relação indireta,mediada. A presença de elementos mediadores torna mais complexa e enriquecida a relação do indivíduo com o meio. “Vygotsky fala de dois tipos de elementos mediadores externos: os instrumentos orientados para regular as ações sobre os objetos e os signos, orientados para regular as ações sobre o psiquismo das pessoas”. (PINO, 1991)

10 Ao considerar a importância dos instrumentos na atividade humana, Vygotsky baseia-se nos postulados marxistas, pois busca compreender as características do Homem através do estudo da origem e desenvolvimento da espécie humana. Considera que a formação da sociedade humana com base no trabalho, é o processo que vai tornar o homem diferenciado de outras espécies.

11 O trabalho é a ação do homem sobre a natureza, transformando-a e criando a cultura. No trabalho desenvolvem-se não só a atividade coletiva, o que caracteriza a relação social, mas também a criação e utilização de instrumentos. O instrumento é um prolongamento do corpo, feito para determinado objetivo. Na sua evolução, o homem criou o machado para cortar melhor do que com as mãos, o pote para poder armazenar água para mais tarde e por aí seguiu, aperfeiçoando seus instrumentos

12 O instrumento carrega consigo a função para a qual foi criado e o modo de utilização desenvolvido durante a história do trabalho coletivo. É um elemento externo ao indivíduo e, portanto, um mediador da relação entre o indivíduo e o mundo, controlando processos da natureza. Os signos são instrumentos psicológicos porque são orientados para o próprio sujeito, para dentro do indivíduo, dirigindo-se ao controle de ações psicológicas do indivíduo ou de outras pessoas

13 “A invenção e o uso de signos como meios auxiliares para solucionar um dado problema psicológico (lembrar, comparar coisas, relatar, escolher, etc.) é análoga à invenção e uso de instrumentos, só que agora no campo psicológico. O signo age como um instrumento da atividade psicológica de maneira análoga ao papel de um instrumento de trabalho”. (VYGOTSKY,1984) As representações mentais tomam o lugar dos objetos e das situações do mundo real. Esta capacidade do homem de lidar com representações que substituem o real, é mediada pelos signos internalizados.

14 No decorrer do desenvolvimento da espécie humana, as representações da realidade têm se articulado em sistemas simbólicos. Os signos deixam de ser marcas individuais e passam a ser compartilhados pelo conjunto dos membros do grupo social, permitindo a comunicação entre os indivíduos e o aprimoramento da interação social. A questão do desenvolvimento da linguagem ocupa lugar de destaque na teoria de Vygotsky, pois é o sistema simbólico básico de todos os grupos sociais. A necessidade de comunicação é que impulsiona inicialmente o desenvolvimento da linguagem

15 Segundo Vygotsky, pensamento e linguagem têm uma estreita ligação, porém, desenvolvem-se com trajetórias diferentes e independentes. Existe uma fase pré-linguística no pensamento e uma fase pré-intelectual na linguagem. Na fase pré-linguística, ou pré-verbal do pensamento, a ação da criança no mundo é feita por meio de sensações e movimentos, sem mediação de interpretações simbólicas. Isto é facilmente observado nas crianças bem pequenas.

16 Na história do homem, o momento de união entre pensamento e linguagem se deu na necessidade de intercâmbio dos indivíduos durante o trabalho coletivo. No desenvolvimento individual, isto acontece quando a criança está inserida em um grupo cultural e existe uma interação com membros mais maduros que já dispõe de uma linguagem estruturada. Quando o pensamento encontra-se com a linguagem, inicia-se uma nova forma de funcionamento psicológico: a fala torna-se intelectual, com função simbólica e generalizante e o pensamento torna-se verbal, mediado por significados dados pela linguagem.

17 Vygotsky desenvolveu o conceito de “Zona de Desenvolvimento Proximal”:
“Ela é a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes.” (VYGOTSKY, 1984)

18 Visto desta forma, o adulto “apóia” as consecuções da criança, fazendo-a a entrar na Zona de Desenvolvimento Proximal mediante o jogo e “ensinando-a” a conseguir o controle consciente do que vai “aprendendo”, graças às relações sociais estabelecidas. A intervenção eficaz é a que se dirige àqueles aspectos da tarefa que a criança ainda não domina e que apenas pode realizar com ajuda e direção dos adultos.

19 Na prática, verifica-se que o papel do professor, na interação que se estabelece entre ambos, atingindo a Zona de Desenvolvimento Proximal, está longe do ajuste automático, natural e espontâneo da mãe e do bebê. Cabe ao professor proporcionar um contexto significativo para a execução das tarefas escolares de forma que o aluno possa atuar e construir interpretações coerentes.

20 Esta questão educacional tem permeado muitas discussões a respeito do planejamento das atividades escolares, pois o enfoque cognitivo no estudo do desenvolvimento humano acentuou o caráter construtivo do processo de aquisição do conhecimento. A idéia de que o ser humano é facilmente moldado a partir do exterior tem sido substituída pela idéia de um ser humano que não só absorve, mas interage com os estímulos. No campo da educação, esta mudança de perspectiva apontou para a inadequação de alguns métodos essencialmente expositivos que concebem o professor e o aluno como simples transmissor e receptor de conhecimentos.

21 Em uma perspectiva construtivista, enfocando o postulado da teoria psico-genética de Piaget - que foi o enfoque cognitivo-evolutivo que até agora teve maior incidência sobre a educação escolar - o processo de construção do conhecimento é considerado como um fenômeno individual, fruto da interação entre o sujeito e o objeto de conhecimento. Para Piaget, a criança aprende, seja aqui ou na China, no Alaska ou na África, porque ele o considera um sujeito epistêmico (que estuda o conhecimento científico), universal, aquele que aprende. Pensando-se assim, considera-se que a criança primeiro desenvolve-se, depois aprende.

22 Se, por um lado, o professor ocupa um papel relativamente secundário no processo de aquisição do conhecimento, por outro lado, quando são definidas suas funções, acabam por conceder a ele o importante papel de orientador, guia, facilitador de aprendizagem. Isto porque a ele compete criar as condições favoráveis para que se produza a interação construtiva entre o aluno e o objeto de conhecimento.

23 Olhando sob este foco, a aprendizagem escolar deixa de ser entendida unicamente como o encontro entre o educando e os conteúdos. É necessário levar em conta as atuações do professor que aparece como um verdadeiro mediador e determina, com suas intervenções, que as tarefas de aprendizagem ofereçam condições para que a atividade auto-estruturante aconteça. “Ela é gerada, não como uma atividade individual, mas como parte integrante de uma atividade interpessoal que a inclui. A atividade do aluno que está na base do processo de construção do conhecimento está inscrita de fato no domínio da interação ou interatividade professor/aluno”. (SALVADOR, 1994)

24 “O desafio teórico que o estudo da interação professor/aluno e aluno/aluno coloca é que nem a psicologia do desenvolvimento, nem a psicologia da educação, nem a psicologia da instrução oferecem atualmente uma explicação satisfatória e detalhada dos mecanismos mediante os quais as relações interpessoais chegam a incidir sobre os processos cognitivos. O correto consiste em integrar em um mesmo domínio explicativo a atividade auto-estruturante do aluno e os processos interativos.” (SALVADOR, 1994)


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