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PublicouSuzana Galindo de Vieira Alterado mais de 8 anos atrás
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Laura Camargo Macruz Feuerwerker Profa. Adjunta UFF
BH, dezembro de 2007 Os desafios para construir trabalho em equipe multiprofissional num hospital Laura Camargo Macruz Feuerwerker Profa. Adjunta UFF
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Processo de Trabalho em Saúde
Sempre envolve a relação entre duas pessoas Disputa de projetos terapêuticos Tecnologias envolvidas no fazer Leves Leve-duras Equipamentos Medicamentos Duras O outro sujeito O outro objeto Relacionais, intersubjetivas Clínica Epidemiologia Trabalho Morto fragmentação, padronização, procedimentos singularidade, subjetividade afecção, incerteza, imprevisibilidade Trabalho Vivo
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Que lugar é esse, o hospital?
Lugar de concentração das tecnologias duras e dos procedimentos; Lugar em que há grau extremo de sofrimento e alto risco de perda da vida; Grau máximo de liberdade para o agir profissional e grau mínimo de autonomia para os usuário; Trabalhador territorializado, usuário desterritorializado. Mesmo quando se trabalha em unidades de produção, saberes e agires das diferentes corporações atravessam a organização do trabalho, fragmentando o usuário.
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Integralidade – um conceito polissêmico
Coloca o usuário e suas necessidades no centro da preocupação, tanto na organização do sistema, como na configuração das práticas de saúde; Garantia de acesso ao cuidado de que o usuário (individual ou coletivo) necessita, incluindo acolhimento, escuta, vínculo, resolutividade, continuidade da atenção etc.
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Como entender a saúde, quando buscando a integralidade?
A saúde pode ser compreendida como a capacidade de cada um de enfrentar situações novas, como a margem de tolerância que cada um possui para enfrentar e superar as adversidades da sua vida. Isto significa dizer que cada pessoa tem capacidades próprias para administrar, de forma autônoma, as tensões com as quais ela precisa conviver. E que o papel dos profissionais de saúde é colocar seus saberes a favor da ampliação/ recuperação dessa margem de tolerância.
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Quem é, então, o usuário? Um sujeito que vem procurando ajuda e que é portador de necessidades de diferentes tipos. Um sujeito que precisa ser escutado, precisa entender o que está acontecendo consigo, que, geralmente, precisa de alívio para seu sofrimento. E para isso precisa aceder a diferentes tipos de tecnologias em saúde. Mas também é um sujeito portador de desejos, recursos, opiniões, saberes e sentimentos. Acima de tudo, um sujeito à procura de um bom encontro com as equipes/trabalhadores de saúde.
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Trabalho em saúde O trabalho em saúde não é completamente controlável;
Baseia-se em uma relação entre pessoas, em todas as fases de sua realização; Portanto, sempre está sujeito aos desígnios do trabalhador em seu espaço autônomo, privado, de prática; Além disso, contém boa dose de incerteza por conta das singularidades de cada usuário.
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Trabalho em saúde Cada trabalhador de saúde e cada usuário operam com uma concepção de saúde, de cuidado; É no espaço do encontro com o usuário que se concretiza o momento de autonomia do trabalhador para expressar e operar suas concepções (um espaço íntimo, privado); Numa unidade de saúde, portanto, há múltiplos projetos de saúde (ocultos) operando, em disputa, tentando prevalecer sobre os demais; Geralmente esta disputa é surda, não revelada; Não se resolve por meio de prescrições ou estratégias de convencimento teórico/racional.
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O trabalho em saúde envolve um encontro e uma disputa
Tensão constitutiva da atenção em saúde: possibilidade de troca ou de interdição de saberes num território que desafia o saber técnico-científico. Efeito flecha: agir profissional que vai em uma só direção – negação do agir e do saber do outro. Efeito pororoca – trabalhadores que se deixam afetar pelas relações e saberes, recebendo de volta, como aprendizagem, o agir e o saber do outro.
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Efeito flecha e efeito pororoca
Dupla mão: se a equipe nega o saber dos cuidadores, estes tendem a fazer o mesmo em relação às suas orientações técnicas. Abrir-se em relação ao agir e ao saber do outro traz conflitos e desafios: Conflitos em relação à autoria do plano de cuidado, ao papel de cada profissional e do cuidador; por produzir o cuidado em um espaço que é privado, mas invadido pelo público; por conviver com necessidades, sofrimentos e valores antes apenas vislumbrados. Desafios diante da necessidade de produzir novas tecnologias de cuidado; de construir outro equilíbrio entre as tecnologias envolvidas no cuidado em saúde; de construir equipe com trabalho orientado pelas necessidades do usuário e do coletivo familiar; de superar a fragmentação do sistema de saúde e produzir continuidade da atenção.
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1º Campo de Tensão O território das práticas de saúde é espaço de múltiplas disputas e de constituição de políticas desenhado a partir da ação de distintos atores Dependendo de seus interesses e capacidade de agir, aliam-se ou confrontam-se para afirmar uma certa conformação da saúde que faça sentido. A única maneira de enfrentar esse jogo a favor dos interesses dos usuários é por meio do controle social e da pactuação política.
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2º Campo de tensão A produção de atos de saúde é um terreno do trabalho vivo em que predominam as tecnologias leves – relacionais - em detrimento das tecnologias duras – equipamentos e saberes estruturados; essa é a característica que abre grandes possibilidades para estratégias que possibilitem a construção de novos valores, compreensões e relações, pois há espaço para a invenção.
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3º Campo de tensão Organizações de saúde são espaço de intervenção de diferentes atores que disputam a orientação do dia-a-dia com as normas e regras instituídas; Por isso estão sempre tensionados pela polaridade entre autonomia e controle; Esse também é um espaço para construção de estratégias que levem os trabalhadores a utilizar seu espaço privado de ação em favor do interesse público (dos usuários).
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Efeito pororoca e integralidade
Produção de cuidado em saúde que propicie ganhos de autonomia e de vida aos usuários é seu objetivo; Esse é um trabalho de alta complexidade, múltiplo, interdisciplinar, intersetorial e interprofissional; Exige “revolução cultural’ do imaginário social dos vários sujeitos e atores sociais para ser gerador de novas possibilidades de compreender a multiplicidade e o sofrimento humano num campo de inclusividade e produção de cidadania.
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Como favorecer o trabalho multiprofissional?
Colocar o usuário e suas necessidades no centro do trabalho em saúde; Resgatar a dimensão cuidadora do trabalho em saúde; Reconhecer a complexidade envolvida na produção da integralidade; Ampliar o espaço de disputa (construção compartilhada) dos projetos terapêuticos.
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O que favorece a mudança?
O desejo de mudar; Colocar o trabalho em saúde em análise`para explicitar projetos em disputa e criar novos espaços de pacutação: Fluxograma analisador; Mapa de conflitos; Redes de fala e escuta; Perseguir a integralidade na produção do cuidado.
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