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Senhoras e senhores internautas-espectadores

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Apresentação em tema: "Senhoras e senhores internautas-espectadores"— Transcrição da apresentação:

1 Senhoras e senhores internautas-espectadores
Este programa não possui censura, é livre e foi feito especialmente para você!

2 originalmente produzido
Este programa foi originalmente produzido em preto e branco…

3 Tratado Geral dos Chatos
Novela de Benjamin Baseada na obra de Guilherme Figueiredo Tratado Geral dos Chatos Direção: Daniele Rodrigues

4 A primeira novela das 8 saudável, inteligente, útil e sem intervalo comercial!

5 Trilha sonora original
Ludwig Van Beethoven

6 O GEH respeitosamente apresenta

7

8 6º Capítulo

9 CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS CHATOS
Parte II Os tipos de sujeitos chatos são infinitos. Estudos apontam uma estimativa sobre o aumento do número de chatos crescendo em progressão geométrica enquanto a população aumenta em progressão aritmética. Desta forma, é impossível fazer um levantamento completo visto que os chatos se multiplicam numa velocidade estonteante. Profeticamente já previra o célebre Barão de Itararé, na primeira década do século passado: “Este mundo é redondo mas está ficando muito chato”.

10 Comecemos pelos os Vivissectólogos, que nos cortam a carne viva com o bisturi das palavras, reconhecíveis por expressões de rigor quanto à veracidade da narrativa, tais como “Minto!”, “Espere aí…”, “Era irmão da cunhada do tio daquele Pacheco, que se casou pela segunda vez em 1897 com a sobrinha do auxiliar-de-ordens de Floriano”. Os vivissectólogos cultivam a digressão; suas narrativas são cheias de afluentes, sub-afluentes, árvores genealógicas, retificações cronológicas; batem “xx” em cima do que já disseram, como os maus datilógrafos, e corrigem adiante. Quando lêem, fazem-no de lápis na mão, não para anotar, mas para acertar as vírgulas, as concordâncias e as letras trocadas do tipógrafo. A princípio, chegam a impressionar às vezes mistificando a erudição (produto da memória), pela cultura, produto da inteligência. Podem chegar ao sublime como Proust, ou ao mero cacoete, como o escrevente que lança várias vezes “digo”.

11 Vivissectólogos

12 Chatos da espécie tartufocloclos do tipo self-serviçais.
(da personagem de Molière e da personagem Clo-Clo, de Jean de la lune de Marcel Achard) são os que se instalam em casa alheia, os parentes do interior, os que chegam sem prevenir (ectoplásmicos), os que mexem no aparelho de som ou na geladeira (self-serviçais); Chatos da espécie tartufocloclos do tipo self-serviçais.

13 os anfitriônicos (ativos e passivos), isto é, os penetras (Romeu era anfitriônico ativo) e os apareça-sempre; os esparadrápicos ou aglutinantes, aqueles que tentam se aproximar a todo momento, fazendo perguntas tolas ou comentários idiotas do tipo: “Como está quente hoje, não?” ou o que nos conta quem era o criminoso do filme ou romance policial; os catônicos, pregadores de moral (“Você precisa selecionar melhor os seus amigos…” “Você precisa ler a Humanus!” ); os epitalamiologistas, que nos apresentam problemas conjugais ou sentimentais para pedir conselho.

14 os sinceros “Não gostei dessa novela, mas digo porque sou seu amigo!” “Antes que alguém te diga, o teu penteado é o fim!”;

15 Catequéticos O nome já diz, procuram converter-nos a qualquer coisa: religião, política, bridge, Corinthians, yoga, sauna, Roberto Carlos, maconha. Não devem ser confundidos com os catônicos, espécie de tartufocloclos, pois, em estado de pura sinceridade, são realmente convictos daquilo a que almejam converter o próximo. A chatice dos catequéticos não se dirige a uma só pessoa (o gordo, o perdulário, o bêbado, o mentiroso), mas a todos quantos não estejam submetidos ao seu proselitismo. Por exemplo:

16 Você precisa ouvir Puccini!”
“Que Wagner, seu! Você precisa ouvir Puccini!” (ou vice-versa).

17 Postulantes São os que têm sempre um pedido a fazer. Podem ser propositais (“Vim aqui porque só você pode me livrar dessa hipoteca!”), caso em que, em geral, são também pirotécnicos; os biscateiros, que agarram a vítima na rua: “Você me caiu do céu!”. Os postulantes em dose máxima são os curiós, que realmente conseguem tudo à força de pedir, batendo insistentemente sempre na mesma tecla a fim de obter o resultado desejado. Muitos casam na polícia. Geralmente tornam-se figuras importantes. Conseguem eleger-se, ganham cartórios, empréstimos no Banco do Brasil, colaboram em suplementos literários. Ganham um salário maior do que seus colegas. Têm carro novo. Em formas larvares, pedem emprestados livros que não lêem e não devolvem, pedem receitas vegetarianas embora sejam carnívoros.

18 Um tipo muito difundido de postulante é o encomendador (“Já que você vai a New York, me traga de lá esta pecinha para o meu aparelho de barba… É uma bobagem, custa 20 cents, mas aqui não há, porque é de 1981…”- e o paciente perde vários dias de táxi em Manhattan a procurar a pecinha de 20 cents. Ou então: “Me traga de lá uma televisão de último tipo, de tela grande; quando você chegar eu pago”). Geralmente o encomendador é um viajante frustrado, cuja solicitação é um modo de incorporar-se ao turismo. Os curiós são o supra-sumo da espécie. Jacó, no soneto de Camões, era curió.

19 “Minha tia estava assim e ainda durou dois anos!”;
Os sursumcordistas São compradores de loteria, fazem promessas, andam na boléia da anedota, lêem Dale Carnegie, fazem ginástica no banheiro e na praia, tentam namorar a aeromoça. Expressões para identificação: “Não há de ser nada!”; “A coisa vai melhorar!”; “Minha tia estava assim e ainda durou dois anos!”;

20 Gratitunidenses Categoria terrível: aqueles a quem devemos gratidão. (“Salvei você de morrer afogado, quando você tinha três anos!”; “Se eu não tivesse falado com o Nonô, cadê o seu emprego?”). Dividem-se em proclamantes, os que proferem as frases mencionadas, e os implícitos, que não falam nada, mas apenas nos olham, sabendo que lhes somos gratos e nos torturam sem lembrá-lo de viva voz. Esta classe mistura-se à dos postulantes, e então se torna sinistra: é inútil mostrar gratidão a um gratitudinense fazendo-lhe vários favores; na hora que falhar um só deles, somos ingratos e ele o proclamará com a mais deslavada justiça.

21 Brutus era gratitunidense.
César que o diga!

22 Confidencias são os que sabem de notícias de primeira mão: palíteiros de turfe, boas-fontes. Geralmente, quando falam, seguram o paciente pela lapela ou cospem-lhe no ouvido. Muitos contam o óbvio; outros o incrível. São cataclísmicos, ou apocalípticos. Podem ser “com pedal” ou “sem pedal”, conforme berrem ou sussurem. Na realidade, a maneira como falam permite indicações musicais: pianissimo, fortissimo, smorzando, perdendo, crescendo.

23 Artesanais são os que pretendem consertar nossos relógios, celulares, canetas, e transformam estas gentilezas em prejuízos econômicos. Habilidosos, desentopem pias, trocam lâmpadas, fusíveis, religam comutadores, interessam-se pelos defeitos do rádio, da televisão, da vitrola, do liquidificador. Sabem fazer tudo aquilo que faz com que a dona da casa humilhe o marido quando diz: “Preciso chamar um homem”. O artesanal é o homem, voluntário: pede chaves inglesas, martelos, parafusos, põe-se em mangas de camisa, destripa o receptor, transforma-o num “pogrom” de intestinos, sacode válvulas, estala em vagidos o alto-falante, vasculha o computador, descobre a causa do mal: “Compre uma válvula XP-003, que esta michou”. E deixa no chão os fios, os metais, as ferramentas – e mais o competente diagnóstico.

24 Aqui se incluem, é claro, os mecânicos amadores de automóvel, que mandam parar o carro no meio da Belém-Brasília para limpar uma vela; e também as fazedoras de flores de miolos de pão, de cortinas de papel enrolado, de pierrots de casca de ovo, as restauradoras de quadros, os prestigiadores, os que nos oferecem pintura de sua lavra, geralmente somente a tela, sem moldura. Artesanais

25 Otelos São os que compreendem não apenas os ciumentos amorosos mas, pior do que estes, os ciumentos de amizades, que exigem participação constante na vida do paciente e se zangam quando a vítima lhes omite, voluntária ou involuntáriamente, um acontecimento, uma reunião, uma recepção ou novidades gerais. Há um tipo que deseja impor suas estimas e inimizades às vítimas.

26 Iagos O triste sentimento da inveja, corrompedor e emulador, obviamente, tende para a chateação. Nesta categoria estão os despeitados, cujo hábito é escolher uma vítima – escritor, músico, milionário, estadista, nomeado, premiado, idealista – para alvo permanente de ironia e malidicência. Como não possuem vôo à altura da vítima e, por isso mesmo, lhes falta talento para a verrina sadia, apenas supuram as próprias dores. Frases típicas: “Assim que possível, vou escrever um romance e acabo com o cartaz do Tolstoi!”; “Ela é totalmente ignorante, e no entanto chegou a chefe de departamento!”. Quando mais sagazes, não chegam a negar totalmente o objeto de suas iras, trazendo na boca uma adversativa: “É mas…”. Muitos críticos profissionais pertencem a esta categoria, porque o não-gostar pode tornar-se uma profissão com direito a livros dos editores, cadeiras de teatro, cocktails de vernissage, convites de embaixadas...

27 Don-juanescos Esta categoria, conforme a atitude que assumem, podem ser dezmais ou dezmenos. Numa escala cromática, vão dos encantadores de boite aos bolinas, inclusive os graciosos de beira de calçada ou paqueradores. Quando motorizados, param seu carro no sinal, emparelhado com o carro da moça ao lado, com o som bem alto, e fixam o olhar no alvo, soltando, às vezes, frases de “efeito” e umas piscadelas! Quando não exercem a chateação diretamente sobre as damas, são confidenciais para os amigos: “Aquela, eu… Tás me entendo?”

28 O que eles não sabem e nem sequer pressentem, é que raras mulheres sentem-se atraídas por esse tipo.
Na verdade, para as que possuem um mínimo de sensibilidade tais práticas causam asco!

29 Faisões Tal espécie não deve ser confundida com os pronominais, embora, se identifiquem pelo consumo do pronome “eu”. Podem misturar-se aos logotécnicos e aos dom-juanescos, mas o que lhes importa não é o bem falar ou fama de conquistadores: é um determinado gluglu inaudível, um ramalhete de penas douradas que estufam, o peito galináceo que adiantam, o topete, o andar processional, a exigência do silêncio quando cantarolam “Eu…”. Adoram uma fotografia… Estão sempre com o traje impecável, engomado, e ao serem escalados para trabalhos braçais, como pegar numa enxada, misteriosamente não sujam as vestes nem as mãos, até que alguém descubra que, na verdade, o tipo só ficou andando para lá e para cá, e não pôs a mão na massa! A pompa, o côte de Guermantes, a coluna social e o lugar-comum são os seus lugares; demonstram talento para espalhar o boato de sua inteligência e finura, a tal ponto que ninguém se espanta se ganham o Prêmio Nobel da Paz.

30 Hoje vimos os tipos: * Vivissectólogos * Tartufocloclos * Catequéticos * Postulantes * Ofertantes * Sursumcordistas * Gratitudinenses * Confidenciais * Artesanais * Dom-juanescos * Otelos * Iagos * Faisões

31 A imensa lista de classificação dos chatos desse Globo ainda não acabou!

32 Semana que vem tem mais!

33 Não perca no próximo capítulo:

34 CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS CHATOS
Parte 3

35 Sama Multimídia Educação e Arte
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