Introduções de espécies não nativas (ENN). Principais tópicos: 1) Considerações gerais sobre introduções de espécies 2) Possíveis fatores que fazem com.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
“Ecologia quantitativa”
Advertisements

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
~ , `.
O mundo invadido: Consequências atuais das invasões biológicas
Corbicula fluminea Amêijoa asiática.
Ecossistemas Marinhos e Modelação
INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS
A Biodiversidade Escola Ensino Básico 2 e 3 Professor Amaro Arantes
Contaminação por pesticidas organoclorados
CAPACIDADE SUPORTE DE AMBIENTE AQUÁTICO
Ecologia Níveis de organização: Conceitos Ecológicos:
~ , `.
RECURSOS NATURAIS Homem usa 20% a mais do que a Terra pode repôr
O mundo em nossas mãos 6ºA.
BIOLOGIA PROFª SIRLENE
A importância da Biodiversidade
Biodiversidade O que é Biodiversidade?.
Professores: Aline Gonzales e Gustavo Siebra 3ª Fase EJA
BIODIVERSIDADE.
Origem da diversidade biológica
Universidade Federal do Amapá - UNIFAP Ciências Ambientais - CCAMB
Profª Lucia Helena Amim
Ecologia da Paisagem Prof. Herondino.
MEXILHÃO DOURADO Marinês Reis Ballardim Maria Helena Conde Aguiar
Animais em extinção.
A Origem do ser humano.
Consequências da presença de espécies exóticas, com ênfase nos ecossistemas aquáticos Europeus Elaborado por: Alicia Aguilar Erasmus.
Realizado por: Ricardo Francisco.
Serviços Ambientais Luciane Costa de Oliveira
Professor: Cícero Matos
Corredores Ecológicos
Biologia Poluição Biótica.
Ecologia de Populações e Comunidades
ECOLOGIA DE POPULAÇÕES E COMUNIDADES
Biodiversidade compreende, portanto:
Biomas Brasileiros INTRODUÇÃO
FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA
clique no mouse para passar as telas
Conservação e Preservação
Evolução.
Problema 01 Grupo 02. Se no presente o estado brasileiro decidisse criar um programa de restauração ecológica, com o respectivo aporte financeiro, e a.
Aula 1. Introdução a Biotecnologia Ambiental
Problema 6.
FUNDAMENTOS DA AGROECOLOGIA
Trabalho efectuado no âmbito da disciplina de
BIODIVERSIDADE (A diversidade da vida e suas principais ameaças)
Estratégias para a Amazônia
GEOGRAFIA DAS DINÂMICAS HÍDRICAS
CIÊNCIAS DO AMBIENTE Noções de BIOSFERA.
Cap. 1 O que a Ecologia estuda Professora: Alexsandra Ribeiro
Profª Adriana Braz Moreira
~ , `.
BIODIVERSIDADE (A diversidade da vida e suas principais ameaças)
Impacto Ambiental.
Ciências Naturais – 8.º ano
IRRADIAÇÃO ADAPTAITVA
RESUMO ENEM 2015.
Aula 5. Diversidade e Agrobiodiveridade
Ufrgs Bict Disciplina de Fundamentos de Ecologia A Fatores Ecológicos
Utilização de bioindicadores na avaliação de impacto e no monitoramento da contaminação de rios e córregos por agrotóxicos 
Espécies Invasoras: Parte II - Consequências
Ecossistemas Mundiais e Brasileiros
Diversidade Biológica
4) Defasagens temporais nas invasões Porque algumas espécies exóticas somente se tornam invasoras após anos ou mesmo décadas? Na maioria dos casos não.
Importância da biodiversidade animal
Curso Educação Ambiental – Construindo novos valores de Cidadania e Sustentabilidade Maio 2011.
AS RIBEIRAS, ECOSSISTEMAS FLUVIAIS VULNERÁVEIS ESTUDO DE CASO: A RIBEIRA DE VALADARES.
Ciências Naturais – 8.º ano
33 PALESTRA : “O NOSSO MUNDO !” Público Alvo : Ensino Fundamental II.
Biogeografia e conservação. CE=crisis ecorregions; BH= hotspots; EBA= endemic bird areas; CPD= centers of plant diversity; MC=megadiverse countries; G200=
Transcrição da apresentação:

Introduções de espécies não nativas (ENN)

Principais tópicos: 1) Considerações gerais sobre introduções de espécies 2) Possíveis fatores que fazem com que uma ENN se torne invasora 3) Possíveis fatores que fazem com que os ecossistemas resistam à invasão: resistência biótica e abiótica (filtros ambientais) 4) Defasagens temporais das invasões 5) Efeitos das ENN sobre populações, comunidades e ecossistemas

“Just as invasive exotic plants act differently in their native and introduced regions, introduced exotic enemies might also become invasive, growing faster, reproducing more or attacking their hosts more effectively in the introduced region than in their native region.” “enemy release hypothesis” Uso de termos militares Larson, B. M. H The war of the roses: demilitarizing invasion biology. Frontier in Ecology and the Environment 3: “novel weapons hypothesis”

“ecological meltdown” = fusão (nuclear) Nuclear meltdown: Termo usado para designar um acidente em reator nuclear resultante de super-aquecimento

C. Darwin (ca. 1860): - Já reconhecia os problemas decorrentes de invasões biológicas provocadas pelo ser humano; - notou que comunidades mais diversas eram menos propensas às invasões.

C. Elton (ca. 1860): - livro sobre invasões que passa a ser considerado a base para as pesquisas especialmente após a década de 1990.

Os estudos sobre ENN são sub- representados em regiões neotropicais Petenon & Pivello (2008)

USA = UK = 3606 Spain = 1632 Brazil = 1390

1) Considerações gerais sobre introduções de espécies

Espécie invasora: Aquela que é introduzida acidentalmente ou intencionalmente fora de sua área nativa ou histórica e se mantem sem ajuda do homem Espécie exótica (não nativa, alienígena, introduzida): Qualquer espécie não nativa em uma região. Apenas aquelas que se espalham além dos locais sob domínio humano (e.g., agricultura) são consideradas invasoras. Levine (2008 – Cur. Biol.)

International Unit for Conservation of Nature: Uma espécie torna-se invasora quando causa impactos sobre as nativas ou sobre os ecossistemas Espécies nativas podem ser consideradas invasoras

Macrófitas aquáticas como problemas: Reservatórios no Equador

Reservatório de Jupiá (rio Paraná)

Marcondes et al. 2003

Levine (2008) – Cur. Biol. Propágulo exótico Introdução EstabelecimentoDispersãoImpactos Etapas da invasão Pode ser acidental ou intencional (ex., agropecuária) Poucas se tornam invasoras e causam impactos

Etapas da invasão (Levine, 2008) Introdução: refere-se ao transporte a partir do local de origem até o local da introdução, assim como o transporte dentro do local onde a espécie foi introduzida Estabelecimento: descreve o processo pelo qual as populações da espécie introduzida aumentam a partir da raridade (ocorre com uma pequena fração das espécies introduzidas).

Etapas da invasão (Levine, 2008) Expansão: descreve o processo pelo qual as invasões biológicas se movem através dos ecossistemas e das paisagens. Impactos: podem ser econômicos, sociais ou ecológicos; causados pela minoria das espécies introduzidas.

Porque estudar invasões biológicas? 1) Danos econômicos: EUA (Pimentel et al., 2005): bilhões/ano milhões com macrófitas - 3,2 bilhões com moluscos

2) Danos ecológicos: - Alterações dos serviços dos ecossistemas - Extinções de espécies (entre as principais causas) (mas ver Davis 2009) = a maioria das conclusões a respeito é anedótica Porque estudar invasões biológicas?

Introdução de Boiga irregularis em (que não tinha cobras nativas) após a II Guerra causou a extinção de várias espécies de pássaros, répteis e mamíferos. Levine (2008)

Introdução do inseto sugador Adelges piceae nos EUA alterou a estrutura de florestas inteiras (saliva tóxica para árvores).

Introduction model Pelicice & Agostinho (2009 – Biol Inv) A introdução do tucunaré no reservatório de Rosana dizimou populações de peixes nativos associados a macrófitas

Vilà et al. (2010 – Font Ecol Environ) Entre 5 e 30% das ENNs causam impactos ecológicos e entre 5 e 39% causam impactos econômicos na Europa

Os impactos ecológicos e econômicos são positivamente correlacionados Vilà et al. (2010 – Font Ecol Environ)

3) Oferecem uma oportunidade única para testar teorias ecológicas Porque estudar invasões biológicas?

As introduções sempre ocorreram naturalmente (quando espécies ultrapassam as barreiras geográficas)......mas atualmente as introduções causadas pelo homem ocorrem em taxas muito mais elevadas.

Esses ecossistemas têm a maior diversidade do planeta, considerando-se sua reduzida área Porque estudar invasões em ecossistemas aquáticos continentais?

Freshwater animal diversity assessment. Hydrobiologia 595 (Jan. 2008; 58 caps)

c espécies de animais nos ecossistemas interiores (9,5% do total) Os ecossistemas aquáticos interiores cobrem apenas 0,8% do planeta! Dudgeon et al. (2006) and Balian et al. (2008)

Esses ecossistemas são os mais ameaçados Porque estudar invasões em ecossistemas aquáticos continentais?

The Living Planet Report Loh et al. (2005 – Phil. T. R. Soc.)

Marine ecosystems = -14% Terrestrial ecosystems = -33% Freshwater ecosystems = -35% WWF

by WWF

Os ecossistemas aquáticos continentais possuem características que facilitam as invasões (ex., elevada conectividade) Porque estudar invasões em ecossistemas aquáticos continentais?

www. Conchasbrasil.org.br Alguns exemplos bem sucedidos no Brasil

Leucaena leucocephala Urochloa subquadripara

Limnoperna fortunei Boltovstoy et al. (2006 – Biol Inv)

Agostinho et al. (2007) carpa-capim tilápia Peixes de outros continentes

Peixes de outras bacias Agostinho et al. (2007)

Eichhornia crassipes (aguapé): entre as 100+ no planeta

Abelha Africana: 110 km por ano

Homogoceno: as introduções estão homegeneizando os ecossistemas Transport of fertilizers Transport of grains Galloway (2010 – Science)