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PublicouHenri Gabriel Alterado mais de 9 anos atrás
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Minha (Fictícia) Academia Militar
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Nesta semana, recebi, de vários amigos, e-mails comentando que já estariam avançados os entendimentos para "corrigir distorções" no sistema previdenciário dos militares.
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Entre as medidas previstas estariam: a retirada da pensão das filhas; pensão para os filhos somente até os vinte e um anos; aumento do tempo de contribuição para trinta e cinco anos (homens) e trinta anos (mulheres); e não consideração, no tempo de efetivo serviço, do chamado "tempo fictício" (que pérola !!!), que seria o tempo passado em escolas preparatórias ou academias militares.
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Realmente, não houve nada mais "fictício" em minha vida do que os "fictícios" quatro anos passados dentro dos muros da AMAN, em regime de "fictício" internato.
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E olhem que eu era civil antes de entrar na AMAN. Imagino como devem estar se sentindo os contemporâneos meus que passaram mais três "fictícios" anos de sacrifício na EsPCEx.
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Ainda me recordo das "fictícias" noites, no primeiro ano, em que era acordado às duas da manhã para assumir o "fictício" plantão das duas às quatro, que sempre me era reservado por ser ‘muito moderno’ (leia-se: civil, no meio de oriundos da PREP e dos CM, além dos Oficiais R/2, sargentos, cabos e soldados que conseguiram entrar na AMAN).
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Não há como esquecer das "fictícias" semanas no campo, rastejando na lama, passando por baixo de tiros e lançando granadas, além do choque e da tristeza pela notícia da "fictícia" morte de companheiros e instrutores em exercícios com explosivos e munição real. Realmente, tudo muito "fictício".
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E as semanas dedicadas às "Instruções Especiais", então? Ah! Que "fictícia" ralação! Querem coisa mais "fictícia" do que andar quilômetros com um "Fuzil Aparentemente Leve" e uma mochila nas costas fazendo patrulha,...
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... subir e descer montanhas no frio, queimar as palmas das mãos no rapel do montanhismo, ou andar oitenta quilômetros descalço, com fome e com frio, com uma companhia de pára- quedistas te perseguindo, a cavalo, morro acima, na simulação de uma fuga e evasão?
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Realmente, aquele ninho de cobras que havia no buraco em que eu e alguns amigos nos atiramos para fugir da perseguição dos PQD era completamente "fictício".
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E, é claro, não podemos esquecer que, junto com toda aquela "fictícia" ralação, serviços de escala, formaturas e revistas de uniforme, ainda havia: as provas de cálculo, química, física, estatística, história, geografia, idiomas, filosofia, topografia, matérias militares, educação física etc. Tudo muito "similar" à vida de qualquer outro universitário do país. Tudo muito "fictício".
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Cabe lembrar, ainda, o que, talvez fosse o pior de tudo: a "fictícia" saudade de casa ou das namoradas deixadas longe, principalmente pelos "fictícios" ‘laranjeiras’, que ficavam, por vezes, todo o ano sem ir ver a família, no norte, no nordeste, no centro-oeste ou no sul do país, simplesmente por que não havia dinheiro para a passagem, ou porque as distâncias eram tão grandes e as férias de meio de ano tão curtas, que não haveria como ir e voltar a tempo para o início do segundo semestre.
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Eu, que morava a duas horas e meia de Resende, lembro-me, com pena, dos amigos que, terminada a semana e as indefectíveis (e "fictícias") palestra e revista de uniforme do sábado de manhã, não teriam outra alternativa senão encarar o "fictício" fim-de-semana na AMAN, comendo "bala juquinha" na seção de cinema acadêmico, enchendo a cara no "Bola Sete", e, por que não, fazendo xixi no retão.
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Talvez, os nossos líderes, realmente, tenham razão: foi tudo muito "fictício". O serviço militar prestado durante quatro (ou sete anos) foi "fictício", a saudade e, muitas vezes, o sentimento de solidão de um jovem de dezoito anos, causado não só pelo afastamento de casa, como também pela imensidão daquelas instalações, foram coisa à toa, "fictícias"; as marchas diurnas e noturnas e as noites em claro nos exercícios de campo ou estudando, tudo foi "fictício".
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Só não é fictício o orgulho de, por lá, ter passado. Rio de Janeiro, 26/05/09. (texto repassado, recebido de companheiro de ESG).
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Rancho, atenção! Mesas completas “à vontade”!
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Tiro noturno
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