Ela via correr o Mundo, a vida…
Sentia as aragens que, suavemente, lhe arrefeciam as narinas… Queria ser sonho, sede e fome de conquista garrida… Não sabia ainda, que o tudo é o nada e que o nada não é nada!
Entretanto, o Mundo corria…
E ela corria…
Corria porque queria sentir, queria atingir e alcançar… Alcançar como quem sonha e quem espera um dia… Porque um dia é ser, fazer e ter outra vez… Como se tudo fosse contínuo…
Entretanto, o Mundo corria…
E ela beijava com o amor de quem sente e espera… Como a esperança de quem acredita no romantismo histórico… Sabia que as sombras eram as lágrimas do Mal E as luzes, a felicidade do Bem!
Entretanto, o Mundo corria…
Ia vendo a Morte espelhada nos rostos de quem gostava, Como sombra escura de quem sobrevoa as trevas… Chorava as perdas humanas como rio veloz e desesperado, Que não volta atrás e segue o percurso inevitável até o Mar!
Entretanto, o Mundo corria…
Acarinhava os rebentos como quem colhe os sopros da alma… Uma alma pura e luzidia… Confirmava a rotina dia após dia como se não a soubesse… Mas ela sabia-a…
Entretanto, o Mundo corria…
Já sabia que o tudo é o nada e que o nada não é nada! Estava na sina da compreensão e do fim do destino… Porque as mãos já lhe tremiam com insegura segurança!
Entretanto, o Mundo corria…
Quando disse adeus ao sonho, à vida e aos tempos, Os seus olhos fecharam como quem adormece docemente à flor da escura noite… Houve choros de quem sente a partida da vida solvente…
Entretanto, o Mundo corria…
Imagem: Fotocommunity – Texto: Elisabete Aguiar (Beti) Música: Ernesto Cortazar - You are my destiny Formatação: Site: Respeite os direitos autorais e de quem formatou este trabalho.