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(Chico Buarque & Ruy Guerra)

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Apresentação em tema: "(Chico Buarque & Ruy Guerra)"— Transcrição da apresentação:

1 (Chico Buarque & Ruy Guerra)
Fado Tropical (Chico Buarque & Ruy Guerra) Oh, musa do meu fado Oh, minha mãe gentil Te deixo consternado No primeiro abril Mas não sê tão ingrata Não esquece quem te amou E em tua densa mata Se perdeu e se encontrou Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

2 "Sabe, no fundo eu sou um sentimental Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dose de lirismo... (além da sífilis, é claro)* Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora...“ Com avencas na caatinga, alecrins no canavial Licores na moringa, um vinho tropical E a linda mulata Com rendas do Alentejo De quem numa bravata Arrebato um beijo Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

3 "Meu coração tem um sereno jeito E as minhas mãos o golpe duro e presto De tal maneira que, depois de feito Desencontrado, eu mesmo me contesto Se trago as mãos distantes do meu peito É que há distância entre intenção e gesto E se o meu coração nas mãos estreito Me assombra a súbita impressão de incesto Quando me encontro no calor da luta Ostento a aguda empunhadora à proa Mas o meu peito se desabotoa E se a sentença se anuncia bruta Mais que depressa a mão cega executa Pois que senão o coração perdoa..."

4 Guitarras e sanfonas Jasmins, coqueiros, fontes Sardinhas, mandioca Num suave azulejo E o rio Amazonas Que corre Trás-os-Montes E numa pororoca Deságua no Tejo Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal Ainda vai tornar-se um imenso Portugal Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal Ainda vai tornar-se um império colonial * trecho original, vetado pela censura

5 CONTEXTO HISTÓRICO DO REALISMO
O século XIX é marcado por grandes transformações econômicas e culturais. Há uma nova filosofia de vida, a qual é dita cética. Essa nova filosofia põe em evidência o fato do homem ser um produto do meio e do momento em que vive. Com o progresso da ciência, o homem passa a indagar sobre as razões dos fenômenos; não mais permanece impassível diante dos acontecimentos e, em decorrência disso, profundas alterações ocorrem na estrutura econômica e social dos grandes centros urbanos. A cultura será enriquecida pelo surgimento de grandes pensadores e algumas doutrinas marcantes: A Teoria da Evolução das Espécies, de Darwin, O Positivismo, de Comte, O Socialismo, de Marx. Cria-se um acentuado cientificismo onde ganham espaço a experimentação, a observação, a pesquisa, a busca objetiva da verdade, enfim, uma atitude racional diante da vida. Os tumultos sociais, resultantes do conflito incipiente entre capital e trabalho, exigem do artista uma participação consciente no mundo. Já não há mais lugar para a fantasia, o sentimentalismo, o subjetivismo. Considerando Literatura como um documento de época, já que ela contém marcas do meio e do momento em que foi produzida, só se pode entender a maneira de ser da Literatura Realista a partir de um estudo introdutório do contexto em que ela predominou, onde reinam o MATERIALISMO e o CIENTIFICISMO.

6 O MATERIALISMO é uma corrente filosófica que prega que tudo no mundo deve ser entendido e explicado com base na MATÉRIA, em fatos reais, em elementos concretos, rejeitando qualquer concepção ou explicação divina (espiritualista) acerca do homem e do mundo: "estamos mergulhados no universo, sujeitos a leis infalíveis e definidas, provindas da própria natureza, nada mais existindo além disso", diz o Materialismo, que no século XIX atingiu seu clímax e mudou radicalmente a maneira de ser, de agir e de pensar do homem. Esse pensamento materialista teve como conseqüências profundas mudanças históricas, econômicas, sociais, filosóficas, CIENTÍFICAS, ARTÍSTICAS e LITERÁRIAS. Vejamos as mais importantes: NA CIÊNCIA: A grande novidade decorrente do pensamento materialista, nessa época, é, sem dúvida, o surgimento das CIÊNCIAS NATURAIS. a) No campo da Física e da Química, o acontecimento mais importante é a generalização do princípio da transformação da energia, descoberta em que se baseia a Ciência atual, pois possibilita a concepção einsteniana da equivalência entre matéria e energia. Outra preocupação relevante é o desenvolvimento das pesquisas sobre o átomo e a molécula (Gay-Lussac e Avogrado), as buscas no campo da calorimetria, termodinâmica, telefonia, astronomia, eletromagnetismo, etc. São dessa época: o estudo da força elétrica e da quantidade de eletricidade (Coulomb), a construção da primeira pilha (Volta), a análise das relações entre campo magnético e corrente elétrica (Ampère) e a invenção do telefone (Graham-Bell) b) Na Biologia/Genética, que até séculos anteriores haviam permanecido limitadas pelas concepções espiritualistas e sobrenaturais dos antigos, tornam-se imortais os nomes de: - Darwin, que em sua obra "A Origem das Espécies" funda o EVOLUCIONISMO, doutrina científica que afirma a seleção e defende a concepção do aprimoramento progressivo das espécies de seres vivos (dos que conseguiram se adaptar ao meio e, por conseguinte, passar pelo processo de seleção natural), em especial a espécie humana (analisada como um animal como outro qualquer);

7 - Lamark, que formula as leis da seleção natural, da qual é famosa a lei do uso e desuso de órgãos ou partes da constituição física (biológica) de um animal, responsável pela permanência ou não das espécies de seres vivos nessa evolução. A intensificação do uso do microscópio, bem como a maior precisão metodológica com que passam a ser observados os seres vivos, também resultam em incrementos dos conhecimentos científicos; - Luis Pasteur, bacteriologista, prova que as bactérias provocam doenças e a vacina anti-rábica; - Claude Bernard cria a fisiologia experimental (exames de laboratório); - Padre Gregor Mendell descobre os princípios da hereditariedade (o que possibilitou as atuais testes de DNA). Tudo isso contribui para um incalculável avanço também na Medicina, em que se descobre as relações entre HIGIENE e SAÚDE: o que ainda não pode ser curado pode ser prevenido. c) Na Psicologia, Skinner desenvolve uma terapia de cunho materialista: o BEHAVIORISMO, baseado em externos tido como "anormais" nos indivíduos. Tais comportamentos são considerados reflexo do que ocorre no interior desses indivíduos. O behaviorista, porém, não admite e não se interessa em entrar nesse interior (na "caixa-negra"); para eliminar os comportamentos anormais, o terapeuta se utiliza de um método de condicionamento (de adestramento), através de estímulos e respostas (como com o cão de Pavlov). NA FILOSOFIA: A mais importante das doutrinas é aquela que afirma a "primazia da Ciência como única fonte de produção de verdades: "só existem verdades baseadas na observação e na experimentação", ou seja, só é verdade (real) o que for cientificamente comprovado. Essa doutrina é o POSITIVISMO de Auguste Comte. Outra doutrina filosófica importante é a de autoria de Taine - o DETERMINISMO - que prega que o homem é produto do meio (social e/ou natural), do momento e da raça a que pertence.

8 A Questão Coimbrã Também conhecida como a Questão do Bom Senso e Bom Gosto, foi uma das mais importantes polêmicas literárias portuguesas e a maior em todo o século XIX que, como explica Margarida Vieira Mendes, "alastrou de forma explosiva, de Novembro de 1865 a Julho do ano seguinte, em cartas, crônicas e artigos de imprensa, opúsculos, folhetins, poesias e textos satíricos, alusões em conferências (...) ou mesmo discursos parlamentares" (in Dicionário do Romantismo Literário Português, Editorial Caminho, 1997). Foi desencadeada em Coimbra por um grupo de jovens intelectuais que vinham reagindo contra a degenerescência romântica e o atraso cultural do país. A polêmica começou em Outubro de 1865, quando António Feliciano de Castilho aludiu, na carta-posfácio ao Poema da Mocidade, de Pinheiro Chagas, à moderna escola de Coimbra e à sua poesia ininteligível, ridicularizando o aparato filosófico e os novos modelos literários de que ela se nutria ("temporal desfeito de obras, de encômios, de sátiras, de plásticas, de estéticas, de filosofias e de transcendências"), numa referência provável às teorias filosóficas e poéticas expostas nos prefácios a Visão dos Tempos e Tempestades Sonoras (ambas de 1864), de Teófilo Braga, e na nota posfacial das Odes Modernas, de Antero de Quental (de Julho de 1865). Para além disso, António Feliciano de Castilho fez elogios rasgados a Pinheiro Chagas, chegando ao ponto de propor o jovem poeta para reger a cadeira de Literatura no Curso Superior de Letras.

9 Sentindo-se visado, Antero de Quental respondeu com o panfleto Bom Senso e Bom Gosto, carta ao Ex.mo. Sr. António Feliciano de Castilho, em que definiu "a bela, a imensa missão do escritor" como "um sacerdócio, um ofício público e religioso de guarda incorruptível das ideias, dos sentimentos, dos costumes, das obras e das palavras", que exige, por um lado, uma alta posição ética, por outro lado, uma total independência de pensamento e de caráter. Como conseqüência, e numa clara alusão a Castilho, Antero repudiava a poesia que cultiva a "palavra" em vez da "ideia"; a poesia decorativa dos "enfeitadores das ninharias luzidias"; a poesia conservadora dos que "preferem imitar a inventar; e a imitar preferem ainda traduzir"; em suma, a poesia que "soa bem, mas não ensina nem eleva". Estavam marcadas as posições: de um lado os intelectuais conservadores; do outro a nova geração, aberta às recentes correntes européias. Seguiram-se "Bom Senso e Bom Gosto, folhetim a propósito da carta...", de Pinheiro Chagas, que acorreu em defesa de Castilho, e, do lado dos coimbrões, os folhetos Teocracias Literárias, de Teófilo Braga, e A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais, de Antero. Neste texto, Antero repudiava uma vez mais "as literaturas oficiais, governamentais, subsidiadas, pensionadas, rendosas, para quem o pensamento é um ínfimo meio e não um fim grande e exclusivo" e preconizava uma literatura que "se dirige ao coração, à inteligência, à imaginação e até aos sentidos, toma o homem por todos os lados; toca por isso em todos os interesses, todas as ideias, todos os sentimentos; influi no indivíduo como na sociedade, na família como na praça pública; dispõe os espíritos; determina certas correntes de opinião; combate ou abre caminho a certas tendências; e não é muito dizer que é ela quem prepara o berço onde se há de receber esse misterioso filho do tempo - o futuro".

10 Embora de origem literária, a questão alargou-se a outras áreas como a cultura, a política e a filosofia. Esta refrega durou mais de um ano e envolveu nomes que já eram ilustres, como Ramalho Ortigão e Camilo C. Branco. Os artigos, folhetins e opúsculos em apoio de uma e de outra parte multiplicaram-se, até que, a partir de Março de 1866, a polêmica começou a declinar em quantidade e qualidade. No entanto, a rotura provocada pela Questão Coimbrã iria abalar irreversivelmente as estruturas socioculturais do país, lançando as sementes para o debate de ideias e o projeto de reforma das mentalidades que norteariam a intervenção da que viria a ser a Geração de 70. Aquela que constituiu a polêmica mais importante da nossa história literária, pois nela participou, em uma ou outra frente, praticamente toda a intelligentsia da época, fez emergir uma geração nova, protagonista de uma revolução cultural e literária cuja amplitude ultrapassaria até a do próprio Romantismo.

11 As Conferências do Cassino e a Geração de 70
Série de conferências realizadas em Lisboa, na Primavera de 1871, pelo grupo do Cenáculo, formado por jovens escritores e intelectuais de vanguarda. O grande impulsionador foi Antero de Quental, que chegara a Lisboa em 1868, e logo principiara a influir nos gostos e interesses do grupo, iniciando-o na leitura de Proudhon, que tanto havia de transparecer nos trabalhos realizados. A ideia das Conferências (a que Antero entusiasticamente se refere em carta a Teófilo Braga, surgiu na Casa da Rua dos Prazeres, onde o Cenáculo reunia então. Antero e Batalha Reis alugaram a sala do Cassino Lisbonense, no largo da Abegoaria; a Revolução de Setembro, onde então trabalhava Alberto de Queirós, irmão do romancista, encarregou-se da propaganda. A 18 de Maio apareceu naquele jornal um manifesto (que já fora distribuído em prospecto), assinado por doze nomes: Adolfo Coelho, Antero de Quental, Augusto Soromenho, Augusto Fuschini, Eça de Queirós, Germano Vieira de Meireles, Guilherme de Azevedo, Jaime Batalha Reis, Oliveira Martins, Manuel Arriaga, Salomão Sáraga, Teófilo Braga. Ali se apontavam as intenções dos organizadores das chamadas «Conferências Democráticas»: perante a transformação política e social que o mundo sofria, os signatários sentiam-se no dever de «estudar serenamente a significação dos interesses em jogo»; de investigar como a sociedade é e como ela deve de ser»; de «estudar todas as ideias e todas as correntes do século.

12 A atitude de indiferença e alheamento relativamente às prementes ansiedades do momento – atitude em que Portugal se mantinha – parecia-lhes criminosa e esterilizadora das energias vitais da nação. E os organizadores enunciavam mais claramente o seu programa: «Abrir uma tribuna onde tenham voz as ideias e os trabalhos que caracterizam este movimento do século, preocupando-nos sobretudo com a transformação social, moral e política dos povos; ligar Portugal com o movimento moderno, fazendo-o assim nutrir-se dos elementos vitais de que vive a humanidade civilizada; procurar adquirir a consciência dos fatos que nos rodeiam na Europa; agitar na opinião pública as grandes questões da Filosofia e da Ciência modernas; estudar as condições da transformação política, econômica e religiosa da sociedade portuguesa».

13 Eça de Queirós: a crítica vertente
RESUMO BIOGRÁFICO: Diplomata e escritor muito apreciado em todo o mundo e considerado um dos maiores escritores portugueses de todos os tempos, Eça de Queirós nasceu José Maria Eça de Queirós, em Póvoa de Varzim-Portugal, no dia 25 de Novembro de Seu nome muitas vezes tem sido, de forma equivocada, grafado como "Eça de Queiroz". Eça de Queirós morreu em Paris-França, no dia 16 de Agosto de 1900 (Funeral em Lisboa - 17 de Agosto) Era filho do Dr. José Maria Teixeira de Queirós, juiz do Supremo Tribunal de Justiça, e de sua mulher, D. Carolina de Eça. Depois de ter estudado nalguns colégios do Porto matriculou-se na faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, completando a sua formatura em Foi depois para Leiria redigir um jornal político, mas não tardou que viesse para Lisboa, onde residia seu pai, e em 1867 estabeleceu-se como advogado, profissão que exerceu algum tempo, mas que abandonou pouco depois, por não lhe parecer que pudesse alcançar um futuro lisonjeiro. Era amigo íntimo de Antero de Quental, com quem viveu fraternalmente, e com ele e outros formou uma ligação seleta e verdadeira agremiação literária para controvérsias humorísticas e instrutivas. Nessas assembléias entraram Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Salomão Saraga e Lobo de Moura.

14 Estabeleceram-se então, em 1871, as notáveis Conferências Democráticas no Casino Lisbonense (V. Conferência), e Eça de Queirós, na que lhe competiu, discursou acerca do "O Realismo como nova Expressão de Arte", em que obteve ruidoso triunfo. Decidindo-se a seguir a carreira diplomática, foi a um concurso em 21 de Julho de 1870, sagrando-se o primeiro colocado e, em 1872, obteve a nomeação de cônsul geral de Havana, para onde partiu. Permaneceu poucos anos em Cuba, no meio das terríveis repressões do governo espanhol. Em 1874 foi transferido para Newcastle; em 1876 para Bristol e, finalmente em 1888, para Paris, onde veio a falecer. Eça de Queirós era casado com a Sr.ª D. Emília de Castro Pamplona, irmã do conde de Resende. Colaborou na Gazeta de Portugal, Revolução de Setembro, Renascença, Diário Ilustrado, Diário de Notícias, Ocidente, Correspondência de Portugal, e em outras publicações. Para o Diário de Notícias escreveu especialmente o conto 'Singularidades duma Rapariga Loura' (1873), publicada como 'livre brinde' aos assinantes do jornal, em 1874, e a descrição das festas da abertura do canal do Suez, a que ele assistiu em 1870, publicada com o título 'De Port Said a Suez', no referido jornal, folhetim de 18 a 21 de Janeiro do mesmo ano de Na Gazeta de Portugal, de 13 de Outubro de 1867, publicou um folhetim com o título 'Lisboa', seguindo-se as 'Memórias de uma Freira' e 'O Milhafre'; em 29 de Agosto de 1869, o soneto 'Serenata de Satã às Estrellas'. Fundou a Revista Portugal com a colaboração dos principais e mais célebres homens de letras do seu tempo. Saíram desta revista 24 números, que formam 4 tomos de 6 números cada um. Para este jornal é que escreveu as 'Cartas de Fradique Mendes'. Na Revista Moderna publicou o romance 'A Ilustre Casa de Ramires'.

15 As obras de Eça de Queirós, na maior parte, têm tido diversas edições, tanto em Lisboa como no Porto. Colaborou no livro 'In Memoriam', em homenagem a Antero de Quental. São de Eça de Queirós os interessantes prólogos dos Almanachs Encyclopedicos de 1896 e 1897, por ele dirigidos e publicados pelo falecido editor António Maria Pereira. Eça de Queirós, quando faleceu, estava trabalhando em romances inspirados nas lendas de S. Cristóvão e de S. Frei Gil, o celebrado bruxo português. Devido à iniciativa de amigos dedicados do falecido escritor, elevou-se uma estátua em mármore para perpetuar a sua memória, a qual está situada no Largo de Quintela. É uma verdadeira obra artística do escultor Teixeira Lopes. Figura Eça de Queirós curvado sobre a Verdade, lendo-se no pedaço de mármore tosco, que serve de pedestal à Estátua da Verdade, estas palavras, que foram ali esculpidas. «Sobre a nudez forte da Verdade, o manto diáfano da fantasia». A inauguração realizou-se no dia 9 de Novembro de1903, discursando os Srs. Conde de Arnoso e de Ávila, Ramalho Ortigão, Dr. Luís de Magalhães, Aníbal Soares e Antônio Cândido; o ator Ferreira da Silva recitou uma poesia do Sr. Alberto de Oliveira, falando por último o Sr. Conde de Resende, cunhado de Eça de Queirós, agradecendo muito comovido, em nome da família do falecido escritor, a homenagem prestada à sua memória.

16 nem quis ver a face de Deus
Só as Mães são Felizes (Cazuza) Você nunca varou a Duvivier às cinco Nem levou um susto saindo do Val Improviso Era quase meio dia, do lado escuro da vida Nunca viu Lou Reed "Walking on the wild side" Nem melodia transvirado rezando pelo Estácio Nunca viu Allen Ginsberg pagando um michê na Alasca Nem Rimbaud pelas tantas negociando escravas brancas Você nunca ouviu falar em maldição, nunca viu um milagre Nunca chorou sozinha num banheiro sujo, nem quis ver a face de Deus

17 Já frequentei grandes festas,
nos endereços mais quentes Tomei champagne e cicuta com comentários inteligentes Mais tristes que os de uma puta no Barbarella às quinze pras sete Reparou como os velhos vão perdendo a esperança Com seus bichinhos de estimação e plantas Já viveram tudo e sabem que a vida é bela Reparou na inocência cruel das criancinhas Com seus comentários desconcertantes Adivinham tudo e sabem que a vida é bela Você nunca sonhou ser currada por animais Nem transou com cadáveres Nunca traiu o teu melhor amigo Nem quis comer a sua mãe Só as mães são felizes

18 Maldição (Zeca Baleiro)
Baudelaire, Macalé, Luiz Melodia Quanta maldição o meu coração não quer dinheiro quer poesia Baudelaire, Macalé Luiz melodia Rimbaud a missão Poeta e ladrão escravo da paixão sem guia Edgar Allan põe tua mão na pia Lava com sabão Tua solidão tão infinita quanto o dia Vicentinho Van Gogh, Luiza Erundina Voltem pro sertão pra plantar feijão Tulipas para a burguesia Baudelaire, Macalé, Luiz Melodia, Waly Salomão Itamar Assumpção o resto é perfumaria

19 FIM.


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