Bibliografia recomendada Tratamentos Térmicos Bibliografia recomendada - Aços e ferros fundidos: Vicente Chiaverini - www.cimm.com.br - www.brasimet.com.br
Tratamentos Térmicos Finalidade: Alterar as microestruturas e como consequência as propriedades mecânicas das ligas metálicas
Tratamentos Térmicos Objetivos: - Remoção de tensões internas - Aumento ou diminuição da dureza - Aumento da resistência mecânica - Melhora da ductilidade - Melhora da usinabilidade - Melhora da resistência ao desgaste - Melhora da resistência à corrosão - Melhora da resistência ao calor - Melhora das propriedades elétricas e magnéticas
AÇO + TRATAMENTO TÉRMICO O TRATAMENTO TÉRMICO ESTÁ ASSOCIADO DIRETAMENTE COM O TIPO DE AÇO. PORTANTO, O TRATAMENTO TÉRMICO DEVE SER ESCOLHIDO DESDE O INÍCIO DO PROJETO, OU SEJA, JUNTAMENTE COM O TIPO DE AÇO
( + Fe3C) + a fase próeutetóide TRANSFORMAÇÕES AUSTENITA Perlita ( + Fe3C) + a fase próeutetóide Bainita ( + Fe3C) Martensita (fase tetragonal) Martensita Revenida Ferrita ou cementita Resf. lento Resf. moderado Resf. Rápido (Têmpera) reaquecimento
Principais Tratamentos Térmicos Recozimento Normalização Tempera e Revenido Esferoidização ou Coalescimento Total ou Pleno Isotérmico Alívio de tensões Recristalização
Fatores de Influência nos Tratamentos Térmicos Temperatura Tempo Velocidade de resfriamento Atmosfera* * no caso dos aços para evitar a oxidação e descarbonetação
Ou linha crítica 723 C
Influência da temperatura nos Tratamentos Térmicos Geralmente o aquecimento é feito acima da linha crítica (A1 no diagrama de fases Fe-Fe3C) A austenita é geralmente o ponto de partida para as transformações posteriores desejadas
Influência da temperatura nos Tratamentos Térmicos Quanto mais alta a temperatura acima da linha crítica (A1 no diagrama de fases Fe-Fe3C): maior a segurança da completa dissolução das fases na austenita maior será o tamanho de grão da austenita (* não é bom)
Temperatura Recomendada para os Aços Hipoeutetóides 50 °C acima da linha A3 no diagrama de fases Fe-Fe3C
Temperatura Recomendada para os Aços Hipereutetóides Temperatura inferior à linha Acm e acima da A1 do diagrama de fases Fe-Fe3C POR QUÊ? A linha Acm sobe muito em temperatura com o teor de Carbono Temperaturas muito altas são prejudiciais por promoverem crescimento de grão da austenita Neste caso é menos prejudicial ter a presença de certa quantidade de carboneto não dissolvido
Influência do Tempo nos Tratamentos Térmicos Quanto maior o tempo na temperatura de austenitização: maior a segurança da completa dissolução das fases na austenita maior será o tamanho de grão da austenita (* não é bom) Tempos longos facilitam a oxidação e a descarbonetação
Tempo nos Tratamentos Térmicos Aproximação: Tempo em minutos ~ 1,5 X espessura da amostra em milímetros
Influência do Resfriamento nos Tratamentos Térmicos É o mais importante porque é ele que efetivamente determinará a microestrutura, além da composição do aço (teor de Carbono e elementos de liga)
Principais Meios de Resfriamento Ambiente do forno (+ brando) Ar Banho de sais ou metal fundido (+ comum é o de Pb) Óleo Água Soluções aquosas de NaOH, Na2CO3 ou NaCl (+ severos)
Como Escolher o Meio de Resfriamento ???? É um compromisso entre: - Obtenção das caracterísitcas finais desejadas (microestruturas e propriedades), - Sem o aparecimento de fissuras e empenamento na peça, - Sem a geração de grande concentração de tensões
1- RECOZIMENTO Objetivos: - Remoção de tensões internas devido aos tratamentos mecânicos - Diminuir a dureza para melhorar a usinabilidade - Alterar as propriedades mecânicas como a resistência e ductilidade - Ajustar o tamanho de grão - Melhorar as propriedades elétricas e magnéticas - Produzir uma microestrutura definida
TIPOS DE RECOZIMENTO Recozimento total ou pleno Recozimento isotérmico ou cíclico Recozimento para alívio de tensões Recozimento para recristalização
Recozimento Total ou Pleno Isotérmico Alívio de tensões Recristalização Resfriamento Lento (dentro do forno) Temperatura Abaixo da linha A1 Não ocorre nenhuma transformação (600-620oC) Deve-se evitar velocidades muito altas devido ao risco de distorções Abaixo da linha A1 (600-620oC) - Resfriamento (ao ar ou dentro do forno) **Elimina o encruamento gerado pelos processos de deformação à frio
1.1- RECOZIMENTO TOTAL OU PLENO Objetivo Obter dureza e estrutura controlada
1.1- RECOZIMENTO TOTAL OU PLENO Temperatura Hipoeutetóide 50 °C acima da linha A3 Hipereutetóide Entre as linhas Acm e A1 Resfriamento Lento (dentro do forno) implica em tempo longo de processo (desvantagem)
1.1- RECOZIMENTO TOTAL OU PLENO Constituintes Estruturais resultantes Hipoeutetóide ferrita + perlita grosseira Eutetóide perlita grosseira Hipereutetóide cementita + perlita grosseira * A pelita grosseira é ideal para melhorar a usinabilidade dos aços baixo e médio carbono * Para melhorar a usinabilidade dos aços alto carbono recomenda-se a esferoidização
1.1- RECOZIMENTO TOTAL OU PLENO Temperatura Hipoeutetóide 50 °C acima da linha A3 Hipereutetóide Entre as linhas Acm e A1 Resfriamento Lento (dentro do forno) implica em tempo longo de processo (desvantagem)
1.2- RECOZIMENTO ISOTÉRMICO OU CÍCLICO A diferença do recozimento pleno está no resfriamento que é bem mais rápido, tornando-o mais prático e mais econômico, Permite obter estrutura final + homogênea Não é aplicável para peças de grande volume porque é difícil de baixar a temperatura do núcleo da mesma Esse tratamento é geralmente executado em banho de sais
COMO É FEITO O RECOZIMENTO ISOTÉRMICO OU CÍCLICO ??? A diferença do recozimento pleno está no resfriamento que é bem mais rápido, tornando-o mais prático e mais econômico, Permite obter estrutura final + homogênea Não é aplicável para peças de grande volume porque é difícil de baixar a temperatura do núcleo da mesma Esse tratamento é geralmente executado em banho de sais
1.3- RECOZIMENTO PARA ALÍVIO DE TENSÕES Objetivo Remoção de tensões internas originadas de processos (tratamentos mecânicos, soldagem, corte, …) Temperatura Abaixo da linha A1 Não ocorre nenhuma transformação (600-620oC) Resfriamento Deve-se evitar velocidades muito altas devido ao risco de distorções
INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA DE RECOZIMENTO NA RESIST INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA DE RECOZIMENTO NA RESIST. À TRAÇÃO E DUTILIDADE
2- ESFEROIDIZAÇÃO OU COALESCIMENTO Objetivo Produção de uma estrutura globular ou esferoidal de carbonetos no aço melhora a usinabilidade, especialmente dos aços alto carbono facilita a deformação a frio
2- ESFEROIDIZAÇÃO OU COALESCIMENTO ESFEROIDITA Objetivo Produção de uma estrutura globular ou esferoidal de carbonetos no aço melhora a usinabilidade, especialmente dos aços alto carbono facilita a deformação a frio
MANEIRAS DE PRODUZIR ESFEROIDIZAÇÃO OU COALESCIMENTO Aquecimento a uma temperatura logo acima da linha inferior de transformação, seguido de resfriamento lento, Aquecimento por tempo prolongado a uma temperatura logo abaixo da linha inferior da zona crítica, Aquecimento e resfriamentos alternados entre temperaturas que estão logo acima e logo abaixo da linha inferior de transformação.
3- NORMALIZAÇÃO Objetivos: Refinar o grão Melhorar a uniformidade da microestrutra *** É usada antes da têmpera e revenido
Ao ar (calmo ou forçado) 3- NORMALIZAÇÃO Temperatura Hipoeutetóide acima da linha A3 Hipereutetóide acima da linha Acm* *Não há formação de um invólucro de carbonetos frágeis devido a velocidade de refriamento ser maior Resfriamento Ao ar (calmo ou forçado)
3- NORMALIZAÇÃO Constituintes Estruturais resultantes Hipoeutetóide ferrita + perlita fina Eutetóide perlita fina Hipereutetóide cementita + perlita fina * Conforme o aço pode-se obter bainita Em relaçào ao recozimento a microestrutura é mais fina, apresenta menor quantidade e melhor distribuição de carbonetos
3- NORMALIZAÇÃO Objetivos: Refinar o grão Melhorar a uniformidade da microestrutra *** É usada antes da têmpera e revenido
4- TÊMPERA Objetivos: Obter estrutura matensítica que promove: - Aumento na dureza - Aumento na resistência à tração - redução na tenacidade *** A têmpera gera tensões deve-se fazer revenido posteriormente
4- TÊMPERA MARTENSITA
Rápido de maneira a formar martensíta (ver curvas TTT) 4- TÊMPERA Temperatura Superior à linha crítica (A1) * Deve-se evitar o superaquecimento, pois formaria matensita acidular muito grosseira, de elevada fragilidade Resfriamento Rápido de maneira a formar martensíta (ver curvas TTT)
4- TÊMPERA Meios de Resfriamento Depende muito da composição do aço (% de carbono e elementos de liga) e da espessura da peça
4- TÊMPERA Constituintes Estruturais resultantes Hipoeutetóide ferrita + martensita Eutetóide martensita Hipereutetóide cementita + martensita
4- TÊMPERA Objetivos: Obter estrutura matensítica que promove: - Aumento na dureza - Aumento na resistência à tração - redução na tenacidade *** A têmpera gera tensões deve-se fazer revenido posteriormente
TEMPERABILIDADE CAPACIDADE DE UM AÇO ADQUIRIR DUREZA POR TÊMPERA A UMA CERTA PROFUNDIDADE VEJA EXEMPLO COMPARATIVO DA TEMPERABILIDADE UM AÇO 1040 E DE UM AÇO 8640 A CURVA QUE INDICA A QUEDA DE DUREZA EM FUNÇÃO DA PROFUNDIDADE RECEBE O NOME DE CURVA JOMINY QUE É OBTIDA POR MEIO DE ENSAIOS NORMALIZADOS
TEMPERABILIDADE Veja como é feito o ensaio de temperabilidade Jominy no site: www.cimm.com.br/material didático
5- REVENIDO Objetivos: *** Sempre acompanha a têmpera - Alivia ou remove tensões - Corrige a dureza e a fragilidade, aumentando a dureza e a tenacidade
5- REVENIDO Temperatura Pode ser escolhida de acordo com as combinações de propriedades desejadas
5- REVENIDO Temperatura Pode ser escolhida de acordo com as combinações de propriedades desejadas
5- REVENIDO 150- 230°C os carbonetos começam a precipitar Estrutura: martensita revenida (escura, preta) Dureza: 65 RC 60-63 RC 230-400°C os carbonetos continuam a precipitar em forma globular (invisível ao microscópio) Estrutura: TROOSTITA Dureza: 62 RC 50 RC
5- REVENIDO 400- 500°C os carbonetos crescem em glóbulos, visíveis ao microscópio Estrutura: SORBITA Dureza: 20-45 RC 650-738°C os carbonetos formam partículas globulares Estrutura: ESFEROIDITA Dureza: <20 RC
MICROESTRUTURAS DO REVENIDO TROOSTITA E MARTENSITA SORBITA
FRAGILIDADE DE REVENIDO Ocorre em determinados tipos de aços quando aquecidos na faixa de temperatura entre 375-475 °C ou quando resfriados lentamente nesta faixa. A fragilidade ocorre mais rapidamente na faixa de 470-475 °C A fragilidade só é revelada no ensaio de resist. ao choque, não há alteração na microestrutura.
AÇOS SUSCEPTÍVEIS À FRAGILIDADE DE REVENIDO Aços -liga de baixo teor de liga Aços que contém apreciáveis quantidades de Mn, Ni, Cr, Sb*, P, S Aços ao Cr-Ni são os mais suceptíveis ao fenômeno *é o mais prejudicial
COMO MINIMIZAR A FRAGILIDADE DE REVENIDO Manter os teores de P abaixo de 0,005% e S menor 0,01% Reaquecer o aço fragilizado a uma temperatura de ~600 °C seguido de refriamento rápido até abaixo de 300 °C .
TRATAMENTO SUB-ZERO Alguns tipos de aço, especialmente os alta liga, não conseguem finalizar a transformação de austenita em martensita. O tratamento consiste no resfriamento do aço a temperaturas abaixo da ambiente Ex: Nitrogênio líquido: -170oC Nitrogênio + álcool: -70oC
AUSTEMPERA E MARTEMPERA Problemas práticos no resfriamento convencional e têmpera A peça/ parte poderá apresentar empenamento ou fissuras devidos ao resfriamento não uniforme. A parte externa esfria mais rapidamente, transformando-se em martensita antes da parte interna. Durante o curto tempo em que as partes externa e interna estão com diferentes microestruturas, aparecem tensões mecânicas consideráveis. A região que contém a martensita é frágil e pode trincar. Os tratamentos térmicos denominados de martempera e austempera vieram para solucionar este problema VEJA TAMBÉM MATERIAL FORNECIDO
MARTEMPERA O resfriamento é temporariamente interrompido, criando um passo isotérmico, no qual toda a peça atinga a mesma temperatura. A seguir o resfriamento é feito lentamente de forma que a martensita se forma uniformemente através da peça. A ductilidade é conseguida através de um revenimento final.
AUSTEMPERA Outra alternativa para evitar distorções e trincas é o tratamento denominado austêmpera, ilustrado ao lado Neste processo o procedimento é análogo à martêmpera. Entretanto a fase isotérmica é prolongada até que ocorra a completa transformação em bainita. Como a microestrutura formada é mais estável (alfa+Fe3C), o resfriamento subsequente não gera martensita. Não existe a fase de reaquecimento, tornando o processo mais barato.
MARTEMPERA E AUSTEMPERA alternativas para evitar distorções e trincas
CASO PRÁTICO 1 Faça uma análise do seguinte procedimento adotado por uma da empresa Peça: eixo (10x100)mm Aço: SAE 1045 Condições de trabalho: solicitação à abrasão pura Tratamento solicitado: beneficiamento para dureza de 55HRC Condição para tempera: peça totalmente acabada
CASO PRÁTICO 2 Qual o tratamento térmico que você acha mais apropriado para um dado eixo flangeado para reconstituir a homogeneidade microestrutural com a finalidade de posteriormente ser efetuada a tempera? Informações: A região flangeada apresenta-se com granulação fina e homogênea, resultante do trabalho à quente; já o restante do eixo, que não sofre conformação, apresenta-se com microestrutura grosseira e heterogênea, devido ao aquecimento para forjamento.
CASO PRÁTICO 3 Porta insertos de metal duro são usados em estampos progressivos, confeccionados em aço AISI D2 e temperados para 60/62 HRC. Este tipo de aço costuma reter até 50% de austenita em sua estrutura à temperatura ambiente. Há algum inconveniente disto? Comente sua resposta.
Tratamentos Térmicos Recozimento Total ou Pleno Isotérmico Normalização Tempera e Revenido Resfriamento Lento (dentro do forno) Resfriamento ao ar