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Classe média, realidade e ficção: Portugal e Brasil na contramão?

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Apresentação em tema: "Classe média, realidade e ficção: Portugal e Brasil na contramão?"— Transcrição da apresentação:

1 Classe média, realidade e ficção: Portugal e Brasil na contramão?
CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS Laboratório associado Universidade de Coimbra Classe média, realidade e ficção: Portugal e Brasil na contramão? Elísio Estanque Professor visitante da UNICAMP, CESIT/IFCH

2 O futuro é da “classe média”?

3 A “piada” do losango (Brasil)
Leandro Callegari Coelho e Ludmar Rodrigues Coelho, “As classes sociais e a desigualdade no Brasil”, In

4 PRODUCTIVIDADE vs SALÁRIOS (em 36 países desenvolvidos)
Fonte: quoted by Jeff Faux, Economic Policy Institut (EPI), USA.

5 USA: RISING INEQUALITY 1979-2011
INCOME: RICHEST 1 % % MIDDLE 20% +19% LOWEST 20% % WEALTH: 82 % OF ALL WEALTH INCREASE WENT TO RICHEST 5 % Fonte: Jeff Faux, Economic Policy Institut (EPI), USA.

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7 Classe média ou luta de classes?
Uma ‘classe’ que não é classe, um grupo que não é grupo; Uma zona ambígua, onde se posicionam segmentos distintos, definidos segundo a conjugação entre: riqueza, status e poder Um conjunto de oposições, de ‘lugares contraditórios de classe’ (Wright), que se orientam por habitus distintos consoante o tipo de ‘capitais’ que controlam (c. económico, educacional/ cultural, relacional/ social, etc) e as trajetórias ascendentes ou descendentes? (P. Bourdieu) A classe média ao espelho: realidades e ficções; Uma classe média em formação, em transição… Acima da base e abaixo do topo da pirâmide estratificacional, com condições e ‘estilos de vida’ muito variados; que desenvolve subjetividades muito diversas;

8 A ideologia meritocrática
A Europa do pós-guerra e a edificação do Estado-providência (teciarização, inovação, redistribuição); A promessa da mobilidade social e a ideologia “meritocrática”; A sociedade de consumo e a «classe de serviço»: “os empregados prestam um serviço à empresa empregadora em troca de ‘compensações’ que tomam a forma não apenas de uma recompensa salarial, com todos os seus pré-requisitos, mas que incluem também importantes elementos prospetivos – por exemplo, aumentos salariais em condições estabelecidas, condições de segurança e assistência, quer no emprego quer através de direitos de proteção na reforma e, acima de tudo, oportunidades de carreira bem definidas” (Erikson e Goldthorpe, 1992).

9 PORTUGAL: Estado social, educação, urbanização
FONTE: Eurostat, Relatório “O Estado da Educação” (CNE), in jornal Público, 21/12/2011

10 Portugal: População empregada e “classe média” (1988-2008)
Julho 2007

11 Segmentos de classe na região metropolitana de Lisboa (Fonte: INE, Destaque, 3/02/2000)

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13 “A classe social não é definida por uma propriedade (mesmo a mais determinante) nem por uma soma de propriedades (sexo, idade, origem social…), tampouco por uma cadeia de propriedades todas elas ordenadas a partir da mais importante (posição nas relações de produção)…, mas pela estrutura das relações entre todas as propriedades pertinentes que confere o seu valor próprio a cada uma delas e aos efeitos que ela exerce sobre as práticas.” (P. Bourdieu, La Distinction, 1979).

14 Mobilidade subjectiva, segundo cat. classe, por país (%)*
PORTUGAL SUÉCIA CANADÁ REP. CHECA S=Subiu; D=Desceu; E=Estabilizou Categorias de Classe S D E Empregadores 30, , ,0 39, ,6 41,2 59, , ,1 54, , ,1 Pequena Burguesia 35, , ,2 35, , ,6 42, , ,6 44, , ,7 Gestores 25, , ,3 51,6 4, ,5 61, , ,9 43, , ,8 Supervisores 43, , ,6 47, , ,8 51, , ,4 22, , ,3 Trab. Semi-Qualif. 46,0 9, ,4 36, , ,3 60, , ,0 24, , ,0 Proletários 38, , ,8 24, , ,1 47, , ,1 19, , ,3 Totais País 35, , ,8 29, , ,0 45, , ,3 20, , ,8 * Refere-se à comparação entre a classe subjectiva actual e a de 10 anos antes; ** Os totais por país referem-se aos resultados globais das frequências das perguntas sobre a classe subjectiva, antes de serem cruzados com a categoria de classe. Recorde-se que em duas das perguntas incluídas no questionário era pedido aos inquiridos para se posicionarem numa escala de 1 a 10, considerando-se que o nível 1 correspondia ao topo da pirâmide social e o nível 10 à sua base, sendo que uma dessas perguntas se referia à situação actual e a outra à situação de há dez anos atrás. Os resultados deste quadro foram elaborados a partir das respostas a essas duas perguntas.

15 Percepção dos conflitos de interesses na sociedade (%)*
Conflitos entre: PORTUGAL SUÉCIA CANADÁ REP. CHECA Pobres e ricos 76,7 35,0 34,7 29,3 Classe Trabalhadora e Classe Média 63,2 12,6 14,1 9,4 Directores e Trabalhadores 87,8 33,2 -- ** 38,5 O topo e a base da sociedade 86,5 64,6 52,3 44,8 Jovens e idosos 62,6 19,5 27,1 21,6 * Para cada uma das oposições apresentadas como polarizadoras de conflitos possíveis, o respondente podia optar por uma das seguintes possibilidades: conflitos muito fortes; conflitos fortes; conflitos não muito fortes; ausência de conflitos. As %s aqui contempladas correspondem ao somatório das respostas que consideram haver conflitos “muito fortes” e “fortes”; ** No questionário do Canadá esta polarização não foi considerada. Fonte: Inquérito ISSP, 2001.

16 Classe subjectiva, segundo a categoria de classe, por país (%)
Tipologia de Erik Olin Wright Categorias de Classe Cl. Baixa Trabalh. Média Baixa Média Méd. Alta Alta PORTUGAL Empregadores 3,1 41,5 15,4 36,9 0,0 Pequena Burguesia 17,9 49,5 10,5 22,1 Gestores 15,6 6,3 68,8 9,4 Supervisores 2,0 32,0 26,0 39,0 1,0 Trab. Semi-Qualif. 2,1 47,6 13,4 33,2 3,7 Proletários 6,9 56,0 15,1 21,6 0,5 Totais PORTUGAL * 11,3 40,6 16,7 28,9 2,3 0,2 R. CHECA 8,2 31,2 24,8 31,5 3,9 0,4 CANADA 4,6 12,4 7,4 41,3 14,8 0,6 SUECIA 1,7 35 - - 46,5 16,5 0,3 * Os totais por país referem-se aos resultados globais da pergunta respeitante à classe subjectiva, antes de serem cruzados com a categoria de classe. Fonte: Inquéritos ISSP (2001)

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18 Crise e Desemprego UE

19 PORTUGAL: Promessas, ilusões e frustrações
Portugal 2013: profissionais intelectuais e científicos, 10%; profissionais de nível intermédio, 19%; pessoal dos serviços e vendedores, 16%. Industrialização e democratização tardia, ditadura longa; ‘sociedade providência’; Estado social tardio, frágil, pouco eficaz; Pós-1974… 1980s: Modernização do país resultou em grande medida da ação do Estado e das políticas públicas (saúde, educação, segurança social, ciência, qualificação dos portugueses, etc); Mas foi sobretudo a luta social do pós-25 de Abril que lhe abriu o caminho; Construção do Estado-providência foi o principal fator de crescimento da ‘classe média’ assalariada em Portugal;

20 Estagnação e recuo

21 Rácio entre o rendimento detido pelos 20% mais ricos face ao dos 20% mais pobres (S80/S20), nos países da EU 27, Islândia e Noruega (2010)

22 Europa: Precariedade da classe média
Fonte: Nuno Nunes, ISCTE-IUL/ CIES Fonte: European Social Survey (2006)

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24 A queda na realidade Fonte: DECO, in Jornal PÚBLICO, 10/01/2013

25 Portugal / Brasil na contramão?

26 Brasil, um país de classes médias?
Classe “média intermediária” – 26%; classe “média-alta” – 19%; classe “média-baixa” – 18%; Total da “classe média” brasileira: 63% (segundo cálculos da Datafolha) Seis em cada dez brasileiros com 16 anos ou mais já pertencem a esse grupo (90 milhões de pessoas), segundo o Datafolha (pesquisa publicada em 22/01/2012) . Critérios: (1) Nível de rendimento familiar; (2) Equipamentos domésticos; (3) Nível de educação do chefe de família; O Brasil de classes médias é aquele que está conseguindo escapar dos estratos D e E, deixando para trás os excluídos, mas ainda quase não tem presença nas classes A e B. Ganhos de renda — consequência do crescimento económico e das políticas de distribuição de renda — e maior acesso a crédito contribuíram para essa tendência. “Aumentos de renda que parecem pequenos para a elite têm representado uma revolução para as classes mais pobres” (Marcelo Neri, FGV/ diretor do IPEA) Se a posse de bens de consumo aproxima as três classes médias brasileiras, indicadores como salários e educação ainda as distanciam umas das outras.

27 Brasil: evolução dos índices da renda per capita nacional e de desigualdade segundo o Coeficiente de Gini* (1960 = 100)

28 Saldo de novos empregos criados, Brasil 2000-2008
Fonte: CAGED/MTE 2010, in Alice Remy, et al., 2011: 66

29 Fonte: Datafolha, 22/01/2012

30 Fonte: Datafolha, 22/01/2012

31 Desigualdades seg. Coeficiente de Gini – Brasil e Portugal
Fonte: IPEA In Portugal: EU SILC 2011, Eurostat/ in Observatório das Desigualdades do ISCTE.

32 Um mundo desigual na criação e repartição da riqueza

33 Conclusão: Brasil/Portugal, que cenários?
Que diferenças e afinidades entre Brasil e Portugal? Portugal/Brasil: “nova classe média” ou “classe trabalhadora politizada”? 1. Convidada a enriquecer (e a pagar impostos) 2. Convidada a consumir (e a endividar-se) 3. Convidada a empobrecer – e a revoltar-se? De quem é a culpa? Subjetividades em conflito: Respostas individuais (empreendedoras ou consumistas); respostas assistencialistas (culpa do próprio); respostas solidárias e emancipatórias (culpa do capitalismo e da finança); respostas salvíficas (culpa da democracia, da carga fiscal e do Estado social)??... Brasil: uma “imaginária-classe-média-que-vive-do-trabalho” (Antunes, 1995); Consumismo: miragem discursiva dos média e do poder vigente, para satisfação de credores e alguns agiotas ligados ao mundo da finança e do crédito.

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