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LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA (LTA)
Mariléia Chaves Andrade
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HISTÓRICO NO BRASIL Descrição: séc. I d.c.
Distribuída no Velho (botão-do-oriente) e Novo Mundo Acomete pele e mucosas Primeira descrição clínica: séc. XVI (Oviedo, 1535 e Pizarro, 1571) 1903 pesquisador Ross cria o gênero Leishmania 1903 Wright descobre o agente etiológico do botão-do-oriente – Leishmania tropica NO BRASIL Descrição de Leishmaniose no Brasil (lesões de pele semelhantes ao botão-do-oriente) 1908 – epidemia em Bauru (construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil) – úlcera- de- Bauru 1909- Lindemberg, Carini e Paranhos – identificaram parasitos na úlcera de Bauru – Leishmania braziliensis (1911, Gaspara Vianna)
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DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
Leishmaniose – 350 milhões de pessoas em 88 países (áreas de risco) LTA – 1,5 milhões novos casos / ano Em 32 dos 88 países – NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 500 mil casos novos / ano 1,5 milhões de casos novos / ano 35 mil / ano Fonte: site WHO
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ASPECTOS BIOLÓGICOS AGENTE ETIOLÓGICO
PROTOZOÁRIOS do gênero Leishmania (Ross, 1903) Ciclo biológico realizado em 2 hospedeiros – Heteroxeno (um hospedeiro vertebrado e um invertebrado) HOSPEDEIROS VERTEBRADOS: roedores, tatu, tamanduá, preguiça, gambá, canídeos e primatas, incluindo o homem HOSPEDEIROS INVERTEBRADOS: pequenos insetos (Ordem: Diptera, Família: Psychodidae, Subfamília: Phlebotominae, Gênero: Lutzomya) ESÉCIES DE LEISHMANIA QUE CAUSAM LTA: Leishmania (Viannia) braziliensis Leishmania (Viannia) guyanensis Leishmania (Viannia) amazonensis
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ASPECTOS BIOLÓGICOS MORFOLOGIA Formas Promastigotas Formas Amastigotas
Formas Paramastigotas ovais ou arredondadas (aderidas ao epitélio do trato digestivo do vetor)
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ASPECTOS BIOLÓGICOS REPRODUÇÃO
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Não ativação do macrófago
CICLO BIOLÓGICO LPG Não ativação do macrófago metaciclogênese Saliva contém substâncias anestésicas, vasodilatadoras e imunossupressoras
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TECIDO CUTÂNEO
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FAGOCITOSE MEDIADA POR MACRÓFAGOS RESIDENTES
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ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DO LPG (Lipofosfoglicano)
DE L. DONOVANI
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PAPEL DO LPG NOS HOSPEDEIROS
Interação com componentes do soro : LPG impede a inserção de C5b-9 na membrana da Leishmania; gp63 cliva C3b em iC3b - Interação com macrófagos – via receptor (via opsônica ou não) CR1 e CR3 Participação LPG e gp63 Inibição da via interna de sinalização necessária para ativação dos macrófagos Inibição de enzimas proteolíticas e da quinase C
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PAPEL DO LPG NOS HOSPEDEIROS
Inibição da Maturação do Fagossoma
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FATORES DETERMINANTES DA EVOLUÇÃO DA DOENÇA
Espécie de Leishmania; Resposta imune do hospedeiro; Aspectos genéticos. CURA CRONICIDADE DA DOENÇA DIFUSÃO DAS LESÕES
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ASPECTOS IMUNOLÓGICOS
Linfócito T CD4+ Ativado Th1 IFN-, TNF-, IL-2, IL-12 Leish promastigota Linfócito T CD4+ naive Th0 Leish amastigota Linfócito T CD4+ Ativado Th2 MHC + peptídeos da Leish IL-4, IL-5 IL-6, IL-10, TGF- Macrófagos
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FORMAS CLÍNICAS Diferentes espécies de Leishmania X Estado imunológico do hospedeiro LEISHMANIOSE CUTÂNEA Úlceras únicas ou múltiplas confinadas na derme – Resposta imune do tipo 1 e 2 L. amazonensis, L. guyanensis, L. braziliensis Gaspar Vianna, 1911 Processo granulomatoso tipo tuberculóide Proliferação de linfócitos e plasmócitos com ausência ou escassez de amastigotas na lesão Lesões conhecidas como úlcera-de-Bauru, ferida brava, ferida seca e bouba
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Infecções secundárias - óbito
FORMAS CLÍNICAS Diferentes espécies de Leishmania X Estado imunológico do hospedeiro LEISHMANIOSE CUTÂNEOMUCOSA L. braziliensis Lesões destrutivas envolvendo mucosas e cartilagens Nariz, faringe, boca e laringe Elevada resposta imune celular com produção de IFN-g e IL-4 Lesão primária ulcerada; Lesão secundária metastática Espúndia ou nariz de tapir Dificuldades respiratórias e alimentares Infecções secundárias - óbito
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FORMAS CLÍNICAS Diferentes espécies de Leishmania X Estado imunológico do hospedeiro LEISHMANIOSE CUTÂNEA DIFUSA L. mexicana e L. amazonensis Lesões difusas não ulceradas por toda a pele Picada do flebotomíneo Disseminação via linfática e hematogênica Metástases múltiplas não-ulceradas Ausência ou redução da reação inflamatória
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LEISHMANIOSE CUTÂNEA DIFUSA
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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Características da lesâo Anamnese Dados Epidemiológicos DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Exame direto dos esfregaços corados (Biópsia ou curetagem dos bordos da lesão) Exame Histopatológico Pesquisa do parasito Cultura Inóculo em animais Pesquisa do DNA do parasito – Técnica do PCR
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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
MÉTODOS IMUNOLÓGICOS Teste de Montenegro - Avalia a reação de hipersensibilidade retardada (82,5% de sensibilidade) Inóculo 0,1 ml do antígeno (formas promastigotas mortas) na face interna do braço Inoculação do Ag via i.d. Leitura: 48-72h Diâmetro > 0.5mm = +
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TRATAMENTO Quimioterapia Glucantime (antimoniato de N-metil-glucamina)
antimonial pentavalente
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Fructose 1,6-bisphosphate Glyceraldehyde 3-phosphate
- Excreção rápida e pela urina, vida media 24 horas - Droga recomendada para os três tipos de leishmaniose Glucose Glucose 6-phosphate Pentose Fructose 6-phosphate Phosphate Pathway Fructose 1,6-bisphosphate Dihydroxyacetone Phosphate Glyceraldehyde 3-phosphate 1,3-Diphosphoglycerate 3-Phosphoglycerate 2- Phosphoglycerate Phophoenolpyruvate * PK Antimoniais Pyruvate Acetyl- CoA Krebs Cycle
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Anfotericina B - lipofílico - Liga a esterois (ergosterol) da membrana formando poros. - 2-5% excretado na urina - Meia vida 18 horas
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PROFILAXIA Controle do Vetor – inseticidas (anti-econômico / risco biológico) Áreas de colonização próximas ‘a florestas – construção das casas a uma distância de 500 metros da mata (baixa capacidade der vôo dos flebotomíneos) PRODUÇÃO DE VACINA Pesquisas iniciadas na década de 40 – extratos aquoso de 5 cepas de Leishmania – proteção de 50% com duração de 14 anos Mesmo com a qualidade reconhecida pela Organização Mundial da Saúde OMS e pelo Ministério da Saúde, a vacina anti-leishmaniose que, em 1999, recebeu o Prêmio de Inovação Tecnológica do Sebrae/MG, não é produzida em escala comercial. “Já realizamos todos os testes inocuidade, antigenecidade, imunogenecidade, fase I, fase II, proteção com a pentavalente , mas sempre encontram um motivo para continuarem comprando o antimônio da Rhodia”, declara indignado o prof. Mayrink. (revista fapemig) DÉCADA DE 70- Pesquisas coordenadas pelo prof. Wilson Mayrink (Depto. Parasitologia – ICB -UFMG- Leihvacin (produzida Biobrás e utilizada em ensaios clínicos)
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