ORIENTE MÉDIO Cap. 9

POSIÇÃO ESTRATÉGICA Área de 6.229.874 Km² Localiza-se entre a Europa, a África e o restante do continente asiático.

A região foi dominada pelo Império Turco-Otomano até o fim da Primeira Guerra Mundial. Em um acordo secreto, Reino Unido e França realizaram a partilha da região. Apenas no período entre a Primeira Guerra e após a Segunda Guerra Mundial se consolidou o processo de independência, e as fronteiras entre os países foram sendo delimitadas.

O ESPAÇO ECONÔMICO No Oriente Médio, com exceção de Israel, a atividade industrial é pouco expressiva. O turismo destaca-se como uma atividade com grande potencial. Abu Dhabi e Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, são hoje importantes pólos turísticos mundiais. Detentores de grandes reservas de petróleo, os Emirados diversificaram sua economia em aplicações financeiras no exterior e na aquisição de empresas.

IMPORTANTES DESTINOS TURÍSTICOS DO ORIENTE MÉDIO Ruínas de Petra, na Jordânia e Jerusalém, em Israel. FONTE: www.sogeografia.com.br

A agricultura, predominantemente de subsistência, está restrita a algumas áreas, uma vez que existem extensos desertos no Oriente Médio. Ela se desenvolve principalmente nas planícies fluviais, nas áreas irrigadas e nas margens dos mares Mediterrâneo, Negro e Cáspio. Na agricultura de subsistência, destacam-se: arroz, milhete, trigo e algumas frutas. Dentre as culturas destinadas à exportação, sobressaem: oliveira, chá, fumo, algodão e tâmara.

PETRÓLEO O petróleo é a principal fonte de energia e matéria-prima do mundo atual. Suas maiores reservas e produção estão no Oriente Médio. O interesse pelo controle de áreas produtoras de petróleo é uma das causas de guerras e revoluções no Oriente Médio.

Apesar da enorme riqueza gerada pela exportação de petróleo e de gás natural, parcela considerável da população da região não desfruta boas condições de vida. FOTO: Refinaria de petróleo, Iraque. FONTE: www.g1.globo.com FOTO: Crianças no Afeganistão. Neste país, estima-se que 70% da população não tem acesso à água potável. Fonte: Unicef, 2009.

ISRAEL – DESENVOLVIMENTO E CONFLITOS PERMANENTES É o único país do Oriente médio considerado desenvolvido, por suas características socioeconômicas. Além das boas condições de vida da população, a economia é amplamente diversificada, com os setores secundário e terciário bastante desenvolvidos.

Israel conta com duas fontes de recursos fundamentais para a manutenção de seu crescimento econômico e de seus gastos militares: as doações da comunidade judaica mundial; ajuda financeira dos Estados Unidos. A prosperidade agrícola deve-se ao tipo de organização produtiva, representada pelo kibutz e pelo moshav. O kibutz é uma fazenda agrícola comunitária, cujos integrantes compartilham de toda a propriedade e, de comum acordo, distribuem suas tarefas. FOTO: Vista Aérea do Kibutz Eilot, no Deserto do Negev. Ao fundo o Mar Vermelho e Eilat. FONTE: www. brasilcomz.files.wordpress

O moshav é uma vila agrícola, onde cada família é proprietária de sua terra. Com uma administração central, nos moldes de uma cooperativa, as famílias dividem os equipamentos, compram sementes e outros implementos agrícolas e realizam a comercialização da produção. FOTO: Moshav, ao norte de Israel. FONTE: Google, Earth, 2008

ISLAMISMO E O FUNDAMENTALISMO ISLÂMICO No Oriente médio, a população é predominantemente árabe, contando também com turcos (Turquia), persas (Irã) e judeus (Israel). Além desses povos, vivem na região curdos, armênios, entre outros. A maior parte dos habitantes dessa região professa a religião islâmica ou muçulmana. Os judeus formam o segundo maior grupo religioso.

Os movimentos fundamentalistas defendem um conjunto rígido de regras para o vestuário, rituais de casamento e alimentação, princípios de justiça social, normas de educação das crianças e condutas de vida para as mulheres ( que não possuem os mesmos direitos dos homens). FOTO: Grupo de mulheres afegãs à espera de ajuda humanitária da Dinamarca. FONTE: www.oglobo.globo.com

A QUESTÃO PALESTINA E O ESTADO DE ISRAEL Com a criação do movimento sionista, no séc. XIX, milhares de judeus, começaram a migrar para a Palestina, transformando a região em palco de permanentes conflitos com os árabes. Em 1917, a Palestina foi ocupada pelos ingleses. Em 1947, um plano de partilha da Palestina, elaborado pela ONU, previa a formação de dois estados: um árabe e outro judeu. FONTE: www.bbc.co.uk

Em 1948, Israel constitui-se em Estado. A partilha da Palestina entre árabes e judeus causou grande insatisfação aos povos árabes. Essa insatisfação ocasionou uma guerra violenta. FOTO: Resultado dos conflitos na Palestina. FONTE: www.bbc.co.uk

Atualmente, as terras palestinas encontram-se divididas Atualmente, as terras palestinas encontram-se divididas. O Hamas detém o controle de Gaza, enquanto a OLP (Organização para Libertação da Palestina) controla a Cisjordânia. Fotos: Conflitos na Palestina Fonte: www.g1.globo.com

IRÃ – REVOLUÇÃO ISLÂMICA E OPOSIÇÃO AO OCIDENTE Até 1979, o Irã foi um dos principais aliados dos Estados Unidos entre os países do Oriente Médio. Com Reza Pahlevi, o Irã construiu toda a política econômica e social do país apoiada no modelo ocidental. Em 1979, uma onda de manifestações populares depôs o governo do xá e empossou o líder xiita aiatolá Khomeini.

● Surgiu a República Islâmica do Irã, que se caracterizou pela busca de um caminho próprio e não-alinhamento a nenhuma das grandes potências. Atualmente o Irã é, entre os países islâmicos, aquele que exerce maior influência no Oriente Médio e tem mantido relações estáveis com praticamente todos os países vizinhos. É o maior opositor à existência de Israel e à presença dos Estados Unidos. FOTO: Revolução Islâmica FONTE: www.sogeografia.com.br

Um motivo de enfrentamento entre o Irã e o Ocidente é o desenvolvimento de um programa nuclear. Os Estados Unidos alertam que o governo iraniano tem a ambição de produzir armas de destruição em massa e que o país está próximo de conquistar a tecnologia necessária para alcançar tal objetivo. No entanto, o Irã afirma que seu programa nuclear tem objetivo exclusivamente pacífico e energético, negando qualquer intenção militar.

IRAQUE E AFEGANISTÃO – GUERRAS E OCUPAÇÃO Parte dos conflitos atuais no Iraque nasceu em 1979, com a instauração da ditadura do governo de Saddamhussein. Guerra do Golfo Em 1990, endividado pela guerra contra o Irã, o Iraque invadiu o Kuwait. Esta ocupação provocou a reação imediata dos estados Unidos, da França, do Reino Unido, da Arábia Saudita e de outros países, dando origem em 1991, à Guerra do Golfo.

Guerra e ocupação do Afeganistão Após o atentado de 11 de setembro de 2001, o Conselho de Segurança da ONU exigiu que o Taleban entregasse Osama Bin Laden. Em 2002, diante da negativa do Taleban, os EUA invadiram o Afeganistão, depuseram o governo Taleban, estabeleceram um novo governo e instalaram bases militares estadunidenses no Oriente Médio.

Guerra e ocupação do Iraque Fonte: www.sogeografia.com Os governos dos EUA e Reino Unido argumentavam que o Iraque constituía um risco à segurança mundial. O governo iraquiano desenvolvia programas de armas de destruição em massa, mantinha armas químicas e bacteriológicas estocadas e estabelecia ligações com grupos terroristas.

Em 2003, os EUA e o Reino Unido tomaram a decisão unilateral de atacar o Iraque, independentemente da posição da ONU. A ofensiva militar resultou na derrubada do regime ditatorial de Saddam Hussein, sua posterior prisão e enforcamento. Ficou comprovado que o Iraque não produzia armas de destruição em massa, principal alegação que justificou a ação militar das tropas ocidentais. Foto: Saddam Hussein saúda a multidão. FONTE: www.bbc.co.uk

ARÁBIA SAUDITA E TURQUIA: aliados ocidentais Antes da descoberta do petróleo, a Arábia Saudita vivia da agricultura de subsistência e de rendas obtidas com as peregrinações as cidades de Meca e Medina, principais centros religiosos do Islamismo. A Arábia Saudita procura ter um bom relacionamento com o mundo árabe, uma vez que os países mais radicais acusam-na de ter uma linha política pró-Ocidente. Os EUA importam mais de um milhão de barris de petróleo saudita por dia.

Fotos: Peregrinação do Haj, em Meca. Fonte: www.oglobo.globo.com

Com 97% do seu território na Ásia e 3% na Europa, a Turquia apresenta o encontro do Oriente com o Ocidente. Cerca de 1/3 da população economicamente ativa ainda se dedica a atividades primárias. A partir dos anos de 1980 e 1990, a atividade industrial vem se desenvolvendo, especialmente o setor de bens de consumo e siderurgia. O turismo também é uma atividade significativa. Foto: Istambul, cidade mais populosa da parte europeia. Fonte: www.wikipedia.pt