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Além do ponto e outros contos

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Apresentação em tema: "Além do ponto e outros contos"— Transcrição da apresentação:

1 Além do ponto e outros contos
Caio Fernando abreu

2 Autor: Caio Fernando Abreu Escola literária: Literatura Contemporânea
Dados da Obra Autor: Caio Fernando Abreu Escola literária: Literatura Contemporânea Ano de publicação: 2009 Gênero: Contos - Antologia Divisão da Obra: 15 contos Literatura Contemporânea: A partir de 1960 Recrudescimento da Ditadura Repressão social

3 Dados biográficos Caio Fernando Abreu Caio Fernando Loureiro de Abreu nasceu no dia 12 de setembro de 1948, em Santiago, Rio Grande do Sul, cidade próxima à fronteira com a Argentina. Ainda no colegial, em 1966, cursado em Porto Alegre, Caio teve um de seus contos, “O príncipe sapo”, publicado pela revista Cláudia. Nessa mesma época escreveu também seu primeiro romance, “Limite Branco”.

4 Dados biográficos A partir de 1967 cursou Letras e Arte Dramática na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mas abandonou ambos os cursos para dedicar-se ao jornalismo. Transferiu-se para São Paulo em 1968, após ser selecionado, em concurso nacional, para compor a primeira redação da revista Veja. No ano seguinte, perseguido pela ditadura militar, refugiou-se na chácara da escritora Hilda Hilst ( ), em São Paulo. A partir daí passou a levar uma vida errante no Brasil e no exterior. Caio lançou em “Pedras de Calcutá”. Em 1980, recebeu o Prêmio Status de Literatura, com o conto “Sargento Garcia”. Lançou em 1982 “Morangos mofados”, e em publicou “Triângulo das Águas”, que reúne três novelas. Uma delas, “Pela Noite”, é considerada o primeiro texto da literatura brasileira sobre o tema da AIDS.

5 Dados biográficos Em 1988 publicou “Os dragões não conhecem o Paraíso”, é considerado o melhor trabalho do escritor, e o mais maduro. Foi para a França, em 1994, onde escreveu a novela “Bien Loin de Marienbad”. Em setembro do mesmo ano escreve em sua coluna semanal, no jornal O Estado de S. Paulo, uma série de três cartas denominadas “Cartas para Além do Muro”, onde declara ser portador do vírus HIV. Caio Fernando Abreu foi contista, romancista, dramaturgo e jornalista. Escreveu os mais diversos tipos de textos: contos, cartas, romances, poemas, peças teatrais, crônicas e crítica - teatral e literária. Utilizava uma linguagem muito próxima ao coloquialismo, o gosto pelo não literário, seus textos são híbridos, porque se encontram elementos da poesia na prosa, da prosa na poesia, do teatro no conto, das músicas que ouvia dos filmes a que assistia das experiências que vivia.

6 Dados biográficos Em 1996 Caio foi internado, com pneumonia aguda decorrente do vírus HIV. Em 25 de fevereiro, faleceu aos 47 anos, o auge de sua carreira internacional, com livros publicados em diversos países. Caio viria a ser um dos escritores mais populares e queridos da Literatura brasileira. Foi justamente por romper com os padrões literários, empregando uma linguagem acessível e mais próxima ao coloquialismo, que o escritor angariou uma legião de fãs e leitores, que compartilham frases e trechos de sua obra à exaustão nas redes sociais.

7 Inventário do ir-remediável O ovo apunhalado Pedras de Calcutá Morangos mofados Os dragões não conhecem o paraíso Ovelhas negras Principais Obras: Contos

8 Limite branco - 1971 Onde andará Dulce Veiga? - 1990
Principais Obras : Romance

9 Triângulo das águas - 1983 As frangas - 1988
Principais Obras: Novela

10 Principais Obras: Teatro
Sarau das 9 às Pode ser que seja só o leiteiro lá fora Uma visita ao fim do mundo Principais Obras: Teatro

11 Principais Obras: Crônicas
Pequenas epifanias – 1996 Principais Obras: Crônicas

12 Principais Obras: Antologias
Mel e girassóis – 1988 Melhores contos – 2006 Além do ponto e outros contos – 2009 Principais Obras: Antologias

13 O livro Além do ponto e outros contos é composto por 15 contos:
CONTOS EM 1ª PESSOA Alcance: em uma narração em 1ª pessoa, Caio Fernando Abreu explora: Além do ponto; Para uma avenca partindo; ‘Recuerdos de Ypacarai’; Retratos; e Holocausto. Dimensão dos sentimentos; Frustração por querer dizer algo que não diz; e Sentimento de inadequação.

14 O livro Além do ponto e outros contos é composto por 15 contos:
CONTOS EM 3ª PESSOA CONTOS EM 3ª PESSOA Fuga; Os cavalos brancos de Napoleão; O coração de Alzira; O príncipe sapo; Triângulo amoroso: variação sobre o tema; Linda, uma história horrível; O destino desfolhou; Sob o céu de Saigon; Aniversário; e Aqueles dois.

15 Fuga: NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA
RESUMO: Um menino e uma menina de seis anos combinam fugir de casa. O garoto premedita o crime, leva consigo sua sombra e um pião. Sai esgueirando-se contra um muro para encontrar-se com a garota (Lucinha), cruza com uma senhora, teme ser descoberto quando ela o olha nos olhos, mas recebe dois biscoitos. Ele já tem mois do que tinha em sua saída. TEMA: Relacionamento Humano Comportamento Decepção Solidão PERSONAGENS: Menino e menina de seis anos

16 Fuga: NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA
RESUMO: Caminha até o poste em que marcara o encontro com sua cúmplice, Ela não estava lá. Senta-se e espera. Nisso outro menino se aproxima e cobiça seu pião. O garoto negocia seu pião, dar-lhe-ia se o outro fugisse com ele. O pião foi-lhe entregue e o outro foge com ele. Era a 2.ª traição. A 1.ª fora a garota que não comparecera. O garoto vai à casa dela. Não estava. Tinha ido a um aniversário, ele vai para lá. Ela o recebe: cocada e guaraná em sua mão. Desistira de fugir por causa do aniversário. Pensou em xingá-la com horríveis palavrões, mas envergonhado, desiste da fuga e pergunta à Lucinha se a aniversariante o deixaria entrar se presente. TEMA: Relacionamento Humano Comportamento Decepção Solidão PERSONAGENS: Menino e menina de seis anos

17 Os cavalos Brancos de Napoleão: 3ª PESSOA
RESUMO: Um famoso advogado, em suas férias, vê cavalos nas nuvens . A partir daí começa a ter uma alucinação com cavalos brancos (brincadeira com seu nome!). À princípio tímidos, depois dóceis (mas, ao final, condenatórios). Ele guarda essa visão como a um tesouro, como se fosse a coisa mais real e importante de sua existência. Começou a cultuá-los e cresceu em segurança , estava mais forte mais senhor de si. Os cavalos lhe davam o que a vida burguesa(mulher, trabalho, filhos) negava-lhe. Porém, em uma audiência em que defendia um matricida, os cavalos apareceram e pareciam contrariados. Sua voz foi ficando mais baixa e tímida e murmurou um pedido de desculpas. Perdeu o caso. Os cavalos o acompanharam até em casa, sentados no banco de trás de seu carro. TEMA: Loucura Aparência versus essência PERSONAGENS: Napoleão, esposa e os cavalos brancos

18 Os cavalos Brancos de Napoleão: 3ª PESSOA
RESUMO: Seu delírio foi o responsável pela perdido caso, todavia o que lhe abatia era a indiferença dos cavalos. Mulher e amigo tentam animá-lo. Ele passa de médico a psicólogo, de psicólogo a psiquiatra, de psiquiatra a psicanalista, de psicanalista a casa de saúde, de casa de saúde a sanatório de sanatório a hospício. Os cavalos de indiferentes tornam-se agressivos. Ele falece e seu último desejo foi ser conduzido por sete cavalos brancos. Isso foi respeitado. Se tivessem aberto o caixão, talvez vissem um vago sorriso. O zelador do cemitério espalhou que vira um homem nu, cavalgando dóceis cavalos brancos em direção ao crepúsculo. TEMA: Loucura Aparência versus essência PERSONAGENS: Napoleão, esposa e os cavalos brancos

19 Além do ponto: NARRAÇÃO EM 1ª PESSOA
RESUMO: Um jovem caminha , por uma noite fria e chuvosa, sem abrigo, mal protegido do frio e da chuva, em direção a casa de outro homem que não lhe espera. Pensa em pegar um táxi; contudo, então, o dinheiro não daria para que ele levasse o conhaque que trazia apertado ao peito, nem o maço de cigarro meio úmido que trazia ao bolso. Ele imagina que estar molhado e com frio serviria de desculpa para que eles tomassem o conhaque e fumassem em um carinho compartilhado ao som de um sax. TEMA: Relacionamentos Solidão Busca de identidade Inadequação PERSONAGENS: Narrador

20 Além do ponto: NARRAÇÃO EM 1ª PESSOA
RESUMO: O caminho torna-se difícil. O homem é a imagem da decadência. Sapatos com a sola furada, dente da frente na arcada inferior quebrado (não queria que o outro desconfiasse eu ele não tinha dinheiro para cuidar-se, e ele não tinha). Planeja sorrir de maneira sutil, para não mostrar o dente. Irrita-se por perceber que não queria que o outro soubesse que ele era quem ele era (sua essência. Não se sente bom o bastante para o parceiro.) Um carro o encharca. Ele se desequilibra e cai, a garrafa quebra. Não há mais a desculpa para o encontro. Sujo e atormentado ele segue, com esperança do encontro. Bate à porta, ninguém o atende. Bate, bate até esmurrar (as pessoas na rua 0lham-no críticas), e ele se sente incapaz de outra ação além de bater a uma porta que nunca se abre. TEMA: Relacionamentos Solidão Busca de identidade Inadequação PERSONAGENS: Narrador

21 O coração de Alzira: 3ª PESSOA
RESUMO: Alzira é mulher que se acha desinteressante, grandalhona, passiva e pudica. Reconhece que tem um grande coração onde guarda fundo o que pensa sobre as pessoas de que se gosta. Queria ser pequena, má, vil e mesquinha. Queria ser obscena, mas sua coragem para isso se limitava a abrir a cortina do chuveiro para entregar ao marido um sabonete, enquanto admira veladamente seu corpo nu. TEMA: Relacionamento Humano Busca de identidade Inadequação Solidão Incomunicabilidade nas ações diárias PERSONAGENS: Alzira

22 O coração de Alzira: 3ª PESSOA
RESUMO: É domingo, dia de acordar mais tarde. Ela descobre discretamente o marido e admira ser corpo. Nela cresce o desejo de que ele diga seu nome com doçura e desejo. Nada disso acontece. Vagou pelo quarto, foi ao banheiro. Era domingo, voltou para perto da cama. O marido mudou de posição. Ela esticou a mão para um gesto de ternura que não completou. Lembrou-se da discussão do dia anterior. De repente, o marido abre os olhos, ela diz que é domingo, ele concorda. Ela queria ouvir o seu nome dito lenta e ternamente. Não lhe pede, pois sabe que ele diria mecanicamente. Então ela fala que era dia de dormir até mais tarde. E dormiu. TEMA: Relacionamento Humano Busca de identidade Inadequação Solidão Incomunicabilidade nas ações diárias PERSONAGENS: Alzira

23 O príncipe sapo: NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA
RESUMO: Teresa não é uma mulher bonita (cabelos finos e lisos presos em coque apertado, olhos irônicos e parados, quarentona, solteira), entretanto era diferente (“alguma coisa que assim que transcendia o corpo e ficava pairando ao redor como ... como uma névoa vaga de manhã de outono.”) De uma família de onze irmãs, todas com nomes iniciados com T, viu casarem-se as irmãs uma a uma com um misto de amargura e expectativa. Tinha esperança em um primo seu, Gonçalo, seresteiro, olhos verdes. Pensava que sua vez iria chegar, afinal tinha um saldo a seu favor, era mais inteligente, desembaraçada e elegante que as outras irmãs. TEMA: Relacionamento Humano Busca de identidade Inadequação Amargura Sensação de efemeridade da vida. PERSONAGENS: Teresa (menos importantes: Gonçalo e Chico)

24 O príncipe sapo: NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA
RESUMO: A esperança durou até a última delas, Tânia casar-se com o primo desejado para marido por Teresa. Os pais morreram e a deixaram em uma situação financeira boa, pois era a única desamparada (solteira). Passava seus dias lendo contos infantis e, aos domingos, debruçada à janela admirava discretamente os homens que passavam. Sonhava com um príncipe Sapo, louro, delicado, perfumado, olhos azuis, diferentes dos verdes de Gonçalo que odiava (amava Gonçalo e perdia-se em pensamentos durante as noites, desejando o cunhado.) TEMA: Relacionamento Humano Busca de identidade Inadequação Amargura Sensação de efemeridade da vida. PERSONAGENS: Teresa (menos importantes,: Gonçalo e Chico)

25 O príncipe sapo: NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA
RESUMO: Ela repara, então, em Chico ̶ um homem pequeno, franzino, olhos pardos, salientes e caídos(nada loiro e príncipe!) professor de piano. Vê nele o príncipe Sapo. Contrariando a família,(Gonçalo tenta demovê-la do esbanjamento de dinheiro e da sem-vergonhice de receber um homem em casa) ela compra um piano, recebe-o para aulas. Até que se declara a ele comunicando que eles se casariam. No entanto, ele diz que não pode casar-se com ela nem com ninguém: sofrera um acidente com uma granada (estava eunuco). Não era homem inteiro, era meio homem. Ela vendeu o piano e voltou às janela aos domingos. TEMA: Relacioname nto Humano Busca de identidade Inadequação Amargura Sensação de efemeridade da vida. PERSONAGENS: Teresa (menos importantes,: Gonçalo e Chico)

26 Triângulo amoroso: Variação sobre o tema: NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA
Era uma menina normal. Aceitava com alguma frustração as frescuras no vestir (lacinhos, babadinhos). Ela sentia-se muito só. Ainda não sabia falar quando apareceu um gato. Ambos eram dissimulados ( Eram parecidos, a menina e gato). Ela chorava, ele miava. Amavam-se com violência: ele arranhando-a, ela apertando e mordendo-o Tema: Relacionamento Morte Traição Solidão Personagens: Menina Gato Gata

27 TRIÂNGULO AMOROSO: VARIAÇÃO SOBRE O TEMA : Narração em 3ª pessoa
Trouxeram uma gata para o gato. Ele foi esquecendo dela. A gata dissimulada, o gato tronou-se tão capacho da gata que deixava a menina enfurecida. Um dia, ela também aprendeu a dissimulação. Levou leite para o gato. Pegou pela cabecinha e esganou-o. Assassinou o gato. Não é meu, não será de ninguém. Aprendeu a falar sua primeira palavra: ATO. Cresceu, cresceu, cresceu. Casou, teve três filhos, Comprou um automóvel, um apartamento no Guarujá e uma casa em Poços de Caldas. Tema: Relacionamento Morte Traição Solidão Personagens: Menina Gato Gata

28 Para uma avenca partindo: EM 1ª PESSOA
RESUMO: Em um monólogo, o narrador tenta dizer algo para a namorada que está partindo. Diante do ônibus, ele quer transmitir seus sentimentos, mas é interrompido, paulatinamente de forma real ou subjetiva, por risos, consulta ao relógio ou comentários banais vindos dela. Ele quer dizer que ela cresceu dentro dele como se fosse uma semente de uma planta pequena, rala e frágil, uma avenca. Ela não cresceria se ele a tivesse mantido em um pequeno vaso. Porém, ele compreendera, há tempos, que ela precisava de muito espaço. Ele pede ajuda para dizer, porque , caso contrário seria tarde, todavia seu pensamento é incomunicável. Ela se distrai, olha uma revista e se vai sem que ele diga o que quer. TEMA: Relacionamento Humano Busca de identidade Inadequação Incomunicabilidade Solidão Sensação de efemeridade da vida. PERSONAGENS: Narrador e sua companheira

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30 Linda, uma história horrível: EM 3ª PESSOA
RESUMO: O filho volta para casa sem avisar. A mãe o recebe quase rispidamente. De um jeito que ele aprendeu, com o tempo, a interpretar como amor. Bruto, cru e seco, mas amor. Ele a abraçou desajeitado, pois a demonstração de afeto entre eles não era habitual. Já com Linda, a cachorra, quase cega, inútil e sarnenta, eles podem demonstrar mais abertamente afeto. Embora também esse seja seco como o ato de enxotar o animal ameaçando-o com pontapés. A conversa corre banal, cheia de silêncio: ‘por que não avisou?’, ‘ a senhora não tem telefone’, lembranças de conhecidos, fumam um cigarro. A mãe pergunta o motivo da vinda, e isso faz com que percebamos que ele tem algo importante a dizer, mas afirma ser apenas saudade. Ela reclama da solidão do ‘abandono’ da filha ̶ Elzinha ̶ da soberba do genro sempre querendo ser ‘mais’ do que os outros, ostentando uma cultura que não tem. TEMA: Relacionamento Humano/ Familiar Busca de aceitação Inadequação Aids Decadência Solidão PERSONAGENS: Narrador, sua mãe e Linda (cachorra)

31 Linda, uma história horrível: EM 3ª PESSOA
RESUMO: Ele percebe a decadência da casa e a fragilidade da mãe. A mãe lembra que andou de avião para visitá-lo e de um amigo dele(Beto) a quem achou ‘fino’, pois a levou a um restaurante. Ele diz que não vê Beto há algum tempo, ela pergunta por quê. Ele diz que essas coisas são difíceis. Ela joga a cachorra no chão, como se adivinhasse o que ele iria falar, e ríspida diz que ele sabe onde é o quarto e vai dormir. Ele se olha diante do espelho, tonto, emocionado, percebe-se magro e com manchas púrpuras indicativas de estágio avançado de Aids. Vai escorregando até o chão e, em abandono toca o pelo da cachorra, dizendo-lhe que ela é linda. TEMA: Relacionamento Humano/ Familiar Busca de aceitação Inadequação Aids Decadência Solidão PERSONAGENS: Narrador, sua mãe e Linda (cachorra)

32 O destino desfolhou: CONTADO EM 3ª PESSOA
RESUMO: Conto dividido por subtítulos: 1.º: Vênus: Com doze anos, em uma festa de aniversário, tímido, o menino descobre gostar de Beatriz, um ano mais velha, filha única de uma viúva (a mãe dele a chama de ‘estrelete’, ele não entendia o que os adultos diziam, porém gostou do som da palavra). 2.º: Cenas: Narra o que ocorria nos festivais de fim de ano na escola. Ele, sem talento algum, era plateia, Beatriz brilhava no palco com seu acordeom cantando “O destino desfolhou”(Carlos Galhardo). Estudaram juntos e eram amigos até o a quinta série. 3.º: A separação: Deixaram de estudar juntos, ela amadurece primeiro, torna-se moça, está sempre junto de outras garotas e interessa-se por outros rapazes. De longe, ele a cobiça sem declara-se, mas ouve sua mãe dizer que ela está com leucemia. TEMA: Relacionamento Humano Amor Decepção amorosa Incomunicabilidade Infidelidade Morte Sensação de efemeridade da vida. PERSONAGENS: Rapaz e Beatriz

33 O destino desfolhou: CONTADO EM 3ª PESSOA
RESUMO: 4.º: A urgência: Tinha de declarar-se para ela, dizer-lhe que cuidaria dela e que juntos achariam a cura. Marcou um encontro, através de um bilhete por uma conhecida amiga dela(Betinha). Pediu a Beatriz que fosse sua namorada. Disse que gastava dela. Com meio sorriso, ela disse que não gostava dele. Magoado, falou que ela iria morrer. Ela se foi. Ele descobriu que ela mudara: salto, batom e sutiã: era uma mulher. 5.º: A partida: Quis pedir que ela voltasse, e ela foi embora para sempre. Ele cresceu. Seu irmão queria levá-l0 para visitar uma casa de meretrizes. Não aceitou. Tentou namorar Betinha, entretanto só pensava em Beatriz e foi dispensado. 6.º: Marte: No verão, ouviu os vizinhos dizerem que Beatriz morrera grávida. A mãe comentou que, como ela sabia que morreria, perdera a moral e deitara-se com qualquer rapaz. Decidido, o rapaz resolveu ir a um meretrício. Foi com o automóvel do pai. TEMA: Relacionamento Humano Amor Decepção amorosa Incomunicabilidade Infidelidade Morte Sensação de efemeridade da vida. PERSONAGENS: Rapaz e Beatriz

34 O destino desfolhou: CONTADO EM 3ª PESSOA
RESUMO: 7.º: Poeira: Na ‘casa das moças’, encontrou todos os rapazes com quem Beatriz envolvera-se. Embebedou-se enraivecido com eles. Na manhã seguinte, lembrou-se de muito pouco: o vômito, a loira com quem se relacionara e de ter pedido para ouvir “O destino desfolhou”. Tantos anos depois, insônia, drogas, rejeição, não lembra quase nada, além do que sentia por Beatriz, coisas que chama de ‘aquele tempo’. Os outros dizem para esquecer. Continuam a dizer coisas que ele não entende. TEMA: Relacionamento Humano Amor Decepção amorosa Incomunicabilidade Infidelidade Morte Sensação de efemeridade da vida. PERSONAGENS: Rapaz e Beatriz

35 Descrição de uma situação de abandono, dor , frio e fome.
Holocausto (sacrifício em que a vítima é consumida pelo fogo0 : NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA TEMA: Loucura Relacionamento Humano Mazelas sociais PERSONAGENS: Narrador(Homem sem nome) RESUMO: Descrição de uma situação de abandono, dor , frio e fome. A personagem começa a história, quando apenas um dente doía, ele apertava o músculo com a ponta de dois dedos, a dor sumia. Braços e pernas se distendiam na grama e sentia o sol. Fala dos piolhos, antes mesmo de ter dor de dente, tinha-os e fala em como os sentia caminharem por seu couro cabeludo. Ele pensava serem pensamentos, depois descobriu que eram piolhos. Depois veio a sarna (coceira entre os dedos, estourar da bolha e o espalhar do líquido que elas tinham faz avançar mais e mais a doença). A princípio, o sol as cicatrizava, depois não puderam mais ser detidas.

36 Holocausto(sacrifício em que a vítima é consumida pelo fogo0 : NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA
TEMA: Loucura Relacionamento Humano Mazelas sociais PERSONAGENS: Narrador(Homem sem nome) RESUMO: Havia outros (treze com ele), havia a casa, mas absorvido com o que acontecia a seu próprio corpo, nada à volta parecia-lhe real. O corpo estava tomado pela doença, temeu que o expulsassem. Não tinham eletricidade, era inverno, dormiam muito, Consumiam velas roubadas das igrejas, pouco viam-se uns aos outros e evitavam-se olhar. Há uma semana, começaram a queimar móveis do andar de cima para aquecerem-se, depois de outro andar, a seguir, paredes, escadas, tapetes livros... Até nada mais haver. A personagem percebe que chegará o momento de queimarem-se a si próprios para proporcionar calor aos outros. Dormem todos unidos, e ele tem medo do momento de lançar-se ao fogo, talvez ele o faça. Mas não naquele momento.

37 ‘Recuerdos de Ypacarai’: EM 1ª PESSOA
RESUMO: O narrador brincava de atormentar formigas, Malu veio dizer que Bituca fugiria com o Circo Robatini. Ele disse ser mentira e que se ela repetisse para alguém nunca mais lhe dirigiria a palavra. Resolveu ir atrás de Bituca. Não estava em casa, a mãe não sabia onde encontrá-lo. Atormentou-se entre contar-lhe ou não da fuga do amigo. Venceu a lealdade e nada disse. Ela pediu para que avisasse ao rapaz que voltasse para casa e que, se estragasse as calças, apanharia. Quando o encontra conversando com a bela trapezista Rúbia, a qual lhe dava sorvete na boca, transmite o recado, envergonhando o amigo que queria parecer adulto, fumava e, contrariado, jogou-lhe fumaça no rosto. Bituca confirmou que iria embora. Convidou-o, porém o narrador recusou e tentou sensibilizar o amigo com a imagem da mãe. TEMA: Relacionamento Humano Amizade Companheirismo Fidelidade PERSONAGENS: Bituca, narrador (menino) personagens do circo

38 ‘Recuerdos de Ypacarai’: EM 1ª PESSOA
RESUMO: Pediu ao Bituca um cigarro, fumou-o e ficou enjoado. Saiu correndo para vomitar. Chegou à sua casa doente. Chamaram um médico. Repouso e dieta: deram-lhe bolacha e guaraná, ficou de cama. Bituca veio visitá-lo. Desiludido, ofende Rúbia dizendo que ela prometera levá-lo, dera-lhe cigarro e sorvete, prometera ensinar-lhe a pular no trapézio, todavia voltara atrás dizendo-lhe que Saul (outro artista do circo e seu amante) recusara-se a deixá-lo ir com eles. Era quase noite, hora em que a radiola do circo tocaria ‘Recuerdos de Ypacarai’ (lago paraguaio), porém o circo já se fora e só ficara o silêncio. TEMA: Relacionamento Humano Amizade Companheirismo Fidelidade PERSONAGENS: Bituca, narrador (menino) personagens do circo

39 ‘Recuerdos de Ypacarai’: EM 1ª PESSOA
RESUMO: Ele tenta consolar Bituca falando que outros circos viriam. O amigo disse-lhe que era tarde. Era tarde para o circo e para as mulheres. E que o narrador era muito jovem para entender sua desdita. Termina o conto com o narrador perdendo a ingenuidade, porquanto afirma que está sem paciência para ler revistinha do Super-Homem, percebendo a infantilidade de que nem os mais chegados (Miriam Lane- era o nome português para a personagem de Louis Lane) conseguiam descobrir a identidade do herói. TEMA: Relacionamento Humano Amizade Companheirismo Fidelidade PERSONAGENS: Bituca, narrador (menino) personagens do circo

40 Retratos: NARRAÇÃO EM 1ª PESSOA
TEMA: Homossexualidade Relacionamento Humano Busca de identidade Inadequação Incomunicabilidade Solidão Sensação de efemeridade da vida. PERSONAGENS: Narrador e jovem artista desconhecido RESUMO: Conto dividido em dias da semana(de sábado a domingo da semana seguinte): O narrador relata seus encontros com um rapaz, aparentemente morador de rua, artista que lhe propõe pintar seu retrato. O centro do enredo é que o narrador desenvolve uma dependência emocional por esses encontros.

41 Retratos: NARRAÇÃO EM 1ª PESSOA
TEMA: Homossexualidade Relacionamento Humano Busca de identidade Inadequação Incomunicabilidade Solidão Sensação de efemeridade da vida. PERSONAGENS: Narrador e jovem artista desconhecido RESUMO: Sábado: Não havia reparado no rapaz antes, nada o distinguia dos demais(roupas coloridas, cabelos enormes, ar sujo e entorpecido). Assinara uma circular de moradores que pedia a retirada dessas pessoas dali, mas nada ocorrera. Também, após observá-los, não vê motivo para a circular. Um deles durante essa observação, fez-lhe um retrato e sorrira-lhe ao entregar. Estava bem feito. Mandaria pôr o retrato numa moldura no corredor da entrada.

42 Retratos: NARRAÇÃO EM 1ª PESSOA
TEMA: Homossexualidade Relacionamento Humano Busca de identidade Inadequação Incomunicabilidade Solidão Sensação de efemeridade da vida. PERSONAGENS: Narrador e jovem artista desconhecido RESUMO: Domingo: O narrador sai para comprar jornal e encontram-se. O artista amador perguntou se queria fazer outro retrato. Ele perguntou para que iria querer mais um e sorriu. O rapaz sugeriu que fizesse um por dia para saber como era o seu rosto ao longo da semana. Achando engraçado, o homem disse que então seriam sete, e o rapaz afirmou que sete era um número mágico. O homem observou-o , enquanto desenhava. E percebeu diferenças entre ele e os outros: sempre sozinho, mão fina e azulada, expressão concentrada e distante, movimentos rápidos, durante o desenho, e paradas em meio movimento no ar quando não desenhando. Estava intrigado. O artista entregou um desenho de que o homem não gostou: parecia abatido. Disse-lhe isso ao pagar. O rapaz afirmou que isso sinalizava que seu rosto era melhor aos sábados. O narrador planeja perguntar seu nome na segunda-feira.

43 Retratos: NARRAÇÃO EM 1ª PESSOA
TEMA: Homossexualidade Relacionamento Humano Busca de identidade Inadequação Incomunicabilidade Solidão Sensação de efemeridade da vida. PERSONAGENS: Narrador e jovem artista desconhecido RESUMO: Segunda-feira: Esqueceu-se dele até voltar para casa, em cuja entrada o encontrou. Quase o convidou para comerem juntos dada a magreza do rapaz, mas desistiu. Os vizinhos não gostariam. Nota que ele anda sempre descalço e tem pés finos como as mãos. Parecia pisar sobre folhas. Unhas transparentes e limpas. Perguntou seu nome, quando ele terminara de desenhar. A resposta o intriga, como seu andar, “meu nome é tudo o que eu sou”. Estendeu-lhe a folha com um desenho sem deixar que ele indagasse o sentido de sua resposta. Só olhou o retrato em seu apartamento: estava mais velho com a cara que via no espelho da portaria e que pensava deformar as pessoas.

44 Retratos: NARRAÇÃO EM 1ª PESSOA
TEMA: Homossexualidade Relacionamento Humano Busca de identidade Inadequação Incomunicabilidade Solidão Sensação de efemeridade da vida. PERSONAGENS: Narrador e jovem artista desconhecido RESUMO: Terça-feira: Procurou-o ao sair pela manhã, para convidá-lo para tomar café no bar da esquina. Fizera frio à noite. Ouvira dizer que aquela gente dormia na praia. De madrugada, pensara nele, com pena do parco abrigo oferecido pelo casaco militar dele. Foi difícil trabalhar, estava irritado, brigara no serviço e só pensara no rapaz. Este esperava na esquina para mais um retrato. Desenhou-o e entregou-lhe retrato e uma margarida. O retrato, apesar de bem feito, mostrava um homem feio, com expressão triste. Não se olhou no espelho com medo de ver-se assim. Desconfiou que o artista caprichara apenas no primeiro para conquistar um freguês. Caminhou vagarosamente para casa e notou as vizinhas observando enquanto conversara com o jovem.

45 Retratos: NARRAÇÃO EM 1ª PESSOA
TEMA: Homossexualidade Relacionamento Humano Busca de identidade Inadequação Incomunicabilidade Solidão Sensação de efemeridade da vida. PERSONAGENS: Narrador e jovem artista desconhecido RESUMO: Quarta-feira: O dia custou a passar. Às seis horas, apanhou o casaco e desceu, comprou um colar para presentear o rapaz. Fazia frio e perguntou ao desenhista se não o sentia. A resposta foi enigmática: “Não esse mesmo frio que o senhor sente”. O desenho ficou feio. Foi posto na parede ao lado dos outros, parecia cada vez mais velho. Apertaram-se as mãos, as do rapaz estavam muito frias. Faltavam apenas dois retratos. Não lhe entregou o colar temendo a intimidade do gesto. As vizinhas observam-no pelas janelas e falavam baixinho entre si. Pela primeira vez ele não as cumprimentou.

46 Retratos: NARRAÇÃO EM 1ª PESSOA
TEMA: Homossexualidade Relacionamento Humano Busca de identidade Inadequação Incomunicabilidade Solidão Sensação de efemeridade da vida. PERSONAGENS: Narrador e jovem artista desconhecido RESUMO: Quinta-feira: Não dormira. Olhava os retratos à parede e a diferença entre eles: cada vez mais velho. Lembrou do que o rapaz dissera ao lhe entregar a flor: “Flor e abismo” ou seria “Flor é abismo”? Já não lembrava. No escritório, não consegue concentrar-se no serviço. Saiu mais cedo e foi tomar uma cerveja no bar. Encontrou-o no mesmo lugar e quase correu até ele, mas tratou-o com indiferença. Ao entrar em seu edifício, não foi cumprimentado. Parecia um cadáver no retrato. Faia frio e ele pensa em comprar uma cama e convidar o rapaz para pernoitar em seu apartamento sob o pretexto de que a cama fosse de sua irmã que estaria viajando. Ainda não entregara o colar, temendo o que o retratista poderia pensar. Para pagar o próximo retrato não compraria cigarros no dia seguinte.

47 Retratos: NARRAÇÃO EM 1ª PESSOA
TEMA: Homossexualidade Relacionamento Humano Busca de identidade Inadequação Incomunicabilidade Solidão Sensação de efemeridade da vida. PERSONAGENS: Narrador e jovem artista desconhecido RESUMO: Sexta-feira: Trabalhou apenas pela manhã, mentiu que não se sentia bem, pediu um adiantamento do salário dizendo ser para o remédio. Foi ao cinema para que o dia corresse. Caminhou até à praça. O rapaz não estava lá. Subiu para tomar banho. Depois desceria. Sem perceber estava chorando. Sexta-feira mais tarde: O rapaz não foi ao encontro. O homem não compreende sua atitude e fica apavorado: seria o último retrato, ele lhe daria o colar e lhe oferecia abrigo, um lugar para dormir e comer. Toma três sedativos e se sente amortecido, todavia tem esperança que ele vote no dia seguinte.

48 Retratos: NARRAÇÃO EM 1ª PESSOA
TEMA: Homossexualidade Relacionamento Humano Busca de identidade Inadequação Incomunicabilidade Solidão Sensação de efemeridade da vida. PERSONAGENS: Narrador e jovem artista desconhecido RESUMO: Sábado: Acordou cedo e foi à praça. Não o encontra e indaga sobre ele: sem saber seu nome, a descrição feita dele parece a de um louco... Ninguém sabia. Bate à porta de vizinhas, três delas fecharam-lhe a porta na cara, resmungando coisas que não compreendeu. Outras duas dizem ter quartos para alugar, coisa que também não compreendeu. Saiu para caminhar, gastou todo o dinheiro em cervejas e não encontrou o artista. Telefonou para delegacias, hospitais e necrotérios: sem o nome pouco se poderia fazer. Estava molhado, exausto, tossindo e espirando. Caiu na cama e dormiu.

49 Retratos: NARRAÇÃO EM 1ª PESSOA
TEMA: Homossexualidade Relacionamento Humano Busca de identidade Inadequação Incomunicabilidade Solidão Sensação de efemeridade da vida. PERSONAGENS: Narrador e jovem artista desconhecido RESUMO: Domingo: Passou o dia na praça. Ele não apareceu. Levou consigo os retratos, olhando os seis. O último se assemelhava a um cadáver. Sente que os retratos o olham com desprezo. Quando já era tarde e percebeu que ele nunca mais viria, voltou lentamente para casa. Todavia, o porteiro não o deixou entrar. Mostrou uma circular feita pelas vizinhas dizendo coisas as quais não leu. Foi para o bar e começou a escrever. Espalhou os retratos sobre a mesa, despetalou a margarida, observou seu halo amarelo e o último retrato: um cadáver. Acreditou saber por que ele não viera. Divaga: “Flor é abismo”. “Flor e abismo”. E descobriu que já estava morto. (Possivelmente, de forma metafórica!)

50 Sob o céu de Saigon(Capital do Vietnã do Sul desde 1950 até 1975): EM 3ª PESSOA
RESUMO: O narrador descreve jovens que passam pela Rua Augusta. Primeiro um rapaz: barba por fazer, jeans desbotados, tênis gastos, camisetas e , no frio, casaco ou suéter puídos nos cotovelos. Mãos nos bolsos, unha roída impossível de perceber, manchas amareladas de cigarro no indicador e médio da mão dominante. Olhar baixo, não como quem teme tropeçar ou, ainda, olhar para o alto em dias claros como buscando desesperados a luz do sol. Seguem sempre em frente, subindo e descendo a Rua Augusta. O personagem é um desses rapazes que, aos sábados, sobem e descem a rua. TEMA: Relacionamento Humano Juventude Incomunicabilidade Solidão PERSONAGENS: Um rapaz e uma garota

51 Sob o céu de Saigon(Capital do Vietnã do Sul desde 1950 até 1975): EM 3ª PESSOA
RESUMO: Ela é uma das moças que, aos sábados, sobem e descem a rua. Bolsa pendurada nos ombros, peles sem nenhum artifício, jeans desbotados, sapatos de salto baixo, às vezes, tênis gastos, camisetas ou alguma blusa de musselina, seda, crepe, ou outro tecido ‘fino/ caro’ (percepção de não tratar-se de uma prostituta ou empregada). Essas moças não olham para nem para cima nem para baixo, mas direto para frente visualizando o horizonte. Seguem sempre em frente subindo e descendo a Rua Augusta. A personagem é uma delas e, aos sábados, desce a rua em direção aos Jardins. TEMA: Relacionamento Humano Juventude Incomunicabilidade Solidão PERSONAGENS: Um rapaz e uma garota

52 Sob o céu de Saigon(Capital do Vietnã do Sul desde 1950 até 1975): EM 3ª PESSOA
RESUMO: Encontram-se rapaz e moça em frente ao mesmo cinema. Outros entram e saem sem vê-los e sem verem-se. Ele sorri para ela, e a moça diz “Parece, Saigon, não? ”, mencionando o céu. Ele não entende. Ela repete. Ele pergunta se ela já esteve lá, ela nega isso , porém afirma que deve ser assim. Ele não entendeu, depois confirmou sorrindo. Afastam-se querendo ficar conversando. Não deixaram rastros, porque jovens assim não deixam rastros. O narrador confirma que o céu parece o céu de Saigon. TEMA: Relacionamento Humano Juventude Incomunicabilidade Solidão PERSONAGENS: Um rapaz e uma garota

53 Aniversário: NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA
RESUMO: Acordara com a fatalidade da espera colocando um brilho triste no rosto. Esperara todo o dia não sabia o que. Recebeu o abraço da mãe, que se sentiu ofendida com sua indiferença. Outros também assim se sentiriam ao longo do dia. Examinara-se ansioso ao espelho, tentando descobrir se o ano a mais também lhe colocara uma ferocidade a mais ou um novo espanto no rosto. Mas não. Incomodava-o o jeito de espera estampado no corpo inteiro. Segue sua rotina: parabéns dos parentes. . No ônibus, tranquilizou-se, não sabiam do aniversário. Na escola, cantaram ‘o parabéns a você’ e o ‘happy birthday to you’ Era abraçado e felicitado por todos. Alguns percebiam a frieza dele que tentava pensar em outra coisa para não sofrer enquanto era abraçado. No almoço, em casa outro ‘parabéns a você’ suportado com vontade de gritar. TEMA: Relacionamento Humano Busca de identidade Inquietações existenciais Sensação de efemeridade da vida. PERSONAGENS: Rapaz de 19 anos

54 Aniversário: NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA
RESUMO: À noite, acorda em sobressalto, esperara o dia todo por algo que não sabia o que era. Olhou a janela, viu a lua, sentiu-se preso em casa, como ela estava presa ao céu. Coloca todos os sentimentos (solidão melancolia, depressão) como infinitamente inferiores ao sentimento de espera. Levantou-se, foi à geladeira e cortou um pedaço de seu bolo de aniversário, pegou e um copo de guaraná, com gestos lentos e, antes de começar a comer, viu que já passara da meia-noite, não era mais seu aniversário. A lua estava apenas um pouco mais alta no céu. TEMA: Relacionamento Humano Busca de identidade Inquietações existenciais Sensação de efemeridade da vida. PERSONAGENS: Rapaz de 19 anos

55 Aqueles dois: NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA
RESUMO: Conto dividido em cinco seções. O primeiro aspecto que chama a atenção, neste conto, diz respeito à semelhança do nome dos personagens(Raul e Saul) e às características físicas contrárias que eles apresentam. Passaram no mesmo concurso para a mesma firma, mas não se encontraram durante os testes. Foram apresentados no primeiro dia de trabalho de cada um. Cumprimentaram-se divertidos com a coincidência dos nomes. Mas discretos, porque eram novos na firma e não se sabe onde se está pisando. TEMA: Homossexualidade Relacionamento Humano Busca de identidade Intolerância Discriminação. PERSONAGENS: Raul e Saul

56 Aqueles dois: NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA
RESUMO: Ambos são seres solitários e produtos de grandes desilusões amorosas e profissionais, acontecimentos que se conhece à medida que o narrador se encarrega de revelar lentamente o passado de Raul e Saul. Raul vinha de um casamento fracassado, três anos e nenhum filho. Saul, de um noivado tão interminável que terminara um dia e de um curso frustrado de Arquitetura. Talvez por isso, desenhava. Só rostos, com enormes olhos sem íris nem pupilas. Raul ouvia música e, às vezes, de porre, pegava o violão e cantava, principalmente velhos boleros em espanhol. Eram belos, moços e sozinhos. Raul (moreno )tinha vindo do norte, Saul (louro)tinha vindo do sul. TEMA: Homossexualidade Relacionamento Humano Busca de identidade Intolerância Discriminação. PERSONAGENS: Raul e Saul

57 Aqueles dois: NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA
RESUMO: O sentimento de fracasso e de intensa solidão desperta nos dois jovens a mesma percepção do espaço de trabalho, reconhecendo-o como um “deserto de almas”. Insígnia que, à medida que intensificam os laços de amizade, reconhecem como sendo ponto-de-vista de ambos. Tal sentimento e percepção, desencadeados em ambos pela atmosfera do espaço, os diferenciam daqueles seres autômatos e destituídos de alma que dividiam com eles o mesmo ambiente de trabalho. Acabam, então, por se reconhecerem um no outro, quando comentam um filme antigo: paixão dos dois. TEMA: Homossexualidade Relacionamento Humano Busca de identidade Intolerância Discriminação. PERSONAGENS: Raul e Saul

58 Aqueles dois: NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA
RESUMO: Os pequenos e fortuitos encontros na copa, para tomar um cafezinho ou fumar um cigarro, acabam se tornando momentos prazerosos, os melhores de todo o expediente. Entre um encontro e outro, vão estreitando a relação e acabam descobrindo afinidades, dentre as quais o amor pelos filmes antigos. Trocam telefones e se sentem aflitos com a ausência um do outro, durante os fins de semana. Começam a se falar constantemente pelo telefone, intensificam os encontros, agora intencionais na hora do cafezinho, frequentam as festas da repartição, unidos, assim como se fossem, agora, “sombras” um do outro. TEMA: Homossexualidade Relacionamento Humano Busca de identidade Intolerância Discriminação. PERSONAGENS: Raul e Saul

59 Aqueles dois: NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA
RESUMO: Durante esse período, acontece uma fatalidade. A mãe de Raul morre e este viaja para o norte para acompanhar o seu funeral. Nos intermináveis dias da ausência do amigo, Saul parece incompleto e ansioso pela sua volta. Parece destituído de uma parte de si mesmo. Quando Raul chega da viagem, que pareceu longa demais aos olhos e sentimentos de Saul, o doloroso acontecimento parece aproximar mais ainda os amigos. Entre um abraço apertado, que durou o tempo de um cigarro se consumir sem ser tragado, Raul parecia inconsolável, porém acalentado por Saul. TEMA: Homossexualidade Relacionamento Humano Busca de identidade Intolerância Discriminação. PERSONAGENS: Raul e Saul

60 Aqueles dois: NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA
RESUMO: Esse primeiro contato mais íntimo entre os dois, em uma situação dolorosa, parece intensificar a relação dos protagonistas. Com o término da primavera e a chegada das festas de fim de ano, ambos trocam presentes e acabam exagerando no álcool. Na noite de trinta e um, após várias champanhas, uma espécie de “desejo” parece tomar forma e se impor de modo grande demais entre aqueles dois. Aparentemente uma mera observação, o elogio dirigido de um a outro, parece não significar mais que uma simples constatação referente ao aspecto físico dos dois amigos. Entretanto, o comportamento de ambos, após o comentário, parece evidenciar um algo mais. TEMA: Homossexualidade Relacionamento Humano Busca de identidade Intolerância Discriminação. PERSONAGENS: Raul e Saul

61 Aqueles dois: NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA
RESUMO: Quase a noite inteira, um conseguia ver a brasa acesa do cigarro do outro, furando o escuro feito um demônio de olhos incendiados. Pela manhã, Saul foi embora sem se despedir para que Raul não percebesse suas fundas olheiras. Intriga o motivo da ansiedade, evidenciada pelo excesso de cigarros e a insônia que acomete aqueles dois durante toda a noite. Qual o razão de tanta preocupação? Seriam, de fato, almas gêmeas na iminência de se fundirem novamente, apesar do peso social e individual que tal processo acarretaria? A resposta, apesar de evidente, fica sob a responsabilidade do leitor. TEMA: Homossexualidade Relacionamento Humano Busca de identidade Intolerância Discriminação. PERSONAGENS: Raul e Saul

62 Aqueles dois: NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA
RESUMO: Apesar de se considerar um escritor pouco comprometido com a realidade social, Caio Fernando Abreu, no conto Aqueles dois apresenta uma espécie de confirmação das circunstâncias que envolvem qualquer tipo de relação homoafetiva ou homoerótica, por meio, inclusive, do subtítulo conferido ao conto em outra edição: “História de aparente mediocridade e repressão”. Quando começa o novo ano, os dois rapazes são surpreendidos com a notícia de suas demissões. O chefe justifica: tinha recebido algumas cartas anônimas. Recusou-se a mostrá-las. Pálidos, ouviram expressões como “relação anormal e ostensiva”, “desavergonhada aberração”, “comportamento doentio”, “psicologia deformada”, sempre assinadas por Um Atento Guardião da Moral. TEMA: Homossexualidade Relacionamento Humano Busca de identidade Intolerância Discriminação. PERSONAGENS: Raul e Saul

63 Aqueles dois: NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA
RESUMO: Apesar do enorme desapontamento, ambos parecem maiores e mais altivos diante daquele sujeito que os acusa. Apressam-se em esvaziar as gavetas e retirar os seus pertences daquele “deserto de almas”. Saem juntos, seguidos pelo olhar dos colegas que os acompanham, também, pelas janelas do prédio. Entram em um táxi, “Raul abrindo a porta para que Saul ”, enquanto alguns outros se encarregam de tecer maldosos comentários. Deixam para sempre aquele lugar “parecido com uma clínica ou uma penitenciária”. TEMA: Homossexualidade Relacionamento Humano Busca de identidade Intolerância Discriminação. PERSONAGENS: Raul e Saul

64 Aqueles dois: NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA
RESUMO: Os colegas de repartição, após a partida de Raul e Saul, pareciam perdidos sem a presença daqueles dois que se assemelhavam a um só — os únicos especiais, possuidores de almas, naquele deserto de seres estranhos e destituídos de sensibilidade. Nas palavras quase proféticas do narrador, aqueles autômatos parecem, agora, punidos pelo destino: “Pelas tardes poeirentas daquele resto de janeiro [...]. Quase todos ali dentro tinham a nítida sensação de que seriam infelizes para sempre. E foram”. TEMA: Homossexualidade Relacionamento Humano Busca de identidade Intolerância Discriminação. PERSONAGENS: Raul e Saul

65 Aqueles dois: NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA
RESUMO: Vê-se, portanto, ao longo do texto, o narrador fazer sugestões de uma possível atração física que surgiu entre os dois colegas. O que mais se destaca na narrativa é o fato da relação entre os dois rapazes não chegar a se concretizar. O que importa não é se de fato há uma atração sexual entre os dois homens. Como o enigma de Dom Casmurro (traição de Capitu), não se sabe se o amor entre os iguais é concretizado. O que se tem certeza é da intolerância da sociedade, que não pode suportar um comportamento diferente e reage com toda a violência. Entretanto, ao contrário dos agressores do conto “Terça-feira gorda”, que assumem sua violência, esses agem através de cartas anônimas para o chefe da sessão, levando-o a despedir os rapazes, que não se defendem. O próprio subtítulo do conto (“História de aparente mediocridade e repressão”) é uma pista sobre o que, na verdade, Caio Fernando Abreu quer denunciar. ( TEMA: Homossexualidade Relacionamento Humano Busca de identidade Intolerância Discriminação. PERSONAGENS: Raul e Saul


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