Coesão textual É a função exercida pelos os elementos que realizam a ligação dos componentes dos textos, a fim de que eles formem um só corpo estrutural.

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1 Coesão textual É a função exercida pelos os elementos que realizam a ligação dos componentes dos textos, a fim de que eles formem um só corpo estrutural.

2 Existem três tipos de coesão textual:
A coesão referencial A coesão recorrencial A coesão sequencial

3 A coesão referencial Ocorre quando um elemento do texto se remete a outro elemento do mesmo texto, substituindo-o: Exemplo: Encontrei meu irmão na esquina, mas não falei com ele. Ele estava lá, na esquina, meu irmão. Quando a referência se faz do depois para o antes, como no 1º exemplo, temos uma coesão referencial anafórica. Já no 2º, a referência se faz do antes para o depois, temos uma coesão referencial catafórica.

4 Substituição de um elemento por outro
O aluno saiu, mas ele e sua mãe voltaram logo a seguir. João e Pedro estiveram lá, mas nenhum falou nada. Renato comprou um jornal, mas leu o meu. Ela viu a blusa vermelha, mas comprou esta. João, Pedro e Paulo falaram, mas qual disse a verdade? O livro que trouxe é menos interessante. O cantor apresentou dois números, mas o mímico não fez o mesmo. Ele trouxe todos os livros, mas é porque precisava. Saiu duas vezes e o outro, nunca. João e Maria saíram, mas os dois voltaram. Comprou vários presentes; o primeiro, uma bicicleta. Fiz dez exercícios e meu primo fez o dobro.

5 Observações Pronome demonstrativo é aquele que define no tempo, no espaço ou no texto a posição daquilo de que se fala. Este livro é meu. (O livro está perto de quem fala) x Esse livro é meu (O livro está perto de quem ouve). Este foi um dia belo. (O dia ainda não terminou) x Aquele foi um dia belo. (O dia está em um passado distante). Existem regras precisas para o uso de ESTE, ESSE e AQUELE, quando usados para apontar para outra informação no texto. Observe: ESTE x ESSE – ESSE remete a um referente que já foi mencionado (pronome demonstrativo anafórico); ESTE, a um referente posterior. (pronome demonstrativo catafórico) A violência no Brasil cresce a cada dia. Esse problema é grave. O que me assusta é este problema: a violência. ESTE x AQUELE – quando houver dois referentes já mencionados e o autor desejar fazer remissão a ambos, o mais próximo será tratado por ESTE; o mais distante, por AQUELE. Exemplo: Crio cães e pássaros: estes vivem na gaiola; aqueles, no canil.

6 Pronome relativo é um pronome usado para iniciar uma nova oração, a qual introduz uma característica do substantivo a que se refere o pronome. Além de encadear ambas as ideias, esse pronome evita a repetição desnecessária de palavras e a fragmentação excessiva dos períodos. Exemplo: Sumiu o lápis que comprei na loja mais cara da cidade. (“que comprei na loja mais cara da cidade” é uma oração iniciada pelo pronome relativo QUE, a qual introduz uma característica do substantivo “lápis”.) Existem os seguintes pronomes relativos: que (para antecedente coisa ou pessoa); quem (para antecedente pessoa); o qual, a qual, os quais e as quais (para antecedente coisa ou pessoa); cujo, cuja, cujo e cujas (que dá ideia de posse, nunca admite artigo e sempre concorda, em gênero e número, com a palavra seguinte, podendo ou não vir precedido de preposição – EX.: Esta é a moça de cujo pai tenho minhas queixas.); onde, como e quando (indicam ideias adverbiais de lugar, modo e tempo, respectivamente); quanto (equivale a que ou o qual, dando ideia, normalmente, de quantidade).

7 Reiteração de elementos
Repetições do mesmo termo: de formas idênticas: Comprou a casa, mas a casa não tinha porta. com um novo determinante: Comprou a casa, mas essa casa lhe trouxe problemas. de forma abreviada: Fernando Henrique Cardoso não governa bem e por isso FHC é malvisto. de forma ampliada: Lula é presidente, Luis Inácio Lula da Silva não é bem visto pela população. por forma cognata: Trabalhar é bom e o trabalho enriquece.

8 Os sinônimos ou quase-sinônimos
Hiperônimos (Para empregá-los, basta utilizar uma palavra de sentido mais amplo para fazer referência a outra de sentido mais específico): Vinha um ônibus, mas o pedestre não viu o veículo. Hipônimos (Trata-se do oposto da hiperonímia, ou seja, deve-se empregar um termo mais restrito para retomar um mais vago): Comprou flores e deu as rosas para a mulher. nomes genéricos: Trouxe cadernos, livros e outras coisas. termos simbólicos: Inácio tinha dúvidas se iria para a Igreja, mas o apelo da cruz foi forte.

9 Expressões nominais definidas
Pelé foi a Paris onde o maior jogador do século foi premiado.

10 A coesão recorrencial Caracteriza-se pela repetição de algum tipo de elemento anterior que não funciona, a exemplo do caso da coesão referencial, como uma alusão ao mesmo referente, mas como uma “recordação" de um mesmo padrão. Ela pode aparecer de várias formas: a recorrência de termos: Rosa falava, falava, falava... o paralelismo, que consiste na recorrência da mesma estrutura sintática: Pão no forno, água na garrafa e fruta na geladeira não alimentam. a paráfrase, que se refere à recorrência de conteúdos semânticos, marcada por expressões introdutórias como isto é, ou seja, quer dizer, digo, ou melhor, em outras palavras. Ele não compareceu, ou seja, sumiu. Recursos fonológicos, ou sons, caso da rima: Os males do Rio de Janeiro são a corrupção, a educação e o Sérgião. Dentro desse tipo de coesão estão os casos de elipse: “O grande objetivo da vida não é o conhecimento, mas [...] a ação”, em que se omite a estrutura “o grande objetivo da vida é”.