Simbolismo.

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Transcrição da apresentação:

Simbolismo

Surgimento e características O simbolismo foi um movimento que se desenvolveu nas artes plásticas, teatro e literatura. Surgiu na França, no final do século XIX, em oposição ao Naturalismo e ao Realismo. A princípio apelidado de "decadentismo" e depois "Simbolismo“, gerou-se quando escritores passaram a considerar que o Positivismo de Augusto Comte e o demasiado uso da ciência e do ateísmo (procedimentos do Realismo) não conseguiam expressar completamente o que acontecia com o homem e a Natureza.

A França foi o berço do Simbolismo, que se manifestou no satanismo de “As Flores do Mal”, do poeta Charles Baudelaire; no mistério e na destruição da linguagem Stéphane Mallarmé; no marginalismo de Paul Verlaine e ainda no amoralismo de “Uma Temporada no Inferno”, de Jean Nicolas Rimbaud. Segundo algumas fontes, Edgar Allan Poe é considerado o precursor desse movimento, por ter influenciado nas obras de Baudelaire

EMBRIAGUEM-SE É preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso. Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se. E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão: "É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso". Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. CHARLES BAUDELAIRE

Características a) Subjetivismo Os simbolistas terão maior interesse pelo particular e individual do que pela visão mais geral. A visão objetiva da realidade não desperta mais interesse, e, sim, está focalizada sob o ponto de vista de um único indivíduo. Dessa forma, é uma poesia que se opõe à poética parnasiana e se reaproxima da estética romântica, porém, mais do que voltar-se para o coração, os simbolistas procuram o mais profundo do "eu" e buscam o inconsciente, o sonho. Diferente da subjetividade romântica.

b) Musicalidade A musicalidade é uma das características mais destacadas da estética simbolista. Usada para valorizar os aspectos sonoros das palavras, os poetas não se contentam apenas com a rima e lançam mão de outros recursos fonéticos tais como: Aliteração – Repetição sequencial de sons consonantais. A sequência de palavras com sons parecidos faz que o leitor menospreze o sentido das palavras para absorver-lhes a sonoridade. É o que ocorre nos versos seguintes, de Cruz e Sousa: Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpia dos violões, vozes veladas, Vagam nos velhos vórtices velozes, Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. (Violões que Choram)

c) Sinestesia – Os poetas, tentando ir além dos significados usuais das palavras, terminam atribuindo qualidade às sensações. As construções parecem absurdas e só ganham sentido dentro de um contexto poético. Vejamos algumas construções sinestésicas: som vermelho, dor amarela, doçura quente, silêncio côncavo. d) Maiúsculas no meio do verso – Os poetas tentam destacar palavras grafando-as com letra maiúscula. e) Cor branca – Principalmente Cruz e Sousa tinha preferência por brancuras e transparências.

F) Linguagem fluida, rica em adjetivos, substantivos abstratos e símbolos. Sugere mais do que evidencia.

Simbolismo no Brasil As primeiras manifestações simbolistas já eram sentidas desde o final da década de 80 do século XIX. Apesar disso, tradicionalmente se tem apontado como marco introdutório do movimento simbolista brasileiro a publicação, em 1893, das obras Missal (prosa) e Broquéis (poesia 54 poemas, sendo 47 sonetos), de nosso maior simbolista: Cruz e Souza. Além de Cruz e Sousa, destacam-se, dentre outros, Alphonsus de Guimaraens e Pedro Kilkerry (recentemente descoberto pela crítica).

Autores e obras A) Cruz e Sousa Apresenta uma das poéticas de maior profundidade em língua portuguesa, quanto à investigação filosófica e à angústia metafísica. O drama da existência, em sua obra, revela uma provável influência das ideias pessimistas do filósofo alemão Shopenhauer, que marcaram o final do século passado. São recorrentes em sua poesia o desejo de fugir da realidade, de transcender a matéria e integrar-se espiritualmente no cosmo.

A trajetória de sua obra parte da consciência e da dor de ser negro, em “Broquéis”, à dor de ser homem, em busca da transcendência, em “Faróis”, obra póstuma, observa-se a dor existencial por exemplo, em versos de "Cárcere de Almas": Ah! Toda alma num cárcere anda presa Soluçando nas trevas entre as grades Do calabouço olhando imensidades Mares, estrelas, tardes, natureza. Ó almas presas, mudas e fechadas Nas prisões colossais e abandonadas, Da Dor no calabouço atroz, funéreo!

As características mais importantes da obra de Cruz e Sousa são No plano temático: a morte, a transcendência espiritual, a integração cósmica, o mistério, o sagrado, o conflito entre a matéria e espírito, a angústia e a sublimação sexual, a escravidão e uma verdadeira obsessão por brilhos e pela cor branca ("Ó Formas alvas, brancas, Formas claras / De luares, de neves, fluídas, cristalinas...."). No plano formal: destacam-se as sinestesias (cruzamento de campos sensoriais diferentes: tato e visão como em "noites de veludo ou visão e olfato como "cheiro das cores"), as imagens surpreendentes, a sonoridade das palavras, a predominância de substantivos e utilização de maiúsculas, com a finalidade de dar um valor absoluto a certos termos.

Caveira I Olhos que foram olhos, dois buracos Agora, fundos, no ondular da poeira... Nem negros, nem azuis e nem opacos. Caveira! II Nariz de linhas, correções audazes, De expressão aquilina e feiticeira, Onde os olfatos virginais, falazes?! Caveira! Caveira!! III Boca de dentes límpidos e finos, De curve leve, original, ligeira, Que é feito dos teus risos cristalinos?! Caveira! Caveira!! Caveira!!!

Alphonsus de Guimaraens Obra desenvolvida em torno de um misticismo marcado pela morte, que surge como uma inevitabilidade e surge, praticamente, como objeto de adoração. Considerado um dos grandes nomes do Simbolismo, e por vezes o mais místico dos poetas brasileiros, Alphonsus de Guimaraens tratou em seus versos de amor, morte e religiosidade. A morte de sua noiva Constança, em 1888, marcou profundamente sua vida e sua obra, cujos versos, melancólicos e musicais, são repletos de anjos, serafins, cores roxas e virgens mortas.

Ismália Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar... Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar. No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar... Queria subir ao céu, Queria descer ao mar... E, no desvario seu, Na torre pôs-se a cantar... Estava perto do céu, Estava longe do mar... E como um anjo pendeu As asas para voar... Queria a lua do céu, Queria a lua do mar... As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par... Sua alma subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar...

O Simbolismo parte da premissa de que “cada poeta tem uma personalidade única.” Segundo Edmund Wilson, em O castelo de Axel, “é tarefa do poeta descobrir, inventar, a linguagem especial que seja a única capaz de exprimir-lhe a personalidade e as percepções (...), lançando mão de símbolos”, defendendo a ideia de que aquilo que é tão especial só pode ser expresso “através de uma sucessão de palavras, de imagens, que servirão para sugeri-lo ao leitor.” Neste sentido, o Simbolismo foi uma descoberta valiosa para o poeta catarinense Cruz e Sousa (1861-1898). Sugestão e evocação são duas palavras caras à sua criação poética.

Outras características do movimento é aproximação da indefinição musical, em que os versos não se guiam pela lógica formal, mas sim por um mundo oculto, por um senso de mistério. Desse modo, as palavras não significam nada, apenas sugerem, estabelecem uma correspondência entre o real das coisas e o mundo espiritual do poeta. É por isso que procedimentos como metáfora, descrição e narração são secundários no Simbolismo.