A Liturgia de hoje focaliza algo de fundamental da nossa vida cristã: O maior Mandamento: O AMOR. Na 1.ª Leitura O mandamento do Amor é concretizado na defesa dos mais necessitados e desprotegidos: migrantes, viúvas, órfãos e endividados. (Ex 22,20-26) * O Deus da Aliança, que libertou o povo da escravidão do Egipto, defende a VIDA dos oprimidos, que clamam por justiça e salvação.

Na 2.ª leitura, São Paulo destaca o exemplo de amor vivido pela comunidade de Tessalónica. (1Ts, 5c-10) Tornou-se semente de fé e amor, que deu frutos em outras comunidades. No Evangelho, Jesus resume toda a LEI no Amor: Amor a Deus e aos irmãos. (Mt 22,34-40)

Segue-se o confronto de Jesus com as lideranças judaicas. Os fariseus apresentam armadilhas bem montadas, destinadas a provocar afirmações polémicas de Jesus, para acusá-lo e condená-lo. - Os fariseus perguntam: "Qual é o maior mandamento?" Era uma questão muito polémica. Uns afirmavam que era guardar o sábado. Outros diziam que todos tinham o mesmo valor. E os mandamentos eram Era um grande emaranhado de preceitos e proibições...

Jesus responde, buscando fundamentação em duas passagens da Bíblia: - Deuteronómio: "Amarás o Senhor teu Deus..." ( Dt 6,5) - Levítico: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo..." (Lv 19,18) Estes dois mandamentos já eram conhecidos, mas a originalidade está em dois pontos: - Define o Amor a Deus e ao irmão como Centro da Lei; - Unifica e equipara os dois Mandamentos: "Resumem toda a Lei e os Profetas". Portanto, não são dois mandamentos diversos, mas duas faces da mesma moeda.

- Jesus não quer definir qual o mandamento mais importante, mas encontrar a raiz de todos: o Amor a Deus e ao Próximo. - A Lei e os Profetas são apenas comentários a estes dois. O amor a Deus é fonte de serviço ao próximo e o amor ao Próximo deve ser expressão concreta do nosso grande amor a Deus...

O que nos diz este Evangelho, hoje? Ao longo dos dois mil anos de cristianismo fomos criando muitos mandamentos, preceitos, proibições, exigências, opiniões, pecados e virtudes, que arrastamos pesadamente pela história. E acabamos perdendo a noção do que é de facto importante. Ficamos discutindo certas questões secundárias, sem discernir muitas vezes o essencial da proposta de Jesus.

O Evangelho de hoje é claro: O essencial é o amor a Deus e o amor aos irmãos. Nisto se resume toda a revelação de Deus e a sua proposta de vida plena e definitiva para os homens. Talvez tenhamos de remover muito lixo acumulado com o tempo, que nos impede de compreender, de viver, de anunciar e de testemunhar o cerne da proposta de Jesus.

O AMOR A DEUS nós manifestamos quando nos mantemos na Escuta da sua Palavra e na disposição de cumprir a sua vontade. * Esforço-me, de facto, em escutar as propostas de Deus, mantendo um diálogo pessoal com Ele, procurando reflectir e interiorizar a sua Palavra, tentando interpretar os sinais com que Ele me interpela na vida? - Tenho o coração aberto ou fechado às suas propostas? - Procuro ser uma testemunha profética de Deus e do seu Reino?

O AMOR AOS IRMÃOS nós manifestamos ao dar atenção a cada pessoa com quem nos cruzamos pelos caminhos da vida, ao sentir-nos solidários com as alegrias e sofrimentos de cada pessoa, ao partilhar as desilusões e esperanças do próximo, ao fazer da nossa vida um dom total a todos. O mundo, em que vivemos, precisa redescobrir o amor, a solidariedade, o serviço, a partilha, o dom da vida…

Estamos no último domingo do mês missionário... Vivendo intensamente estes dois amores (a Deus e ao Próximo), crescerá também em nós um novo "Ardor Missionário". “Vai, vai missionário do Senhor, vai trabalhar na messe com ardor. Cristo também chegou para anunciar: não tenhas medo de evangelizar...” Original: Pe. Antônio G. Dalla Costa CS Adaptação: Pe. Manuel José Torres Lima A nossa Assembléia, convocada pelo amor do Pai, realiza ao mesmo tempo o duplo mandamento (os dois amores). Unidos na caridade fraterna dirigimo-nos ao Pai como filhos...