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Beleza
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“Espelho, espelho meu... Existe alguém mais bela do que eu...”
Palavras da Madrasta da Branca de Neve, do livro infantil com o mesmo nome.
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A Beleza “ As feias que me perdoe... Mas beleza é fundamental”
Vinícius de Moraes A beleza sempre exerceu um fascínio entre indivíduos de todas as épocas. Porém, o que é beleza afinal? É possível avaliar algo tão subjetivo? Podemos dizer que a beleza é o ideal de perfeição que se deslocam ao longo dos anos e séculos, seguindo as transformações sociais, políticas e culturais de cada momento histórico.
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A Beleza “ Como deve ser bom gostar de uma feia! O meu amor, porém, não tem bondade alguma.” Manoel Bandeira Na atualidade, a beleza é construída segundo alguns padrões bem determinados, ditado pelo próprio mercado de consumo que define a estética da moda. As novas tecnologias, novos produtos, novas técnicas de modificação são oferecidas por institutos de belezas e até na medicina.Com o objetivo de ativar a auto estima do ser e esperança de felicidade e conquistas.
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A Beleza Subjetivo Angela Davis COLETIVO Subjetivo Mas... Também podemos dizer que há dois parâmetros para o julgamento da beleza : O SUBJETIVO – é o belo visto pelo “eu” do indivíduo; ou seja, este está aliado ao universo, aceitação e associação dos ideais,identidade,personalidade e essência de uma pessoa. O COLETIVO – é o belo que uma maioria elege e concorda;esta exerce maior poder quanto a aceitação... Pois é o “todo” que influência o meio.
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A Beleza: (Arte) o subjetivo do Surrealismo de René Magritte e seu contexto na moda (Revista: Mag SPFW- Nº24).
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A Beleza: (Arte) o subjetivo do Surrealismo de René Magritte e seu contexto na moda (Revista: Mag SPFW- Nº24).
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O que é Beleza Belo – o que tem forma perfeita e proporções harmônicas; Agradável aos sentidos; Elevado, sublime; Bom, generoso; Aprazível, sereno; Próspero, feliz; Considerável pelo número, quantidade ou dimensões; Lucrativo, vantajoso; Caráter ou natureza do que é belo. Beleza – Qualidade do belo; pessoa bela;Coisa bela, muito agradável, ou muito gostosa. Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa
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A Beleza Então a beleza, em toda história e ainda hoje,segue: Normas;
Perfis; Padrões; Posturas; Movimentos; Crenças; Critérios de atração; Gosto e estética (física)...
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A Beleza através do tempos...
A aparência (considerando os últimos sessenta anos, no qual ocorreram soluções para os problemas sociais do racismo, do puritanismo, dos direitos das mulheres, da pobreza, do masculino- feminino, entre outros) gerou manifestações diversas e imagens extremas, que refletiram os processos de transformação – desconstrucionismo, antibeleza, look heroína, influências multiculturais e globais, androginia ...o que fez o indivíduo evoluir ao longo dos tempos modernos e encontrar o seu próprio equilíbrio. Na atualidade, a beleza é plural e é possível afirmar que se define individualmente, como efeito da busca de si mesmo aliado ao trajeto percorrido ao longo dos anos.
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NEVERENDINGSTORY – OUT-INV 2006/07
Diante desta explanação, o objetivo é ver, entender a importância e aliar os conceitos de beleza ao longo dos tempos para criar conceitos de Moda na contemporaneidade... Seja através de estilos para desfiles; conceitos para editoriais ou até criação de produtos de moda. NEVERENDINGSTORY – OUT-INV /07
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Exercício Primeiro exercício valendo pontuação para a primeira nota da disciplina: O aluno deverá transformar literatura em moda : Ler o texto entregue em sala de aula; traçar o perfil do personagem; retirar do textos palavras chaves que tenham lhe chamado atenção; pesquisar sobre o perfil escolhido em imagens (se preferir) no laboratório de informática para consulta e após a analise criar um produto de moda referente ao personagem analisado. Este produto deve vir com uma breve explicação sobre a inspiração do grupo e a CRIATIVIDADE do produto e apresentação vai valer na analise da pontuação. Cada trabalho (no conjunto total, poderá chegar a valer até 3,0 na 1ª avaliação). Este valerá uma pontuação de até 0,50 pontos. Este trabalho deve ser realizado em sala de aula . Não será aceito, trabalhos fora do prazo, estipulado para entrega; quem Não entregar, já perderá os primeiros pontos da nota. Mãos a Obra!
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A Beleza há muito... muito... tempo atrás.
Em 1372 a.C., a beleza da mulher egípcia era conquistada através de alguns rituais e padrões da época. As nobres ( o ideal de beleza vinha da nobreza) lavavam-se inteiramente toda manhã, com uma mistura de água e carbonato de cal, esfregando o corpo com uma pasta de argila proveniente do lodo do rio Nilo. Tais cuidados serviam para proteger o corpo do sol o do clima quente. Após esse ritual (acompanhado do outros modos de cuidado extravagantes), era a hora da maquiagem do corpo e do rosto. A pele era coberta por um preparado de ocre amarelo; este adquiria reflexo dourado à luz. A face poderiam ser realçadas com ocre vermelho (as veias as têmporas e do busto eram sublinhadas de azul), mas os olhos, acima de tudo, eram sistematicamente maquiados. O pó de Kajal era colocado no interior dos olhos, para proteger das agressões do vento e da areia e quando umedecidos, serviam para cercar os olhos com um traço comprido e largo e alongar e espessar as sobrancelhas ( a não ser que elas preferissem raspá-las para redesenhá-las em seguida). Os cílios eram tingidos com um pasta de Kajal e gordura. As pálpebras superiores, por sua vez, seriam sombreadas de cores fortes. Os lábios ganhavam vida com um vermelho mineral. Os seios eram enfeitados, às vezes, com um pó dourado. Nas cabeças, havia uma pesada peruca com franja, de seda ou de crina, preta ou azul-escuro, às vezes iluminada de fios de ouro.Estas cobriam a cabeça raspada ou cabelos considerados finos demais. Nas noite e nas festas, fixava-se no alto da peruca um pequeno cone com cera perfumada, cuja as gotas com o calor, deslizavam pelos cabelos para perfumar e refrescar o corpo. Aquenaton Aquenaton Nefertiti
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Comparando a beleza antiga e um editorial de moda do século XXI
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Comparando a beleza antiga e um desfile de moda do século XXI
Os seios eram enfeitados, às vezes, com um pó dourado. Nicola Del Verme Roma 2006 Primavera Verao
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Comparando a beleza antiga e um desfile de moda do século XXI
Galliano Primavera-Verão 2004
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Comparando a beleza antiga e um desfile de moda do século XXI
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Comparando a beleza antiga em um editorial e desfiles de moda do século XXI
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Comparando a beleza antiga em um desfiles de moda do século XXI
Nas cabeças, havia uma pesada peruca com franja... Nas noite e nas festas, fixava-se no alto da peruca um pequeno cone com cera perfumada... “Nos inspiramos na Cleópatra...” conta Lau Neves. Nos cabelos, um coque alto com bastante volume remetia à cabeça usada pela rainha Nefertite. Neon inverno 2012
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A Beleza há muito... muito... tempo atrás.
Na Grécia Antiga, século XII ao VIII antes de nossa era, a beleza significava a harmonia das proporções. As formas tinham que ser ideais e a tez deveria ser sempre alva e sem maquiagem; e os cabelos deveriam ser ruivos ou louros. A beleza, para os Gregos, começa na higiene interna e externa, pois seguiam os conselhos de Hipócrates, que recomendava jejum regular, exercícios físicos e banhos freqüentes. A maquiagem, eram ausentes e raras, exceto nas sobrancelhas, que para serem belas, deveriam ser desenhadas um arco único e essa característica persistiu através dos séculos, por cerca de trezentos anos, ainda podia se ver (descrito por Teócrito em seus poemas) mulheres que guarneciam com fios postiços as sobran- celhas muito ralas. Helena Ulisses Aspásia de Mileto
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A estética da beleza Grega nos desfiles e editorias de Moda contemporâneo
Chanel OUT e INV 2006/07 Tez Branca e cabelos ruivos, É uma característica da beleza Grega Chanel OUT e INV 2006/07 Chanel Primavera Verão Paris 2006
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A estética da beleza Grega nos desfiles e editorias de Moda contemporâneo
Campanha de Valentino em 1995 Campanha de Valentino em 1995 beleza significava a harmonia das proporções
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A beleza na Idade Média, o ideal baseado no cristianismo
A Idade Média (corresponde a um período que vai da queda do Império Romano do Ocidente, em 476, até o ano 1000 – após ao qual inicia a Idade Média Clássica. A Baixa Idade Média corresponde ao século e meio que antecede ao Renascimento, ou seja, 1300 a 1450), com o cristianismo, traduzia a beleza feminina entre dois padrões: Eva e Maria, ou seja, a mulher que subiu ao céu e a que dele foi expulsa, são irremediavelmente antagônicas, como o inferno e o paraíso. “Eva, tentadora porque bela, irresistível e incapaz de resistir ao pecado; cuja a beleza corruptora levou o homem à perdição. Em pleno cristianismo conquistador dominado pelo mundo monástico, Eva ,sempre condenável e condenada para sempre, é a encarnação do mal absoluto e sua beleza mentirosa é a máscara do diabo, reproduzida ao infinito em todas as mulheres.” Texto do livro Beleza do Século “Em oposição a essa beleza demoníaca ergueu-se a Virgem, mãe d’Aquele que redimiu os pecados de uma humanidade corrompida pela primeira mulher. Mãe embora virgem, ela se distingue pela pureza de sua carne e pode ser bela em toda inquietude de seu corpo.” Idem Na arte como na literatura, a tensão entre esses dois pólos inquieta e perpassa as representações da mulher medieval. Rainha de Uta, beleza casta e orgulhosa Rainha de Uta, beleza casta e orgulhosa
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A beleza na Idade Média, o ideal baseado no cristianismo
“Eva, tentadora porque bela, irresistível e incapaz de resistir ao pecado; cuja a beleza corruptora levou o homem à perdição. Em pleno cristianismo conquistador dominado pelo mundo monástico, Eva ,sempre condenável e condenada para sempre, é a encarnação do mal absoluto e sua beleza mentirosa é a máscara do diabo, reproduzida ao infinito em todas as mulheres.” Texto do livro Beleza do Século
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A BELEZA MEDIEVAL E O CRISTINANISMO
A Coroa O olhar O Manto vestimenta Rainha de Uta Nossa Senhora = Maria
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A beleza na Idade Média A imagem da beleza na Idade Média, não era executada a partir de modelos vivos, mas sim, segundo convenções simbólicas. As imagens retratadas, estavam longe de uma busca da forma pura, da reprodução da beleza em si; os rostos a princípio totalmente impassíveis, depois aos poucos marcados de sofrimento,de resignação, de fé e de beatitude, aureolados de ouro e submersos em longas túnicas que finalizavam os preceitos da fé cristã. O corpo, exceto o de Cristo, estava banido do campo da representação. Vestido, ocultava-se sob as casulas e os drapeados. A atitude substitui a forma, a pose imobiliza o movimento. Somente os condenados estão nus.
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A beleza na Idade Média A pintura facial era amaldiçoada, pois permitia a infâmia (era como fabricar múltiplos rostos para melhor atrai =PECADO). A maquiagem era a EVA, aquela que mascarava a natureza culpada das mulheres. Pensamento da Época: “No dia do Juízo Final, essas mulheres maquiadas não serão reconhecidas por Deus como suas criaturas e irão imediatamente queimar nas chamas de seu satânico cúmplice.” Agnès Sorel Era a favorita de Carlos VII e serviu Como modelo Para esta madona A única cor permitida as mulheres, era o vermelho do PUDOR. “vermelho de bom tom (...) que sobe ao rosto das virgens e das mulheres casadas.” Gregório de Nazianza O vermelho do pudor destacava-se sobre o branco da pureza, branco ideal da imaculada.
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A beleza na Idade Média A beleza perfeita era:
Em um rosto liso com traços regulares; a testa deveria ser grande e redonda, “polida como um mármore”, que aumentava o olhar sob o arco das sobrancelhas, separadas delicadamente e feitas de “cerdas finas e raras coladas a pele”; O espaço entre os dois olhos deveria ser largo, igual à dimensão de um olho; como a testa, as pálpebras são redondas,transparentes, diáfa- nas, abrigando olhos azuis – prateados, cuja a íris salpicada de várias cores lembrava as jóias veiradas ou esmaltadas, que estavam em voga na época. A boca deveria ser pequena e vermelha e a cabeleira deveria ser compridas a “beijar a terra” ou tranças que deveriam dar quatro vezes a voltas da cabeça; e o ideal da cor do cabelo deveria ser o loiro, pois remetia ao ouro.
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A testa deveria ser grande e redonda,
“polida como um mármore”. Cabeleira deveria ser compridas a “beijar a terra” e o ideal da cor do cabelo deveria ser o loiro, pois remetia ao ouro. Branco da pureza, branco ideal da imaculada. As pálpebras são redondas. A única cor permitida as mulheres, era o vermelho do PUDOR olhar sob o arco das sobrancelhas, separadas delicadamente e feitas de “cerdas finas e raras coladas a pele”; Boca deveria ser pequena e vermelha
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A estética da beleza da Idade Média na atualidade e Moda - MARIA
Rosto liso com traços regulares,“polida como um mármore”, que aumentava o olhar sob o arco das sobrancelhas. Giorgio Armani Dolce & Gabbana A boca deveria ser pequena e vermelha.
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A estética da beleza da Idade Média em um editorial de Moda - MARIA
“Em oposição a beleza demoníaca ergueu-se a Virgem, mãe d’Aqueleque redimiu os pecados de uma humanidade corrompida pela primeira mulher. Mãe embora virgem, ela se distingue pela pureza de sua carne e pode ser bela em toda inquietude de seu corpo.”
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A estética da beleza da Idade Média na atualidade e editoriais de Moda - EVA
“Eva, tentadora porque bela, irresistível e incapaz de resistir ao pecado; cuja a beleza corruptora levou o homem à perdição. “
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A Beleza no Renascimento
No Renascimento italiano (foi um período na história do mundo ocidental com um movimento cultural marcante na Europa, considerado como um marco do final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Começou no século XIV na Itália e difundiu-se pela Europa no decorrer dos séculos XV e XVI) , surgindo do Olimpo como outrora das águas,Vênus rompe o círculo vicioso que, entre Eva e Maria, aprisionava a visão da beleza feminina e a liberdade de celebrá-la. Nesta época a Itália estava no auge de sua prosperidade econômica, então há a volta para a origem, de grandes descobertas geográficas e a descoberta intelectual do mundo antigo, que iria reconciliar a terra e o céu. Na obra de Platão, o Banquete, traduzido por Marsílio Ficino, há a voga de um pensamento em que a beleza, bondade e verdade formam uma coisa só. Ficino diz “ não vemos a alma, não vemos sua beleza, mas vemos o corpo que é a alma”. Pela beleza do mundo e dos seres, Deus se torna sensível à humanidade; o amor que circula entre os homens não é se não amor divino, o amor do casal é o amor de Deus e é pela beleza da mulher que o homem é chamado a ele. Ainda segundo Ficino, o arquétipo dessa beleza ao mesmo tempo carnal e celeste é evidentemente Vênus, cuja as virtudes declina longamente e que simboliza a união perfeita da alma e do corpo.
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A Beleza no Renascimento
No retorno a fontes antigas, há a volta em triunfo do corpo esplêndido e nu de uma mulher glorificada como o ser mais belo da criação. A beleza não é só mais determinada como sinônimo de traição, mas, ao contrário, a mulher para cum - prir plenamente a vocação que Deus lhe destina, deve ser bela e atraente. A Itália renascentista amava testas depiladas e os cabelos obrigatoriamente louros, com tranças postiças cheias de pedrarias e pérolas. A Itália renascentista amava testas depiladas e os cabelos obrigatoriamente louros, com tranças postiças cheias de pedrarias e pérolas.
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A Beleza no Renascimento
Humanismo é a palavra-chave do Renascimento em que, de todos os lados, renasce os sentidos. Neste momento, os filósofos, cientistas e pintores, observa e retrata o que vê e não mais o que imagina. Como há uma volta a origem, a Antiguidade, começa a busca da perfeição das formas pela harmonia das proporções que levam a fixar normas à anatomia. A plástica da mulher é sistematizada. Os rostos eram projetados sobre um longo pescoço, que deveria ser fino e oval, com traços regulares, uma testa alta, um nariz reto e delicado, uma boca pequena; neste conjunto três coisas deveriam ser escuras: olhos, cílios e sobrancelhas, que deveriam descrever um arco perfeito em torno do espaço largo entre os olhos; três coisas deveriam ser brancas: as mãos, os dentes, sempre pequenos, e a pele praticamente transparente. Os lábios, faces e unhas deveriam ser vermelhos. Nenhum osso deve marcar o largo peito cujo os seios têm a forma de uma pêra invertida; a mulher ideal seria alta sem o auxílio de saltos, cintura fina ,quadris amplos e redondos, mãos rechonchudas, mas dedos afilados; pernas roliças e pés pequenos.
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A Beleza no Renascimento
Os cabelos deveriam ser louros. Maquiavel dizia que “soltos e louros, ora semelhante ao ouro, ora ao mel, reluzindo como raios de sol, frisados, espessos e compridos, espalhados em longas ondas e esvoaçando sobre os ombros”. A maioria das mulheres italianas desta época, só conseguiam ter o cabelo imperativamente louros, com o tingindo artificial.
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A Beleza no Renascimento
No Século XVI, a beleza é vista de duas formas: na Itália permanecia o estilo de Veneza e na França, seguia a corte dos Valois. À beleza calma e orgulhosa das madonas de Rafael, sucederam, em um transbordamento de luxo e de enfeites, as sensualidades serenas de Tiziano. Na Itália, a beleza feminina aparece, agora, em redondezas e curvas plenas, em louros ardorosos, em carnes róseas e douradas. A Abundância de carnes era sinal de ócio, de opulência:ombros,braços,seios e quadris se dilatam e se tornam volumosos. A expressão de beleza da época era denominada de “suculenta”, os seios se expõem e são pin – tados de vermelho. Formas carnudas e rostos doces desenham as diferenças sexuais necessárias para fazer nascer o amor. Tiziano Rafael Sanzio
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A Beleza no Renascimento
Diana de Poitiers Gabrielle d'Estrées Na França, a beleza era adorada como deusas, as amantes reais revelavam uma nudez mais alongada, mais delicada do que a das italianas, seios altos e redondos, pendurados como maças, coxas bem desenhadas, nádegas e ventres proeminentes e firmes. Na Europa, o amor a beleza física invade tudo, linhas elásticas, graça da juventude, rostos puros, expressões alegres e pudicas, cabelos louros flutuando nos ombros, encaracolados à moda antiga ou esculpidos em espirais ORNADAS de pérolas e pedrarias, presos por uma rede ou cobertos por uma mantilha.
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pele branca praticamente
A estética da beleza do Renascimento nos editoriais e publicidade na moda contemporânea cabelos louros flutuando nos ombros, encaracolados à moda antiga pele branca praticamente transparente.
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A estética da beleza do Renascimento em desfiles na moda contemporânea
Cabelos com tranças postiças cheias de pedrarias e pérolas. No retorno a fontes antigas, há a volta em triunfo do corpo esplêndido e nu de uma mulher glorificada como o ser mais belo da criação. Marella Ferrera Roma Primavera/Verão 2006
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A beleza na Reforma e Contra-Reforma
A exuberância do Renascimento é combatida pela Reforma e Contra-Reforma. A Espanha prevaleceu sobre a Itália, a rigidez sobre a doçura, a razão sobre os sentidos e o espírito sobre a alma. Estigmatizaram-se os vícios e houve o desprezo pela carne. A interdição pesou sobre o corpo e nos lugares públicos e religiosos, tangas e túnicas passaram a cobrir pudicamente estátuas e quadros nus.Vaidade e indecência estavam condenadas ao fogo do inferno, era o reino do pudor mantido pela igreja. Esta condenava o uso de decotes e os seios eram escondidos; porém o decote resistiu, mas o corpo inteiro ficou escondido, os pés cobertos por mui- to tecido e o olhar era atraído para o que foi proibido, por todo tipo de acessório que acen- tuavam as formas. A cabeleira desapareceu em um coque baixo, a cor se extingue sob o negro uniforme iluminado com rendas brancas, a única jóia liberada era a pérola e a magreza volta. A beleza deveria ser majestosa, digna e solene.
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A beleza na Reforma e Contra-Reforma
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A beleza na Reforma e Contra-Reforma
As francesas reagem a tal proibição e uma grande parte das mulheres, defenderam a liberdade de espírito, a exigência do refinamento e das belas maneira e do bom gosto. Belas e inteligentes, libertinas e independentes, mantinham salões e colecionavam amantes. O espelho era indispensável e foi transformado em “ conselheiro das graças”, para dispor suas pintas falsas de tafetá escuro, em uma pele branca como neve,sem os quais não saiam de casa. A posição da pinta, revelava um segredo a ser desvendado: a pinta “apaixonada” era colocada sob a sobrancelha, a “ladra” dissi- mulava uma espinha, a “descarada” enfeitava a ponta do nariz e a beijoqueira pontuava o canto da boca. Em 1693, surgi o primeiro salão de beleza em Paris e os penteados denominados de “à doidi – vanas”, cortando os cabelos na frente para obter cachos leves, ou uma armação de cachos e laços de fitas. O conjunto era empoado de louro ou moreno, e a pintura facial era carregada. O branco e vermelho as tornavam medonhas e repulsivas, mas elas ... não se incomodavam com isso.
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A estética da beleza Reforma e Contra-Reforma nos editoriais de moda contemporâneo
A cabeleira desapareceu em um coque baixo, a cor se extingue sob o negro uniforme a única jóia liberada era a pérola e a magreza volta. a cor se extingue sob o negro uniforme Pintas falsas de tafetá escuro, em uma pele branca como neve,sem os quais não saiam de casa. A posição da pinta, revelava um segredo a ser desvendado: a pinta “apaixonada” era colocada sob a sobrancelha, a “ladra” dissimulava uma espinha, a “descarada” enfeitava a ponta do nariz e a beijoqueira pontuava o canto da boca. Editorial de moda para a revista Times, by Donna Ricci and Jeffery Scott
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A estética da beleza Reforma e Contra-Reforma nos desfiles de moda contemporâneo
Curiel Couture Roma 2006 Prima/ Ver Final do séc. XVII e início do séc. XVIII Curiel Couture Roma 2006 Prima/ Ver Dior Out e Inv 2006/2007 Paris
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A estética da beleza Reforma e Contra-Reforma nos desfiles de moda
YSL YSL Vaidade e indecência estavam condenadas ao fogo do inverno, era o reino do pudor mantido pela igreja. Esta condenava o uso de decotes e o corpo inteiro ficou escondido Elie Saad Paris OUT INV 06 e 07
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A Beleza no Século XVIII e o Império
Neste momento, Versalhes foi o palco onde a reale - za punha-se em cena, segundo uma codificação tirânica à qual era inadmissível furta-se. O cabeleireiro suplantou o costureiro. Foi a época em que os penteados eram erguidos na cabeça como monumentais obras capilares, que tinham acessórios complicados que supostamente deveriam refletir os sentimentos ou ilustrar a atualidade. Estas damas só viajavam ajoelhadas em suas carruagens, pois era a única maneira de nelas fazer entrar os penteados desmedidos. Ninguém ousaria aparecer sem maquiagem na Cor- te, fazia-se a maquiagem até para dormir. Considerado o cúmulo do ridículo, o aspecto natu- ral foi banido e o ruge era aplicado em camadas espessas, tal produto era tão consumido que se co- gitou cobrar impostos por cada pote vendido. Paris era o país dos excessos. Em paralelo a esta extravagância, os devotos religiosos, considerados como feios, sujos e beatos, fustigavam a Corte, o adultério real e o rubro Infernal, que anunciava a cólera divina.
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A Beleza no Século XVIII e o Império
No final do século XVIII, tudo muda e neste momento só havia paixão pela amável simplici- dade, pela emoção da delicada, pelas graças naturais e os sentimentos verdadeiros. Agora a estética tem como código os corpo roliços, rostos doces e delicados, nariz curto, lábios redondos e queixo pontudo, olhos negros e vivos, tez de porcelana; a beleza sonhadora,alegre e viçosa. Embora a maquiagem seja menos usada, laços de fitas, pérolas e flores, cambraias e organdis enfeitavam a nu- dez. Os seios eram fartos e a cintura delgada,que se enrolava em torno de uma perna redonda, de um tornozelo fino. A beleza era rechonchuda e risonha, maliciosa e libertina; com rosto e corpo constelado de covinhas e de dobrinhas macias. Os cabelos eram cacheados e apareciam em mechas cuidadosamente despenteadas em um loiro acinzen- tado.
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A estética do Século XVIII e o Império no desfile na moda no contemporâneo
Gaultier Paris OUT INV 2006/07 Dior Gaultier Paris OUT INV 2006/ 07 Dior Paris OUT INV 2006 e 07 O cabeleireiro suplantou o costureiro. Foi a época em que os penteados eram erguidos na cabeça como monumentais obras capilares, que tinham acessórios complicados que supostamente deveriam refletir os sentimentos ou ilustrar a atualidade.
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A estética do Século XVIII e o Império no editorial na moda no contemporâneo
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A estética do Século XVIII e o Império no desfile e no editorial na moda no contemporâneo
DIOR DIOR 2004 CHANEL
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A estética do Século XVIII e o Império no editorial na moda no contemporâneo
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A estética do Século XVIII e o Império no editorial na moda no contemporâneo
George Chakra Paris OUT INV 2006/ 07 Valentino Paris OUT INV 2006/07 Embora a maquiagem seja menos usada, laços de fitas, pérolas e flores, cambraias e organdis enfeitavam a nudez.
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A Beleza no Romantismo No início do Século XIX, a beleza deveria ser um rosto “esculpido no mármore, marcado por um selo fatal, uma palidez esverdeada e lívida que transparece sob os véus negros.” E para consegui este padrão de beleza, as mulheres cobriam o rosto com preparados tingi- dos de açafrão ou de tinta azul e não hesitavam em beber vinagre, em engolir montes de limão, em jejuar a ponto de desmaiar, a fim de expulsar uma grosseira e deplorável saúde e alcançar o mais rápido possível a suprema distinção, que somente a aparência es – pectral das tísicas agonizantes conferia. O olhar deveria ter um ar sonhador e inconsolável, com grandes olhos melancólicos, negros ou azul-marinho sempre úmidos e cingi – dos de violeta, olhar sombrio e inflamado, próprio de febres malsãs. As sobrancelhas eram finas e delineadas; e as mulheres chegavam a absorver venenos violentos como a beladona,a atropina e o estra- mônio, que lhes dariam a fixidez estranha, a profundidade mística da pupila, o brilho que revelaria uma alma ardente e apaixonada “acesa pela chama interior, sob o reflexo da morte que passa”. A beleza romântica era trêmula e as mulheres eram ao mesmo tempo sílfides e filhas do fogo, elas deixavam sob uma tez de alabastro em que palpitava a rede azulada das veias, transparecer o chame sutil de uma fascinante perversidade.
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A Beleza no Romantismo O romantismo, no século XIX, trouxe de volta a Idade Média, só que dessa vez, unifica em uma só mulher a dualidade anjo/demônio;ingênuas mas fatais,atraentes e perigosas, seus dentes de tigresa aparecem nos acessos de tosse e sua imaterialidade de fantasma produz uma névoa de perdição. Os amantes da melancolia sabem que o aspecto de desespero lhes caia muito bem. Fosforescente,flamejante,asfixiante, aniquiladora, vulcânica,satânica, faraônica, fulminante, babilônica, piramidal, gótica... Os qualificativos de uma denominação romântica, já diz por si só, os mistérios da bele- za da época. Os cabelos deveriam ser frisados, ondulados, despenteados, presos Em coque alto e deixando os cachos enquadrar o rosto. Um outro tipo de beleza vista nesta época, foi a beleza burguesa que era bem alimentada e satisfeita, tinha as costas gordas, os ombros caídos, os braços cheios de celulite e o seio generoso da mulher ho- nesta e da mãe de família.Com exceção do pó branco, a maquiagem Era reservada para as prostitutas e atrizes (estas, só quando estavam em cena).
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A estética do Romantismo no editorial na moda no contemporâneo
A beleza romântica era trêmula e as mulheres eram ao mesmo tempo sílfides e filhas do fogo, elas deixavam sob uma tez de alabastro em que palpitava a rede azulada das veias, transparecer o chame sutil de uma fascinante perversidade.
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A estética do Romantismo no editorial na moda no contemporâneo
Christian Lacroix Prima/Verão 2006 O olhar deveria ter um ar sonhador e inconsolável, com grandes olhos melancólicos, negros ou azul-marinho sempre úmidos e cingidos de violeta, olhar sombrio e inflamado, próprio de febres malsãs. As sobrancelhas eram finas e delineadas; e as mulheres chegavam a absorver venenos violentos como a beladona,a atropina e o estramônio, que lhes dariam a fixidez estranha, a profundidade mística da pupila, o brilho que revelaria uma alma ardente e apaixonada “acesa pela chama interior, sob o reflexo da morte que passa”. Paris Prima/verão 2006 Zuhair Murad Prima/verão 2006
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A estética do Romantismo no desfile na moda no contemporâneo
A beleza romântica era trêmula e as mulheres eram ao mesmo tempo sílfides e filhas do fogo, elas deixavam sob uma tez de alabastro em que palpitava a rede azulada das veias, transparecer o chame sutil de uma fascinante perversidade. Christian Lacroix Pima Verão 2006 Paris
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Não há beleza sem a feiúra.
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Livros que recomendo, além do que está na bibliografia do plano de ensino da disciplina, para o aluno que quer se aprofundar no conteúdo... FAUX, Dorothy Schefer. Beleza do Século, São Paulo. Ed. Cosac & Naify, 2000. VIGARELLO, Georges. História da beleza. O corpo e a arte de se embelezar, do Renascimento aos dias de hoje. Rio de Janeiro. Ed.Ediouro, 2006. NOVAES, Joana de Vilhena. O intolerável peso da feiúra: sobre as mulheres e seus corpos, Rio de janeiro. Ed.PUC - Rio: Garamond, 2006. ROBLES, Martha. Mulheres, mitos e deusas: o feminino através dos tempos, São Paulo. Ed. Aleph, 2006. RODRIGUES.Nelson. A vida como ela é...,Rio de Janeiro. Ed. Agir,2006 A.S. Franchini e SEGANFREDO, Carmen. As 100 Melhores Histórias da Mitologia: deuses, heróis, monstros e a guerra da tradição grego-romana, 9ªedição, Porto Alegre. Ed. L&PM, 2007.
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Exercício Segundo exercício valendo pontuação para a primeira nota da disciplina: O aluno deverá : Escolher dois tipos de Beleza retratadas na segunda parte da aula (do Egito até Século XIX) e criar dois produtos de moda inspirados nas referências das belezas escolhidas. Estes produtos deve vir com uma breve explicação sobre a inspiração do grupo e a CRIATIVIDADE dos produtos e apresentação vai valer na analise da pontuação. Na próxima aula (dia 28/02), deve ser entregue para avaliação e orientação.Este poderá valer até 0,50 pontos, que ao se unir aos demais poderá chegar a valer até 3,0 pontos na 1ª prova. Não será aceito, trabalhos fora do prazo, estipulado para entrega; quem Não entregar, já perderá pontos da nota.
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